Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 22
Capítulo XXII


Notas iniciais do capítulo

Pois é, meus amados leitores super pacientes comigo: A coisa está realmente feia!Mas não vou desistir. Vou até o final!p.s: Senti falta de todos vocês. ♥



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» TOM POV.¤ «


Deixar alguém pra trás quer dizer que você só quer o melhor pra ela, mesmo que isso signifique aceitar a realidade de que o melhor não é apenas você.


Dentre tantas mulheres, tantas opções, eu simplesmente escolhi a errada. Procurei tanto pela pessoa certa que pudesse preencher esse meu vazio que, quando encontrei, racionalmente falando, ela é a pessoa errada. E agora, o buraco que existia antes, sem ela, ele se torna mil vezes maior.


Eu não queria influenciar tanto a sua escolha. Deixei que ela, por vontade própria, escolhesse e ela o fez. Entretanto, não foi o que pensei que aconteceria.


Não acredito que me deixei criar falsas esperanças.


» ARIMA POV.¤ «


Allãh, Allãh, o que eu faço?! – pensava, enquanto tentava me controlar. Impossível. As lágrimas só aumentavam a cada tentativa de conte-las. O que eu fiz?


Eu não posso, eu quero, mas não posso. Como eu poderia deixar tudo pra trás? E as leis de Deus? Não posso simplesmente ignorá-las. Mas e agora? Como vou fazer? Como vou sair daqui e encarar minha família? E o pior: Como vou viver sem ele?


Algo simplesmente não se encaixa. Não está certo, mas deveria.


Eu já presenciei uma situação parecida com essa dentro da minha própria casa. O fato é que os rapazes e as moças da Arábia saudita aceitam completamente as exigências religiosas e culturais da nossa sociedade. Podemos nos aborrecer com as regras, tentar fugir delas, mas se tem uma coisa que eu sei, é de como outros são cruéis com pessoas como eu, que zombam dessas regras tão audaciosamente.


O medo de ser livre. Isso me persegue e creio que, sempre restaram sombras disso dentro de mim. Até quando vou agüentar viver assim? Eu acredito nas leis de Allãh, em tudo!  E pensei que isso fosse o suficiente para que eu fosse feliz. Porém, depois de hoje, conseguirei ser feliz seguindo leis dessa forma? Fazendo orações todos os dias cedo com meu coração longe Dele. Isso é justo?


As lágrimas iam cessando conforme eu ia compreendendo.


Então, como preceder?  Se faço, me arrependo. Se não faço, passo o resto da vida me perguntando como seria. Qual o melhor? O que vale a pena? Um sinal, Allãh.  Qualquer coisa. Dê-me sabedoria para que eu ache uma saída justa.

Foi quando olhei pra trás




» TOM POV.¤ «


Tudo certo, vamos embora. – Pensei comigo mesmo, quando passei pelo saguão frio e vazio, tendo acesso novamente ao estacionamento. Fui abrindo minha bolsa, quando toquei a chave do carro, bem ao fundo, enroscada no meu casaco de lã. Droga vai estragar ele! Comecei a puxar bruscamente, no que a chave voou da minha mão e caiu no chão. Coloquei a mão na cabeça por um momento. Tom, você precisa se acalmar, precisa relaxar. Ainda meio tremulo e zonzo, me abaixei para pegá-la quando senti algo estranho. Sabe aquela velha sensação de estar sendo observado, como se alguém fosse surgir do nada e te assustar? Então.  Ainda com essa sensação, fui me levantando lentamente, com cuidado e, a medida que meus olhos iam alcançando maiores distancias, notei que realmente havia alguém me observando um pouco mais a frente.


Estava vestindo uma bota preta com salto alto, de cano baixo. Obviamente, notando isso, vi que era uma mulher. Ou não. Outra rara criatura masculina que usa isso é meu irmão. De qualquer forma, isso não vem ao caso. O fato é que conforme meus olhos iam subindo, fui ficando igualmente nervoso. Ao ver as longas pernas finais cobertas naquela calça branca, jurei de pés juntos já saber quem era a figura. Claro, era burrice minha imaginar que ela demoraria tanto pra me encontrar. Aquela mulher é um radar Tom Kaulitz humano, pior do que qualquer stalker. Minha mente começou a criar respostas às possíveis perguntas que ela faria: “O que você tem na cabeça?” Resposta: Aquilo que todo o camarão tem: Merda”. E não? É o que sempre respondo pro Bill e ele fica furioso. Mas me diga se não é isso mesmo: Eu seqüestrei uma mulçumana!  Quem em juízo perfeito faz isso?


Acho melhor não desistir da idéia de fugir. Se me pegam, vou preso sem sombra de dúvida! Agr! Sem piadinhas, Tom. Que droga, que DROGA!


Levantei rapidamente quando me dei conta de algo: A Brenda não tem pernas tão finas assim. Ela tem pernas muito grossas, pra falar a verdade. Impossível não reparar.

Mesmo me erguendo tão rápido, meus olhos não evitaram ler mais um pouco da figura ao longe. Espere um pouco. Blusa preta com uma jaqueta de couro, vários colares no pescoço? É o Bill? Não. – pensei, forçando os olhos. - O Bill tem aquele moicano bizarro, meio amassado.  




Impossível. Não pode ser verdade.



Visivelmente diferente, mas era ela. Vestia também uma pequena touca preta.

Estava parada ao lado do carro alugado. Foi quando percebi que havia deixado as chaves dentro do carro, junto da Arima, sendo que preciso devolvê-lo. Viu quando eu disse que estou esquecendo das coisas?


Ainda surpreso e quase estático, meus pés foram mais rápidos e começaram a me guiar até ela. A cada passo, meu coração ia acelerando. Isso está mesmo acontecendo?


Parei bem a sua frente.


 - Arima?  - perguntei, ainda analisando sua nova imagem. Não quero ser enganado, muito menos pelos meus olhos. - O que está fazendo?


- Eu... – disse baixinho, tanto que quase não a ouvi. – Eu... – disse agora, um pouco mais alto -  usei uma das sacolas. Vestida assim, dificilmente alguém que não seja da minha família vá me reconhecer. – afirmou, hesitante. – também não subi no quarto pra pegar nada. Sabia que voltaria aqui, afinal, seu carro está logo ali, não?


- Está. – disse desconfiado, ainda não acreditando. – Então essa é sua escolha? – perguntei, mesmo não querendo ouvir a verdadeira resposta. Tudo que eu queria era tê-la comigo. Essa é a verdade. Por dentro, sou um egoísta desgraçado. Isso nunca vai mudar.


- Não é fácil pra mim, Tom, ignorar tudo que aprendi durante minha vida, assim do nada. – disse ela, apertando suas mãos com força - Eu pensei em como minha vida seria se eu não fosse com você, se eu seria feliz. Em como eu faria minhas orações com o coração longe de Allãh. Foi então que percebi que algo estava mal, não encaixava.


- E você, descobriu o que está mal? – perguntei, curioso.


- Não – disse, tristemente. – Eu pedi que Allãh me desse sabedoria para encontrar uma saída justa, mas...


- Sabe, Arima... – expliquei , interrompendo seu raciocínio e iniciando outro. – Você sempre busca por alguma regra, qualquer tipo dela, e - hesitei – isso, no final, não tem nada a ver com justiça.


Ela me olhou surpresa, ao mesmo tempo um tanto curiosa. Creio que já tenho a atenção dela por completo.


- E por que isso não tem nada a ver com justiça? – perguntou, incerta. Não consegui entender se ela tinha medo de fazer a pergunta ou de ouvir a resposta.


Dei um passo adiante e com uma mão, toquei seus cabelos ondulados, empurrando uma grande mecha delicadamente para trás. Sorrindo com todo o amor que sentia, respondi sua pergunta.


- Porque a justiça é como a lei, Arima. – hesitei – E o amor, não tem regras.


Ela me fitou de uma forma tão especial, que pude sentir sua expressão de paz afagar o meu rosto. Era como se, minhas palavras a tivessem libertado.


- E se tem uma coisa que aprendi com a banda – continuei – é que de todos os julgamentos que você pode vir a sofrer, o mais importante é o julgamento que você faz sobre si mesmo.


Pude perceber que seus olhos encheram-se de lágrimas. Levei minhas mãos até seu rosto e o levantei, limpando cautelosamente as lágrimas que escorriam dos seus olhos. Ela o virou para a direita, desviando novamente o olhar. Você pode não falar, mas eu já entendi.


- Arima.... – falei mais um pouco - Segundo o meu irmão, amor é um sentimento que você não pode explicar, apenas expressar. – ela levantou o olhar, temerosa. – E se você permaneceu aqui, tem alguma duvida do que isso quer dizer?


Depois de um longo minuto de silêncio, estendi minha mão em sua direção e disse sorrindo:


- Sem olhar pra trás?


Ela sorriu e do jeito como o fez, percebi que o motivo era pessoal. Logo menos, sua expressão ficou séria novamente e ela hesitou. Vi seu braço retroceder mas, logo o ‘impulso’ foi contido. Ela fechou os olhos lentamente, respirou fundo e o estendeu, tocando assim minha mão. Como mágica, senti todo meu corpo se arrepiar. Fitei seu braço e percebi que o mesmo havia acontecido com ela. E então eu a puxei para mim, abraçando-a com todo o amor que podia sentir nesse mundo.


Quer saber uma verdade?  Nós somos apenas duas pessoas que não deviam se apaixonar, mas o fizeram.


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Notas finais do capítulo

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