É amor! Tô certo! escrita por RanyHoney


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oii, tudo bem? Espero que sim!

Essa é a minha primeira história e como você chegou a ela, torço para que goste e tenha uma ótima leitura!
Obrigada pela atenção, divirta-se! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809665/chapter/2

Nenhum dos dois queria se afastar, estavam amando e desejavam que durasse para sempre. Quando finalmente se separaram, quase sem ar, seus olhos continuaram conectados, seus rostos avermelhados. Daniel uniu suas testas enquanto um sorriso bobo dominava suas faces.

— Melhor ver se a foto ficou boa. Caso não, podemos tentar marcar outro dia para tentarmos novamente.

— C-certo… – respondeu enquanto tentava recuperar o próprio fôlego.

Daniel afastou-se e voltou para sua cama, enquanto observava Eric ir ao aparelho para verificar como a foto havia ficado. Os olhos do moreno tentavam focar no celular em suas mãos, contudo seu coração estava acelerado demais.

— Como ficou? — questionou.

— Ficou muito boa. – sorriu, tentando disfarçar. – Agora que eu me lembrei. Quem tirou a foto foi a Alana.

— Realmente… Nesse caso, podíamos ter pedido para que ela nos ajudasse.

— Não! – exclamou. – Eu… Gostei do resultado. – sorriu.

— Fico feliz em ouvir isso… – comentou baixo.

Eric sentiu seu rosto esquentar ainda mais. Bloqueou o aparelho e olhou para Daniel que já o observava. No exato momento em que seus olhares se encontraram, sorriram envergonhados com o ocorrido há poucos minutos. Eles gostaram e isso era inegável.

— Eu… Bem, acho que já vou… – Eric comentou ainda um pouco desnorteado.

— Por favor, fique. – seus olhos brilhavam por trás dos óculos. – Podemos ver algum filme ou jogar um pouco de videogame. Apenas… Fique.

Um sorriso bobo surgiu nos lábios do garoto. Jamais imaginou que depois do ocorrido aquela seria a reação de Daniel. Na verdade, nunca havia passado por sua mente a possibilidade de ter sentimentos por ele, muito menos de beijá-lo. Bom, era o que acreditava. Porém seu coração parecia pensar o contrário. Nele, essa ideia havia se tornado fixa.

— Tudo bem, Dani. Eu fico.

Os olhos de Kimura acompanharam enquanto Eric sentava-se ao seu lado. Começaram a busca por algum filme que chamasse atenção, contudo não sabiam mais no que pensar a não ser em seus lábios encostados um no outro. Acabaram colocando para assistir NiNoKuni pelo que talvez fosse a sétima vez.

Enquanto isso, do outro lado da rua, Flora finalizava os preparativos para o almoço enquanto culpava a si mesma pelo atraso. Assim que tudo estava pronto, chamou seus filhos para que pudessem comer, mas obteve somente uma resposta, a qual pertencia a Hana que tinha sua atenção voltada para seu celular.

— Seu irmão ainda não voltou?

— Ao que parece, não. – respondeu olhando para a mãe e desviando seu olhar de volta para a tela.

— Que horas têm?

— São duas e meia.

— E que horas ele tinha saído mesmo?

— Sei lá, mas acho que era uma nove e pouca?!

— Se eu não for chamar, esse garoto perde a noção do tempo. – suspirou. – Já volto. Vai colocando o seu almoço e termina de levar as coisas para a mesa.

— Sim, senhora.

Ela saiu de casa e caminhou até o outro lado da rua não tardando em bater à porta. Foi questão de minutos para que Roberto Kimura atendesse e abrisse caminho para que adentrasse a casa. Flora e ele eram amigos desde o Ensino Médio e foi graças a essa amizade que seus filhos cresceram tão próximos um do outro. Uma amizade passada de geração para geração.

— Flora? O que faz aqui?

— Oi, Beto. Eric veio aqui, certo? Sabe se ele ainda está aí?

— Creio que sim. Quando ele chegou, eu estava no escritório, então não o vi, mas sei que foram para o quarto do Dani. Eles devem estar lá vendo algum filme.

— Entendo. Eu estava procurando por ele. O almoço está pronto e ele ainda não voltou. Acabei ficando preocupada.

— Almoço? Que horas têm?

— Bem, nesse exato momento são duas e pouca.

Os olhos do homem se arregalaram. Mal conseguia acreditar que as horas haviam passado tão rápido. Estava tão focado em seu trabalho que não percebeu, muito menos sentiu fome. Tinha a total ciência de que precisaria arrumar algo para que ele e o filho comessem, porém não fazia ideia do que preparar tão em cima da hora.

— Droga. Preciso preparar algo. – comentou consigo mesmo, mas acabou por deixar um riso escapar. – Acho que talvez eles não estejam com fome já que devem estar maratonando filmes. Venha, vamos até o quarto chamá-los.

— Tudo bem.

Enquanto subiam as escadas em direção ao quarto de Daniel, conversavam sobre como a vida estava sendo uma correria. Roberto era pai solteiro desde que sua esposa havia falecido no nascimento de seu filho e conciliar trabalho com as obrigações paternas e afazeres de casa às vezes era difícil. Flora sempre esteve ao lado do amigo e agradecia internamente por seus filhos serem tão próximos, pois, para ela, os Kimura eram da família.

— Obrigado por sempre estar ao meu lado. Você é uma ótima amiga. – sorriu.

— Não precisa agradecer. Nos conhecemos desde a escola. É claro que pode contar comigo para o que precisar.

Definitivamente a intimidade entre eles era inegável, assim como a de seus filhos. Flora e Roberto eram inseparáveis, sabiam que poderiam contar um com o outro para o que fosse necessário.

Quando finalmente chegaram a porta do quarto, deram algumas batidas, porém não obtiveram resposta alguma. Entreolharam-se confusos e bateram outra vez.

— Dani. Eric. – ela os chamou. – Meninos, abram a porta.

— Será que acabaram dormindo durante o filme?

— Não sei. Acho muito difícil de isso acontecer. Se deixar, eles viram a noite maratonando.

— Você está certa. – comentou. – Vou tentar mais uma vez, se não responderem abrimos a porta. Não gosto de fazer isso, mas precisamos ter a certeza de que estão bem.

Roberto bateu novamente e, assim como antes, não recebeu resposta alguma. Entreolharam-se mais uma vez, preocupados. Não era do feitio de nenhum dos dois garotos deixar de responder.

— Certo, estou torcendo muito para que estejam dormindo.

— Eu também. – ela concordou. – Não quero que a situação fique constrangedora, nem nada do tipo.

— Aposto que estão apenas dormindo. Não precisamos nos preocupar, Flora.

— Claro…

Respiraram fundo e contaram até três antes de abrir a porta e adentrarem o cômodo. No exato momento em que viram a cena que estava diante deles, seus olhos se arregalaram e suas bocas ficaram entreabertas em surpresa.

— ERIC? DANIEL?

Os garotos estavam se beijando intensamente. Parecia que o mundo ao redor não existia. Quando escutaram o grito de Flora, separaram-se de imediato e encararam os pais assustados. Nenhum dos quatro imaginava uma ocasião como essa acontecendo.

— Mãe? Senhor Kimura?

— Tia, a gente pode explicar…

O medo tomou conta de ambos. Não tinham ideia de como seus pais reagiriam, mal sabiam como a relação deles ficaria depois daquele primeiro beijo. Na verdade, não tinham a menor ciência de como eles ficariam depois daquele dia e, ao ver a reação dos pais, seus corpos gelaram por completo. Aquela cena parecia mais algo que acontece somente em novelas ou filmes.

— Eu… – Flora respirou fundo e continuou. – Só tenho uma pergunta para fazer a vocês.

— E qual seria, mãe? – questionou enquanto sentia todo seu corpo tremer.

— Quem tomou a iniciativa?

— O quê? – questionaram juntos.

— É. Quem beijou primeiro?

Os garotos entreolharam-se surpresos com a pergunta. Mesmo que em poucos segundos, suas mentes já haviam criado diversos cenários de como eles reagiriam e escutar a essa pergunta não estava em nenhum deles.

Daniel respirou fundo enquanto levantava seu braço lentamente. Seus olhos estavam fechados. Podia sentir seu corpo tremer enquanto seu coração acelerava cada vez mais, parecia prestes a sair pela boca.

— Fui eu.

— Mas a ideia foi minha, mãe. – Eric interveio. – Bem, não a ideia do beijo, mas a que resultou nele…

— Eu não perguntei isso, Eric. – respondeu, séria. – Então foi você, Dani?

— Sim, senhora.

Flora suspirou ao escutar a confirmação. Em seguida, colocou uma de suas mãos em seu bolso e retirou sua carteira. Os garotos a olharam confusos. Instantes depois, ela pegou uma nota de cem reais e entregou para Roberto que a pegou com um sorriso vitorioso.

— Espera, o quê? – Eric questionou. – Por que deu dinheiro para ele?

— Vocês dois sempre foram próximos. Desde muito pequenos. Então, já imaginávamos que talvez no futuro se tornassem um casal… – Flora explicou.

— Tivemos a certeza disso no dia em que foram para aquela festa fantasia e a Alana tirou aquela foto dos dois. – Roberto completou. – Com a possibilidade de estarmos certo, fizemos uma aposta de quem tomaria a iniciativa. Caso fosse o Eric, eu deveria pagar cem reais a ela. Se fosse você, Dani, ela quem me pagaria.

Os garotos continuaram surpresos com aquilo. Definitivamente não imaginavam que suas vidas amorosas haviam se tornado uma aposta entre seus pais. Porém não poderiam negar o alívio que sentiam ao ver que para eles não tinha problema algum se os dois fossem um casal, apesar de não terem a total certeza de que haviam se tornado algo além do que amigos.

— Vamos! O almoço está pronto. – Flora ordenou com um sorriso. – Venham vocês também. Hoje teremos um almoço em família.

— Eu aceito o convite.

Roberto saiu do quarto do filho rindo. Os pais foram para a sala de estar e aguardaram os garotos que permaneciam no quarto, ainda chocados com o que havia acabado de acontecer.

— Você não escutou nada? – ela questionou.

— Não, eu estava focado em outras coisas… – respondeu. – Mas confesso que estou feliz pelos dois.

— Eu também. – riu. – Depois conversamos sobre isso com eles. Com bastante calma.

— Acho uma ótima ideia.

Enquanto desciam as escadas, Daniel e Eric sentiam seus rostos queimarem de vergonha. Não tinham ideia de como poderiam olhar para os pais depois disso tudo, mas a verdade é que, no fundo, também estavam inseguros. Não queriam que aquilo estragasse a amizade que tinham.

— Eric… Eu… Desculpa, isso é culpa minha e…

— Eu gosto de você. – o moreno o interrompeu. – Gosto muito.

— Eu…

— Vamos, meninos. – Flora os chamou. – Precisamos comer algo que realmente encha a barriga e não apenas besteiras que só enganam nossos estômagos.

— Acho melhor irmos. – falou Daniel.

— Também acho….

Eric caminhou até a porta enquanto sentia seu coração apertar. Torcia para não ter estragado tudo com a ideia de recriarem a foto. Não queria perdê-lo. Daniel era tudo para ele. Seu melhor amigo, seu porto seguro, seu confidente, seu parceiro de jogos e acima de tudo... Era o seu primeiro amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!