Os anos se passaram como se passam os dias comuns. Os meus 12 anos foram péssimos! Eu cresci separado do Tom. Nós pouco nos falávamos e quem eu julgava ser meus melhores amigos além dele me viraram as costas, eu realmente não sei se foi a mando dele ou porque simplesmente se cansaram de mim. Eu só sei que o Gustav e o Gerog me ignoravam sempre que eu tentava falar com eles.

O único que me “aturou” esse tempo todo foi o Andréas. Ele realmente não me julgava, mas também não sabia do que eu sentia pelo Tom, sentimento esse que não mudou nada durante esse ano que nos separamos.

-Vamos Bill! –alguém gritou o meu nome assim que me viu do lado de fora da escola, após o sinal bater.

-Hãm? –olhei ao redor para ver quem era.

Meus olhos encontraram os simpáticos acenos de meu melhor amigo e agora quase irmão, Andréas. Fui ao encontro dele.

Para muitos, Andréas era gay, afeminado, boiola ou qualquer coisa ofensiva que você queria chamar alguém que você acha que gosta do mesmo sexo, mas para mim ele era apenas meu amigo, apenas o Andréas que eu conheci quando tinha sete anos.

-Hoje você vai lá para casa né, Andréas? –perguntei me aproximando dele.

Nossa imagem juntos para as pessoas geravam algum tipo de receio, apesar de eu NUNCA ter gostado dele de outro jeito, acho que esse amor eu só sentia por uma pessoa, a da qual hoje em dia em liga mais para mim.

-Sim! É claro que eu vou Bill! –ele sorriu para mim.

Coloquei meus fones de ouvido e fiquei escutando Oasis o percurso todo. De vez em quando eu tirava um dos fones para que o Andréas achasse que eu estava prestando atenção nas baboseiras que ele estava a dizer sobre o tempo.

-Chegamos! –eu disse entrando em casa e jogando a minha mochila no sofá da sala.

-Que bom meu amor! –minha mãe surgiu na porta da cozinha. –Olá Andréas! –ela sorriu para o meu amigo.

-Olá Simone! –ele acenou para ela.

-Cadê o seu irmão, Bill? –ela voltou sua atenção para mim.

-Não sei mãe! –olhei para o Andréas e cochichei-E nem quero saber!

-O que disse Bill? –minha mãe me perguntou e olhei para ela.

-Hãm... Nada não! Eu realmente não sei onde o Tom se meteu!

-OK! Eu só estava esperando você chegar para eu sair! Tenho que resolver algumas coisas na rua, não sei quando eu volto! Tem o almoço no fogão!

-Beleza mãe!

-Tchau me amor! –ela beijou a minha testa. –Tchau Andréas e tome conta do Bill para mim! –ela sorriu e deu um beijo na testa dele também.

Assim que a mamãe saiu, subimos para o meu quarto e ficamos conversando por um bom tempo. Para mim, Andréas não era definitivamente gay. Não tinha como! Ele só sabia falar sobre as meninas da nossa classe de Matemática!

-Ér. Andréas, onde você acha que o Tom se meteu? –interrompi a falação dele e coloquei os meus pensamentos como uma pergunta sem resposta para ele.

-Não sei! O Tom anda muito estranho desses tempos para cá! Ele nem fala mais comigo nem muito com você também! Agora o mundo dele gira em torna de guitarras, Georg, Gustav, meninas pattys da nossa escola. Não há mais espaço para mim! Para MIM! –ele gritou, como se o Tom fosse diferente comigo.

-Andréas o Tom também me trata desse jeito se você se esqueceu! E você tem razão! –me levantei da cama. –Ele está muito estranho!

-E o que você vai fazer Sherlock Holmes? –ele riu do próprio comentário.

-Não sei! Mas que isso está estranho com certeza está!

-Não vamos achar nada se procuramos no quarto dele!

Nesse instante eu tive uma ótima idéia!

-Já para o quarto dele Andréas! –sai correndo.

-Hãm? –ouvi meu amigo dizendo antes de começar a correr atrás de mim.