Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Buenas Leitores! E ai? Como estão?
Eis que sou Nicky Swan e peço encarecidamente: Certifiquem-se de estarem bem confortáveis em seus assentos e de manterem certa distância do monitor. Respire fundo... : )

Capítulo novo e LONGO!

Agora é com vocês!

Enjoy it e conversamos lá embaixo!



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 » ARIMA POV.¤ «

 

- Quarto 892  – disse o recepcionista sonolento. Não aparentava estar muito bem. Tinha grandes olheiras.

 

 

- Shukran [Obrigado] – respondeu meu pai. Sempre exalando simpatia.

 

 

 

Pareço uma criança curiosa que mal pisca para não perder uma imagem se quer. A Alemanha é incrível! É verão, mas nem se compara com a Arábia Saudita. Berlim é a cidade que estamos agora. Assim como Riad, ela é enorme! A maioria das pessoas aqui são loiras! Devo admitir: o cabelo deles é tão lindo! E muitos possuem olhos azuis!

 

Como imaginei, não vejo ninguém com o rosto coberto, apenas eu e minha mãe. As jovens andam de Jeans, com um tênis... daquela marca de estrela. Muitas de mãos dadas com rapazes. Estranho. Ver isso me fez sentir algo desconhecido. Mas bem, não é bom eu pensar nisso agora.

 

O Hotel é enorme! Olhei encantada para todo aquele lugar extremamente luxuoso! Meu pai parecia incrivelmente feliz e satisfeito.

Subimos de elevador até o 12º andar. Como já imaginava, meu pai me afastou do rapaz que ajudava com as bagagens. Constrangedor! Se ele pudesse ver meu rosto, notaria o quão vermelha eu estou.

 

- Arima! Não é incrível! Olhe Olhe! - dizia minha mãe mal entrando no quarto e já apontando para a vista que tínhamos da cidade – Meu Deus! Esse quarto, como é espaçoso! - disse em seu árabe impecável.

Com ela falando assim, até parecia que nossa casa era pequena.

 

- Sim mamãe, é lindo! - respondi enquanto olhava o anoitecer pela janela.

 

- Hania! Vou tomar um banho! Minha roupa? - disse meu pai esfregando olhos. 

 

 

 

- Só um minuto...  

 

 

 

E rapidamente, minha mãe deixou de admirar o quarto e correu pegar as roupas de meu pai. Ele estava realmente satisfeito. Já eu, estava tão ansiosa. Queria ver mais, mais!

 

 

- Chame o Omar certo? Vamos jantar hoje a noite. - afirmou meu pai dirigindo-se ao banheiro.

Estirei-me na cama, tirando meu Niqab. Estava exausta.

 

- Arima! Vou ajudar seu pai! Ahh! Poderia nos pegar a chave da garagem do hotel? Está lá na recepção. 

 

- Hã? - disse espantada, encarando minha mãe – Eu posso? - perguntei temendo uma resposta negativa.

 

- De jeito nenhum! - gritou meu pai nervoso do banheiro – Assim que eu terminar aqui, eu mesmo desço lá!  

 

 

 

“Sabia!” - pensei tristemente.

 

 

- Yaqub... A Arima é bem educada e cuidadosa, você a conhece...! - minha mãe ainda tentava fazer algo por mim.  

 

 

 

- Quieta, não de opinião Hania! Apenas quando solicitada! - disse meu pai rispidamente.

 

Costumes. Muitas vezes eu não concordava com eles. O silêncio tomou conta do quarto. Depois de alguns segundos silênciosos e tensos, derrotada, minha mãe voltou a retirar as roupas de meu pai da mala.

 

- É é...! Creio que Hania tenha razão...- disse repensando – Vá Arima, pode ir! Mas: Vista seu Niqab e não converse com nenhum homem! Nem na recepção, nem no caminho! Espere até uma mulher te atender e se não aparecer nenhuma, volte! Só responda mulheres, entendeu?

 

- Sim meu pai, eu sei de tudo isso. - respondi de forma educada enquanto cobria meu rosto novamente.

 

Era assim mesmo. Nós, mulheres sauditas, não podíamos falar com nenhum outro homem que não fosse da nossa própria família. E dentro dessa restrição, só até parentes de 2º grau.

 


Embora tivesse que respeitar esse pequeno detalhe, nada me impediu. Desci radiante até a recepção, rezando ser atendida por uma mulher. Todos que passavam por mim me olhavam com receio. É claro, eu não os culpo. Não é todo o dia que se vê uma jovem saudita andando por ai e principalmente desacompanhada de uma presença parental masculina. Estou tão acostumada a não ser notada que isso agora me incomoda um pouco.

 


» TOM POV.¤ «

 

- Tom...! - disse ela com voz de insistência e decepção.

 

- Vamos dar uma volta primeiro e depois... - vesti minha camisa. 

 

 

- Ai não! - pisou fortemente no chão - Agoraa, por favor! - Deus! Como ela é insistente! E parece estar implorando, ah! Como adoro isso. Mas, não vai adiantar. Estou frustrado agora. 

 

 

 

- Não... - respondi - Olha: vista suas roupas enquanto eu desço lá na recepção para pegar a chave da garagem do Hotel okay? – terminava de vestir meu casaco quando ela encostou seu corpo semi-nu em mim, abraçando-me por trás.  

 

 

 

- Já entendi seu joguinho. - Posicionou-se a minha frente - Gosta de deixar as mulheres só na vontade não é?... Mas eu não sou mais uma de suas presas Tom - disse, mordendo o lábio inferior - Venha... - pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos - vamos inaugurar essa suíte. – Ao notar que eu não me movia, Brenda veio em direção ao meu rosto. Por um momento, pensei que ela fosse me beijar, mas não. Aproximou-se lentamente do meu ouvido e sussurrou: - A-g-o-r-a-...! - enquanto mordia delicadamente minha orelha.  

 

 

 

“Tom! Acordaaa! Respira...!” - pensei     

 

- Vamos só dar uma volta... - respondi, segurando em sua cintura. Não é possivel. Minhas pernas estavam bambas?    Logo depois, ela sorriu e me beijou com conformação. - Que assim seja, T-o-m - K-a-u-l-i-t-z. - disse pausadamente, me fitando com agressão.

 

Ok, não posso concluir nada, porém, percebi três coisas com essa garota: 

 

1º: Fui violentado sexualmente através de um olhar, se é que isso é possivel.

2º: Jamais subestime uma mulher (em especial, as brasileiras). E olha que ainda 'nem cheguei lá'. 

3º: A impressão que tenho é de que, a presa em questão, não é mais ela.

 

Preciso sair logo antes que não consiga mais.

 


» ARIMA POV.¤ «

 

- Pois não, como posso ajudá-la? - disse o recepcionista para mim.

 

Não creio! Era um homem! Sempre soube, nunca fui sortuda. Mas ele era lindo! Não era o mesmo moço das olheiras. Este era loiro dos olhos azuis e extremamente alto. Como aqueles que havia visto na rua. Não pensei que os europeus fossem assim. Queria tanto poder falar com ele...

 

- John! O que você esta fazendo?! Não vê?! Ela é saudita, não pode falar com você! - disse uma recepcionista que chegava. Sua expressão era de total desespero.  

 

 

 

Olhei impressionada a cena. Alguém entendia os nossos costumes! Que alívio! Não pude evitar sorrir com gratidão.  

 

 

 

 - Perdão, perdão! - desculpou-se John rapidamente, saindo logo dali. 

 

 

 

- Então, como posso ajudá-la senhorita? - disse a moça tentando resolver o mal entendido. 

 

 

 

- Eu... - tentei dizer com meu inglês enferrujado - Gostaria da chave da garagem... 

 

 

 

- Certo. Aguarde um minuto por favor... - respondeu, indo para o mesmo lugar que John foi ao 'fugir'. Na verdade, era eu quem queria me desculpar com ele.

 

“Perdão. Mas não posso.” - pensei.


Apoiei-me no balcão. Havia vários computadores ali. Notei em um deles uma pagina aberta, estava escrito “Facebook”. Já ouvi falar nisso, mas nunca me atrevi a ter.

 


A recepcionista, de fato, era linda. Tinha várias fotos dela no que parecia ser uma praia. Ela estava... quase sem roupa nenhuma! Nossa! Me pergunto como podem existir pessoas que saem vestidas assim!

 


» TOM POV.¤ «

 


Chegando na recepção, não pude deixar de notar um vulto preto apoiado no balcão principal. Esfreguei os olhos por um momento. Por Deus! Estou vendo até assombração agora! Mas também, não duvido nada que esteja. Deve ser por causa da Brenda...É! Algumas coisas estranhas aconteceram desde que a encontrei. Um exemplo: Eu nunca me atrapalhei, em uma mulher se quer, (acredite se quiser) para retirar seu sutiã! A Brenda foi a primeira. Logo depois, quando estávamos 'quase lá', um cara bate na porta dizendo que é serviço de quarto. Não consegui me conter e abri a porta enfurecidamente, deixando Brenda plantada ao lado da cama. Respondi em alemão ao Sr. Educação: “Serviço de quarto? Eu acabei de dar entrada no hotel, porque precisaria disso agora? Meu amigo, se quer mesmo trabalhar, volte daqui a algumas horas. Daí sim! Vai trabalhar como nunca trabalhou na vida pra arrumar esse quarto”, e bati a porta.

Isso deixou Brenda perplexa e feriu profundamente meu orgulho, porque o ocorrido acabou com todo o clima e minha curtição. Pra não magoar a moça, tive que dizer que íamos sair. Quem sabe depois, na volta, eu não me anime de novo.

 


“Se o Georg descobre isso, vou ser motivo de chacota dele por todos os dias do ano até o fim da minha vida!” - pensei

 


Foras a dificuldade que tive para deixar o quarto. No mínimo estranho. 

 

Ué! Por mais que eu esfregue os olhos, esse vulto não desaparece. Então, não é um vulto. Ah! Agora lembrei! Como sou idiota, existe um país que se veste assim...e é um árabe!

Hm não! Acho que não é... ah droga! Lembro que matei a aula sobre essa matéria! Ok, pense! O Bill já se vestiu de sheik em um teatro da escola e... ele não usou essa roupa. No caso, meu irmão tinha algo branco na cabeça. Espera: é uma mulher? Mas está diferente das que eu já ouvi falar. Essa está com o rosto totalmente coberto! Não é possível, que desperdício! Não dá pra ver nada...absolutamente nada!

Quer saber? Esquece!

 


» ARIMA POV.¤ «

 

- Hallo! Eu gostaria da chave da garagem... - disse uma voz firme em um idioma desconhecido.

 


Olhei para o lado. Era um rapaz. Parecia ter seus 19-20 anos. Fitei-o de baixo para cima. Não estava acreditando! Estava parada ao lado de um jovem alemão! Igual aqueles com as meninas na rua! Porém esse era diferente: Suas calças eram enormes! Vestia também um casaco de couro (aparentemente sintético) e um tênis bem largão. E ainda tinha aquele cabelo todo esquisito...trançado. Era totalmente estranho! Nunca tinha visto algo assim! Mas me assustei mesmo quando notei que seu zíper estava aberto. Não pude deixar de corar. Agradeço novamente pelo meu rosto coberto!

 

- Aqui, senhorita – disse aquela recepcionista das fotos, estendendo a mão para mim. Ali estava a chave.

 

- Ãh? Ah! Obrigad... Ahh!  

 

 

 

Não consegui terminar a frase. Não sei se fiquei chocada pelo garoto ou pelo fato de ter me esquecido totalmente do motivo pelo qual eu estava ali. O fato é que eu a havia derrubado.

 

Estava toda perdida e num gesto brusco abaixei-me para pegá-la. Notei novamente o zíper aberto. Ai não! Me atrapalhei mais ainda.

 

- Hey, fique calma. Aqui está. - disse o rapaz do zíper agora estendendo a mão para mim.

 

“A chave! Pegue-a Arima!” - pensei, querendo recobrar algum movimento. - "Corpo, me obedeça!" - pensei quando finalmente consegui mexer minha mão.

 


Nossos olhares se cruzaram. Pude perceber o espanto em seu rosto. Seus olhos agora estalados fitavam os meus profundamente. Era como se, ele estivesse vasculhando meu interior, minha alma. Senti meu coração disparar. Jamais um homem me olhou assim. Eles nunca tiveram chance. 

 

Numa tentativa impulsiva, abaixei minha cabeça rapidamente e sai correndo até as escadas. Esqueci-me completamente da existência de um elevador. Logo sentiria a tensão de subir 12 andares. Mas eu não andava, corria. O que havia acontecido? Por que fiquei tão perdida? Ele falou mesmo comigo?

 


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Notas finais do capítulo

E ai? Como foi? Sou merecedora de reviews?

Para quem tem dúvidas sobre as roupas da Arima, acesse o post especial: http://thfanfiction-guiltylove.blogspot.com/2010/07/leitura-nos-leva-por-mundos-que-nunca.html Beijos!:**