- Alô Selena? Desculpe-me, mas não deu para atender antes.

- Tudo bem. Só liguei para saber da viagem e dizer que sinto muito por tudo que aconteceu.

- Obrigado. E sobre a viagem, mamãe vai no meu lugar.

- Sua mãe? Tem certeza?

- Absoluta. Ela disse que quer embarcar hoje a tarde, então, por favor, providencie a passagem.

- Fique tranqüilo.

- Obrigado mais uma vez. Até mais.

Quando estava chegando a rua da casa, percebi o carro de Alice estacionado logo na frente. Sai do carro, e fui ver o que ela queria.

- All o que faz aqui?

- Estou tentando te ligar a mais de meia hora, e você não atende.

- Desculpe-me, mas eu estava no telefone com a Selena.

- Nossa. O que tanto tem para conversar com ela?

- Posso saber o porquê da irritação? Eu não te dei motivo, dei?

- Ed, você sabe muito bem que eu odeio que me deixem esperando.

- Tudo bem. Mas eu estava tratando da viagem da mamãe.

- Mamãe vai viajar desde quando? E para onde?

- Itália. Como eu não posso ir, ela se prontificou.

- Não acredito. Sério mesmo?

- Claro. Ela disse que seria melhor uma figura feminina, para resolver o problema.

- Mamãe está cada vez me surpreendendo.

- Agora me responde, o que veio fazer aqui?

- Pegar roupas de Bella. Você achou mesmo, que eu a deixaria com aquela roupa horrível?

- Sinceramente achei.

- Está muito enganado. E mais uma coisa, você vai demorar a voltar?

- Não. Mamãe também precisa descansar antes de ir. E o mais importante, temos que contar a Bella.

- Essa será a pior parte. Ela vai reagir muito mal.

- Com certeza. Temos que usar as palavras certas, se possível.

- Concordo com você. Agora deixe-me ir.

- Tchau, e até mais.

Lourdes estava no andar de cima, arrumando o quarto que futuramente seria do bebe. Acredito que se o tivéssemos reformado, seria muito mais difícil superar.

- Bom dia Sr. Edward. Como dona Bella está?

- Está mais ou menos. Infelizmente ela perdeu o bebê.

- Sinto muito. Se der mais tarde dou uma passada lá.

- Vá sim, ela vai gostar de vê-la. Agora vou tomar banho, e voltar para o hospital.

- O senhor vai querer tomar café?

- Não. Obrigado.

- Olha eu sinceramente acho, que dona Bella não iria gostar de vê-lo assim. É preciso se alimentar.

- Tudo bem. Pode fazer alguma coisinha.

Não demorei muito para tomar banho, depois peguei uma roupa para levar, e desci.

Lourdes preparou um suco, e um sanduíche natural. Comi rapidamente e voltei para o hospital.

- Filho, eu disse que era para ficar em casa.

- Não consigo mãe. Ainda acho que demorei um pouco.

- Menos irmãozinho. Você não ficou fora nem por uma hora.

- Licença, podemos entrar? – Era Jacob, e uma mulher.

- Claro Jake. – Alice já foi abraçando-o.

- Bom dia a todos. Edward essa é Annie, minha namorada.

- Prazer Annie.

- O prazer é todo meu.

- Como está Bella?

- Agora está em coma induzido. Aro achou melhor assim, para que ela não sinta tantas dores.

- Entendo. Ontem fiquei desesperado quando soube que era ela.

- Eu quero te agradecer por nos ligar. Obrigado mesmo Jacob.

- Não fiz mais que minha obrigação Edward. Qualquer pessoa poderia te avisar.

- Mesmo assim. Você veio com ela para cá, e orientou os para-médicos sobre a gravidez dela.

- Tudo bem, aceito sua gratidão. Mas agora preciso ir, meu trabalho me espera.

- Já vai Jake? Ficou tão pouco tempo.

- Tenho que ir Alice, mas quando acabar passo aqui.

- Ok. Ok. Te espero então. – Nos despedimos, e eles foram embora.

- Acho que eu também vou. Ainda preciso arrumar minhas coisas, e ver alguns relatórios da empresa.

- Relatórios da empresa?

- Claro filho. Enquanto estava fora, liguei para Ben, e pedi que me enviasse alguns por e-mail.

- Muito bom dona Esme. Fico feliz por isso.

- Eu também mãe. – Alice a abraçou. – Não vai chorar, por favor.

- É porque eu fico feliz em está podendo ajudar.

- A senhora sempre ajudou, principalmente cuidando de nós. Quero dizer, da Alice né, porque eu sempre fui um anjo.

- Há há há. Eu lembro muito bem as coisas que aprontava irmãozinho. Papai e mamãe se viam doidos com você.

- As coisas que eu fazia, não chegavam aos pés das que você aprontava. Lembra de quando pegou o cartão de credito escondido e ficou dois dias fora?

- Claro que lembro. Esse dia marcou literalmente minha entrada no ramo das compras.

- Você fala com tranqüilidade, pois não foi você que teve de ligar para Deus e o mundo. E mais não teve que pagar a conta depois.

- Tenho que concordar com seu irmão, você nos deu prejuízo naquele dia.

- Isso por acaso é um complô contra mim?

- Claro que não querida. Estamos apenas refrescando sua memória. – Todos nós caímos na gargalhada. Só Alice para nos fazer rir numa hora dessas.

O dia passou muito rápido. Jasper levou mamãe no aeroporto, e depois passou para ver Bella.

Por volta das 17:30 Aro passou para ver como ela estava, e esperar que acordasse.

- Edward temos que ter muito cuidado na hora de falar qualquer coisa. Tenho certeza que Bella ficara muito emotiva depois de tudo.

- Pode deixar Aro, já desconfiava-mos disso.

Esperamos mais algum tempo, mas logo ela começou a se mover na cama. Aproximei-me e peguei na sua mão.

- Oi Bella. Não precisa se esforçar, e qualquer dor me avise.

- Minha cabeça dói muito. – Ela disse meio grogue.

- Isso é normal. Apenas fique quieta, e não se esforce.

- Edward, Alice.

- Oi meu amor. – Dei um beijo e ela sorriu.

- Vou deixá-los a sós. Qualquer coisa me chame.

- Aro, podemos conversar um instante lá fora?

- Claro Edward.

- Amor eu já volto. – Ela assentiu e sai.

- Aro eu tenho que dar a noticia a ela. Será que posso falar de uma vez? Ou devemos dar um calmante antes.

- Você que sabe, se preferir pode dizer agora. E não devemos dar calmante, ela precisa liberar tudo que sente.

- Obrigado, vou lá conversar com ela então.

- Amor por que está chorando?

- Porque infelizmente a pessoa quase conseguiu o que quis. Acabar comigo.

- Shii. Não tem nada haver o que está falando.

- Claro quem tem. O homem que estava dirigindo, jogou o carro para cima de mim e pulou fora. Eu tentei tirar o máximo que pude.

- Isso é muito serio. Mas agora você precisa descansar e deixar as preocupações de lado.

- Edward posso te perguntar uma coisa?

- Claro meu amor, o que quiser.

- Está tudo bem comigo?

- Está sim. Você não corre risco de vida, o que agora é mais importante.

- Você sabe o que eu estou falando. Eu me sinto incompleta. – Alice já me deu uma olhada, como se dissesse. “É a hora de contar a verdade, depois vai ser pior”. Tomei forças e comecei a dizer.

- Amor você perdeu muito sangue, e seu coração ficou fraco.

- O que mais aconteceu?

- Com tudo isso e mais o impacto da batida, o bebê não resistiu.

- Não meu bebê não. Não. Não. Não. – Bella gritava, chorava, e passava a mão na barriga. Me segurei para não chorar, precisava ser forte.

- Calma amor. Calma

- Como você pode me pedir calma? Era nosso filho.

- Belinha, talvez fosse para ser assim. Nós não sabemos o que a vida nos reserva.

- Mas logo comigo? Já estão acontecendo tantas coisas ruins.

- Talvez tudo isso só veio para provar que vocês são capazes de superar as dificuldades. Que o amor de vocês supera tudo.