Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 21
Capítulo XXI


Notas iniciais do capítulo

Acho que pedir desculpas pela demora não funciona, então...

Preparem-se para o capítulo 21! Enjoy it! ♥

p.s: No blog da fic o capítulo está mais 'bonito', digamos assim. Acesse e confira! > http://thfanfiction-guiltylove.blogspot.com/

p.s²: Quem não quiser ir até lá, pode ler enquanto escuta essa música > http://goo.gl/0IgyZ

p.s³: Esse capítulo exige uma leitura LENTA.

;D



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» TOM POV.¤ «


 Bom, antes de mais nada, preciso tirar minhas roupas e meus outros pertences pessoais daqui desse hotel. Mais que decidido, eu teria que voltar.

 Entrei com o carro na tão conhecida garagem, estacionando-o logo em seguida. Tudo parecia normal, tranqüilo, se comparado a nossa cena de perseguição a minutos atrás. Embora meu corpo estivesse parado, eu estava visivelmente agitado, em movimento. Meus pensamentos tinham pernas e corriam para longe. Respire. Parei por um momento, obrigando-os a ficarem mais lentos. E agora? Como vamos fazer para entrar sem sermos vistos? Olhei para todos os lados, procurando por uma entrada escondida, janela, qualquer coisa! Nessas horas, eu não me importaria em ter de escalar outra parede.

Ao olhar para trás, notei o banco traseiro acomodando imensas sacolas e meu celular, agora meio desmontado. Talvez eu o tenha jogado forte demais... agrr mas o que importa? Que merda de sacolas são essas? 

"Mas se for parar pra pensar, eu tenho tempo pra fuçar sacolas? Ah, tenha dó de mim!" - pensei, pegando apenas meu celular desmontado.

O montei novamente, apertando o botão de ligar. 

Meus pensamentos estavam bagunçados. O que valia a poucos minutos atrás, já não vale mais agora. Eu me esquecia das coisas. Minha mente estava coberta por buracos e eu estava confuso. Apesar de tudo isso, decidi prosseguir com o planejado.

-  Arima. – disse, fazendo-a me olhar. 

- Sim? – respondeu receosa, baixinho. Ela não me olhava nos olhos, e só mais tarde fui perceber que ela evitava isso de todas as formas possíveis.

- Eu não tenho a intenção de te devolver. - disse, sendo um tanto insensível. Ela me olhou espantada e seus olhos se encheram de lágrimas. Por um momento, realmente me senti um sequestrador. Pude sentir o medo que me dominava, a dominar também. 

Levei minhas mãos até seu rosto, tentando reparar o dano que minhas palavras causaram ou poderiam vir a causar. - Como posso explicar... - hesitei - Deus! Nem eu sei como fazer isso! - abaixei a cabeça, respirando fundo, logo erguendo-a novamente. Segurei seu rosto mais firmemente, fitando bem dentro de seus olhos esverdeados. Procurando pelas palavras certas, consegui construir minha frase. - Eu não quero me separar de você. - disse, com toda a sinceridade do mundo. - Não estou pronto pra fazer isso, entende? - Ela fechou os olhos, sufocando uma lágrima que, agora liberta, percorria seu rosto gelado até sua boca. 

Há uma diferença óbvia entre pensamentos e palavras. Os pensamentos precedem ações e, para que estas se concretizem, precisam ser traduzidas em palavras. Precisam ser ditas para ganharem força. Mas claro, há conseqüências muito mais sérias para cada palavra dita do que para cada pensamento pensado. E eu estava me arriscando, como nunca fiz na vida.

Corro o risco de destruir o que chamo de existência, de reputação, meu ambiente de trabalho, meus amigos, minha família, fãs e principalmente o que eu achava que não tinha: Um coração.

Sabendo de tudo isso e sendo tão teimoso, decidi que não voltaria atrás.

- Precisei voltar aqui... – comecei a explicar - no hotel onde, coincidentemente, estamos hospedados. Preciso tirar algumas coisas minhas do quarto e devolver esse carro.  Eu - hesitei - também não pretendo voltar, não pretendo 'me devolver'. - ela abriu os olhos, agora tão confusa quanto antes.

Explicar o meu plano a você, ou a qualquer outra pessoa seria impossível e inacreditável. Nem eu acreditava que estava disposto a tanto. Não sei como chegamos nisso, mas essa situação é imutável. Eu realmente não vou voltar atrás.

- Se você quiser pegar algum pertence seu, tudo bem. 

Alguém diz em voz alta e clara pra mim que isso é loucura?

- Fiz minha escolha, Arima. De fato, não tenho a intenção de te devolver mas, ao mesmo tempo, eu não quero te obrigar a nada. - engoli a seco. Não seria fácil falar as próximas palavras. - Por isso... você está livre pra escolher o que quer fazer. 

Lágrimas voltaram a visitar seu rosto. 

Talvez ela quisesse que eu a obrigasse, afinal, ela vive uma vida assim. Sendo ordenada, seguindo regras. Dar essa liberdade de escolha deve ser algo realmente assustador para alguém que esteve isento disso por tanto tempo. Porém, ainda penso que, como minha mãe ensinou um dia, devemos falar o que queremos, o que sentimos. Faça o que tiver vontade, mas seja humano o suficiente para assumir as conseqüências desse ato. 

Minha voz não é a dela, nossas vontades são diferentes. Antes eu posso até ter agido por impulso, a 'sequestrando', mas agora não. Este não sou eu sendo egoísta.

 - Vou até lá dentro fazer tudo que te disse, e depois voltarei aqui. Se você estiver disposta a seguir adiante comigo, esteja aqui em 15 minutos. - ela balançava sua cabeça abaixada de forma lenta e positiva. - Caso aconteça o contrário... - não ia acontecer. - caso você não apareça, entenderei qual é a sua posição e vou respeitar isso, mesmo não aceitando. 

Novamente ela fechou os olhos e ficou assim por um tempo. 

- Ainda não sei para onde vamos, Arima. Mas te dou minha palavra: Eu não vou a lugar algum sem você. - finalizei a olhando pela última vez, antes de abrir a porta do carro.

Quando fui tentar sair, não consegui. Algo estava me prendendo, segurando meu paletó completamente amarrotado. Ao olhar para trás, pude entender completamente o que era e o que quis dizer, mas não conseguiu. É nessas horas que percebemos a voz do silêncio e como ele diz tudo, mesmo sem dizer nada.

Seus olhos perdiam lágrimas desesperadamente e eu não conseguia mais ficar ali. A decepção. Isso é tudo que todas as pessoas certamente nos dão em algum momento da vida.

- Tudo bem, Arima. Eu já entendi. - afirmei derrotado, "fechando" a porta. 

Assim que a bati, pude ouvir seu choro dolorido oscilando entre altos e baixos. 

Me dirigi lentamente até a entrada para o saguão. Meu coração estava apertado, minhas lágrimas não saiam. Eu queria chorar, mas não conseguia. Queria sentir raiva, mas era impossível. Sentir raiva? Só se fosse de mim e da minha bondade, afinal, eu lhe dei o direito de escolha, não dei? 

Até vontade de matá-la eu tive, mas não durou mais que um minuto. Sou tão errado, tão doente, que até meu amor não escapou da contaminação. Imagine, seria algo tão idiota! Algo como querer atirar nela, mas ainda assim, se meter na frente para levar o tiro.

Eu a perdi e isso sim é meu lado egoísta falando, já que não podemos perder algo que nunca nos pertenceu. Algo que nem de fato tinha começado estava acabado. 

De verdade, Tom Kaulitz: Você achou mesmo que isso podia funcionar?


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Notas finais do capítulo

#OMG

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