Depois que Edward nos deixou em casa, fiquei pensando em tudo que tinha nos acontecido ultimamente. Alguma coisa me falava que Tânia estava por trás disso.

É o tipo de coisa que só pessoas dissimuladas fazem, tudo se parece muito com a personalidade dela. Primeiro a montagem e depois isso.

Ainda bem que eu tenho uma pessoa que pode ajudar muito.

- Mãe vou sair.

- Vai aonde querida?

- Resolver alguns problemas. E depois temos que conversar, acha mesmo que eu não percebi esse sorriso? Quero saber quem ou o que está causando ele.

- Estou apenas feliz porque Bella voltou para casa, e por finalmente contar a verdade para vocês.

- Vou fingir que acredito. A senhora está assim, desde que chegou da Itália. Será que algum italiano conseguiu mexer com esse coração?

- Alice. – Mamãe disse com um ar de reprovação, mas não deixou de esboçar um sorriso.

- Tudo bem. Mais tarde agente conversa.

Peguei o carro e dirigi em alta velocidade. Chegando toquei a campanhia, mas parecia que não havia ninguém em casa, pois demoraram a atender.

- Oi querido, é bom revê-lo. Tudo bem com você? – Dei um enorme sorriso. – Não vai me convidar para entrar?

- Alice eu não quero você na minha casa. Por favor, poderia se retirar.

- Mas eu vim por uma boa causa. Agora se não quiser me ouvir, também tem o direito.

- Entre. – Ele disse com uma cara rabugenta. – Fique a vontade, só vou me trocar.

- Claro. Mas não demore, meu tempo é corrido.

Não passaram nem cinco minutos, e ele estava de volta a sala.

- Pois bem, o que quer comigo?

- Quero saber se gostaria de trabalhar no E! ?

- Eu no E! ?

- Claro. Apesar de tudo você é um bom profissional.

- Mas é claro que eu aceito Alice. Quando posso começar.

- Se você me ajudar, amanha mesmo.

- Precisa de ajuda em que?

- Quero saber quem provocou o acidente de Bella.

- Estava bom de mais para ser verdade. Infelizmente eu não sei de nada.

- Não se faça de sonso, eu sei muito bem quem foi.

- Então por que está aqui?

- Se você não sabe, preciso de provas e testemunhas. Já tenho o encaixe de algumas peças, só me falta a ultima e mais importante.

- Deixe-me esclarecer uma coisa. Eu tenho o emprego, se te ajudar com a tal pista?

- Como conseguiu descobrir isso? – Fiz cara de espanto. Quando eu queria ser cínica, conseguia perfeitamente. – É pegar ou largar. Aqui está o contrato.

- Eu vou receber esse valor? – Sabia que iria fisgá-lo com o salário. Ele sempre quis dinheiro, fama e mulher. E eu estava lhe dando a oportunidade.

- Isso é só o começo, dependendo do seu desempenho, esse valor só tende a crescer.

- Eu aceito. – Consegui. – O que tenho que fazer?

- Arranque de Jéssica uma confissão e grave tudo para mim. Depois entregarei a policia.

- Policia? Mas você tem uma confissão minha guardada.

- Fique tranqüilo, eu cuidarei disso. Lhe garanto que você não será preso.

- Espero que sim. Qual é meu prazo?

- O máximo amanha. Tenho urgência em ver Tânia atrás das grades.

- Perfeito. Amanha pode passar aqui, que eu te entregarei.

- Mais uma coisa. Eu sinceramente acho que Tânia está envolvida no sumiço de Heidi, tente descobrir mais isso.

- Pode deixar. E quando eu começo a trabalhar?

- Depois que me entregar a gravação, posso te apresentar tudo. E como recompensa, acho que merece dois salários adiantados. – Tirei o envelope da bolsa, e entreguei a ele.

- Ual. Isso é mais do que recebi depois de deixar a faculdade.

- Acostuma-se, isso será freqüente. – Dei uma piscadinha, e levantei-me para ir embora. – Foi muito bom fechar negocio com você.

- O prazer foi meu. Garanto que não vou decepcioná-la.

- Assim espero. – Já ia saindo, quando voltei e falei. – Como já disse, você é um bom profissional, apenas não sabe aplica-lo corretamente.

[...]

- Alô Peter?

- Sim. Quem fala?

- É Alice tudo bom?

- Oi Alice, tudo sim. E com você?

- Melhor impossível. Lembra ontem, quando te liguei e disse que tinha uma idéia?

- Claro. O que conseguiu?

- Eu vou conseguir a confissão de uma das envolvidas no acidente de Bella. E consequentemente o nome da mandante.

- Isso é perfeito. Mas você está ciente de que essa pessoa pode desmentir tudo, né?

- Para isso eu tenho uma testemunha chave. O pai dela.

- Pai? Ele não vai querer entregar a filha.

- Mais vai sim.

- E como ele pode ajudar?

- No dia do acidente, ele chegou falando que a filha não saiu do telefone um minuto sequer, e que estava feliz porque tinha fechado um importante contrato. Mas é claro que ela estava feliz, pois imaginou ter acabado com Bella.

- Nossa que historia! E você está de parabéns por tamanha percepção.

- Muito obrigada. É um prazer ouvir isso de um excelente detetive como você.

- Mais uma coisa. Eu consegui pistas do paradeiro de Heidi.

- Serio? Isso é melhor do que eu esperava. Vamos conseguir prender as duas de uma só vez.

- Não posso garantir certeza, pois tenho apenas hipóteses. Mas se quiser podemos falar com a policia.

- Claro. Ligarei para Charlie, agora mesmo. Acredito que o quando mais rápido acharem ela, melhor.

- Concordo com você. Ligue para ele e me retorne.

- Me de cinco minutos, ok! Tchau.

- Tchau.

- Oi Charlie. É Alice.

- Oi Alice. Aconteceu alguma coisa com Bella?

- Não, ela está bem. Estou te ligando para avisar que Peter tem pistas sobre o paradeiro de Heidi.

- Então vamos imediatamente atrás dela.

- Ok Ok. Nos encontramos na delegacia?

- Sim. Estarei aguardando vocês.

- Peter é Alice novamente. Charlie nos encontrará na delegacia.

- Estou indo para lá.

Desliguei o telefone e parti para delegacia. Parecia que agora tudo ia dar certo.

15 minutos depois..

- Oi Charlie. Tudo bem com você?

- Indo. Às vezes me sinto culpado por ter viajado e deixar Bella assim.

- Ninguém tem culpa. Não sabíamos que tudo poderia ter acontecido.

- Mesmo assim.

- O melhor agora é pensar que finalmente vamos prender os culpados.

- Você parece tão segura de si.

- Alice sempre foi assim. – Peter entrou todo sorridente na sala de Charlie.

- Peter estava ansiosa pela sua chegada. Onde estão as pistas? – Ele me passou um envelope, e coloquei em cima da mesa para que todos pudessem ler.

- Será mesmo esse, o cativeiro? Parece tão obvio.

- No começo também achei, mas as evidencias estão todas lá. E tem mais, a pessoa que fez isso não é tão experiente.

- Como sabe disso?

- Juntei algumas coisas e conclui que ela (e) age por impulso.

- Charlie, acha que podemos ver as ultimas filmagens na casa de Heidi? Talvez encontramos mais alguma coisa.

- Pra falar a verdade Alice, eu nem seu se temos esses vídeos em mãos.

- Provavelmente terão. Eles precisam de algo para descobrir pistas, e você não deve saber nada, pois estava fora.

- Deixe-me ver. Só um momento.

Charlie voltou instantes depois, com vários dvd’s. O homem que a levou era alto, moreno.

- Espera ai. Volte por favor. – Ele assim fez. – Peter, o homem que foi seqüestrado junto com ela, é o mesmo da filmagem de Edward.

- Será? Talvez seja parecido.

- Claro que não, eu tenho certeza. Agora tudo se encaixa: as fotos na casa de Heidi, os bilhetes, e como eu suspeitava, o mandante queria acabar sozinho com Bella. – Os dois me olhavam com cara de espanto.

- Ainda não sei como uma baixinha pode captar tanta informação. – Charlie e Peter sorriram.

- E tem mais, eu tenho certeza que tudo isso foi planejado por Tânia. Uma pessoa inexperiente e que age por impulso.

- Mas infelizmente não podemos provar isso Alice.

- Até hoje Charlie. Pois amanhã mesmo eu terei a confissão da cúmplice, e o depoimento do pai.

- Você está saindo melhor que a encomenda.

- Obrigada. Agora vamos logo, estou louca para presenciar essa prisão.

Charlie convocou vários policiais, e saímos com as sirenes ligadas. Fiquei dando pulinhos por dentro. Sempre quis fazer como nos filmes.