É amor! Tô certo! escrita por RanyHoney


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oii, tudo bem? Espero que sim!

Essa é a minha primeira história e como você chegou a ela, torço para que goste e tenha uma ótima leitura!
Obrigada pela atenção, divirta-se! :)



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Durante o almoço, os garotos permaneceram em silêncio. Conversas aleatórias vieram a mesa, algumas sobre as férias que estavam próximas, outras sobre a correria do dia a dia devido a escola e até mesmo momentos passados foram mencionados. Porém nenhuma delas era boa o suficiente para prender a atenção deles.

— Vou escovar os dentes e sair. – Hana comentou, levantando-se.

— Vai aonde? – Flora questionou.

— Tenho que fazer um trabalho que está valendo a nota da prova. – respondeu enquanto escovava os dentes. – Vou para a casa do Ícaro. Eu e o pessoal do grupo pensamos em, depois que terminar, irmos tomar um sorvete. Afinal, vai ser algo bem rápido. Cada um já fez a sua parte e agora vamos juntar tudo.

— Tudo bem, filha. – sorriu. – Na casa do Ícaro, hein?

— Nem comece. – rebateu com um sorriso. – Ele namora. E também não faz o meu tipo.

— Certo, certo. – a mãe respondeu risonha.

— Tchau, mãe. – beijou sua bochecha. – Tchau cabeçudo. – bagunçou os cabelos de seu irmão.

— Aii! – resmungou. – Hana!

— Sabe que eu te amo, seu chato. – riu. – Tchau, Dani e tio Beto.

Assim que se despediu, Hana pegou sua mochila em cima do sofá e saiu. Os quatro encontravam-se a sós de novo.

Quando Eric finalizou sua refeição, pôde sentir o olhar de sua mãe sobre si. Bastou seus olhares se encontrarem para que entendesse sua silenciosa ordem.

— Terminou, Dani?

— Sim. – comentou levantando-se. – Obrigado, tia Flora.

— Não há de que… Meu genro. – retrucou rindo enquanto observava o garoto corar.

Minutos depois, Daniel e Eric estavam sentados lado a lado no grande sofá, enquanto seus pais estavam diante deles. Era perceptível que de fato não estavam aborrecidos com o que viram, mas, mesmo que aparentassem estarem levando a situação “numa boa”, a insegurança ainda tomava conta de seus corpos.

— Meninos, precisamos conversar…

— Mãe, a gente…

— Primeiro, peço para que pare de falar dessa maneira. Vocês não fizeram nada de errado. Segundo, fiquem em silêncio, ok? Apenas nos escutem, por favor.

— T-tudo bem…

Flora e Roberto entreolharam-se enquanto o silêncio tomava conta do cômodo. Logo, ela respirou fundo, direcionou seu olhar para o próprio filho antes de finalmente se pronunciar.

— Eric, você me decepcionou.

— Como assim?

— Eu perdi cem reais por sua causa. Por que não tomou uma atitude?

— Mas… Eu… Desculpa?

— Enfim, nós não temos problema algum com vocês serem um casal. – sorriu. – Estaremos felizes apenas por saber que vocês estarão, mas…

— Estamos preocupados. – Roberto completou. – Não iremos proibi-los e muito menos repreendê-los. O amor é algo incrível e merecem conhecê-lo e vivê-lo da forma mais pura possível.

— Sim. O amor é o sentimento mais belo que pode existir. – a mulher comentou com um sorriso um tanto receoso. – Porém o mundo é um lugar cruel. Aqui em casa vocês estão seguros, mas não sabemos lá fora.

— Não queremos que o mundo machuque vocês. Saibam que sempre estaremos aqui. Independente do que seja, estaremos os apoiando. O mundo pode ser cruel, mas nunca deixaremos de lutar ao lado de vocês.

— O amor é lindo demais para ser mantido em segredo. – concluiu ela. – Somos uma família.

— E famílias ficam unidas.

Flora olhou para Roberto que concordou com um sorriso. Quando direcionou seu olhar para os garotos, pôde perceber que os olhos de ambos encontravam-se cheios de lágrimas. Logo levantaram e abraçaram os pais. Toda aquela conversa havia lhes trazido a tranquilidade que seus corações tanto precisavam.

— Obrigado, mãe e tio Beto. – comentou enquanto apertava cada vez mais o corpo da mulher.

— Estávamos com medo de vocês brigarem com a gente. – Daniel chorava no ombro de seu pai. – Obrigado por estarem do nosso lado. Eu amo vocês.

Depois de longos minutos, os garotos encontravam-se mais calmos. Estavam felizes com o que aconteceu, seus pais os aceitaram e para eles isso já bastava. Não precisariam se esconder de quem a opinião mais importava. Não teriam medo de ser quem são na frente de quem mais amavam.

— Dani…

— Sim? – o garoto o olhou. – O que foi?

— Quer ir no parquinho comigo? Normalmente está vazio nesse horário. Bem, se quiser… – sorriu.

— Quero sim, mas temos que ver se eles deixam.

— Certo. – respondeu animado.

Eric levantou-se rapidamente e correu até a cozinha, desculpou-se pela interrupção e falou com sua mãe. No exato momento em que obteve a autorização, voltou para a sala, segurou o braço de Daniel e puxou-o consigo.

— Vamos!

— Calma. – riu. – Eu não vou fugir.

Não demorou para que chegassem ao local desejado. O parquinho ficava perto de suas casas e esse fato era o que mais gostavam. Sempre que as aulas acabavam iam lá se divertir antes de irem para casa e se separarem. Assim que avistaram os balanços, Eric soltou o pulso de Daniel e correu em direção a um deles.

— Vêm! Senta do meu lado.

O moreno começava a balançar, acelerando cada vez mais, enquanto Kimura permanecia sentado mexendo-se devagar. Sua mente estava um caos e suas mãos suavam. Talvez estivesse ansioso com o que seria dali em diante. Não sabia ao certo.

Eric estava feliz e para Dani isso já bastava. Seu coração acalmava-se apenas por estar ao seu lado. Sua companhia o alegrava. Para ele, momentos como esse eram os melhores. Estava tão imerso nas risadas e sorrisos que surgiam que nem sequer percebeu as horas passarem.

Ao olhar para o relógio, notou que já eram quase cinco horas da tarde. O momento perfeito para algo que sempre quis fazer. No mesmo instante, levantou-se e olhou para o rapaz ao seu lado que mais parecia uma criança de tão entretido que estava com o brinquedo.

— Vamos. – comentou. – Podemos finalizar a tarde no riacho. Tem algo que quero mostrar.

— Acho essa ideia perfeita. – sorriu. – E romântica também…

— Essa é a intenção.

O rosto do garoto corou. Assim que o viu estender a mão, segurou de automático e, juntos, começaram a caminhar. O trajeto até o riacho levou cerca de vinte minutos e poderiam garantir que valeu totalmente a pena.

Ao chegarem, Eric pôde presenciar uma das cenas mais bonitas que já havia visto. A luz do Sol atravessava as copas das árvores e iam de encontro as águas que ali corriam. Às vezes podia jurar ver um pequeno arco-íris se formar de uma ponta a outra.

— Achava que não tinha como esse lugar ficar ainda mais bonito, mas vejo que estava completamente errado.

— Sabe o que é mais bonito do que isso tudo? – Kimura questionou.

— O quê?

— Você.

— Como você é fofo. – respondeu com um sorriso bobo.

Daniel riu, envergonhado. Sentou-se em uma das pedras dando alguns tapinhas no espaço livre. Não demorou para que seu pedido fosse atendido e Eric estivesse bem ao seu lado. Ambos admiravam o local com um grande sorriso. Todos que conheciam o riacho diziam que havia momentos em que a imagem era tão bela que não parecia real e, para eles, esse momento era exatamente o que estavam vivendo.

— Eu amo vir aqui. – Daniel comentou. – E é melhor ainda quando você está comigo.

— Você sempre gostou de vir aqui. – riu. – Que eu lembre, foi aqui que começou o seu interesse por insetos.

— Realmente e foi você quem sempre me apoiou nesse interesse incomum.

— E sempre vou apoiar. – apoiou a cabeça no ombro de Daniel.

— Eric… Eu quero falar uma coisa muito importante.

— Pode falar. – olhou-o.

— Eu gosto de você. Muito mesmo. Não sei exatamente quando eu comecei a ter esses sentimentos. Me dei conta deles somente quando estávamos conversando e você me falou que estava gostando de uma garota… No caso, da nossa melhor amiga. Naquele dia, parecia que eu tinha levado um soco bem na boca do estômago. Tive medo de contar o que sentia e você me achar um estranho. E querer se afastar de mim…

— Isso nunca aconteceria e jamais vai acontecer. – Eric garantiu.

— No início… Quando você disse que gostava da Alana, meu coração doeu. Por isso guardei tudo o que sentia durante todo esse tempo. Hoje mais cedo, quando pediu para que eu recriasse a foto com você, vi a oportunidade perfeita para fazer algo, tomar uma atitude. – sorriu. – Quando vi seu rosto corar na primeira tentativa, algo dentro de mim disse que valeria a pena tentar fazer aquilo e eu fiz. Mesmo no fundo achando que você me bateria sem pensar duas vezes.

— Você não está errado. – falou, coçando a própria nuca. – Eu realmente tive uma queda pela Alana, mas desencanei no momento em que ela disse que estava interessada no Matheus.

— E quando você percebeu que sentia algo por mim?

— Na festa de aniversário do Bruno. Quando vi que mesmo sozinho e com todos te olhando estranho, você continuava dançando do seu jeito desengonçado e com um sorriso no rosto. Lembro que até a Alana se aproximou para te fazer companhia. Naquele momento, quando eu estava olhando para você, minha única vontade era fazer que nem o figurante do clipe Firework da Katy Perry. Caminhar em sua direção e te beijar ali mesmo. – confessou com um sorriso bobo. – Meio clichê, né?

— Eu amei esse clichê. – sorriu.— E a analogia também.

Daniel levou sua mão até o queixo de Eric, virando-o em sua direção. Seu olhar intercalava entre os lábios rosados e os olhos do rapaz. Logo quebrou-se a distância entre eles. Enquanto suas bocas delineavam uma conversa tão única, as mãos do moreno deslizavam pelas bochechas de seu amante calmamente.

— Eric, quer namorar comigo?

Os olhos do garoto permaneciam fechados após o distanciamento. Quando escutou a pergunta, abriu-os lentamente junto com um sorriso que tomava conta de seus lábios.

— É claro que eu quero. – deu um rápido selinho.

Kimura entrelaçou seus dedos aos do mais novo namorado. Não estava com vergonha, muito menos nervoso. Felicidade era a única coisa que sentia naquele momento. Estavam felizes e poderiam oficialmente chamar um ao outro de namorado ou qualquer outro apelido amoroso que achassem fofo o suficiente para descrevê-lo.

— Estava pensando aqui…

— No que?

— Como vamos contar para os nossos amigos que estamos namorando?

— Vamos deixar isso para amanhã. Será uma ótima notícia para darmos na última semana de aula.

— Acho que a Alana vai surtar. – Eric comentou rindo. – E o restante do pessoal vai ficar surpreso.

— Eles não serão os únicos… – sussurrou.


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