Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 96
Futuro - Imortalidade


Notas iniciais do capítulo

Estou gostando desse negócio de postar a música do capítulo, logo monto uma play list completa dessa história.

A música desse capítulo é: Let it all Go (Birdy, Rhodes)
https://youtu.be/t0cKi5Hm-Pw?si=qJfw65RTS2oSfKcJ

De um filme que trata exatamente do tema deste capítulo - a Imortalidade e seu lado obscuro.
A incrível história de Adaline
Pra quem não assistiu é um filme lindo, que indico, ele retrata aquilo que vejo Antony lidando aqui.

A última cena desse capítulo, é essa música que Shara está cantado, legal ler e ouvir...

Boa leitura



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Shara não sabia dizer o que podia ser pior naquela terça-feira de manhã, estar em sala de aula quando tudo que ela menos queria era estar ali ou estar em sala de aula e ter que aguentar aquele professor absurdamente ridículo e sem vocação alguma para o ensino desfilando pela sala com sua capa dourada e muita purpurina, ou ainda estar em sala de aula com todas as condicionantes anteriores e tendo que tolerar o tique nervoso de Gina que raspava a pena de forma grosseira em seu pergaminho... talvez fosse a soma de ambos, e por mais que sua mente vagasse a quilômetros de distância dali, ela era trazida de volta a pelo menos cada 5 minutos, quando Gina pesava ainda mais a mão ao manusear aquela pena de forma tão irritante, sim ela estava tentando chamar sua atenção.

—Vamos Gina... sei que está aborrecida, eu realmente posso ver isso – Shara disse depois de um tempo – mas será que você pode por favor parar com isso? – Shara tentou – estou ficando com dor de cabeça.

—Aborrecida, eu? – ela perguntou com ironia – talvez seja apenas impressão sua Shara, ou talvez eu devesse me acostumar com o fato de que você some nos finais de semana, e não comparece as aulas de segunda feira, e ainda assim tem a capacidade de sentar ao meu lado, sem me dizer uma palavra a respeito, como se absolutamente nada tivesse acontecido, não é? – ela perguntou, Shara sabia que era isso, era obvio até... mas não dava simplesmente para elucidar tudo que acontecia em sua vida, não... e Shara detestava isso, ela detestava mentir e ela detestava que as coisas fosse assim - e essa é a parte em que você responde algo e não me deixa falando sozinha - lá estava também... a impaciência, característica pessoal que se destacava em Gina.

—As mentorias tem sido puxadas... então... – ela tentou, recebendo um olhar mortal da ruiva, frustrando sua tentativa – olha é complicado ok? – ela desistiu.

—Eu sei que é complicado, sempre é não é? pra mim também tem sido você sabia? – Gina ralhou, Shara sabia que estava faltando com as amigas... Gina tinha razão em estar aborrecida... apenas era de fato complicado – mas devíamos confiar umas nas outras, não devíamos? – ela perguntou – por que a gente tem sempre que ter essa conversa – Gina passou os olhos sobre ela – Shara... por que?

—Eu não gostaria que fosse assim - ela foi sincera - e você está soando como Beta agora – Shara disse estranhando aquela postura, Gina podia não ser paciente, mas ela era a mais compreensiva.

—Talvez por que eu tive que ouvi-la o final de semana inteirinho... ela estava indo até Dumbledore sabia? Eu tive que impedir... ela se importa com você e eu também – Gina disse por fim – me diz que você consegue ver isso... me diz? – ela pediu

—Eu sei... eu... eu aprecio isso honestamente, apenas.... me desculpem certo? a boa notícia... é que eu meio que acho que acabou agora, uma parte disso tudo pelo menos... acabou – Shara olhou para frente sabendo que não estava fazendo muito sentido, enquanto via o professor Lockhart desfilar entre os alunos.

—Acabou? – Gina perguntou – o que exatamente acabou Shara? 

—É complicado... – Shara percebeu que não havia vocabulário que ajudasse naquilo.

—Você usa bastante essa palavra caso não tenha percebido – Gina enfatizou – olha... eu sei tá... eu sei o que aconteceu... Eu sei... – Ela disse baixando o tom de voz e pegando Shara de surpresa com aquele comentário, como assim ela sabia?

—Sabe? – ela perguntou cautelosa, sentindo seu coração começar a acelerar.

—Sim... eu sei o que aconteceu com Flocos – ela revelou, Shara soltou o ar... sim Flocos, ele era uma pequena parcela no meio daquele caos todo que era a sua vida, mas havia Flocos… 

—Quem... te contou? – ainda assim não deixava de ser surpreendente o fato de Gina ter aquela informação, sendo que Shara não havia dito nada a ninguém.

—Aquela loira azeda ali – Gina fez sinal com a cabeça na direção de onde Carla estava sentada com Alana.

—Carla... como assim? Como ela sabe? – Gina suspirou mais pesadora mente – Malfoy… olha longa história... Shara eu só queria que confiasse mais em mim, em nós, eu e a Beta somos suas amigas você sabe... eu sei que isso deve ter mexido com você, que deve ter sido difícil e que talvez você queira ficar reclusa, mas... apenas deixe mais alguém entrar na sua vida, pode ser mais fácil... quando não se está sozinha – Shara assentiu, embora não tivesse muito a ser feito ali, não quando ela havia sido pressa nos aposentos do seu pai o final de semana todo... e sem nenhuma alternativa de comunicação, era um fato isolado, mas aquilo havia sido uma barreira em potencial. 

—Eu sinto muito... – Shara repetiu, Gina se importava... Beta se importava, ela sabia... aquelas eram suas amigas, Gina repousou a mão dela sobre a sua de maneira afetuosa. 

—Eu que sinto Shara, pelo seu gato... por você ter que lidar com isso depois de tanto, Flint é um completo idiota, ele deve pagar... Harry ficou tão furioso quando soube, precisava ter visto – Shara a encarou...

—Harry?... Gina você contou para o Harry? Contou sobre o que aconteceu ao Flocos para o Harry? – ela perguntou perplexa.

—Não me olhe assim Shara... ele merecia saber, foi ele que te deu o gato para início de conversa – Gina pontuou – ele ia acabar percebendo em algum momento.

—Justamente... foi ele que me deu e eu... não pude cuidar dele, eu... não consegui mantê-lo vivo! – Shara exclamou se sentindo frustrada, envergonhada talvez, era difícil descrever aquilo...

—Como se fosse sua culpa... aquele bastardo, eu sei o que fez Shara... sei que ele não gostou do que você disse, mas ainda assim ele não tinha o direito – Gina amassou o pergaminho como se estivesse amassando o pescoço de alguém, ela estava mesmo brava - mas ele terá o que merece – ela disse friamente – você deveria ir a Dumbledore – ela sugeriu.

—O professor Snape sabe... e bem... ele é o diretor da Sonserina, prefiro deixar que ele conduza a situação... e o que você quer dizer com ele terá o que merece? – Shara estava começando a ficar preocupada principalmente pela amiga ter desviado o olhar de maneira suspeita ali – olha... eu tive que jurar para ele que não me vingaria, que não moveria uma pena, Gina isso é sério... o professor Snape me fez prometer que não me envolveria com Flint... – Gina a encarou de forma curiosa, e Shara percebeu que talvez estivesse liberando informação demais ali.

—O professor Snape, sério? – ela disse cruzando os braços – engraçado ele pareceu não dar a mínima quando a gente contou sobre o ocorrido para ele aquele dia – então foi assim que ele soube... ele não havia dito, quer dizer... na verdade ele falou sobre os rastros, rastros que ela tinha deixado... Shara havia deduzido que os elfos tinham comentado sobre o sangue em suas roupas... mas então ele parecia ter investigado aquilo, certamente depois do que Gina ou os demais haviam dito, enfim... Shara queria tanto explicar para a amiga, que não era bem assim, que ele se importava... mas simplesmente não cabia, aquilo nunca caberia – Flint é Sonserino e Snape favorece os Sonserinos...

—Eu sou da SONSERINA – Shara elevou a voz, atraindo todos os olhares para a sua direção, inclusive o do professor de defesa.

—Esclarecedor, senhorita Epson – ele disse, a fazendo corar – acredito que todos aqui já saibam a qual casa pertence – ele piscou e continuo dando a aula, alguns poucos alunos riram, mas pelo menos ela não havia perdido pontos.

—Eu quis dizer que ele favorece os alunos segundo o seu interesse e Flint, bem ele é o capitão do time de quadribol da Sonserina, ele é filho de comensais da morte, amigos dele certamente... ele é sangue puro, desculpe Shara, mas olhe para os fatos... quem é você e o que você pode representar para o professor Snape se comparado ao Flint? – Gina perguntou, não havia simplesmente como responder aquilo... o que ela poderia dizer? Quem ela era de verdade, que ela era a filha dele, obviamente não... Então Shara calou, apenas calou.

—Por favor Gina... apenas não quero confusão – Shara disse por fim... – problemas eu já tenho o bastante.

—Shara não é como se Harry fosse mata-lo, ou coisa do tipo – Gina falou baixinho – mas bruxos como nós, que não possuem um cofre cheio de galeões, nem um sobrenome nobre, sangue puro e sem influencia alguma, bem... as coisas simplesmente não funcionam como deveriam e com costumam funcionar para os demais, no caso para aqueles que as possuem... – Shara sabia que Gina estava certa sobre aquilo, Shara mais do que qualquer um podia validar cada uma daquelas palavras, afinal ela era uma criança dada como órfã, negligenciada pela sociedade em todos os sentidos, sim Shara era a prova viva de que Gina estava certa, e ela certamente estaria certa sobre o professor Snape também, se não houvesse aquele pequeno detalhe... Shara era filha dele – Shara, mas saiba que quem tem amigos, amigos de verdade - ela olhou para as costas de Carla - tem o bastante, e enquanto formos amigas, o que espero ser a longo prazo... eu a estarei defendendo, assim como Harry também, assim como os demais... Sabe a gente se importa uns com os outros, algo meio Grifinório talvez - ela sorriu.

—Obrigada Gina – Shara apreciou isso – isso faz toda a diferença – era verdadeiro.

—Então apenas permita Shara – Gina a olhou, como se pudesse ler sua alma, Shara assentiu – Mesmo você sendo da Sonserina – ela brincou.

—Certo Gina – Shara riu.

—Mesmo você sendo amiga daquela loira azeda ali – Gina provocou.

—Ok Gina – Shara bufou ainda de forma divertida.

—Mesmo você fazendo mentorias com aquele vampiro das masmorras – Gina refutou.

—Tudo bem, eu já entendi Gina – Shara cruzou os braços encarando a ruiva e fingindo estar aborrecida.

—Mesmo se o seu sobrenome mudar para Malfoy algum dia – Gina soltou.

—GINA! – Shara gritou, fazendo com que todos os olhares caíssem sobre elas outra vez, Gina gargalhou com a sua reação.

—Meninas, meninas... se continuarem assim, terei que pedir para se retirarem – o professor Lockhart disse agora um pouco mais sério, até que não era uma má ideia, mas Shara achou melhor passar... pedindo desculpas para ele e lançando um olhar mortal em direção da ruiva, que mostrou a língua para ela, aquela era Gina, e Shara amava a espirituosidade da amiga, por fim Shara também sorriu... Afinal ela e Draco, era completamente fora de cogitação.

—__

Severo abriu os olhos lentamente enquanto suas vistas se acostumavam com a iluminação, sua mente rebuscada buscou rapidamente os últimos acontecimentos... Elza, a tempestade, o feitiço da morte, a adaga, o chão frio, a chuva, a morte, o encontro na estação, Maeva, a despedida, o voo da borboleta azul, Shara, o relâmpago e o sorriso Da sua filha.

—Onde ela está? ... Onde está Shara? – ele perguntou ao se dar conta de onde estava, e de que não estava sozinho ali - como chegamos aqui? – havia urgência no tom de sua voz, enquanto novas perguntas começavam a entrar em formação, mas a primeira delas e mais a crucial de todas era sobre ela... sobre Shara. 

—Caramba… você é mesmo impossível heim, mal piscou os olhos e já me deixou desorientado, apenas respire ok?

—Responda - Severo impôs, Antony bufou. 

—Por onde começar… vejamos, que tal por… eu estou bem obrigada, e não... não precisa agradecer por ter... deixe-me ver – ele fez uma pausa irritante - salvado a sua vida, não foi nada demais, apenas algo bobo... algo que você também faria por mim, obviamente – ele sentiu a diversão na voz daquela ave presunçosa enquanto ela se movia teatralmente. 

—Apenas responda minha maldita pergunta – ele disse não dando espaço para suas brincadeiras.

—Que ilusão a minha, achar que depois de uma experiência de quase morte, você pudesse quem sabe... talvez, se tornar uma pessoa melhor... – agora foi a vez de Severo bufar - mas pelo visto continua o mesmo insuportável de antes.

—Não me obrigue a azara-lo – Seu sangue começando a ferver, Antony ergueu as mãos em sinal de rendimento.

—Tudo bem… a sua adorável pestinha está em sala de aula nesse momento... a professora Mcgonagall deu a ela apenas um dia de folga e isso foi na segunda-feira, os demais dias ela tem se revezado entre estar aqui o assistindo e em sala de aula – ele explicou, Shara estava bem e isso era o que mais importava - voltamos com uma chave de portal, você precisava de cuidados médicos… e aqui estamos - dado aquelas informações era óbvio de que Elza havia sido neutralizada de alguma forma, embora ele não tenha comentado ainda… espera ele havia dito dias? 

—Demais dias – Severo repetiu, associando a informação – que dia é hoje? – ele perguntou com receio de ouvir a resposta.

—Manhã de quinta-feira, 03 de fevereiro para ser mais especifico – Antony respondeu, Severo fez as contas.

—Está me dizendo que passei três inteiros dias aqui, nessa cama... apagado? – ele disse tentando se sentar de forma mais adequada, e buscando algum equilíbrio para quem sabe se levantar, três dias… aquilo era muito tempo, tempo perdido de acordo com seu ponto de vista.

—Ei... vai com calma pequeno herói – Antony se aproximou dele, colocando a mão em seu ombro – o que pensa estar fazendo? – ele perguntou.

—O que acha que estou fazendo... estou saindo daqui, então apenas saia do meu caminho, sabe algumas pessoas simplesmente tem trabalho a ser feito nesse castelo – ele disse puxando as pernas para baixo.

—Sim... preciso concordar, e o meu trabalho como curandeiro nesse castelo por exemplo – ele enfatizou a última parte - é manter sua bunda nessa cama – Antony disse sorrindo, por que aquele pássaro estava sorrindo tanto? – portanto pernas pra cima bruxo ou...

—Ou o que? – Severo disse entre os dentes – acha que pode me obrigar a seguir suas ordens? – ave patética. 

—Sim… na verdade eu acho que posso, fácil até – Antony argumentou de forma provocativa, enquanto tirava algo de dentro das vestes, que Severo logo reconheceu como sendo o cajado que ele havia usado naquela noite, só que em miniatura – algumas poucas palavras, o cajado... magia azul e estará feito – Antony piscou para ele – te coloco para dormir por mais três dias... ou quem sabe um pouco mais, acho que os alunos não vão se importar com a ausência do seu professor não tão preferido - ele brincou.

—Está me ameaçando? – Severo perguntou, aquela ave prepotente… como ele ousava?

—Tire as conclusões que quiser, apenas não fique tão incomodado, sendo que novamente estou apenas fazendo o meu trabalho... nesse castelo – Antony se sentou outra vez, cruzando as pernas e o observando, Severo estreitou o olhar, mas se manteve no lugar ao perceber que estava sem sua varinha.

—Espere só até eu sair daqui ave... teremos uma conversinha mais de perto, você verá – ele tentou soar de maneira ameaçadora, aquilo sim era uma ameaça.

—Tudo bem... Pomfrey me alertou de que você reagiria dessa maneira... então isso simplesmente não é algo que magoa meus sentimentos – Antony zombou, enquanto guardava a mini versão do cajado no bolso e eles ficaram em silencio por um momento, ambos pareciam cansados demais para levar aquela discussão adiante – eu a matei – ele disse por fim, ao quebrar o silencio numa tentativa vã de soar casual – Elza... ela está morta agora – Severo cravou os olhos nele, ele sabia que era verdadeiro, Antony não mentiria sobre algo tão sério assim, contudo não deixou de chamar sua atenção a maneira como ele estava evitando o contato visual agora, denunciando o quão desconfortável matar alguém deveria ter sido para ele.

—Uma pena – Severo disse – não ter ficado para prestigiar – nada nunca foi tão verdadeiro, Severo havia feito planos para aquela noite, e isso envolvia tortura, dor e morte... sim Severo a mataria, ele havia prometido a Shara que o faria, e aquela não era uma dívida difícil de cumprir… Antony sabia das premissas, não se opondo em momento algum, embora Severo desconfiasse de que aquilo não seria algo fácil para ele, era o que ele queria... sim, mas ainda assim não significava que tinha que ser fácil, nem sempre era, Elza havia sido uma guardiã... havia uma história, memórias afetivas... mas ainda assim Antony havia feito, ele havia terminado o trabalho sujo e Severo realmente apreciava isso – apenas me diga o quão cruel isso foi para ela – ele instigou.

—Não sei se atendo ao seu crivo de crueldade... mas não a torturei se quer mesmo saber... pelo menos não fisicamente como você teria feito se tivesse tido a oportunidade Severo – Severo arqueou a sobrancelha se perguntado de que outra maneira isso funcionaria? Se não por meio da tortura – digamos apenas que eu a tenha feito enxergar a falha, a grande falha em todo o seu plano perfeito, e isso foi o bastante… o suficiente para vê-la desmoronar por conta própria – Antony contou, não ele não estava se gabando ou coisa do tipo, Antony estava... Severo diria que de alguma forma triste – me refiro a rejeição de Aurora.

—Aurora? – Severo perguntou sem entender, Antony que antes estava encarando o chão com tanto interesse, elevou os olhos, agora nebulosos, como se pudesse escancarar uma janela da alma... ele parecia mais cansado ali, como se todos aqueles anos pesassem de uma vez só em suas costas.

—Elza não tinha nada Severo, nada de concreto para se apegar... ela era completamente vazia, dura e fria... mas havia algo... uma pequena chama, que fazia dela humana... o amor que nutria pela filha... – talvez em uma pequena fração de segundos Severo tenha encontrado uma ligação com ela... um elo, mas não fazia sentido, não quando...

—Elza matou Aurora... ela matou a própria filha – Severo o lembrou, aquilo simplesmente não parecia se encaixar. 

—Apenas, por que ela acreditava que poderia traze-la de volta a vida futuramente, e de que nada mudaria... veja que... Elza almejava o colar, mais precisamente a poção no colar e sim ela teria matado Shara naquela noite, ela beberia uma porção do seu sangue, e depois usurparia o seu corpo em troca de sua juventude e vigor e isso explica a importância da adaga e dos encantamentos que a permeiam... Elza faria, e Elza conhecia as propriedades daquela poção, talvez por ter extraído essa informação de uma de suas visões do futuro, não sei ao certo, mas a intenção em usar necromancia com magia ancestral, era unicamente para trazer Aurora de volta a vida… - Antony explicou, aquilo que certamente Elza deveria ter revelado a ele ali, Severo sabia parte do plano, isso por ter visto a lembrança com Atena, mas ele não sabia sobre as intenções dela em estar ressuscitando a própria filha, aquela trama ficava cada vez mais sórdida e sombria - mas então Elza percebeu, sim ela caiu em si... de que não havia redenção alguma para aquilo que ela havia feito ali, pois as pessoas que ela machucou eram e teriam sido importantes para a filha, sendo assim sua vingança não a satisfaria, não sem o consenso de Aurora, não quando tudo que ela mais ansiava ter de volta era em sua maior importância o amor incondicional da filha... Aurora jamais aceitaria algo assim, Elza entendeu tardiamente, por mais óbvio que isso seja para nós, mas não parecia ter sido para ela, já que ela estava cega... completamente cega, pelo poder, pela grandeza e até mesmo pela imortalidade – ele disse a última palavra com desprezo - mas se Aurora vivesse, Elza jamais a teria, Aurora a odiaria, a odiaria por ter feito tudo o que fez... a morte de Maeva, o sofrimento de Shara... Aurora jamais perdoaria a mãe por algo assim - Severo pensou por um momento, ele conseguia entender o que Antony fez, ele estava provando um ponto para Elza, e se de fato ele o fez e se de fato ela entendeu, como parecia ter sido, aquilo era mesmo bastante cruel... já que ela partiu dessa vida sentindo e levando culpa, a culpa era destrutiva, muito mais do que dor física seria, a dor teria sido passageira, momentânea... mas a culpa não, a culpa seria eterna e a culpa doía.

—Foi cruel ao meu crivo – Severo devolveu, não que Antony buscasse sua aprovação ali, mas ainda assim ele achou que deveria ser dito – mais cruel do que qualquer tortura física poderia ter sido... afinal a morte é apenas uma passagem… e a culpa a consumirá em sua outra vida – Antony o encarou.

—Diz isso... por que você esteve lá... não esteve? – ele perguntou – existe mesmo um lugar.... Depois daqui.

—Sim, uma estação – Severo se viu revelando.

—Já ouvi algumas histórias sobre esse lugar... Então é mesmo real.... Dizem que as pessoas que amamos, elas estão lá a nossa espera, para nos auxiliar a embarcar – ele soava esperançoso ainda que com certa melancolia. 

—Sim, elas estão – Severo não imaginava que teria esse tipo de conversa com Antony, mas era de certa forma libertador poder falar tão abertamente sobre algo assim com alguém, sobre aquele momento que ainda parecia tão vivo e real para ele.

—Você a viu... Maeva? – seus olhos brilharam ao perguntar.

—Sim – Severo afirmou

—Então era mesmo a corde dela, aquele dia... era ela... Maeva... – Antony disse mais para si mesmo, Severo assentiu – eu me esqueci das borboletas... como pude me esquecer das borboletas? – ele estava lutando contra as emoções - Elza, ela me fez esquecer as memórias mais importantes – ele lamentou... – Maeva... eu sinto tanto Severo, eu não pude lutar por ela… eu não estive com ela quando ela mais precisava de mim, eu… tenho tanto medo... medo de dormir – ele admitiu pegando Severo de surpresa – eu desenvolvi algo como um terror noturno.... eu tenho medo de fechar os olhos a noite e quando os abrir ter se passado 10 anos outra vez... e as pessoas que eu amo, estarem mortas, sem que nada mais possa ser feito – Antony pôs as duas mãos no rosto, sua dor era gritante – desculpe, não sei o porquê estou dizendo isso... apenas esqueça não é como se isso não fosse acontecer de fato... já que não posso envelhecer e em resumo é basicamente isso que vejo acontecer por toda a minha vida, as pessoas sempre partem... todas elas, partem... Enquanto eu apenas as vejo partir.

—Shara fará o ritual e então poderá...

—Não – ele o interrompeu - Shara não fará o ritual Severo – Antony entregou – ela me disse outro dia e me pediu para não insistir... e eu não quero insistir, eu não posso insistir... – uma lagrima escapou do rosto da ave, por Merlin... ele nunca havia visto aquele pássaro tão vulnerável assim, Severo era a última pessoa que alguém buscaria para desabafar, e isso era algo que ele apreciava, já que não tinha vocação alguma para sentimentalismo... Mas ele precisava admitir, sim… assim como já havia admitido tantas outras coisas improváveis antes, ele se importava com Antony, talvez por haver tanta semelhança entre os dois... a história, as dores... Talvez por ele amar e cuidar de Shara de forma tão gentil… talvez por ele ter sido de Maeva a mulher que Severo amou, ou apenas talvez por ele ser quem ele era, uma pessoa boa, e que não merecia viver assim, enfim… Severo agora conhecia as duas facetas daquela maldita ave tagarela, aquele que carregava mil anos nas costas, com a fisionomia e o vigor de um jovem de apenas 25 anos, aquele que fazia piada de tudo que acontecia o tempo todo, mas que por fim não podia ou não conseguia sorrir por dentro, o mago tão poderoso e cheio de si, sendo apenas um garoto inseguro e vulnerável.

—Não deveria levar tanto em consideração algo que Shara tenha dito nessas circunstancias – Severo salientou, fingindo não notar que ele estava chorando, era uma maneira de manter o decoro.

—Algo mudou – Antony disse – eu desejo morrer, na mesma intensidade em que desejo viver... e é por isso que não pretendo insistir com ela, eu não sei mais o que eu quero Severo... quer dizer, se houvesse uma única oportunidade de escolha aqui... eu escolheria ser mortal outra vez, envelhecer como todos os outros a minha volta... eu queria poder sentar numa cadeira de balanço, no natal... vestir meias coloridas, e comer biscoitos que meus netos fizeram para mim, enquanto reclamo da neve lá fora, do frio e das dores nas costas. Eu queria ter porta-retratos espalhados em todas as paredes da minha casa, de memórias felizes, de pessoas que amei... eu queria poder começar uma frase com “na minha época as coisas...” ao contar uma história engraçada ou uma reflexão do passado, enquanto minha esposa igualmente velha me repreende ao dizer que eu já contei essa história várias outras vezes antes, mas... não existe essa opção pra mim Severo... você entende? – era estranho, mas Severo entendia aquilo de alguma maneira – eu não a culpo... Shara, afinal o que muda? se Shara fizer o ritual, eu morro... sem viver e experimentar algo assim, ou se ela não o fizer eu vivo... ainda sem viver e experimentar algo assim... no fim não faz diferença alguma – ele se levantou, limpando o rosto... – acho que estou em crise – ele sorriu outra vez – e sem falar que estou desabafando algo tão íntimo e pessoal com a última pessoa capaz de entender já que a mesma não possui um coração para isso – ele brincou novamente - não se preocupe, estou recuperando a razão... isso foi apenas um lapso, acho que essa época do ano me deixa mais sensível, foi em fevereiro que ganhei minha maldição – ele explanou – eu entendo que não possa me ajudar... ninguém pode... isso, a maldição é o que sou... 

—Está enganado – Severo disse sério, Antony o olhou confuso - Sou um mestre em poções – sim aquilo era obvio – conheço as propriedades necessárias para desenvolver uma poção que poderá fazê-lo dormir, por apenas algumas horas é claro – ele enfatizou, e aquilo era o mínimo que Severo podia fazer para retribuir tudo que Antony havia feito até ali, Antony assentiu em gratidão – você não é a maldição... sua identidade não está nisso, você é o Antony... aquele que até onde me lembro dizia não possuir esperança alguma em ter pernas outra vez, e ai esta você... o improvável aconteceu...

—Você foi o improvável... – Antony o cortou...

—Eu sei o que fiz ave... o que quero dizer, é que o destino tem artimanhas que por vezes desconhecemos, e quem sabe… possamos encontrar algo que tenhamos deixado passar… - Era improvável, sim era… Severo era racional, sim era… ele não alimentava falsas esperanças, não ele não fazia... mas ainda assim ele se sentiu compelido a pensar nas possibilidades com um pouco mais de atenção, talvez houvesse mesmo algo… talvez Alvo ajudaria... Severo já não duvidava de mais nada, sendo que aqueles últimos meses pareciam ter saído de um conto fantasioso. 

—Desde quando… - Antony fez uma pausa para encara-lo – você passou a citar o destino em suas frases e acreditar nele? - ele perguntou, com a incredulidade estampada em seu rosto.

—Desde que uma maldita ave tagarela e uma criança rebelde de cabelos negros e olhos verdes, entraram na minha vida e viraram meu mundo de cabeça pra baixo - ele assumiu, Antony sorriu timidamente – agora não se sinta tão importante assim ave… eu continuo não tendo um coração - Severo finalizou, usando aquilo que Antony mesmo havia dito sobre ele ali. 

—__

—Imagine só... o quão incrível deve ser... ter a possibilidade de viver eternamente – Beta disse, ao se sentar, ela havia voltado com mais livros, elas estavam na biblioteca agora, a professora de transfiguração havia liberado a turma mais cedo naquela quarta-feira gelada, e como ambas tinham matéria para pôr em dia, a biblioteca não pareceu uma má ideia.

—Bom... você sabe que a imortalidade tem sido motivo de guerras a anos né – Gina completou.

—Por que estamos discutindo isso? – Shara perguntou, aquele assunto a incomodava de uma forma bem pessoal.

—Por Merlin Shara – Gina exclamou encarando a amiga – quase me esqueci de que você não estava presente na segunda-feira, bem... recebemos uma atividade extra curricular e precisamos pesquisar e fazer uma redação sobre esse tema, temos três semanas para finalizar – ela informou - o tema é Imortalidade.

—O que? Na aula do Binns? – era curioso que um tema como aqueles fosse abordado em história da magia.

—Não... na verdade é uma atividade extra, direcionada para toda a escola... Me refiro a todas as turmas – Shara arqueou a sobrancelha – Dumbledore anunciou durante o jantar de segunda-feira, ganharemos pontos extras – Beta disse empolgada ao se sentar.

—Por que? – Sim, aquilo era curioso e de fato a incomodava... Dumbledore sabia sobre ela, sobre o seu sangue e sabia sobre Antony, por que ele pediria um trabalho sobre a imortalidade logo agora? Ela não podia deixar de suspeitar das intenções dele ali, principalmente depois daquilo que seu pai havia dito sobre ele, as tramas... mas por que ele envolveria a escola toda em um projeto assim? 

—Não sei – Gina disse, dando de ombros 

—Bom isso não está em discussão não é mesmo... e convenhamos o tema é fascinante – Beta era mesmo vislumbrada com tudo que envolvia livros, trabalhos e notas – gosto de pensar... apenas imaginar como seria poder construir relações que resistem ao teste do tempo, a imortalidade é uma dadiva... vocês vêem isso, uma dádiva – ela havia dito, enquanto os olhos de Shara foram atraídos para a entrada principal da biblioteca, Antony havia acabado de passar por ali, ele não a havia notado ainda... já que sua atenção havia sido direcionada para Catie, era estranho ver sua amiga circulando por ali, ela que estava na ponta dos pés, tentando colocar alguns livros na parte mais alta de uma das estantes, ela não tinha magia e isso tornava o trabalho ainda mais difícil, Antony foi até ela... Catie sorriu, na verdade ambos sorriram, ele era alto o suficiente e os guardou, os livros… teria sido romântico se não fosse tão trágico.

—E o que você acha disso Shara? – Beta estava perguntando, Shara voltou sua atenção para a amiga outra vez, ela havia perdido o que Beta tinha dito ali.

—Desculpe... eu não ouvi – ela disse sem graça para a amiga.

—Imortalidade... como você acha que é viver para sempre? – ela perguntou, Shara olhou para Antony novamente ele estava tão descontraído ali, enquanto Catie gesticulava, e falava de algo trivial, ele sorriu… era espontâneo.

—Solitário – ela respondeu, no exato instante em que os seus olhos e os dele se encontraram – uma maldição solitária – ela reforçou, Antony sorriu para ela como se pudesse ouvir aquilo que ela havia dito.

—___

Shara caminhava apressadamente em direção a torre de astronomia, era quase um hábito ir lá todos os dias agora, o vento, o espaço amplo e a calmaria a ajudavam a pensar... Naquele horário os corredores da escola ainda estavam vazios, já que a maioria dos alunos ainda estavam em sala de aula, já Shara havia terminado as atividades de Feitiço antes do tempo sendo dispensada mais cedo pelo professor Flitwick, ela estava distraída, quando uma sala em específico chamou sua atenção, a sala estava aberta, Shara nunca havia entrado lá antes e a descrição em cima da porta dizia ser a sala de troféus, ela se aproximou de maneira curiosa, e sim a sala fazia mesmo jus ao nome, haviam muitas estantes repletas dos mais diversos troféus possíveis, mas algo especial naquela sala atraiu seu olhar e não era um troféu, mas sim um piano, um piano esquecido em um dos únicos cantos vazios, Shara simplesmente amava piano, o som dele era o seu preferido, sem nenhum convite Shara o descobriu, revelando ali um dos pianos mais incríveis que ela já viu em vida, ele tinha os pés ornamentados e o móvel era tão lustroso que quase podia ser confundido com um espelho, Shara se sentou, começando as primeiras notas... era impagável a sensação de manusear um instrumento tão belo assim, ela vinha com uma canção em mente... e não perdeu a chance de testar a melodia dela ali, sim a música era algo que corria em seu sangue, e não havia timidez no mundo que a impedisse de soltar a voz... aquela música parecia vir da alma... ele amava cantar, era como declarar verdades do coração em voz alta, o tempo passava rápido demais quando ela cantava.

—Emocionante – ela ouviu Antony dizer, assim que finalizou as últimas notas - uma das vozes mais encantadoras e marcantes que eu já ouvi - Shara não havia visto ele chegar e portanto ela não podia mensurar o tempo que ele já estava ali - linda melodia… a letra, ela é profunda também - ele disse e ela se levantou, voltando a cobri-lo, o deixando da forma como ela o havia encontrado – eu... não quis interromper Shara... 

—Esta tudo bem Antony, eu preciso mesmo ir... – ela disse por fim, ela o estava evitando nos últimos dias, era mais fácil assim, contudo no instante em que os seus olhos se encontraram com os dele, ela notou que havia algo ali, ele havia chorado e era recente, suas feições ainda marcadas o denunciavam, e de alguma forma isso a constrangeu, ela o amava… aquilo era difícil para ele assim como também o era para ela, Shara desviou o olhar, ela não estava no direito de perguntar algo, talvez ela apenas não pudesse ouvir… e então ela passou a encarar a estante de troféus a sua frente, como se houvesse algum interesse verdadeiro naquilo... ela passou os olhos pelos nomes gravados dos alunos... Tom Marvolo Riddle, ela leu, espera esse não era o nome no diário...

—Snape acordou – Antony disse, e ela se voltou para ele instantaneamente, deixando para trás tudo aquilo que estava pensando ali, nada era mais importante que aquela notícia, ela sequer se importou com o fato de o estar encarando naquelas circunstâncias – achei que iria gostar de saber – Shara repousou as duas mãos sobre o peito, fechando os olhos e suspirando aliviada, aquele suspiro parecia ter o poder de lhe tirar um peso enorme das costas, ele havia acordado, sim ele estava bem... – obviamente que ele é teimoso demais para ficar e descansar na enfermaria, então Madame Pomfrey um tanto quanto relutante o liberou, e ele está agora em seus aposentos privativos nas Masmorras – Antony disse e aquilo fez Shara sorrir, era previsível até.

—Será que eu... será que ele se importaria... se eu fosse até... bem… – Ela queria vê-lo, sim isso era tudo que ela mais queria, mas... talvez ele precisasse descansar, talvez ele não quisesse uma visita tão cedo, talvez... 

—Eu acho que ele meio que conta com isso Shara – Antony também sorriu... Shara o encarou por um longo momento, era estranho até mesmo para ela, e talvez ela só estivesse mais sentimental do que de costume, mas por um momento ela pode lê-lo, ler aquele sorriso…

Por trás de cada sorriso, há uma história, um mundo silencioso onde a solidão pode ecoar mais alto do que qualquer risada. No palco da vida, muitos encenam a alegria, dançando com sorrisos radiantes enquanto suas almas estão mergulhadas na escuridão da solidão. É como uma pintura, onde os tons vibrantes do sorriso contrastam com os tons sombrios das emoções ocultas. A solidão muitas vezes se esconde por trás da cortina de um sorriso, uma realidade paralela onde lágrimas caem enquanto o sorriso permanece ali inabalável. É um paradoxo emocional, onde a busca pela felicidade externa não consegue dissipar a solidão interna, deixando um coração solitário, embora rodeado por pessoas. A solidão por trás de um sorriso é uma jornada solitária, onde o desejo ardente por conexão muitas vezes se perde na vastidão do vazio interno.

—Obrigada Antony - ela disse, camuflando ali o quanto lhe doeu… tal percepção.


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Notas finais do capítulo

É eu sei...
Enquanto Shara parece estar recuperando sua vida, suas amigas, seu pai... E as coisas realmente parecem funcionar para ela, vemos Antony desmoronar...
Ou talvez ele sempre estivesse desmoronando e apenas não tenhamos notado.

Antony, é como um livro de comédia, cujas páginas escondem capítulos tristes e sombrios. Ele é divertido, bem humorado e está sempre pronto para arrancar risadas, sua alma se veste de piadas e sorrisos, mas por trás desse palco humorístico, existe um drama silencioso, um enredo de dor, de solidão guardado nas entrelinhas de suas expressões de alegria.
Quantos não são assim, não é mesmo?

Pra mim, ele é o mestre na arte de ocultar suas dores, e eu o coloco antes mesmo do Snape, Antony está sempre entregando aos outros o dom das gargalhadas, enquanto mantém seu próprio sofrimento nos bastidores da sua vida. Mas agora ele está desmoronando...
Eu chorei com o desabafo dele e sua idealização de vida feliz, envelhecer do lado de alguém, e ter coisas triviais que a gente por vezes não dá o menor valor.
Achei fofo a cena dele guardando os livros pra Catie, meio cafona eu sei, mas romance tem dessas.

E chorei mais uma vez com Snape entendendo a dor dele e tentando ajudar, mesmo ele não tendo um coração é claro.

Agora sabemos que Dumbledore não tece um fio fora do lugar, o que acham de um trabalho extra currícular do nada no meio do semestre letivo... Com o tema Imortalidade???

Ansiosa pra saber o que acharam!

Obrigaduuuuu



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