O Rei Negro escrita por Oráculo Contador de Histórias


Capítulo 7
Convergência




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A cidade no coração de Aurora era indubitavelmente extraordinária. Construções de pedras que harmonizavam com as gigantescas árvores como se as abraçassem. Mesmo o menor dos edifícios era cercado por trepadeiras, algumas com rosas e dentre elas, azuis, violetas, rosas brancas, era difícil saber qual decoração natural encantava mais. Os telhados eram altos, curvados, talvez pintados ou mais provavelmente feitos de algum material em tom azul. Não se fazia necessário qualquer tocha, pois a própria Floresta Lazúli se encarregava de iluminar todo o ambiente. As ruas cheias de curvas estavam limpas e seu aspecto liso em tom alvo soava agradável. Varias escadas espiralavam em volta dos troncos para dar acesso aos andares superiores, por onde os elfos subiam e desciam sem a menor pressa.

Gabriel estava atônito diante de toda aquela visão. Inúmeros elfos transitavam de um lado a outro, todos repletos de beleza, elegância, com seus cabelos compridos e orelhas ligeiramente pontudas. Era extremamente fácil diferenciá-los dos humanos, pois emanavam uma sensação diferente, repleta de magia. E o que dizer das roupas? Leves e adornadas. Mesmo os soldados, que rondavam com suas lanças de cabos negros e pontas douradas, usavam armaduras muito melhor trabalhadas que as dos militares de Calendria. Verdadeiras obras de arte, feitas de bronze e com diversos símbolos, sendo o mais chamativo o de uma árvore imponente no peitoral, de enormes galhos que se espalhavam e desenhavam as demais peças. Suas capas possuíam o desenho da mesma árvore e nelas ficava mais explícito que as folhas eram douradas.

—Não pare, Gabriel. Devo conduzi-lo ao palácio real. – disse Leeta gentilmente.

—Ah... Desculpe. – sentiu como se tivesse sido acordado de um maravilhoso sonho, embora todos os encantos perdurassem naquela incrível realidade – Você disse palácio real? – franziu o cenho quando a ficha caiu.

—Sim. Meu pai ficará feliz em saber que você está aqui.

O rapaz notou que tanto ele, quanto Leeta estavam chamando muita atenção. E sobre ela, pareciam observar com notório respeito.

—Olha, Leeta... – começou ele, sem deixar de observar os elfos que os fitavam – Só por curiosidade... Assim... Quem é o seu pai?

—Yliel Luyah, o rei. – respondeu a elfa com naturalidade – Mas já que me pediu para não trata-lo com formalidade, também lhe peço que me trate da mesma maneira. Tudo bem assim? – perguntou ela e recebeu o silêncio em troca – Gabriel? Gabriel...?

Ela olhou para trás e o viu boquiaberto de um jeito realmente bobo, o que lhe arrancou risos mais descontraídos, suficientes para chamar a atenção dos cidadãos e de alguns soldados.

—Princesa Leeta Luna. – refletiu o garoto perplexo.

—Luyah. – corrigiu ela de maneira doce, bem diferente do que faria Heler – Leeta Luyah, a terceira e a caçula.

“E com certeza a mais bonita, porque se houver uma elfa ainda mais linda, eu morro”, pensou ele enquanto assobiava de maneira suspeita.

Descendo por um terreno íngreme, onde as grandes árvores já não se faziam presentes, mas a vegetação persistia, era fácil notar um gigantesco rochedo em forma de arco, onde uma das suas pontas terminava aos pés de um majestoso palácio com decorações douradas e fulgentes, que ganhava mais em altura do que em largura, apesar de ser generosamente espaçoso para os lados. Suas torres terminavam em tons avermelhados e o teto era ligeiramente curvo para baixo tal como regia a arquitetura deles. Em volta, como um cerco natural, estavam de volta as grandes árvores; era um enorme espaço, uma clareira com uma formação rochosa peculiar e a morada da família real.

—Uau... – ele não escondeu sua admiração diante de tudo o que estava conhecendo.

Um caminho de grama perfeitamente aparada com muretas de pedra guardando ambos os lados soava como uma espécie de tapete vermelho que conduziria até as grandes portas de entrada. No início do caminho, nas pontas das muretas, estavam esculpidos uma cabeça de tigre de cada lado, feitos de pedra. E a frente dessas estátuas, dois guardas como os que o garoto tinha visto antes ficavam ali, de prontidão.

—Vossa alteza! Bem-vinda de volta! – saudaram ambos em uníssono.

—Agradeço pela guarda. – disse Leeta erguendo a mão direita e logo abaixando para então gesticular suavemente na direção de Gabriel – Ele está comigo.

—Ele é bem-vindo! – disseram os elfos outra vez em uníssono.

O garoto se sentiu estranho com todo aquele tratamento, mas optou por entender que era uma cultura completamente distinta de tudo o que já tinha presenciado. Alguém da realeza que agradecia aos guardas ao invés de apenas passar por eles e ignorá-los? Demoraria um pouco para se acostumar.

Julith e Kaar caminharam sem pressa pela passagem rumo a entrada principal do palácio. O jovem notou que haviam outros tigres andando livremente na grama do lado de fora, em volta da construção e que um deles era maior, vestia uma armadura de ouro e possuía uma cor idêntica a de Kaar. Talvez fosse sua mãe ou seu pai, mas independente disso, era com certeza mais majestoso do que os outros. Quando alcançaram as portas, dois guardas que ali estavam fizeram uma respeitosa reverência e as abriram.

—Kaar, garanta que Julith será bem cuidada. – ordenou Leeta ao tigre, que abaixou a cabeça para demonstrar entendimento – Vamos, Gabriel.

—Ahn... Primeiro você, Leeta. – disse em um tom atrapalhado de cavalheirismo.

A elfa aceitou e adentrou o hall, seguida pelo garoto que não sabia direito para onde olhar. O piso de granito, as esculturas e os quadros com diversas paisagens, símbolos e retratos nas paredes, os móveis de pedras preciosas... Contudo, havia uma árvore, como aquelas da floresta Lazúli, no centro do ambiente, cujos galhos não roubavam o espaço das passagens ou da grande escadaria, mas estavam ramificados por todos os lados, iluminando o palácio com suas maravilhosas folhas azuis.

—Alteza! – chamou uma elfa de cabelos dourados, parecendo deslizar ao andar tão rápido e fazendo esvoaçar levemente seu vestido verde – Outra vez nas fronteiras! Nem sequer me avisou!

—Desculpe, Sylie. Eu não quis preocupa-la de novo.

—E não quis me preocupar ontem. Também não quis me preocupar semana passada. E nas outras duzentas e trinta e quatro vezes desde que criou esse hábito. – brigou de braços cruzados, até se dar conta da presença de Gabriel e imediatamente se recompor – Me desculpe pelo constrangimento. O senhor é...?

—Gabriel, senhora. E sou eu quem devo me desculpar pela minha péssima aparência. – disse ele ao se dar conta de que estava sem camisa e sua calça surrada, bem como manchada de sangue.

—Tenho certeza de que não é por desleixo, afinal, você aparenta ser um guerr... Um guerre... Meu jovem, como disse que se chama?

Leeta levou a mão aos lábios e conteve um riso.

—Ahn... Gabriel.

Sylie olhou para a princesa perplexa e esta confirmou com um aceno de cabeça, ainda se contendo para não rir.

—Então é verdade! Você realmente retornou! Por Nymira, você retornou! Eu... Eu preciso avisar o rei... Não, antes disso, preciso cuidar de você, lhe conseguir roupas, comida, ervas medicinais...

—Sylie... Acalme-se, por favor. – pediu Leeta tocando no ombro da elfa agitada – Vá comunicar ao meu pai e a minha mãe. Reúna todos na sala do trono. Eu mesma me encarregarei da hospitalidade do nosso amigo.

Quando a elfa loira se apressou pelas escadas como se pudesse flutuar sobre elas, a princesa gesticulou com o indicador para que o rapaz a seguisse. Eles caminharam por um longo corredor forrado por um tapete azul de detalhes dourados.

—Perdoe se pareço estar sendo grosseira com relação a sua aparência. É o nosso costume que todos se apresentem da melhor forma e prezem pela beleza externa tanto quanto a interna.

—Fica tranquila, não estou levando como grosseria. – riu o garoto – Além do mais, se vou falar com o rei e a rainha de Aurora, preciso estar apresentável, não é? Só que eu ainda não entendo o porquê de estarem me tratando assim, Leeta. Vocês fazem parecer que eu sou o “garoto predestinado” ou o “herói que esperávamos”. “O Gabriel Eichen voltando dos mortos”. Tenho medo de desapontá-los, não sei nem segurar uma espada direito.

Ela parou e ele quase esbarrou em suas costas, estranhando a atitude súbita. Então virou-se e o encarou, estava mais séria e isso o deixou receoso. “Outra vez a minha língua grande!”

—Não esperamos Gabriel Eichen, pois ele cometeu um grande erro e muitos pagaram por isso. Esperamos você, um novo Gabriel, com uma nova vida e uma segunda chance de fazer o que deve ser feito. Se vai nos desapontar ou não, isso o tempo revelará.

Ele ficou sem palavras diante daquilo e tornou a segui-la quando esta retomou o trajeto. Então Leeta parou em frente a uma porta igual a todas as outras pelas quais passaram, gesticulou como se as estivesse empurrando e elas se abriram revelando um quarto que, como todo o resto do palácio, era espaçoso e luxuoso. Uma das paredes possuía uma abertura justa por onde passava um galho da árvore que ali também iluminava.

—Vista-se. – pediu ela outra vez com um sorriso gentil.

—Tudo bem. – concordou ele agradecido.

Um incômodo instante de silêncio depois...

—Érr... Não vai esperar do lado de fora? – indagou ele.

—Ah, verdade, os humanos não gostam de se vestir acompanhados. – refletiu ela com o dedo no queixo, então deu meia volta já saindo – Estarei esperando aqui. – e fechou a porta.

“Essa elfa vai acabar me matando, eu juro. Estou ardendo de vergonha. Já não basta ela ficar me olhando lá no lago”, pensava enquanto procurava roupas limpas no interior dos móveis. “Agora entendi porquê ela não se incomodou. Pelo que parece, os elfos não ficam constrangidos ao ficarem nus. Mas se é assim, por que todos os que vi estavam vestidos? Ou será que só a Leeta tem uns parafusos a menos? Se ela se trocar... Não! Isso não! Foco, Gabriel, seu desgraçado safado!”

Momentos mais tarde, ele abriu as portas e viu que a elfa o esperava. Quando ela o viu em trajes élficos – calça e camisa azuis cobertos por um bem bordado sobretudo abotoado, além de botas de cano longo -, ficou encantada e entrelaçou seu braço ao dele, o que automaticamente converteu o rosto branco do garoto em um morango.

—N-n-não p-precisa fi-c-car tão p-perto. – disse enquanto caminhavam.

—Seu cabelo está bagunçado. – constatou Leeta, ignorando o que ele havia tentado dizer e usando seus dedos delicados para penteá-lo o máximo que conseguiu – Melhor assim. Seus ferimentos estão cicatrizando bem, sinal de que foram tratados adequadamente.

—Alabas...

—Isso explica. Apesar de ser teimoso, ainda assim foi um ótimo aprendiz de Sylie.

O rapaz começou a ligar os pontos. Aurora e Calendria não pareciam ter uma boa relação, então como e por que um militar como Alabas tinha tanta ligação com os elfos? No entanto, não teve tempo para refletir sobre isso.

Quando as portas da sala do trono foram abertas pelos guardas reais, que se diferenciavam pelas armaduras feitas de algum material com tonalidade azul muito similar as folhas refulgentes espalhadas pelos galhos da árvore que decoravam todo o teto, a princesa Leeta e o humano Gabriel adentraram de braços entrelaçados. O garoto não se atentou aos detalhes em volta, pois estava focado nos dois lances de degraus que conduziam aos tronos dourados e repletos de gemas, onde se sentavam o rei e a rainha de Aurora. Ambos o observavam com inegável interesse e um ar receptivo, embora se mantivessem imponentes com suas coroas de ouro, em nada exageradas no tamanho, mas indubitavelmente bonitas.

—Ah... Gabriel... Que prazer incomensurável é para todos nós finalmente recebê-lo! – proferiu o rei com uma voz grave e um tom agradável, deixando que suas palavras ecoassem por todo o ambiente.

Princesa e humano pararam em frente ao primeiro lance de degraus. A elfa se curvou diante de vossa majestade e, como uma criança que observa para então tentar fazer igual, Gabriel se curvou um tanto desajeitado, olhando para o lado de modo a checar se tinha conseguido e vendo que faltava abaixar a cabeça, então o fez. Leeta comprimiu as pálpebras, controlando um riso. Em seguida, a princesa se levantou e ele fez o mesmo, voltando-se para a realeza adiante.

—Papai, mamãe, eu vos trouxe Gabriel. E Gabriel, estes são Yliel Luyah, o rei de Aurora e Erilla Luyah, a rainha.

—Espero que tenha sido bem recebido em nossa morada. – disse a rainha de cabelos tão brancos quanto os de sua filha e tão bela quanto.

—Fui bem recebido sim, senhora... Quero dizer, vossa majestade. – respondeu todo atrapalhado, estava visivelmente nervoso.

—Suponho que esteja repleto de dúvidas, além das péssimas experiências que possivelmente viveu. Sylie nos falou do seu estado e posso ver que está gravemente ferido.

Nesse momento, ele estranhou a fala do rei. É verdade que tinha sido brutalmente espancado, mas depois foi eficientemente tratado de alguma forma por Alabas e embora ainda tivesse vários ferimentos em processo de cicatrização, nenhum era tão grave. Sem falar que com os trajes élficos que estava usando, como Yliel conseguia ver?

—Desculpe, majestade, mas não estou ferido tão gravemente como disse. É fato que tive dias bem ruins ultimamente, porém consigo andar e até cavalgar na minha égua sem problemas. – explicou, tentando ser o mais cordial possível.

—Mas é claro que consegue. – sorriu o rei – Todavia, estou falando do único ferimento que teima em não cicatrizar e ameaça despedaçar sua alma. Em outras palavras, neste exato momento, está correndo um grave perigo.

Leeta olhou preocupada do pai para o humano, então olhou para a rainha que já a observava e assentia com a cabeça, confirmando todas aquelas palavras. Ambos estavam vendo algo que ela ainda não era capaz de ver.

—Eu... Não entendo. – murmurou o garoto ao olhar para si mesmo.

—Você foi ferido no peito, Gabriel. – revelou o rei elfo.

Na mesma hora, se lembrou das duas espadas de Decarlo que de alguma forma lhe perfuraram sem deixar qualquer marca visível.

—Quando isso aconteceu, uma energia maligna tocou diretamente sua alma. O humano das duas espadas é conhecido por torturar suas vítimas dessa forma. Ele poderia rasgar as almas delas, mas prefere ferir superficialmente para lhes causar dor sem de fato danificá-las.

Ele se lembrou que Decarlo o perfurou com as pontas das lâminas e não chegou a ir mais fundo.

—Isso quer dizer que sua alma não deveria ter sido ferida como foi. Porém, você não é como os outros. – ele se levantou do trono e andou calmamente até o garoto, o encarando de maneira analítica – Existem duas almas em seu interior e ao mesmo tempo só existe uma. Dois indivíduos que se resumem a um único ser. Um paradoxo. Se isso lhe soa como novidade, significa que seu outro eu estava inconsciente até então. Não notou nada estranho depois do que aconteceu?

Aquele ser o encarando no sonho, em meio a uma escuridão sem fim. Lembrou-se dos seus olhos repletos de ira, vermelhos da mais pura cólera. Isso provocou arrepios em sua espinha e sentiu-se amedrontado com a remota ideia de que não tinha sido só um sonho.

—Me desculpe, Gabriel. Mas preciso agir rápido ou você morrerá. – disse Yliel, que num movimento muito veloz e quase impossível de acompanhar, sacou a espada e a atravessou no peito do garoto.

Ele ouviu ao longe os gritos de horror, pareciam vir de Leeta. Tudo estava distorcido e girando, num segundo estava ouvindo o rei, no outro sentia como se fosse arrancado da realidade. Ele ouviu sussurros que diziam algo familiar e ao mesmo tempo incompreensível. Por alguma razão, os sussurros lembravam Decarlo. O palácio desapareceu. Agora estava diante de uma escadaria muito maior, com um tapete vermelho estendido e lá no alto havia um trono bem diferente. Parado de pé em frente a esse trono, viu alguém em uma sinistra armadura negra, com um elmo que protegia toda a sua cabeça. Era até difícil saber se havia alguém trajando ou se estava vazia, porém a figura logo começou a andar. Num piscar de olhos, estavam frente a frente. Não conseguia ver em detalhes, exceto por algo nos orifícios do elmo. Eram aqueles mesmos olhos assustadores queimando em ira e vermelhos como sangue. Com uma voz gutural e ecoante, como se nela falassem várias outras vozes, ele então disse:

—Todos devem morrer...

O garoto abriu os olhos e viu as folhas azuis refulgentes que cobriam o teto. Quando se deu conta de onde estava e o que tinha acontecido, tentou saltar de supetão, mas foi contido por dois guardas reais que de mãos nuas lhe seguraram.

—Me solta! – vociferou ele se debatendo – Vocês são como eles! Vocês me trouxeram aqui para morrer! Me solta, droga! Ah! Me larga!

—Acalme-se, senhor! – apelou um dos guardas que apoiava com as mãos nos ombros do rapaz – Precisa se acalmar!

O rei calmamente se aproximou até ficar ao alcance visual dele, que sentiu medo e ao mesmo tempo raiva. Não hesitou em encará-lo demonstrando esses sentimentos, se esquecendo completamente do respeito que outrora se esforçara para apresentar.

—Não foi trazido até aqui para morrer, Gabriel. Eu tinha que fazer o que fiz.

—Mentiroso! – esgoelou, agora com mais raiva do que medo.

—Soltem-no! – ordenou o rei calmamente e os guardas imediatamente se afastaram.

O jovem se levantou e colocou a mão no punho da espada, fazendo com que todos os guardas em volta também repetissem o gesto. No entanto, com um simples aceno da destra de Yliel, toda a guarda élfica se aquietou.

—Por que me trouxeram aqui? O que foi aquilo? – com a outra mão tateava o peito onde tinha certeza de ter sido atingido – Você fez também, não é? Fez igual ao Decarlo! Você... Vocês...

Seus sentidos o traíram novamente, não sentiu o chão e mais uma vez a escuridão pairou sobre seus olhos.


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