Antes da Aurora escrita por LoaEstivallet


Capítulo 36
Felizes para sempre


Notas iniciais do capítulo

Sim, é o fim!Galera este é o último cap de ADA, como o título mesmo diz, o final feliz...Gostaria que todos os leitores, ao terminar de ler o cap, dessem uma passadinha no meu blog, para uma despedida básica e algumas explicações que eu queria muito dar a vocês.É importante.O endereço segue: http://simplesmenteloa.blogspot.comBeijos e leiam as notas finais também!



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EDWARD

O perfume suave me alcançou potente.

Apenas três meses haviam se passado desde que eu retornei definitivamente para o Alaska. Três meses que pareciam ter se arrastado.

Observei as meia-guirlandas delicadas, compostas por botões de rosas brancas, lírios e frésias, nos espaços entre as poucas cadeiras que preenchiam a sala harmoniosamente e no teto, pendentes em um caminho ondulante até formar uma cascata arqueada exatamente sobre minha cabeça.

Meus olhos seguiram seus contornos, me fazendo compreender o motivo de Alice ter escolhido aquela decoração tão suave. Tudo ali lembrava Bella.

Retorci meus dedos enquanto respirava fundo pela quinquagésima terceira vez em oito minutos, tentando, sem sucesso algum, me acalmar.

Senti Esme pressionar a dobra de meu cotovelo onde sua mão estava pousada, e suspirei.

Ela já está chegando, meu filho... Se acalme. Pensou maternalmente.

Fechei os olhos e assenti devagar. Porque eu estava tão apreensivo?

Bella já era total e completamente minha de inúmeras maneiras. Já vivíamos como marido e mulher, em nossa própria casa, a parte do restante da família, com nossa filha. Já éramos pais! Além de todo esse comprometimento ainda existia o sentimento que nos unia. Bella já havia me provado o quanto seu amor por mim era puro, verdadeiro e tão imortal quanto nossa natureza... Não haviam dúvidas que estaríamos ligados para o resto da eternidade, ou talvez até mesmo depois dela... Então porque raio de motivo eu estava tão aflito?

Abri os olhos em meio a angústia e olhei para a primeira fila à minha esquerda.

Emmet me deu um sorriso debochado, tentando esconder com sua provocação a emoção que sentia em seu íntimo. Ele amava Bella verdadeiramente, como se fosse sua irmã caçula, e seu afeto por mim aumentava a satisfação por estar nos vendo finalmente e definitivamente juntos.

Elas sempre atrasam, mano... É de propósito pra deixar a gente nervoso. Pensou.

Tentei sorrir, mas acho que fiz uma careta.

Jasper ao seu lado sorria, seu contentamento duplicado pela absorção das emoções de Emmet. Ele também estava feliz por mim e por Bella.

Não fique tão nervoso. Você sabe que ela não vai fugir, nem mesmo se realmente quisesse... Alice não permitiria. Ouvi sua voz mental enquanto nos fitávamos, ele com o semblante divertido por sua piada, eu ainda mais consternado.

Corri meu olhar pelos poucos convidados. Amigos que Carlisle adquirira em sua longa jornada de conhecimento do nosso universo, vampiros que eu aprendi a respeitar como afetos e até como parte da família.

Sorri para Kate e Irina, sentadas ao lado de Eleazer e Carmen, evitando encarar Tânia e sua feição de desagrado.

As notas suaves do primeiro andamento da “Primavera” de Vivaldi me fizeram prender a respiração.

Rosalie dedilhava as notas com maestria ao piano, acompanhando o violinista que minha irritante irmã preferida havia contratado. Ao seu lado, embevecida com tudo ao redor, estava Renesme, os olhinhos castanhos brilhando enquanto suas perninhas balançavam alegremente de acordo com a música.

Encarei o curto corredor à minha frente.

Alice caminhava graciosamente pelo tapete vinho. Seu vestido rosa pálido esvoaçava ao redor de seu corpo franzino lhe conferindo uma ar mágico, como se ela fosse uma fada ou anjo...

Eu sorri para ela, e ela sorriu de volta esfuziante.

Senti minha mãe se afastar um pouco e me endireitei ao som dos últimos acordes.

Quando Alice se sentou ao lado de Jasper, despois de trocarem um significativo olhar cúmplice, a marcha nupcial se iniciou imponente.

Senti como se meu coração pudesse bater. Minha respiração falhou, para depois retornar com o dobro de sua velocidade. Eu já estava praticamente arfando quando encarei o olhar de profundo orgulho de Carlisle, que trazia Bella vagarosamente pelo corredor.

Eu acreditava que já havia encontrado todos os adjetivos capazes de definir a beleza de Bella... Eu estava enganado.

Qualquer palavra era obsoleta. Nada seria capaz de traduzir tamanha perfeição.

Eu não via mais nada além dela.

Não enxerguei o modelo de seu vestido, ou qualquer adorno que ela usava. Apenas seus olhos, jóias cintilantes como topázios, me sugavam com a intensidade de um buraco negro e prendiam minha atenção enquanto eu me esquecia de como respirar.

Minha garganta se fechou, e senti a seriedade em meu cenho quando encarei o sorriso nervoso que Bella sustentava.

Ela estaria tão nervosa quanto eu?

Possivelmente. Mas de maneira alguma tão feliz. Ninguém, nem mesmo ela, que eu sabia me amar com devoção, alcançaria o êxtase que me inundava naquele momento.

Tanto que esperei por esse dia, quando Bella seria oficialmente minha e nós estaríamos ligados de todas as maneiras humanas e inumanamente possíveis... Nunca conceberia a idéia de quão intensa seria a emoção que sentiria...

Passaram apenas alguns minutos, mas eu sentia como se houvesse esperado por séculos quando meu pai, num gesto mais antigo que ele mesmo, acredito, me abraçou desejando felicidades após pousar a mão de Bella sobre a minha.

A familiar corrente elétrica me fez estremecer e sorrir em reconhecimento.

A cerimônia simples e rápida fora um pedido de Bella, e Renesme nos trazer as alianças ao som de Clair de lune fora uma surpresa maravilhosa para mim.

Quando o juiz de paz nos declarou oficialmente marido e mulher, eu pude ouvir o burburinho entre nossos familiares, seus sorrisos e comentários alegres, enquanto suas mentes me inundavam com votos de felicidade.

O beijo singelo que dei em Bella, e o abraço exultante de nossa pequena, que nos acompanhou em meu colo pelo restante do protocolo matrimonial, encerrou o casamento.

Não fizemos festa, apesar dos altos e furiosos protestos de Alice, pois queríamos viajar o quanto antes para nossa lua de mel, que fora esperada com ansiedade desde que nos reconciliamos a quase dois anos atrás.

Aquele seria um tempo para nós dois. Para vivermos o que ainda não tínhamos tido tempo, espaço e privacidade para viver.

Seriam apenas dois meses no Brasil. Numa pequena ilha que eu havia comprado para minha esposa.

Uma ilha chamada Bella.

BELLA

- Está com saudades de casa? – Ele me perguntou sussurrando, os lábios tocando a pele do meu pescoço me fazendo arfar baixo.

- Não de casa... De Renesme. – Murmurei perdida em suas carícias.

- Quer voltar? – Beijou singelamente meu ombro – Podemos retornar quando quiser, amor. Basta me dizer.

Abracei seu corpo com um pouco mais de força.

- Ela está bem, não está? – Questionei em seu peito.

Ele apenas assentiu com um movimento que fez seus lábios roçarem minha clavícula, enviando pequenos choques através de minha pele.

- Acho que podemos ficar mais um pouco, então... – Concluí, me entregando imediatamente às sensações que seu toque me provocava.

Edward e eu estávamos naquela paradisíaca ilha brasileira há quarenta e dois dias, vivendo literalmente de amor.

No começo, assim que chegamos, a surpresa por ele ter me presenteado com aquele pedaço de terra, que mais parecia um pedaço do céu, dominou todo o espaço da minha mente, me fazendo curiosa e aflita por conhecer cada cantinho, cada segredo do lugar.

Mas depois da primeira noite a sós, realmente a sós, tudo que conseguíamos enxergar era um ao outro, tudo que conseguíamos fazer era nos tocar, nos amar sem pudores, sem barreiras, verdadeiramente livres.

Era uma sensação infindável. Nunca me sentiria saciada de Edward.

E assim passamos dias sem olhar para fora da casa, concentrados em nós mesmos, em nossa entrega absoluta e na paixão avassaladora que não nos permitia ficar longe por um mísero segundo sequer.

Só parávamos para ligar para Renesme, o que acontecia pelo menos uma vez ao dia, quando matávamos um pouco da saudade exorbitante que sentíamos de nossa pequena.

A lua brilhava cheia no céu escuro e limpo. Seu reflexo cintilava nas ondas preguiçosas do mar de águas mornas.

Observei nossas pernas entrelaçadas na areia fina. A pele de Edward fulgurava perolada, assim como a minha, me deslumbrando.

Senti seus lábios em meus cabelos e levantei meu rosto, recebendo mais um beijo amoroso, mas ao mesmo tempo muito voluptuoso de meu marido.

Edward rolou nossos corpos pousando sobre mim.

Arfei ao nos sentir conectados outra vez.

Enquanto as correntes elétricas se intensificavam, me puxando cada vez mais para perto da beira do precipício, eu o ouvia murmurar meu nome em meio aos grunhidos de prazer que escapavam por sua garganta.

Nossos gemidos enchiam a noite silenciosa, pintando cores em espirais que dançavam em frente a meus olhos.

As estrelas pareciam brilhar mais intensamente, como se estivessem mais próximas agora, e eu quase pudesse toca-las.

Deixei meu escudo escorregar para longe, me expondo, permitindo que Edward me tivesse completamente, por inteiro, corpo, coração e mente.

Ouvi seu gemido de satisfação.

Ele podia me ouvir agora, ver cada estrela que eu fitava, e o que ela representava para mim naquele momento mágico. Ele sabia como eu me sentia, como eu o amava, o quanto ele me proporcionava de prazer, de felicidade.

Edward ergueu o rosto, que estava afundado no vão de meu pescoço, e me encarou com ardor.

Ele estava me mostrando, assim como eu fazia, o que estava sentindo.

Eu enxerguei no brilho de seu olhar, já quase negro pelo tempo de abstinência, o quanto ele me amava, o quanto me desejava, o quanto ele era meu.

Eu te amo... Pensei, sem desviar os olhos dos dele, já sentindo a explosão em meu corpo.

Edward sorriu fracamente, fechando os olhos com força em seguida, estremecendo.

- Bella... – Murmurou com a voz grave e trêmula, carregada do êxtase que havíamos acabado de compartilhar.

Nos abraçamos mais uma vez, perdidos no olhar um do outro. E assim ficamos, durante o restante da madrugada.

- Obrigado... – Ele murmurou quando os primeiros raios de sol tingiam o céu com um tom escuro de lilás misturado com laranja e amarelo.

- Pelo quê? – Perguntei confusa.

- Por ter nascido, por ter se apaixonado por mim e ter me amado... Por ter me perdoado e voltado pra mim... Por ter me dado uma filha e me presenteado com mais uma razão para viver... Por ser minha... Por existir...

Suas palavras eram tão profundas quanto a emoção que cingia seu olhar. Senti como se as lágrimas embaçassem meus olhos.

- Eu só nasci... E existo... Por você... Pra você.

Edward me estreitou contra si, suspirando.

E ali, em meio à colorida aurora, ao surgimento de um novo dia de nossa eternidade, meu coração comprimiu-se de uma felicidade plena, como se nosso amor fosse capaz de nos tornar humanos outra vez, permitindo que uma última batida ecoasse em nosso peito.

A certeza me inundava, potente e definitiva como a vida em si mesma.

Eu era dele. Ele era meu. E assim seria. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Ainda teremos o epílogo, então não desapareçam tão rapidamente, ok?!E lembrem-se!Assim que eu finalizar aqui, estarei lançando Inconsequente!.Espero você lá comigo!Não esqueça de ler o recado que estarei deixando no blog!Beijos.Lôa Estivallet



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