True Tears escrita por Ane Viz


Capítulo 47
Capítulo 43: Razão versus emoção


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior:
Antes de começar a pensar, agi, me joguei em seus braços, mas não para um abraço, sim para um beijo. Assim que os meus lábios tocaram os dele, puxei o ar querendo manter o aroma dele de menta em minha mente, tentei entender como pude ficar tanto tempo sem sentir isso. Sorrimos enquanto nos beijávamos.
-Draco, eu...
-Agora não. Me cortou selando nossos lábios outra vez.
Boa leitura!



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Capítulo 43: Razão versus emoção

“I don´t wanna close my eyes

I don´t wanna fall asleep

´Cause I´d miss you, babe

And I don´t wanna miss a thing

´Cause even when I dream of you

The sweetest dream will never do

I´d still miss you, babe

And I don´t wanna miss a thing” (Aerosmith)

Por uns momentos deixei me levar pelas emoções eu o amava, e sempre seria assim. Juntei todas as minhas forças falando com a voz abafada por entre nossos lábios ainda unidos.

–Não, não posso.

Disse me afastando enquanto meu coração se despedaçava.

–Como assim não pode? – Draco perguntou me olhando fixamente, seus olhos estavam mais cinzas do que o normal. – Eu sei que você sente o mesmo por mim. – Sussurrou baixinho.

–Olha...

– Desculpe, mas ela precisa descansar Sr. Malfoy. – Cortou Madame Pomfrey.

Ele parou um pouco, mas depois se afastou de mim, com a expressão triste. Meu peito se apertou. O resto do dia passou rápido, as vezes tomava poções e caia num sono pesado. Acordei quando a enfermeira entrou na ala hospitalar e me disse que finalmente poderia ir para o dormitório da grifinória, mas me obrigou a comer algo antes me deixar sair. Precisava descansar, como prometi, mas meu sentido de “rata de biblioteca” atacou de novo, de um jeito que não acontecia há algum tempo. Aqueles pequenos momentos tinham me ajudado a lembrar de como me sentir bem.

Decidi aproveitar a vontade então algo aconteceu. Estava caminhando até a biblioteca para terminar meu dever de DCT e não ter problemas com o professor quando escuto o som baixo de um choro vindo de uma sala vazia entreaberta. Preocupada com o barulho constante que vinha de lá entrei sem fazer ruído algum e para a minha total surpresa tinha um rapaz loiro com a cabeça abaixada sobre os joelhos dobrados.

Levei alguns instantes analisando e ao notar o cabelo louro platinado soube ser Draco Malfoy. O aroma delicioso já tinha me alertado, porém não queria acreditar. Virei meu corpo para sair de lá sem chamar sua atenção. Não queria outra briga, pelo menos, no momento. Não aguentaria ter que fugir dos meus sentimentos tantas vezes seguidas. Girei para sair, mas algo me impediu. Senti um nó na garganta. Não podia abandonar ele. Respirei fundo e me voltei para ele.

–Malfoy?

Chamei por seu sobrenome e isso me machucou, muito. Ele continuou de cabeça baixa sem me responder. Mordi o lábio querendo em impedir de andar até ele e segurar em sua mão. Voltei a virar os calcanhares, seguir meu rumo, porém meu coração se apertou dessa vez com força. Draco engoliu seu orgulho para se declarar, assumir e se preocupar comigo apesar do meu comportamento. Engoli em seco, meio insegura dei um passo à frente tentando outra vez.

–Malfoy?

–O que está fazendo aqui Granger?- Disse seco me chamando pelo sobrenome.

Parecia que tinha enfiado um punhal em meu peito e girado. Aguente firme, a escolha foi sua. Forcei minha voz a sair de um jeito que pudesse me escutar.

–Eu só... Só queria saber como está. Desculpe.

– Não te interessa. Afinal, já deixou bem claro o fato de que nada referido a mim seja da sua conta. - Falou com seu jeito superior voltando à tona enquanto lágrimas caiam.

Olhei para ele e notei seus olhos azuis um pouco avermelhados e umas lágrimas seguiam rolando por seu rosto. Não deveria ter me assustado com a sua grosseria e agora pensando bem o que me assustou foram as lágrimas que deslizam por seu rosto. Num impulso, idiota e desmedido, me aproximei dele para me abaixar a sua frente.

–Não sei o que você tem Malfoy, mas deveria conversar com um dos seus amigos. – Comentei sinceramente me perdendo em seus olhos. Ele apenas ficou me encarando. Então, não havia mais nada a fazer. Levantei e fui em direção à porta quando a sua voz arrastada saiu baixa.

–Eu… Eu estou tentando mudar, mas ninguém aceita ou acredita. – Olhei para ele. – Principalmente quem mais me importa.

Senti a intensidade de seu olhar me queimar.

–Não precisa me falar. – Sussurrei docemente.

Afinal, depois de tudo. Não devia querer me ter por perto.

–Mais eu quero.

Este era um momento que nunca passaria pela minha cabeça. Mesmo após ter conhecido o verdadeiro Draco não imaginava que pudesse se abrir. Tinha certeza de que mesmo que quisesse falar algo minha voz não sairia num tom audível, portanto assenti para e ele e me sentei ao seu lado no chão. Desabafar seria bom para ele. Ainda que me mate por dentro.

–Todos me julgam e não dão chance de provar que mudei. As pessoas me tomam pelo meu pai. E isto não é justo. Como posso mudar se ninguém me dá a chance de fazê-lo?

Fiquei em choque com isso e vi sinceridade em seus olhos. O choro parecia ser real. Falei sem para pensar com quem estava.

– Mas Malfoy não pode julgá-los você cometeu erros também. Não adianta se fazer de coitado. Prove a todas que mudou. Do que adianta apenas falar? Deixe com que vejam ser real o que tanto diz. Não será fácil, mas não pode querer que acreditem em alguém que por tanto tempo seus feitos comprovaram o contrário.

–Mas como? -perguntou com o cenho franzido.

Outra vez falei sem pensar.

–Deixe que conheçam o Draco, não o Malfoy.

Por Merlin, o que estou fazendo? Malfoy franziu o cenho mais ainda e se formou um pequeno vinco em sua pele pálida. Sabia o quanto era difícil para ele mostrar seus sentimentos. Tinha sido criado para ser frio, distante e intocável.

– Até hoje ninguém conhece o Draco, talvez nem mesmo seus amigos. -disse a última fazendo aspas com os dedos – conhecemos o Malfoy aquele que ostenta o nome e poder, mas esqueça um pouco a sua família e veja o que você quer, me entende?

Não sabia de onde tinha vindo toda essa coragem. Na verdade, estava sendo um pouco crítica demais. Sabia que Blásio era o melhor amigo dele e o único a realmente o conhecer. Seu olhar estava cravado no meu e por um momento prendi a respiração com medo do que ele faria. Ainda assim retribui o gesto. Será que iria começar a me xingar e coisas assim? Como permaneceu mudo eu me mexi desconfortavelmente e comecei a me levantar, mas sua mão me impediu de seguir. Ele me puxou de volta para onde estava. E o rastro das lágrimas continuava marcado ali.

– Por quê? – Perguntou com a voz abafada pelo choro. – Por que não podemos dar certo?

No fundo sabia que esse momento iria chegar. Não queria discutir isso, apenas fazer com que se sinta melhor. Então, o abracei e fiz carinho em seus cabelos. Ele estava tão abalado que se deixou levar e acabou se recostando em mim ficando em meu colo. Sorri triste me lembrando do pouco tempo em que estivemos realmente juntos. Na minha casa, a fuga da escola, a volta... Tudo parecia tão distante e impossível.

Acariciei com cuidado seus cabelos, suas costas, tentando confortar. Fechei os olhos respirando fundo. Seu cheiro era inebriante e eu sabia estar me metendo em confusão. Devo ter roubado a varinha do Merlin só pode. Estou fazendo um bando de besteiras continuas. Balancei a cabeça, me deixei levar pelo momento como ele e não sei dizer por quanto ficamos juntos na sala. Eu continuava com os carinhos em seus cabelos e sussurrava que tudo ficaria bem.

–Eu dúvido. – Retrucou várias vezes.

–Shh... – Dizia baixo impedindo de continuar sem deixar falar algo que acabasse magoando os dois.

Por fim seus soluços foram passando e ele se mexeu. Draco se afastou lentamente de mim enquanto eu rapidamente me colocava de pé e desaparecia pela porta. Sai de lá diretamente para o salão comunal da grifinória havia me esquecido completamente da tarefa. Respirei aliviada após ter passado pelo retrato da mulher gorda me apoiando na porta ao lado da entrada. Dei uma olhada ao redor e subi correndo tentando evitar me encontrar com os meninos.

Hoje foi um dia muito cansativo e estranho da minha vida. Não tinha feito nada por estar na enfermaria, mas meu corpo doía. Um flash de pensamentos passou pela minha mente sobre a guerra inclusive do beijo que dei em Rony. Passei a mão pelo cabelo me lembrando de que o beijo não fora como tanto tinha sonhado. Descobri naquele segundo que não gostava dele e depois da guerra conversamos antes de vir fazer o sétimo ano na escola que continuaremos apenas como amigos.

E pensava em tudo isso pela diferença que fora tocar ele e tocar o Malfoy. Meu coração disparou ao sentir o seu toque em minha mão ou a sensação de acariciar seus cabelos e o cheiro incrivelmente delicioso de sua pele. Suspirei ainda encostada agora à porta do dormitório, me deixando cair no chão. Um sorriso de leve se formou em meus lábios ao relembrar dos pequenos tempos que tivemos. Passos na escada não me fizeram abrir os olhos que havia fechado ao me lembrar do seu toque.

–Mi?- A voz da ruiva parecia preocupada.

–Oi Gina, está tudo bem. - Dei um sorriso fraco.

Em questão de segundos minha amiga estava sentada ao meu lado me abraçando e eu agradeci por tê-la comigo. Relatei o acontecido e me pareceu tão chocada quanto eu, mas no final deu um sorriso malicioso na parte em que confortei o garoto. Riu ao ver a cara que fiz por seu gesto, levantei deixando ela sozinha. Logo tomei um banho quente e me joguei debaixo dos lençóis. Antes de poder fechar os olhos a cama ao meu lado afundou.

–Você devia repensar. – Sussurrou baixinho enquanto as outras meninas entravam. – Ele provou o que sente, e posso ver a sinceridade em seus olhos. Ficou preocupado com você, eu sei. – Ergueu meu rosto. – E nós duas sabemos que você o ama. Pense nisso e durma bem.

Suas palavras ficaram ecoando em minha mente, mas com o tempo a única coisa que via era os olhos dele. E adormeci, sonhando com ele, seus beijos, seus carinhos. Lembrei que dia era amanhã e isso me deixava receosa tendo pesadelos. Acordando e dormindo com o mesmo pensamento. Isso aconteceu duas vezes, mas meu pensamento estava parado nele, somente nele.



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Notas finais do capítulo

Olá a todos, gostaria de agradecer a Mandinha,
Bebelahoahpmc4ever e Margarida pelos reviews. Meninas, fiquem de olho, a fic terá mais três capítulos e será o fim. Aguardem noticias, farei uma segunda temporada.
Aguardo a opinião de vocês ansiosa.
Beeeeeeeeijos,e até o próximo!



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