Ilusões, Tentativas e Recomeços escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

O nosso muito obrigada à Sara Lecter que escreveu grande parte desse capítulo (fizemos algumas alterações, mas a base continua a mesma, tá, Sara?)...Sara, desculpa copiar esse agradecimento xoxo da Gatz. Eu tinha feito uma dedicatória linda pra você, mas o Nyah! com essa nova politica de "não ficaremos mais logados para sempre", deslogou quando eu ia postar o cap novo (sem contar os outros erros)+ a inveja/ciumes da lu impediram de postar a dedicatória. ¬¬ Mas de qualquer forma, muito obrigada por ter ajudado a gente ~^___^~



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– Me deixa sozinha, Manu! Por favor, acredita em mim, eu vou ficar melhor longe de você!


A frase fez Pierrot prender a respiração e ela só percebeu isso quando o fôlego lhe faltou e uma dor aguda transformou seu rosto ansioso em uma expressão de dor que ele nunca havia formado. Não mediu os dois ou três passos que teve de dar até que seus braços pudessem alcançar a cintura de Helena e colá-la ao seu corpo lhe dando a efêmera impressão de calma que se dissipou ao ser substituída pela urgência. Apanhou uma das mãos de Helena e a colocou em sua nuca, imediatamente aproximando seu rosto do dela e unindo seus lábios numa ânsia que parecia determinar o rumo de sua vida. O fôlego lhe fez falta novamente, mas dessa vez tudo o que ela fez foi se afastar por meio segundo antes de retomar o beijo que ficava cada vez melhor. Colombina beijava bem, afinal de contas. Manuella tentou se enganar achando que era aquele motivo meramente físico que a detinha e que guiava suas mãos, seus lábios, sua língua e que a motivava a não parar sob hipótese alguma. Lembrou da última vez que se sentira tão bem nos braços de alguém e a imagem de Roberta se formou diante de seus olhos tão claramente que ela não pôde evitar o susto e o empurrão que afastou a catarinense de si, deixando a garota em choque.


Sem nada dizer, a vocalista deu as costas para a praia e correu, mesmo que não soubesse exatamente o que estava fazendo. Quando suas pernas cederam ao esforço e seu coração já saía pela boca, que era onde entravam algumas das muitas lágrimas que ela derramava sem qualquer intenção de conter, olhou para o céu que ficava cada vez mais escuro e perguntou onde diabos Roberta tinha se metido que não estava ali para abraçá-la e para dizer que tudo ficaria bem. Nenhuma crença, nenhum símbolo e muito menos as ciências dos homens tinham a resposta em busca da qual ela vivia.


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Bárbara desistiu de tentar se concentrar nos estudos e largou o livro de Física em cima da escrivaninha, deitando-se em seguida.




A lembrança do "quase beijo" não saía da sua conturbada mente e a vontade de encontrar a catarinense chegava a doer de tão forte.




A baterista pensou na ironia que a vida lhe reservara. Até um tempo atrás, sempre incentivara Manu a tentar dar uma nova chance ao coração e agora tudo o que queria era que ela não se apaixonasse.




Sabia que a guitarrista também sentia alguma atração e isso lhe dava esperanças. Vira nos olhos de Helena que ela também desejara aquele beijo e a constatação disso a fez sorrir como não fazia há muito tempo.




Agora a garota tinha certeza que possuía alguma chance. E se a vocalista tinha dúvidas e receios, ela tinha certezas e coragem para enfrentar o mundo. Ela estaria ali, esperando o momento certo de agir e não desistiria tão facilmente assim...




Animada, saiu rapidamente da cama e foi se preparar para o ensaio.



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Helena demorou a recobrar seu senso prático e quando o fez apanhou a guitarra esquecida sobre a areia, a pasta com as cifras e o coco vazio que há pouco dividira com a mais velha e andou até a rua. Passou pela lixeira e teve vontade de jogar os três itens lá dentro, mas acabou optando por ficar com os dois primeiros, de posse dos quais chegou, quase uma hora mais tarde, no ensaio que a banda marcara para o começo daquela noite.


– Naná!?


– Oi, gurias. - ela olhou em volta rapidamente e notou a ausência de vocalista.

– A Manu não veio pra cá?



– Veio. E já foi. - respondeu Babi, secamente.


– O que houve?


– Estávamos esperando você aparecer para explicar. - disse Letícia.


Helena abriu e fechou a boca algumas vezes, não produzindo qualquer som.


– Ela apanhou uma garrafa de uísque e se mandou. - explicou Cínthia.


– Uísque?


– Fala de uma vez o que aconteceu, garota! - pediu Letícia.


– Pra onde ela foi?


– Ué, você que deve saber. - comentou Babi.


Naná largou a guitarra e a pasta, sentou, levantou de novo, olhou para as amigas que permaneciam ansiosas, sentou de novo, suspirou cansada e perguntou:


– O que foi que ela disse?


– Ela disse: "se eu abrir os olhos você jura não partir?". Deve ser mais uma das maluquices da Manu. - disse Cínthia. - Mas pelo menos ela não levou a moto. Do jeito que estava era capaz de sofrer um acidente.



Preocupada, a catarinense saiu a procura da carioca que não devia estar muito longe...



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Bárbara chegou em casa completamente atordoada. O sumiço de Mamá a perturbava, mas sabia que a vocalista não se meteria em encrencas. O que mais lhe incomodava era a aflição que vira nos olhos de Naná.




Todas as suas esperanças tinham sido dilaceradas ao ver aquele olhar. A guitarrista estava apaixonada e ela nunca poderia lutar contra isso.




Sentiu uma fraqueza enorme e deitou-se, deixando as lágrimas rolaram tranquilamente pela face marcada pela tristeza...



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Helena ignorou qualquer medo que poderia sentir por andar sozinha pela Barra da Tijuca, à noite, e voltou para a praia onde passara a tarde. Tinha absoluta certeza de que Pierrot estaria lá, esperando por ela, com uma ótima explicação sobre o que acontecera e principalmente sobre a garrafa de uísque, que naquele momento era a única coisa que não tinha propósito. Não sentia o frio da noite, nem fome, nem cansaço e, sobretudo, não tinha qualquer dúvida do que deveria fazer.


Manuella estava sentada de costa para as pedras e por causa da maré as ondas estavam muito mais próximas do que no último encontro, naquele mesmo lugar, há algumas horas. Tomava mais um longo gole de álcool quando viu a amiga através da garrafa já quase pela metade.


– Olá! - ela sorriu. - Senta aqui, a noite está linda.


– Manu, você tá bem?


– Ótima! - ela riu debilmente. - Quer um gole?


– Eu não bebo.


– Você não precisa ser certinha o tempo todo. - brincou, alcançando a garrafa à amiga. - Desculpa ter esquecido do copo, nem podemos brindar.


– A que você brindaria, Manu?


– A você, é claro.


– A mim? - Helena estranhou.


– A garota linda que está do meu lado na noite mais perfeita da minha vida.


A catarinense não entendeu nada, mas bebeu mesmo assim. O líquido queimou sua boca e depois sua garganta, chegando ao estômago e lhe dando uma sensação terrível de desconforto. Não compreendeu como Manuella tinha conseguido tomar tudo aquilo e continuar sorridente como estava. Bebeu mais um gole se esforçando para esconder a careta e devolveu a garrafa à sua amiga, cruzando os braços sobre os joelhos flexionados. A única coisa que ouvia quando Manu não estava rindo sozinha era o som das ondas quebrando diante delas.


– Legal você estar aqui. - a mais velha disse.


– Por quê?


– Porque eu queria que estivesse, eu queria que você viesse atrás de mim.


– Você sempre sabe o que vou fazer, Manu?


– Não. - disse a carioca, séria pela primeira vez naquela conversa atípica. - Eu não faço a menor idéia do que vai acontecer agora, Naná.


Helena descruzou os braços e usou as duas mãos para emoldurar o rosto da amiga. Exatamente como a outra fizera de tarde, alcançou seus lábios e a beijou sem qualquer pudor. Naquele momento a garota sentiu o gosto de uísque na boca da outra, mas não sentiu o vento bagunçar seus cabelos. Ouviu cada batida que o coração da mais velha emanava, mas não ouviu o barulho reconfortante do vai-e-vem das ondas do mar que presenciava aquele momento de entrega. Ela a beijou como sempre achou que beijaria a pessoa por quem fatalmente se apaixonaria um dia. Sempre imaginou que faria aquilo com um garoto, mas analisando friamente a situação, não fazia a menor diferença, ela sabia que era exatamente o que queria e que nada poderia estragar aquele momento sonhado há tantos anos. Manuella estava sorrindo quando os rostos se afastaram pela primeira vez depois do beijo. Ainda nervosa, a catarinense retribuiu o sorriso. A escritora bebeu mais um gole e a beijou de novo. E de novo. E depois do sexto ou sétimo beijo - Colombina já não tinha muita certeza de suas contas - Manu abandonou a garrafa completamente e se deitou sobre a areia, de costas, puxando Helena consigo, sobre o seu corpo, intensificando o beijo, acariciando as costas dela e indicando que tencionava se livrar de sua blusa assim que possível.


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Notas finais do capítulo

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Oh meu Deus, e agora? E agora? O que será que vai acontecer? Tá, isso todo mundo já tem uma (maldosa) noção.. E ai, será que as meninas vão apedrejar Helena (exagero). E a Babs, será que vai desistir desse amor ou ira se tornar eternamente um arlequim? Descubra esse e muitos outros segredos em Ilusões, Tentativas & Recomeços. A história que vai substituir a novela das 6, das 7 e porque não também a das 8?