Neo Saint Moon Ares escrita por OrochiYashiro


Capítulo 11
Os Cavaleiros assumem seu amor pelas Sailors




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À tarde daquele mesmo dia, é realizada uma corrida de Stock Car categoria Opala.  Haruka Tenoh, a Sailor Urano, faz parte do quadro de pilotos participantes.  Estava tudo pronto para a largada.  É dado um tiro com uma pistola eletrônica, iniciando a corrida.  Os pilotos saem em alta velocidade, obstinados em chegar ao topo do pódio.  Na arquibancada, entre o público presente, havia alguém muito peculiar no meio dos atenienses.  Era Shura!  Não sabia que ele gostava de corridas.  Será que ele sabe que a moça por quem se encantara é piloto de corridas? 

 

SHURA (pensando):  Há muito tempo não vejo uma prova de Stock Car.  E hoje está bem cheio aqui... 

 

Sim, de fato, é a primeira vez que o evento volta com tudo, depois de quase cinco anos de pandemia.  E algumas pessoas ali presentes ainda resistiam em abandonar as máscaras, com medo de novas contaminações, mesmo já sendo passado.  Shura achava aquilo tudo desnecessário, mas, como há quem ainda insista em andar na rua de máscara, até mesmo usar dentro de casa...  A corrida prosseguia, com os pilotos disputando ponta a ponta os primeiros lugares.  Haruka, por sua vez, liderava em absoluto, provando que, apesar de ser mulher, conseguia ser a melhor dali.   

 

NARRADOR:  A corrida segue cada vez mais intensa, com Haruka Tenoh, do Japão, na liderança.  Logo atrás vêm Vladimir Shevchenko, da Ucrânia, Mustafah La’eb, da Turquia, Nikolas Karadjan, da Armênia, e Susan Bramwell, do Canadá. 

 

Parece que o Príncipe da Espada terá uma surpresa e tanto, no final da corrida. 

 

Instantes depois, eis que Haruka, a líder da corrida, consegue chegar em primeiro lugar. 

 

NARRADOR:  E a piloto japonesa Haruka Tenoh cruza a linha de chegada em primeiro lugar! 

 

O pódio é completado pelo ucraniano Shevchenko e pelo turco La’eb.  Shura, que tinha consigo uma luneta para poder enxergar à distância, observava os pilotos a subir ao pódio.  Quando Haruka tira o capacete, ele fica surpreso ao ver que a moça por quem se encantara é uma piloto de corridas. 

 

SHURA (pensando):  Nossa...  mas...  é ela!  A moça daquele dia...  ela é uma piloto...  incrível! - sorri. 

 

Pelo visto, o espadachim espanhol está mesmo enamorado! 

 

Naquele mesmo momento, Setsuna e Hotaru estavam na Universidade de Atenas, onde a guardiã do portal do tempo foi chamada para palestrar ao vivo.  Estavam lá professores e doutores de diversos países.   

 

APRESENTADOR:  Obrigado pela presença de todos vocês, senhoras e senhores.  E para começar essa palestra no campo da física, tenho a honra de chamar a Senhorita Setsuna Meiou, que veio do Japão.   

 

E se apresenta perante os convidados. 

 

SETSUNA:  Obrigada a todos, é uma honra para mim – Hotaru estava a seu lado. 

 

Mais tarde, eis que Saga vinha caminhando, acompanhado do Mestre de Shiryu, e passavam em frente à Universidade de Atenas. 

 

SAGA:  A grande Universidade de Atenas...  Camus se formou aí, enquanto treinava para ser Cavaleiro.  Que sorte a dele...  foi o único de nós que conseguiu se formar e ter um diploma. 

DOHKO:  Nem sempre a falta de um diploma é ruim, Saga.  Conheço muitas pessoas diplomadas que são péssimos profissionais e péssimas pessoas, e pessoas sem nenhuma instrução na vida que são humildes e cultas, além de competentes no que fazem, ainda que seja um trabalho braçal. 

SAGA:  Sim, de fato, concordo... 

 

Eis que ambos veem os participantes daquela convenção sair da universidade.  E entre os retirantes, estavam Setsuna e Hotaru, por quem ambos estavam fascinados. 

 

DOHKO:  Saga...  mas aquelas ali são... - diz. 

SAGA:  Sim!  A jovem de cabelos curtos que brilha como uma estrela – sorri. 

 

Assim como as Inner Senshis conseguiram fazer os Cavaleiros de Bronze descobrir o amor, as Outer Senshis parecem ter feito nascer o mesmo sentimento nos Cavaleiros de Ouro. 

 

Mais tarde, já no começo da noite, algumas coisas se passavam nos arredores da Acrópole, perto do Parthenon, a base de Atena e seus Cavaleiros.  Havia uma grande concentração de pessoas, sentadas ou de pé, num lugar que lembra os antigos teatros gregos.  Um palco com instrumentos musicais estava montado.  Parece que um concerto seria realizado ali.  Entre o público presente, havia um dos Cavaleiros de Ouro.  Sim...  era Camus!   

 

CAMUS (pensando):  Disseram que o Yanni ia fazer uma apresentação aqui...  amo de coração suas músicas. 

 

Mal sabia o Príncipe do Gelo a surpresa mais que agradável que ele ia ter naquela noite.   

 

Instantes depois, eis que o apresentador sobe ao palco.  Alguns músicos já estavam ali presentes. 

 

APRESENTADOR:  Boa noite, senhoras e senhores.  Bem-vindos à apresentação do nosso Mestre compatriota, o magnífico Yanni!  

 

Todos aplaudem a entrada do músico, conhecido por sua longa cabeleira e bigode.   

 

APRESENTADOR:  E com vocês, como nossa convidada de honra, a talentosa violinista nipônica Michiru Kaioh! 

 

Eis que o alter-ego de Sailor Netuno entra, vestindo um longo e belo vestido da mesma cor de seus cabelos; da cor do oceano, e com seu violino.  Camus, por sua vez, ao vê-la novamente, fica fascinado. 

 

CAMUS (pensando):  Por Atena...  é ela!  A violinista daquele dia...

 

Instantes depois, Yanni dá início a seu concerto, começando com a música “Santorini”[1], baseada na famosa ilha turística grega.  Camus, que sempre curtiu ouvir suas músicas, se deixa levar pelo clima do show, mas não tirava os olhos da violinista de cabelos da cor do oceano.  Estava a sentir-se enamorado por ela. 

 

CAMUS (pensando):  Sem dúvida...  muito talentosa...  além de linda... 

 

Porém, ele vê uma luz estranha a brilhar na testa de Michiru, que forma um símbolo que lembra muito um tridente. 

 

CAMUS (pensando):  O que...  aquele brilho...  mas...  IMPOSSÍVEL!! 

 

Eis que se lembra de quando era criança, e chegara diante do berço de sua então recém-nascida irmã.  Enquanto a paparicava, viu um símbolo misterioso brilhar em sua testa, e pesquisando nos livros, concluiu ser o sinal de uma das Marinheiras Lunares.  Com isso, sente que Michiru também faz parte do grupo das Sailors.  Em seguida, uma espécie de camafeu a mostra com um vestido enorme, ainda mais belo, e a tocar em meio aos recifes do oceano.  Será que ela pode também ser...? 

 

CAMUS (pensando):  É parecido com o símbolo que vi na testa de minha irmã, quando era recém-nascida.  E essa visão...  será ela uma das Marinheiras Lunares...  e será também a filha do Imperador Poseidon? 

 

O Mestre de Hyoga e Isaak estava completamente confuso.  No entanto, sabia que devia estar por perto para qualquer coisa que surgir, pois sabe que Michiru, cedo ou tarde, pode vir a ser um alvo dos berserkers de Ares, e ele jurara a Poseidon proteger sua filha, custe o que custar. 

 

Enquanto isso, algumas coisas se passavam dentro do Parthenon.  Os demais Cavaleiros de Ouro começavam a notar a ausência de Saga, Dohko, Shura e Camus.   

 

AFRODITE:  Estranho...  o Mestre Ancião...  quer dizer, Dohko, e também Saga, Shura e Camus, ultimamente tem andado muito fora daqui.  Não estou gostando disso... - diz, cheirando uma rosa vermelha. 

DEATHMASK:  Será que aqueles folgados foram se divertir em algum “inferninho”? - graceja. 

MU:  Máscara da Morte...  como ousa debochar dessa forma?  Nós, Cavaleiros, sempre fomos íntegros, nunca fomos de nos entregar ao prazer da carne, a não ser quando um de nós resolve casar e ter família - bronqueia. 

AIOLOS:  Se eles realmente tiverem conhecido algumas moças lá no vilarejo...  então tudo pode acontecer. 

AIOLIA:  Só espero que isso não os faça esquecer seu dever como Cavaleiros. 

ALDEBARAN:  Se a vontade de Atena para eles for essa, que assim seja.  Não podemos fazer nada contra.  Cada um é responsável pelo seu destino. 

 

Eis que chega o Patriarca Shion. 

 

SHION:  Confiem neles, Cavaleiros.  Saga e os demais são fieis à nossa Ordem, jamais nos trocarão por moças do vilarejo.  E mesmo que cada um encontre seu grande amor, eles continuarão a ser Cavaleiros. 

MU:  Sim, Mestre Shion, que assim seja! - o reverencia. 

 

Mais tarde, eis que Shura, Dohko, Camus e Saga estavam de volta ao Parthenon.  Chegando logo no templo de Áries, são interpelados por Mu. 

 

MU:  Que bom que vocês voltaram...  o Patriarca quer falar com vocês. 

SAGA:  O Shion...  falar conosco? - indaga, um tanto surpreso. 

DOHKO:  Seja lá o que for que queira nos falar, temos que ir até o Shion. 

 

Sabendo que não podem negar nada a Shion, pois seria como negar a Atena, se dirigem ao templo do Mestre.  Minutos depois, estavam lá, diante do trono de Shion. 

 

SAGA:  Patriarca Shion...  aqui estamos nós, conforme solicitado – diz. 

DOHKO:  O que aconteceu, velho amigo? - indaga. 

SHION:  Que bom que vieram...  é que, hoje cedo, os demais Cavaleiros notaram a ausência seguida de vocês, e isso me deixou um tanto preocupado.   

CAMUS:  Estávamos vasculhando os arredores, para saber se não havia nenhum movimento suspeito, algum soldado de Ares maquinando alguma coisa perversa, como o senhor nos ordenou.   

SHURA:  Sim!  Entretanto... 

SHION:  Entretanto o quê, Shura? 

 

Fica meio receoso em dizer ou não, mas resolve falar a verdade. 

 

SHURA:  Patriarca...  enquanto fazíamos nossa patrulha em Rodorio...  nós aqui... - fica um tanto sem jeito. 

SAGA:  Tudo bem, eu digo!  Nós, durante nossa patrulha, conhecemos quatro belas moças, que não são daqui, são do Japão.  

 

Shion fica surpreso com aquela declaração. 

 

SHION:  Hum...  então as minhas suspeitas se confirmaram! - diz. 

DOHKO:  Então você...  você já... 

SHION:  Sim, Dohko!  Eu já imaginava que vocês estavam a se relacionar com moças lá fora.  E pelo visto, imagino o quão enamorados devem estar por elas... 

SHURA:  Sim, Patriarca.  Por mais que isso possa lhe parecer até surreal, mas a verdade é...  SIM!  Nós quatro nos enamoramos por essas jovens que vieram do outro lado do mundo.   

SHION:  Ora, não há mal nenhum em estar apaixonado, Shura.  Vós sois humanos, não máquinas.  E com o amor da humanidade em vossas almas.[2]

 

Aquela fala de Shion os deixa surpresos.  Mais uma vez, o Patriarca os surpreendera com toda sua sabedoria.  Sim!  Saga, Dohko, Shura e Camus estão apaixonados pelas Outer Senshis.   

 

No hotel onde estavam hospedadas, as Outer Senshis também pensavam nos Cavaleiros de Ouro que haviam conhecido.  E pelo visto, também estavam a ter pensamentos românticos em relação aos mesmos.  Estavam deitadas em suas camas, já prontas para dormir. 

 

HOTARU (pensando):  Saga...  é bem mais velho que eu, mas...  que lindo!  Nunca vi um homem tão belo. 

SETSUNA (pensando):  Dohko...  me parece ser um homem muito inteligente e sábio, além de charmoso... 

MICHIRU (pensando):  Camus...  muito lindo e culto!  Tem um olhar um tanto frio...  mas, por dentro, deve haver um grande ardor. 

HARUKA (pensando):  Shura...  me parece muito rude pelo seu aspecto.  Mas me soa muito agradável... 

 

Na China, algumas coisas se passavam.  Era madrugada.  Uma pessoa caminhava pelas ruas de Rozan.  Pelo seu semblante, é uma mulher.  Andava de forma desordenada, tropeçando nos próprios pés, como se tivesse se embriagado.  E de fato, estava embriagada.  Mas essa...  SIM!  Era Shunrei!  Desde que fora expulsa de Rozan por Dohko, após trair Shiryu, levava uma vida totalmente errante, como uma moradora de rua.  Chegou ao cúmulo de até mesmo se prostituir, como forma de sobreviver, já que não tinha mais casa, desde sua expulsão.  E agora, estava de forma que não podia se aguentar em pé, de tanto beber e fazer a vontade de muitos homens afoitos pelo prazer da carne.  Que decadência!  Como uma moça, até então honrada e pura, foi se rebaixar a tanto? E mais... ela não estava morando em outro vilarejo? Será que também foi expulsa de lá? 

 

Naquele momento, Shunrei pensava no dia em que Dohko e Shiryu flagraram sua traição, aos beijos com um turista sérvio, e tal fato lhe custara a expulsão de Rozan.   

 

SHUNREI:  Shiryu...  Dohko...  vocês me pagam... - sussurrava, completamente ébria - não descansarei...  enquanto não tiver...  minha vingança... 

 

Nisso, entra numa viela sem saída, e mais adiante, abre uma porta, por onde entra.  Deve ser o lugar onde estava a viver, desde que fora banida de Rozan por Dohko.  Será que ela irá levar até o fim essa vingança doentia? 

 

SHUNREI:  Não vou...  não vou permitir...  que outra rapariga...  tome o Shiryu...  eu mato...  mato qualquer uma...  que o fizer... 

 

Isso não vai terminar bem!  Desejo de vingança sempre acaba ruim.

 

No Parthenon, em Libra, Dohko pensava no dia em que baniu Shunrei de Rozan.  Sente que ela poderá, cedo ou tarde, tentar uma vingança contra ele e contra Shiryu, por tudo o que passou.   

 

DOHKO (pensando):  Preciso manter meus olhos abertos...  embora Shunrei sempre tenha sido uma pessoa frágil demais, ela se mostrou muito ardilosa, além de uma traidora.  Mesmo traindo Shiryu, ela tudo fará para tê-lo de volta, mesmo que continue a traí-lo.  Não, isso não pode acontecer de jeito nenhum!  Não posso permitir que ela tente fazer da vida de meu melhor discípulo um inferno.   

 

Nisso, em Tóquio, onde já era madrugada, Shiryu estava a dormir num dos quartos da Mansão Kido, onde se estabelecera, desde que deixou Rozan, após a decepção de ter flagrado Shunrei com um outro fulano.  Durante o sono, ele sonhava com o fatídico dia que foi o dia mais lamentável de sua vida, o que o fez mergulhar numa profunda tristeza.  Ao menos, até conhecer Lita.  Ouvia a voz de Shunrei, desejosa por vingança, ecoar no seu subconsciente. 

 

“Você não será de nenhuma outra!  Querendo ou não, será meu a vida toda.” 

 

Aquela fala repetia o tempo todo na sua mente, como um eco.  Não aguentando mais ouvir a voz de Shunrei a martelar sua mente, eis que ele acorda no meio da noite, com o coração aos pulos. 

 

SHIRYU:  AFF  de novo...  desde que Shunrei fez o que fez comigo, não tive mais paz.  Até quando isso vai me atormentar, meu Deus? 

 

Entretanto, pensa no que estava a sentir por Lita. 

 

SHIRYU (pensando):  Lita...  você me surgiu numa excelente hora.  Numa hora que eu estava a passar pela pior turbulência de minha vida.  Não...  não vou me entregar assim!  Shunrei não terá o que quer.  Vou me dedicar a esse novo amor.  Graças a Lita, tive forças para enfrentar os berserkers de Ares, e graças a esse amor, vou vencer o deus da guerra. 

 

Naquele momento, outras coisas se passavam também na casa onde Lita mora.  O alter-ego de Sailor Júpiter também estava a dormir.  E durante seu sono, tinha um sonho com o dia em que um antigo amor a fizera sofrer.  Para ela, foi como se naquele dia, uma parte de sua pessoa tivesse morrido.  No sonho, no momento em que seu ex-amor a atormentava, do nada, eis que Shiryu aparece, e com um golpe, o faz correr batido.  Mesmo adormecida, Lita, ao ver Shiryu em seu sonho, sorria.   

 

LITA (pensando):  Shiryu...  que lindo!  Haja o que houver, estaremos juntos, e para sempre.  Você é o meu grande amor.  

 

Pelo visto, o Príncipe Dragão tem um novo e grande amor, assim como seus demais amigos encontraram o amor nas Inner Senshis.  No entanto, é bom que eles fiquem bem atentos, pois Shunrei estava mesmo determinada a levar a cabo sua maquiavélica e doentia vingança.  Se ela soubesse que, cedo ou tarde, irá se arrepender amargamente do que está a maquinar e urdir... 


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Notas finais do capítulo

[1] abaixo, o vídeo da música que Yanni toca neste capítulo.
https://www.youtube.com/watch?v=0Bibakst1H0

[2] inspirado no discurso final de Chaplin no filme "The Great Dictator".



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