Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 16
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Hallo Leitores amados! Como vão? *-*

Hoje é sábado, dia de post e..bem! Espero que estejam gostando da 'Guilty Love' e deste capítulo que, será muito importante para toda a fic!
Ele ficou relativamente longo então, peço que se ajeitem ai na cadeira, afastem-se da tela e boa leitura! o/

Enjoy it & conversamos lá embaixo!



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» TOM POV.¤ «

Tinha alguma coisa muito errada - não! Muito, nesse caso, é pouco. Não existe nem uma palavra pra descrever essa situação. Porque, veja bem, analisando: eu entro na loja e me deparo com a garota dançando, toda entusiasmada, leve e, até me atrevo a dizer, livre. E então, do nada, ela fica totalmente estranha e sai praticamente correndo da loja, como se quisesse evitar algo, ou como se estivesse ferida.

Aquela garota... todo esse episódio só me fazia ver mais claramente ainda o quanto ela era misteriosa. E, de algum modo, isso me atraía.

Ela me chamava atenção de uma maneira profunda... diferente. Eu não sabia nada sobre ela – nem ao menos sua aparência -, mas seus olhos eram como ímãs pra mim, tendo um poder imbatível, que não me permitia esquecê-los por nem um segundo sequer.

E eu podia ter qualquer garota... as mais belas e maravilhosas meninas estavam aos meus pés, querendo nem que fosse apenas uma noite comigo – e isso sempre me agradou até mais do que deveria -, mas nada no mundo supriria a necessidade que tinha crescido dentro de mim de desvendar a misteriosa menina muçulmana.

- Tom, vamos? - disse Brenda, trazendo-me de volta pra realidade. Incrível como ela estava ficando boa nisso.

- Hun... ok. Vamos. - concordei, sem ao menos ter certeza do que ela estava falando.

Saímos da loja calmamente, indo em direção ao meu carro.

- Hey, você pode me deixar em frente ao salão? Preciso me preparar para hoje à noite.

- É... claro – concordei distraidamente, sem saber ainda ao certo do que a garota falava.

Na verdade, eu não estava dando a mínima para o que estava acontecendo aqui e agora. Eu só precisava descobrir o porquê de eu estar tão vidrado, tão obcecado por uma desconhecida. O que ela tem diferente? A aparência? Não, não é só isso. Tinha algo mais e eu necessitava entender o que era.

- O alarme, Tom. Você precisa desligar antes de entrar no carro. – advertiu Brenda, vendo-me falhar ao tentar abrir a porta várias vezes. - Você está bem? - perguntou, agora me olhando com uma expressão um tanto quanto preocupada.

- Estou ótimo, sim. – apressei-me em disfarçar, entrando no carro e fechando a porta.

Ao dar a partida, senti o vento do ar condicionado refrescar meu rosto. O céu estava escuro, como se fosse chover, mas ainda assim podia ver o sol entre as nuvens. Isso apenas colaborou para que eu ficasse ainda mais nostálgico.

Lembrar de tudo o que passei na vida enquanto dirigia, não era novidade mas, dessa vez, tinha um motivo mais forte. Lembrei do meu primeiro beijo e de como Bill também o conseguiu com a mesma menina no dia seguinte... Todas as minhas ficantes, amigas, minha primeira experiência de sexo... tudo isso me parecia tão... vazio. Depois que a fama nos alcançou, mais mulheres vinham até mim e, quanto mais eu conquistava aquelas que desejava, menos eu me sentia amado.

Acho que estou ficando louco.

- Aqui, dobre nessa esquina, Tom. - sua voz parecia muito distante de mim, não parecendo nada mais que um sussurro.

Virar o volante foi como virar um capítulo da minha vida para o mais tenso de todos: o dia em que perdi a paciência com uma fã e a atingi no rosto. O que me fez agir de tal maneira? Ela era uma mulher, apesar de tudo. Lembro da repercussão que isso teve na mídia e de todas as outras mulheres que vieram depois desse fato.

De infiel, eu passei ao violento, sem amor. Uma máquina fora de controle, que descontava toda minha frustração em pessoas que não tinham absolutamente nada a ver com o meu problema. Eu agia como se essas mulheres tivessem culpa do que sinto. Como se a solidão me corroesse por dentro fosse consequência de algo que elas faziam, sendo que o único culpado talvez fosse eu.

- É aqui, Tom. - disse Brenda, que até então ficara silenciosa, provavelmente percebendo que eu precisava de um tempo comigo mesmo.

- Ah... tudo bem. – concordei distraidamente, encostando o carro. – Quer que eu venha te buscar depois...?

- Não é necessário. Vou até o hotel te encontrar. – ela me cortou, dando um meio sorriso.

- Bom, então tudo bem. - disse, tentando retribuir o sorriso. Quantas vezes não vi essa cena antes? Com tantos rostos diferentes? Mulheres entrando e saindo desse carro, entrando e saindo da minha vida.

- Até mais tarde. – disse simplesmente, batendo a porta e seguindo seu caminho.

“Ahh! Eu to com febre, só pode! Por que pensar nisso justo agora?”

Liguei o rádio, na esperança de encontrar algo bom que pudesse simplesmente me impedir de ouvir meus próprios pensamentos. Pisei com força no acelerador, como se isso pudesse me ajuda a deixar tudo para trás: as coisas que eu já passei, minha consciência, essa garota.

Coloquei minha mão esquerda na cabeça, tentando entender o que estava acontecendo. Foi então que uma voz muito conhecida começou a cantar, aquela letra impregnando na minha cabeça, como uma trilha sonora escrita especialmente para o drama que meus pensamentos protagonizavam.

Girls can wear jeans

And cut their hair short

Wear shirts and boots

'Cause it's OK to be a boy

But for a boy to look like a girl is degrading

'Cause you think that being a girl is degrading

But secretly you'd love to know what it's like

Wouldn't you

What it feels like for a girl

Garotas podem usar jeans

E cortar os cabelos curtos

Usar camisas e botas

Porque é legal ser um garoto

Mas para um garoto, se parecer com uma garota é degradante

Porque você acha que ser uma garota é degradante

Mas secretamente você adoraria saber como é

Não adoraria?

Como se sente uma garota

Silky smooth

Lips as sweet as candy, baby

Tight blue jeans

Skin that shows in patches 

Maciez sedoza

Lábios tão doces quanto uma bala, baby

Jeans azul apertado

Pele que se mostra em fendas 

Strong inside but you don't know it

Good little girls they never show it

When you open up your mouth to speak

Could you be a little weak 

Forte por dentro, mas você não sabe 

Garotinhas boas nunca se mostram

Quando você abre sua boca para falar

Poderia ser um pouco mais frágil?

Madonna?

Do you know what it feels like for a girl

Do you know what it feels like in this world for a girl

for a girl

Você sabe como se sente uma garota?

Você sabe como se sente uma garota neste mundo?

Para uma garota

Boa pergunta! E eu estava mesmo ficando maluco, já que até uma música da Madonna estava me fazendo refletir. Mas... isso fazia sentido!

Como as garotas se sentem sendo usadas? Como elas se sentem... Sendo apenas objetos? Como ela se sente sendo essa sombra que ela é?

A historia esta repleta de homens que fizeram loucuras por uma única mulher. Mas por quê? O que os levou a fazerem isso? Amor? Apenas amor?

Porque, pra mim, não podia ser apenas isso. Não valia a pena. Isso de amor me parece mais uma forma estúpida que as pessoas encontram de fingir que não estão sozinhas, acreditar que alguém se importa realmente com elas quando, na verdade, todo mundo sabe que não passa de atração... não passa de uma forma de satisfazer seus desejos, sem o problema de se preocupar com “pecados”.

Conforme ia me perguntando, enterrava meu pé cada vez mais no acelerador. Desliguei o radio, tentando me livrar daquela música.

Mas se Páris foi capaz de fazer uma guerra por Helena, acabando com Tróia, só por dizer amá-la, talvez ele sentisse mesmo. Os homens daquela época eram os mais corajosos combatentes que já existiram. Eles não colocariam um reino em xeque se não fosse por algo digno. Talvez eles soubessem do que se tratava... talvez homens pudessem realmente se apaixonar.

“Isso não pode acontecer... isso não está acontecendo comigo!” – pensei, batendo a mão no volante.

Conforme ia dirigindo, assistia aos relâmpagos ao longe se aproximando. Ventava forte e o mundo parecia que ia desabar. Tanto este, quanto o meu.

Uma buzina interrompeu meus pensamentos.

“DESGRAÇADO!” – gritei irritado, abaixando o vidro e observando a cara feia do motorista que resmungava, por ter tido que desviar do meu carro, enquanto eu passava acelerado ao seu lado.

“Tom, acalme-se! Você não pode morrer ainda” – pensei, analisando minha imprudência que quase me levou a bater feio no carro da frente.

A cidade estava cheia, as ruas completamente lotadas. E eu estava cansado de multidões!

Me sentia tonto, enjoado. Era como se meus pensamentos brincassem de roleta russa e eu, estava apenas esperando por um que pudesse me destruir por completo. Meu estômago revirava. Parecia que um enorme alien se retorcia ali dentro, me deixando nauseado e com vontade de sumir.

Pisei mais forte no acelerador, vendo o velocímetro quase completar 180º.

“Não, eu ainda não estou satisfeito!”

Dirigi ligeiro até um campo enorme. Encostei o carro e saí furioso, batendo a porta com força, causando um alto estrondo, combinando com os trovões que estouravam no céu – mas nem isso foi o suficiente para descarregar minha raiva. Bati no capô do carro com força, e olhei para cima. O céu estava escuro; negro como meu humor. Pressionei meus olhos com raiva, e logo em seguida sua imagem veio a minha mente. Aqueles olhos...

Aqueles olhos estavam me levando à loucura, consumindo minha alma rapidamente, fazendo minha mente se perder dentro dela mesma, me remetendo sempre à mesma memória... Eu não conseguia tirar ela da minha cabeça.

“AHH! QUAL É O MEU PROBLEMA!” – gritei, sem me preocupar se alguém pudesse estar ouvindo. Minha mão latejava, e meu coração parecia que iria ‘explodir’.

Senti a chuva colocar uma lágrima em meus olhos. Aquela que eu jamais teria coragem de derramar. Andei até mais perto do campo e fitei apreensivo o horizonte. Chovia forte, o que impossibilitava que minha visão fosse perfeita. Os relâmpagos rasgavam o céu.

- Isso não pode estar acontecendo. Eu não posso... Estar me sentindo assim. – falei trêmulo, ouvindo um trovão como resposta.

Pude escutar meu celular tocando desesperadamente no meu bolso. O trouxe até mim, fitando o visor, sem emoção alguma.

(ATENDER) B r e n d a   L o r e n a (DESLIGAR)

Apertei-o com força em minha mão não ‘machucada’ e o atirei longe.

O que está acontecendo comigo, afinal? - pensei, caindo de joelhos na grama encharcada.


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Notas finais do capítulo

#omG

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