Diário de um Sociopata escrita por Sky


Capítulo 2
Capítulo 2 - Como compreender o amor


Notas iniciais do capítulo

Aqui vou tratar sobre como perdi a virgindade e o impacto que isso teve na minha compreensão de paixão, amor e relacionamentos.



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Um dos maiores problemas que tive foi com relação a garotas. Tive uma educação cristã, católica, do que se dizia tradicional aos moldes da época, tinha uma noção do meu papel como homem na sociedade, contudo, eu sentia atração por mulheres adultas e não por meninas, principalmente da minha idade, eu achava elas nojentas (o que era comum para garotos na infância) . Chega um ponto que o garoto cresce e começa a gostar das garotas de forma mais efetiva, eu não consegui acompanhar esse amadurecimento, mas estava decidido a fingir que amadureci. E comecei a aprender a beijar, como quase todo mundo fazia na época os beijos rolavam nas brincadeiras "infantis" das rodas de intervalo da escola. A parte de beijar era fácil, pois as meninas organizavam isso de forma diária, assim elas demonstravam com quem queriam ficar. Dentre elas, surge uma menina... A quem vou chamar aqui de "K". A K era minha namoradinha de infância desde o jardim de infância, meu par em todas as danças juninas e qualquer outro evento cultural que acontecesse. O curioso sobre ela é que ela realmente me amava e a medida que íamos crescendo esse amor dela só aumentava, eu ganhava até presentinhos dos dias dos namorados (ela dizia aos pais que gostava de mim).

A K cresceu e se tornou uma mulher linda, mas voltando... Durante o nosso amadurecimento ela tinha a necessidade do contato físico e eu nunca consegui corresponder, pois não sentia absolutamente nada por ela. Ao passo que, tive que fingir em diversos momentos que sentia algo, o que só alimentava as esperanças dela. Nunca tivemos nada de fato, assim como nunca chegamos a ter um término, ela só cansou e foi buscar em outros caras o que eu não estava interessado em oferecer. No auge dos meus 15 anos a pornografia não era algo tão acessível como hoje. Mesmo assim,  a minha busca por conteúdo pornográfico e contato sexual com uma mulher era voraz. Até que um dia, conheci uma outra garota a quem vou chamar de "M", que era a mais rejeitada da escola, por dois motivos idiotas o primeiro por ser mais velha e grande e o segundo por ser negra, ela era considerada feia. [ além do preconceito exacerbado da época, os caras queriam ficar com aquele padrão de menina branquinha,magrinha do cabelo liso]. A M teve problemas no útero, problemas hormonais com relação a alguma coisa no útero e teve que fazer uso de anticoncepcional muito cedo. A mãe dela passava o dia fora e ela morava perto da escola. Como eu era pequeno e esquisito, ela viu em mim a possibilidade de fazer testes, vamos nomear assim pra isso não virar um conto erótico. Me levou pra casa dela e o que eu achei que ia ser mais uma sessão de beijo adolescente culminou na perda da nossa virgindade, consequentemente, meu primeiro namoro efetivo, pois nunca que ia deixar a oportunidade de sexo regular passar nessa idade, assumi o namoro com ela e enfrentei todo o bullying que faziam com ela e comigo, na verdade nunca me importei com isso e depois de um tempo uns 2 anos mais ou menos ninguém se quer tentava zoar. Mas não existia o sentimento do que posso chamar de "amor", ela era muito carinhosa e eu tentava manter as aparências, ela reclamava que eu só queria sexo. Daí em diante achava que todas as mulheres eram assim: melosas e sentimentais. Logo, precisaria corresponder a essas expectativas para poder ter o controle do que eu realmente queria. Ali nasce a primeira personalidade que criei para me ajudar: Carlos. 

Carlos nasce de uma ideia de ser alguém que eu não conseguia ser e tão pouco queria ser, interpretá-lo era um barato, eu gostava de novelas globais e prestava atenção em cada detalhe dos protagonistas românticos, já que as meninas viam neles o ideal masculino de parceiro. Quando criei o Carlos tirei o nome do ex namorado da minha mãe que meu pai odiava. Em Carlos depositei tudo que não queria em mim, mas como nem tudo são flores o 2° ano do Ensino Médio estava chegando e junto com ele a mudança de escola, o que acabava com meu namoro e trazia um novo problema...


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Notas finais do capítulo

Entendam que a interpretação do Carlos foi um divisor de águas da minha vida, ele conseguiu chegar onde eu jamais chegaria.



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