- Não sei mãe, acho que precisaremos conversar com Bella. Mas eu tenho a forte impressão que isso não passou de outro atentado.

 

- Pode ser. Nós temos que descobrir o mais rápido possível, antes que a situação fuja do nosso controle.

 

- Já está começando a fugir mãe. Amanha mesmo ligarei para Peter. O que acha Edward?

 

- Sinceramente não sei, agora a única coisa que preciso é ver Bella bem. Mas se quer mesmo saber concordo com você, e acho também muito estranho o sumiço da Heidi e logo em seguida isso.

 

- Talvez ela possa ter forjado o sumiço, para executar o serviço. Ou ate mesmo alguém pode ter feito isso para ter o caminho livre para acabar com Bella.

 

- Filha você anda vendo filme de mais.

 

- Não mãe. Apenas estou juntando os fatos.

Heidi queria acabar com Bella. Tânia também. Marcus já chegou a ameaçá-la.

Pode ser qualquer um deles.

 

- Espera um pouco. O que Heidi tem haver com isso?

 

- Esqueci que ainda não tivemos tempo de conversar. Você viu a reportagem do jornal?

 

- Sim, ela foi seqüestrada. Filha diga logo, não consigo entender.

 

- Na casa dela foram encontradas fotos, horários. Tudo que Edward e Bella faziam.

 

- Então fora ela que mandou aqueles cartões?

 

- Ainda não sabemos, pois também temos Tânia. Lembre-se ela já fez uma montagem para separar os dois.

 

- Que historia. Estou realmente espantada com tudo isso.

 

Nossa conversa foi interrompida quando Aro se aproximou.

 

- Como está Bella? – Me aproximei, perguntando.

 

- Agora ela está dormindo, e não corre mais nenhum risco. Se precisarem de mim é só ligar.

 

- Você não ficara? – Alice perguntou fazendo uma cara de duvida.

 

- Não. Hoje Tânia fechou um contrato importante, e está muito feliz. Gostaria de comemorar com ela.

- Entendo. E que tipo de contrato?

 

- Não sei te dizer Alice. Mas pela sua felicidade, e contando que ela não saiu o telefone, deve ser bom.

 

- Sei.. – Alice estava querendo aprontar uma, sua cara a denunciava. – Pois bem, de os parabéns a ela. E até amanha.

 

- Pode deixar que darei. Tchau, e se precisarem de mim sabem o que fazer.

 

- Filho precisamos avisar Charlie e Renné, afinal eles não sabem de nada.

 

- Mas eles estão na Austrália e não levaram telefone, pois desde o inicio não queriam ser incomodados. Eles nem mesmo sabiam sobre a gravidez de Bella.

 

- Mas de um jeito de localizá-los.

 

- Alice nós precisaríamos ligar para todos os hotéis para saber dele. Esqueceu que Bella era a única que sabia.

 

- Procure nas coisas dela. Mas se não encontrar nada ligaremos para todos sim.

 

- Acho que podemos começar por agora filho. Imagina se eles chegam depois que ela já saiu daqui. Será um baque ainda maior.

 

- Tudo bem. Por onde começamos?

 

- Podemos começar pelos melhores hotéis. Eles provavelmente não iriam querer passar a segunda lua de mel, em qualquer lugar.

 

- Tenho que concordar com você querida.

 

As duas então começaram a ligar para agencias de turismo, e pessoas que pudessem saber de algo. Mas a busca foi sem sucesso, provavelmente Alice tentaria novamente em casa.

 

 

Quando elas tentaram sair do hospital, foram surpreendidas por milhares de fotógrafos. Tinha me esquecido de como eles podiam ser persistentes.

 

- All quer que eu mande chamar a segurança?

 

- Não é preciso. Eles só querem saber como ela está. Eu digo e eles vão embora.

 

- Não tenho tanta certeza disso. Se preferir eu vou atrás das coisas.

 

- Como já disse, não se preocupe. – Alice colocou um óculos, abaixou a cabeça e saiu. Logo vi mamãe atrás, fazendo o mesmo.

 

Enquanto estava sozinho, fiquei no quarto de Bella. Toda aquela situação me fazia lembrar os dias em que estive no hospital com papai.

 

Flash Back On

 

 

Papai havia perdido um terço do peso de seu corpo e passava quase o tempo todo dormindo.

 

Na cama de hospital, ele parecia menor do que jamais tinha visto. Seu rosto estava caquético, e a pele tinha um estranho tom acinzentado. Respirava rápido e superficialmente, tal qual um bebe. Apertei bem os olhos desejando não estar ali. Desejando estar em qualquer lugar, mesmo ali.

 

- Ainda não pai. – sussurrei - Só mais um pouquinho está bem?

 

Eu passava a maior parte do tempo em seu quarto. Ele sempre estava dormindo quando eu chegava, acordava por alguns instantes e depois dormia novamente. Alice e mamãe mantinham vigília ao pé da sua cama, às vezes ate ignoravam a presença de visitas, se concentrando apenas nele.

 

Quando os médicos iam vê-lo, falávamos principalmente do câncer e seus tratamentos alternativos. Alice passou semanas pesquisando na internet, e conhecia em detalhes as pesquisas em curso.

 

Pouco depois da hora do jantar, mamãe lhe deu um beijo de despedida, pois ele havia dormido a maior parte da tarde, e provavelmente dormiria a noite também. Ela o beijou pela segunda vez, depois pegou minha mão e indicou a porta. Saímos em silencio.

 

- Direto pro carro. – Ela disse quando estávamos no corredor.

 

- Você vai voltar?

 

- Só amanha.  E se ele acordar, pois não quero atrapalhá-lo, ele precisa descansar.

 

- E Alice?

 

- Depois Jasper vem buscá-la. Bella também poderá ficar com ela.

 

Poucos instantes depois, saímos do estacionamento e pegamos um enorme transito. Mamãe perdeu-se em pensamentos e pouco falou. Eu seu rosto, eu vi refletivo o mesmo cansaço e esgotamento que eu sentia.

 

Não conseguia imaginar ter que voltar amanha, depois de amanha, e no dia seguinte, sabendo o tempo todo que haveria uma mínima possibilidade de cura.

 

Quando chegamos a entrada, olhei para ela e notei uma lagrima escorrendo lentamente em seu rosto. Essa visão partiu meu coração.

 

Fim do Flash Back

 

Depois de ficar observando-a, adormeci.

 

- Filho acorde. – Mamãe me sacudia de leve. – Querido acorde.

 

- Oi mãe. Aconteceu alguma coisa?

 

- Não. Só te acordei para você poder ir para casa, tomar um banho e descansar um pouco.

 

- Estou bem aqui.

 

- Edward eu fico com ela, não se preocupe. Afinal ela só ira acordar a noite.

 

- Tudo bem. Eu não demoro, e qualquer coisa me liga.

 

- Mais uma coisa. Conseguimos falar com Charlie e Renne, eles estão a caminho.

 

- Como eles reagiram?

 

- Renné se desesperou, logo pensou no pior.

 

- Quando eles chegam?

 

- Hoje mesmo. – Enquanto isso meu telefone não parava de tocar.

 

- Acho melhor atender deve ser Selena, pois ela já ligou milhares de vezes.

 

- Nossa! Com tudo isso acabei esquecendo da minha viagem a Itália.

 

- Itália? Algum problema na empresa?

 

- Parece que sim. Segundo Ben os funcionários estão se sentindo abandonados. Eles alegam que papai sempre ia lá.

 

- Mas isso é um absurdo.

 

- E agora o pior é que, mais uma vez não poderei ir.

 

- Eu vou.

 

- Am?! Claro que não mãe.

 

- Edward não há problema algum. Nesse momento será até melhor a presença de uma figura feminina. Não acha?

 

- Pensando por esse aspecto, pode ser que sim. Mas acho melhor não, isso não é trabalho para senhora.

 

- Larga de machismo filho. E tem mais, eu já fui algumas vezes com seu pai.

 

- Disse bem. A senhora ia com o papai.

 

- Não adianta reclamar, está decido. Eu vou. – Como ela era teimosa. Já até sei para quem Alice puxou. – Ligue para Selena e diga que pegarei um vôo a tarde, assim chego lá logo no inicio do expediente.

 

- Tem certeza disso mãe? Eu posso dar um jeito e segurar a situação até Bella melhorar.

 

- Querido os compradores não podem esperar nossa boa vontade. Eles querem ver o produto pronto.

 

- Ual! Posso saber desde quando surgiu todo esse interesse para com a empresa?

 

- Patrimônio da família querido. Da família.

 

- Compreendo dona Esme. Já que está tão certa disso, só me resta desejar-lhe boa sorte.

 

- Obrigada. Agora vá descansar um pouco, e não se esqueça de ligar para Selena. – Dei um beijo nela e sai.

 

- Alô Selena? Desculpe-me, mas não deu para atender antes.

- Tudo bem. Só liguei para saber da viagem e dizer que sinto muito por tudo que aconteceu.