Ilusões, Tentativas e Recomeços escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Pra quem é fã da Bárbara, um capítulo praticamente só com ela^^



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– Já está tudo bem, a Cínthia a encontrou. – Manu disse visivelmente mais aliviada.

Helena deixou o corpo cair sobre o sofá e agradeceu mentalmente à Deus.

– Mas ela está bem? – perguntou Letícia, ainda preocupada.

– Não sei. Ela só ligou pra avisar que tinha conseguido encontrá-la. Ainda vai falar com ela. – a vocalista respondeu.

– Onde ela está? Eu preciso conversar com ela! – Naná disse quebrando o silêncio que se instalara.

– A Cínthia não disse. Ainda não é o melhor momento.

– Pra você, o melhor momento nunca chega, Manuella! – a catarinense falou irritada.

– Ela tem razão. – interveio a tecladista. – Se você for atrás da Babi, ela nem vai te dar ouvidos. Espera passar um tempo.

Vencida, a guria sentou-se novamente e ficou olhando para o retrato da baterista.

– Acho que não temos clima pra ensaiar e as meninas não devem vir mesmo. É melhor irmos pra casa e amanhã você conversa com ela, Naná. – Letícia falou.

Vendo que a garota tinha razão, as outras duas concordaram e assim que se viu sozinha, Manu pegou a chave da sua moto e enquanto brincava com ela, ia pensando no que faria. Por mais que não quisesse, tinha que tomar uma decisão pois se de um lado estava a única pessoa que conseguira trazê-la de volta à vida, do outro estava uma das suas melhores amigas.

Resolvendo-se, pegou o capacete e foi até o apartamento de Bárbara. Sabia que ela estava na praia, mas mentira para que Helena não fosse atrás da menina e sabia que ela só voltaria para casa quando estivesse mais calma. E ela estaria lá, esperando-a, para que finalmente pudessem acertar as contas.

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– Eu a amei no primeiro instante... – resmungou Babi depois de muito tempo em silêncio. – Fiquei muito dividida porque queria que a Manu voltasse a amar, voltasse a se abrir para a vida. Só que a cada momento eu me apaixonava mais pela Naná. Eu lutei muito contra esse sentimento, Cínthia. Eu a tratava mal para mantê-la longe, mas nada adiantou. Quando mais eu a afastava, mais eu a queria por perto.

A baixista continuou fazendo cafuné na amiga e nada comentou, deixando que ela desabafasse e colocasse pra fora tudo que estava lhe machucando.

– Nos ensaios, eu ficava contando as horas pra poder ir pra casa porque nesses momentos, eu podia ter a companhia dela, podia sentir o seu perfume tão delicioso, podia olhá-la e admirá-la sem medo. Esse sentimento que está aqui no meu peito é muito puro, Cínthia! – disse batendo em seu peito. – Não consegui evitar, não pude evitar. Como podia renegar um sentimento tão forte que me fez e faz suspirar a cada minuto, que me fez e faz não pensar em outra coisa além dela? Como podia deixá-la ser de outra pessoa se a amo com todas as minhas forças, com todo o meu coração?

As lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela não quis secá-las.

– Quando eu a vi, o meu mundo se iluminou, esqueci tudo e todos. Só que quando ela chamou Manu de Pierrot, putz, se você pudesse imaginar como me senti. Tentei tratá-la mal, mas você sabe como ela é doce, prestativa. Minha admiração só foi crescendo dia após dia. Mas eu juro, Cínthia, juro que tentei esquecê-la, juro que tentei tirar esse amor do meu coração, porém não adiantou. E já estava resignada a amá-la em silêncio, em vê-la nos braços da Manu. Juro, Cínthia, só fui atrás dela porque percebi que ela sentia algo por mim, porque percebi que podia ter uma chance com ela. Chorei durante muitas noites por causa da Manu, por medo de estar traindo-a, mas também não podia trair o meu coração e se a Naná também sentia algo por mim, era sinal que não gostava tanto assim dela.

– Sim, Babi. Dava pra ver que ela sentia algo por você, apesar dela mesma não saber bem o que era. – comentou a baixista percebendo que a baterista queria a confirmação do que disse para se sentir menos culpada.

– No dia que ela me beijou, me senti a mulher mais feliz desse mundo. Senti que era invencível e que nada podia acabar com aquela felicidade que eu estava sentindo por começar a namorá-la.

– Então vocês realmente estavam namorando? – cortou Cínthia.

– Sim. Ela aceitou o meu pedido de namoro. Sabia que ela ainda sentia algo pela Manu, mas ela mesmo disse que não havia volta, que não queria mais saber dela e então achei que daríamos certo. Achei que conseguiria tirar qualquer sentimento que ainda pudesse existir. E então quando eu liguei pra Naná e soube que ela estava com a Manu, tive um mau pressentimento. Soube que algo estava errado. Depois, quando falei com ela, percebi que estava estranha. Marcamos de nos ver hoje e ela explicaria tudo. E então, quando eu cheguei no apartamento dela, a vejo dizendo: Eu também te amo, Pierrot. A vejo correspondendo o beijo de um jeito que ela nunca me correspondeu. Morri naquele momento, Cínthia. A dor que eu senti não pode ser descrita. Só eu sei quanta força tive que fazer pra sair de lá com alguma dignidade.

– Nem sempre as coisas são como parecem, Babi.

– Não a defenda, Cínthia! Ela me traiu, brincou com os meus sentimentos. Ela me deu esperanças, fez planos comigo e continuava amando a Manu. Ela é uma falsa, mentirosa!

– E o que você pretende fazer agora? – a baixista perguntou sabendo que era inútil tentar fazer com que a outra não ficasse com tanta raiva.

– Não quero mais vê-la. Não quero mais nenhum contato com ela. Vou sair da banda e mudar de turma no colégio. Nunca mais quero ver a cara daquela garota!

– E a Manu?

Bárbara suspirou e abaixou a cabeça.

– Eu sei que agi errado no começo. Ela fez a mesma coisa que eu. Tentou lutar pelo amor que sentia. Como posso culpá-la por fazer o mesmo que eu fiz?

– E a banda? Sem você a banda não é a mesma coisa. – tentou argumentar a loirinha.

– Vai ser muito doloroso me afastar de tudo o que eu mais amo, só que preciso desse tempo. Preciso de um tempo pra tentar me recuperar.

– Nós te daremos todo o tempo do mundo, minha querida. Mas não pense que vamos desistir de você. E tenha a certeza que falo isso em nome de todas da banda.

– A Manu nem deve estar ligando pra mim...

– É aí que você se engana. Foi ela quem me ligou e pediu pra que te procurasse e ficasse contigo até você ficar mais calma. Ela não queria que você fizesse nenhuma besteira.

– Sério? – perguntou parecendo um pouco melhor.

– Não tenho motivo pra mentir, Babi.

A baterista sorriu.

– Pelo menos a minha amizade com ela pode ser recuperada. Nunca quis perder o carinho da Manu.

Cínthia sorriu também.

– Você sabe muito bem que ela jamais se afastaria de ti por causa de uma garota. Nós somos como família e isso é o que mais importa pra ela. Então, vamos voltar pra casa? Nossos pais já devem estar preocupados.

– Obrigada, Cínthia! Nem sei como agradecer por você ter ficado aqui comigo esse tempo todo.

– Bem, você pode começar me deixando ir fazer umas compras contigo pra mudar esse teu visual que é muito ruim! – disse a loirinha fazendo graça e fazendo a amiga dar uma alta gargalhada.

– Você não desiste! – disse ela, ainda rindo, e abraçando a amiga.

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– Desculpa o sumiço, pai. Eu tive uns problemas. – disse Bárbara assim que chegou em casa.

– Ah, não se preocupe, filha. A Manu já tinha avisado.

– Tinha? – perguntou a garota sem entender.

– Tinha sim. Aliás, ela está lá no teu quarto te esperando. – disse ele voltando a prestar atenção no jornal.

A baterista estranhou a presença da amiga e, receosa, foi até o quarto.

– Oi! – disse quando entrou.

– Tudo bem, Babi? – a vocalista perguntou um pouco tensa.

A garota olhou pro chão e então Pierrot percebeu o furo que tinha dado.

– Desculpa, foi uma pergunta idiota, eu sei. Foi o hábito.

– Não tem problema, eu entendi. Já está aí há muito tempo?

– Mais ou menos. É melhor parar de rodeios, né? Você sabe que gosto de ser bem direta.

– Sim, eu sei. – murmurou Babs sem entender ainda o motivo da visita.

– Acho que precisamos ter uma conversa bem séria. Aliás, já devíamos ter tido há muito tempo. Eu estava com a Helena e você me apunhalou pelas costas, tentando conquistá-la.

– Manu...

– Deixa eu falar tudo que está atravessado na minha garganta e depois você tenta se explicar...





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Notas finais do capítulo

Mil perdões pela demora que é de minha total responsabilidade (apesar que a Darknana também poderia ter escrito alguma coisa né?hehe). Mas finalmente está aí o novo capítulo de I,T,R. Espero que vocês tenham gostado e espero que deixem reviews e façam duas autoras muito felizes^^Provavelmente a fic terá mais dois ou três capítulos, portanto, está no fim i.iAté o próximo capítulo^^Ah, e desculpa se tiver algum erro. Como o meu prof faltou, aproveitei pra escrever esse capítulo e não tenho tempo de corrigí-lo porque tenho que ir pra casa. Se encontrarem algum erro, por favor me avisem que conserto... Valeu, galera! Bjo grande pra todos vocês!!