Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 65
Futuro - Um alerta inusitado




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O céu estava pintado de tons sombrios e cinzentos, enquanto nuvens carregadas se agrupavam no horizonte distante. A brisa do mar que antes acariciava suavemente o seu rosto e balançava o seu cabelo, agora ganhava força, transformando-se em uma rajada constante e fria. As ondas, antes serenas, começavam a se agitar cada vez mais, como se pudessem sentir a chegada iminente de algo poderoso.

Shara se encolheu, sabendo que não teria um abrigo para onde correr… não ali, a sensação de medo instantaneamente preencheu todo o seu corpo, principalmente quando o som distante dos trovões começava a se intensificar, como uma melodia estrondosa ecoando pelo céu. Shara olha mais uma vez para o mar... que agora estava vermelho, o que isso significava? era sangue? Ela corre pela areia, se sentindo apreensiva, mas algo ali chama sua atenção, havia uma caixa, um embrulho bem feito, era um presente... ela se aproxima, ela conhecia aquele pacote colorido, era o mesmo papel colorido usado para embrulhar a adaga que ela havia recebido dias atrás, Shara sentiu medo, agora ela sabia de quem era, aquela mulher assustadora e misteriosa que dizia ser da sua família... bom talvez ela não devesse abrir aquilo, seu coração disparou ao ver a luz verde que cortou o céu bem a sua frente, aquilo era um espetáculo de horrores, ela não entendia por que sentia tanto medo assim, a caixa chamou sua atenção novamente, ela notou que seu nome estava escrito no laço bem desenhado... ela se abaixou, e sem resistir ela a abriu... havia uma veste negra dentro, com um longo capuz ela a ergueu, o que aquilo significava? Ela não sabia, em baixo das vestes e posicionado bem no fundo da caixa havia uma máscara de metal, mas não uma máscara comum, aquilo era terrivelmente assustador, ela ergueu a máscara a analisando com bastante cuidado, havia entalhes que pareciam ter sido feitos a mão em torno dela, criando um arabesco ainda mais sombrio. Shara notou que havia um bilhete na tampa da caixa, ela o pegou e o leu “No turbilhão da tempestade, encontramos o destino revelando sua verdade mais profunda, mais sombria e mais aterrorizante” Assim que Shara finalizou a leitura, o bilhete se dissolveu em suas mãos, virando fumaça como da outra vez, ela repetiu a frase para que não a esquecesse... enquanto um trovão alto o bastante tirou sua concentração a assustando, ela saltou num impulso involuntário, ela abriu os olhos.

A realidade a sua frente era outra e sim Shara sabia exatamente onde ela estava, era a enfermaria, ela se lembrava de tudo que tinha acontecido antes de ser levada até lá, a mulher assustadora, a sala do diretor, o seu braço dilacerado e isso a impulsionou a analisá-lo imediatamente, agora onde antes havia um corte grotesco, havia apenas uma cicatriz, uma cicatriz enorme e mesmo que houvesse sido tomado os cuidados com aquilo, ainda doía, ela olhou para o outro lado se assustando ao perceber que não estava sozinha ali, na verdade ela estava sendo assistida, e Shara não poderia dizer por quanto tempo.

—O que você está fazendo aqui? – ela perguntou de forma rude para a garota que estava sentada à sua frente.

—Relaxa garota – Diaz disse séria se acomodando na cadeira, aparentemente ela estava desconfortável – cheguei a pouco tempo e digamos que o seu guarda costas, ele… não tirou os olhos de mim, nem por um instante desde que me sentei – ela disse aborrecida olhando para o lado, Shara acompanhou o olhar dela, se deparando com Antony sentado em uma das macas logo a frente, de braços cruzados e  sério, ela sentiu vontade de rir com aquela cena, Antony sorriu para ela assim que viu que ela estava olhando e ela retribuiu.

—O que você quer? – Shara perguntou, voltando a encarar a garota enquanto tentava se sentar.

—Bom, digamos que você tem aparecido pouco e mal tem passado a noite na Sonserina – ela disse a encarando - um pouco suspeito não acha?

—Hummm claro - Shara sorriu de forma sarcástica - e desde quando isso é algo em que você se importa? – Shara não confiava nenhum pouco naquela garota, não depois de tudo, ela não poderia.

—Certo… eu apenas vim até aqui para te dar um recado... Um aviso na verdade - era evidente o quão desconfortável ela estava ali - e não pense que estou fazendo isso para te ajudar, ou por que quero ser sua amiga... ou algo assim – Shara arqueou a sobrancelha, Carla estava nervosa, e bem Carla Diaz nervosa na sua frente… era algo incomum, o que poderia vir daquilo?

—Um aviso? Do que está falando? – Shara precisava de mais informações – ah e não se preocupe, certamente eu não pensaria algo assim, afinal não consigo ver você ajudando ninguém – Shara respondeu com ironia, já Carla encarou o chão no mesmo momento e assim ficou por um certo tempo – olha se você não me falar, vai ficar bem difícil fazer algum julgamento disso – Shara tentou motiva-la a elaborar melhor aquilo, já que ela parecia lutar contra algo ali.

—Bem, talvez não tenha notado, mas faltam apenas algumas semanas para o natal, e bom a maioria dos alunos passa essa data em suas casas... com suas famílias, e no seu caso, bom… eu não sei os planos… – a loira disse encarando Shara, ela não havia ido até ali simplesmente para lembra-la de que ela não tinha uma família para voltar? Havia? Shara fechou a cara – não é isso - ela se apressou - o que quero dizer é que você não deve ir, de que você não deve sair do castelo, seria muito arriscado – Carla disse olhando para os lados acuada como se alguém ali pudesse ouvi-la, o que significava aquilo agora? Ela estava ali para alerta-la sobre algo? Ela? algo do qual ela sabia, Shara se ajustou na cama.

—Por que? –  Shara perguntou desconfiada

—Não é seguro – a loira informou.

—É... não é seguro - Shara repetiu - olha não me leve a mal, mas depois de tudo que aconteceu entre a gente, você não quer que eu simplesmente acredite em você assim né? – Shara disse seca – vai precisar elaborar isso melhor… - Diaz  bufou.

—Eu sabia, sabia que não valeria a pena... – a loira disse a interrompendo – faça como achar melhor – ela se levantou, caminhando até a porta a passos largos.

—Carla – Shara a chamou pelo primeiro nome, e ela se virou, havia algo a mais naquele olhar era estranho mas parecia verdadeiro – apenas me explique – ela pediu, Carla olhou para o chão outra vez, ela estava agindo de forma bastante estranha ali.

—Eu os odeio – ela disse por fim – os odeio com todas as minhas forças e quero me vingar –certo isso parecia mesmo com algo que Carla diria, mas ainda assim não fazia muito sentido.

—Odeia quem? – ela ousou perguntar, tentando entender onde aquilo ia levar.

—Meus pais é claro – ela disse séria – eles se odeiam mutuamente, e eu… os odeio também – Shara a encarou, o que havia de errado com ela e por que ela estava lhe contando algo assim tão pessoal?

—Desculpe, mas o que isso tem haver comigo, exatamente? – Shara perguntou – não quero parecer rude, e bem... eu particularmente tenho uma impressão bastante ruim deles, dos seus pais também se é que quer saber… – principalmente da sua mãe, Shara pensou, mas ela jamais falaria aquilo – mas eu não consigo ver a relação aqui – Carla voltou alguns passos.

—Minha mãe acha que você é uma bruxa... Me refiro… – Carla a olhou nos olhos – da linhagem de Medusa, algo sobre uma lenda e isso te torna, a última guardiã, e pelo que entendi faz de você alguém muito, mas muito valioso e não que isso seja bom… na verdade não é… – Shara estremeceu ao ouvir aquilo, ela sabia que existia uma possibilidade da mãe dela ter notado isso,  aquele dia na sala do professor Snape, já que ela não havia sido muito discreta, mas agora dito por Carla, aquilo era uma certeza completa, sim ela sabia – e bem, eu estou tentando convencê-la do contrário, a desistir dessa ideia maluca, afinal… olhe só para você, é óbvio que não seja você… – Shara sentiu vontade de admitir aquilo, e esfregar a marca na cara dela apenas para calar a boca dessa garota ridícula, mas ela achou que não seria a coisa mais sábia a se fazer no momento – mas ainda assim ela quer… digamos que checa-la pessoalmente, obviamente que em Hogwarts não seria possível, então ela está esperando o feriado, para ter o que deseja, uma amostra… do seu sangue - Carla disse com bastante propriedade - e ela vai atrás de você Shara, seja onde você estiver… ela vai descobrir, ela sempre consegue... – ela disse, a alertando e Shara notou que ela também havia usado o seu primeiro nome, era estranho mas ainda assim Shara sabia que ela não estava mentindo sobre aquilo  – ela é fria, calculista e capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o que quer, e quando eu digo qualquer coisa,... acredite você não irá gostar de saber – ela parecia saber muito bem do que estava falando ali.

—Eu acredito em você – Shara disse sendo sincera - mas ainda assim, eu não entendo como me alertar sobre isso, ajuda... no caso da vingança, por que está me contando isso? 

—Eu quero que ela fracasse e fracasse da pior forma possível – Carla disse dando de ombros – Fracassada, foi assim que ela me chamou da última vez que me viu, ela que se acha perfeita e não admite falhas… eu falhei, admito e ela tem sido má desde então, me tratando com total indiferença e me jogando contra ele - Carla parecia triste - o meu próprio pai… eu achei que ele, que ele sim... que ele se importava de alguma forma, ainda que do jeito dele, mas ele simplesmente não me escreve mais… e depois da nossa briga, aquele dia… ele se tornou ainda mais frio e distante, e tudo isso é culpa dela, desde aquela maldita poção… aquele pergaminho que te entreguei, minha vida tem sido um inferno, quando eu não consegui que você fizesse a poção que ela pediu, ela não se importa comigo ou com nada além de si mesma – Shara ficou chocada com aquela revelação, havia sido a mãe dela por trás daquilo o tempo todo? Certo, o curioso ali é que isso havia acontecido muito antes daquela cena com o professor Snape na sua sala de aula, mas sendo assim simplesmente não fazia sentido, Shara sabia que o pai de Carla estava envolvido com aquelas pesquisas sobre a lenda de Medusa, afinal ela havia visto a imagem que Catie mandou e era ele na biblioteca, bom talvez eles trabalhassem juntos, mas pelo que a loira havia acabado de dizer ali, parecia mais que eles se suportavam do que qualquer outra coisa, e isso a fez pensar em que tipo de casamento poderia ser aquele?

—O seu pai também não me pareceu um bruxo muito amigável – Shara jogou tentando captar algo sobre ele ali, já que Carla parecia destinar aquele ódio todo quase que exclusivamente na sua mãe.

—Meu pai... francamente – ela riu com desdém – ele é um completo idiota, e admito que ele a envergonha e desrespeita na maioria das vezes, eles tem um casamento por conveniências, e bem... aqui estou, nasci disso - ela disse com certa amargura e Shara sentiu um pouco de empatia, o que esperar de uma criança que cresce num ambiente desses? - meu pai... Ele se comporta como um garoto solteiro, e está na maior parte do tempo gastando o dinheiro da nossa família com jogatina, bebidas e outras mulheres, enquanto ela cumpre o papel difícil o papel que deveria ser dele, e ela faz isso de forma literal se é que me entende... usando polisuco é claro, para que não pareça tão ruim... afinal somos uma família tradicional, e temos um maldito sobrenome a zelar – ela disse aquilo com raiva, revirando os olhos – e essa coisa toda é nojenta, construímos um império... numa fachada de papel – Shara absorveu aquilo, era um desabafo em tanto, mas havia algo ali que ela queria perguntar, o que era esse negócio de polisuco.

—Poli... oque? – Shara pediu, já que algo lhe dizia que aquilo era uma informação interessante e que ela não deveria deixar passar.

—Honestamente – a garota disse irritada ao encará-la - A Poção Polisuco permite que aquele que a beba tome a aparência de outra pessoa, minha mãe passa mais tempo no corpo do meu pai, do que talvez ele mesmo, já que está sempre bêbado e dormindo em algum lugar – aquilo explicava muita coisa, além da revelação surpreendente sobre o fato de ser a mãe dela o tempo todo, era óbvio agota que era ela na biblioteca, ela estava atrás dos livros, atrás da lenda e não o marido, como Shara achou que seria, interessante que nem Lucius o pai de Draco havia notado a diferença, ela certamente fazia um bom trabalho ali, e bem isso explicava também a transformação grotesca que Shara havia presenciado na sala do diretor mais cedo, então aquilo podia mesmo ser real, e não era uma alucinação grotesca. Poção polisuco era sobre isso.

—Não sei por que está me contando tudo isso... – Shara encarou a garota – e apesar de tudo… saiba que eu sinto muito e vou levar em consideração o que me disse sobre o natal – por um momento Shara sentiu mesmo pena dela, ela que se gabava o tempo todo sobre quem era, ela que enchia a boca toda vez que falava do seu sobrenome e do status que aquilo trazia, mas que na verdade aquilo não significava nada, ela era uma criança negligenciada, crescendo num lar horrível e sendo infeliz, mesmo que ela jamais admita isso e algo semelhante podia ser visto na família Malfoy, ter sangue nobre e um sobrenome de peso, talvez fosse algum outro tipo de maldição, já que nada de bom parecia vir daquilo. Dinheiro e poder era algo que fedia.

—Eu... – ela olhou para o chão – apenas não conte para ninguém sobre o que falei aqui ok?... se bem que ninguém iria mesmo acreditar em você, e eu ainda posso argumentar que você está inventando por que sente inveja ou algo do tipo... – ela disse com aquele tom esnobe de sempre.

—Carla – e desde quando elas começaram a se tratar pelo primeiro nome? – sabe, você não precisa atacar ou desmerecer ninguém para se sentir melhor, não seja como a sua mãe... – não era bem um sermão, afinal longe dela ter alguma moral pra isso, mas aquela verdade cabia muito bem ali, a loira a encarou por um momento, em especial para o seu braço.

—Onde você conseguiu isso? – ela perguntou, era evidente que ela estava direcionando o assunto para outro ponto e Shara não insistiu.

—Ah... um ritual das trevas, precisei cortar meu braço, estava usando o sangue, num cálice com fogo e tudo mais, onde depositei o nome de todos os meus inimigos, sabe para que eles tivessem um destino bastante cruel, uma pena ter sido pega em flagrante e não pude terminar o que comecei – ela explicou, sentindo muita  vontade de rir ao notar a expressão de pavor se formando no rosto da garota loira a sua frente, que involuntariamente deu dois passos para trás.

—Você é esquisita – ela disse e Shara não sentiu nenhuma vontade de desmentir aquilo, era divertido demais.

—Eu sei... ah não se preocupe, depois de hoje, estou tirando o seu nome da lista – Carla ergueu uma das sobrancelhas, e em tempo saiu correndo, quando ela tinha saído do radar, Shara gargalhou, era bom rir de algo.

—Posso saber o que foi isso? – Antony se aproximou dela, ele que tinha ficado a espreita o tempo todo.

—Obrigada Antony – Shara agradeceu pelo cuidado que ele estava tendo com ela ali  – ela... – Shara olhou para a porta – eu sei que vai parecer estranho, mas ela veio me alertar para não sair do castelo no natal, por que não seria seguro pra mim – ela disse com ironia – como se o castelo fosse de fato um lugar seguro – ela sorriu com o canto da boca, olhando para a cicatriz do braço que a propósito queimava muito, isso estava certo?

—Sinto muito por isso – Antony sentou na sua maca a encarando – Pomfrey fechou o ferimento, era um corte grande e profundo e bem... o material que foi usado para machucá-la, no caso aquela adaga – ele disse com certa dificuldade – não é algo comum, e portanto não é tão fácil de curar com magia, não é como qualquer outro ferimento se é que me entende, mas está estanque agora, e portanto sem nenhuma chance de infeccionar por estar fechado e limpo, mas infelizmente não será possível remover a cicatriz e vai incomodar por uns dias – ele explicou sério – Shara, eu realmente sinto muito por isso – ela o analisou, haviam lágrimas nos olhos dele e isso a desconcertou.

—Antony... – ela se sentou perto dele – você não tem culpa... e eu posso lidar com essa cicatriz – ela sorriu – apenas mais uma, está tudo bem - ela tentou animá-lo.

—Voce… simplesmente não deveria carregar tantas cicatrizes Shara – ele segurou seu braço com cuidado, passando o dedo nas outras cicatrizes, aquelas no seu pulso, cicatrizes das quais Shara tanto se envergonhava e tentava a todo custo esconder e agora estavam ali tão expostas – você é só uma criança... Maeva, sua mãe...

—Antony por favor não... – ela não queria chorar, ela estava farta de chorar pelos mortos do seu passado, não resolveria.

—Só me deixe concluir isso – ele pediu – ela ia gostar que soubesse – Shara sentiu o peso daquelas palavras, ela preferia não saber..., mas ele havia começado – ela te amava, ela morreu sem sequer imaginar que passaria por um terço do que passou, do contrário ela teria lutado, lutado muito, saiba que ela jamais permitiria... jamais... Shara, o seu nome significa princesa, era assim que ela queria que você fosse tratada – Shara fechou os olhos, sentindo a dor daquilo aplacar seu coração outra vez.

—Obrigada Antony... mas isso não resolve.... 

—Talvez não resolva, escute bem... mas isso diz respeito sobre quem você é... – Ele olhou para suas cicatrizes outra vez – você foi até a sala do diretor ontem... para pegar a adaga não foi? – ele pediu, sim havia mesmo lágrimas em seus olhos.

—Sim – ela sussurrou, sabendo onde isso ia dar.

—Eu já vi isso antes... no passado e foi horrível... Eu sei que as suas histórias estão conectadas de alguma forma, mas eu não quero e não vou ver nada assim de novo – ele estava sério agora, ela sabia de quem ele estava se referindo ali, ela mesmo viu naquela visão... Medusa, mas Antony, ele não estava na visão dessa vez, como ele poderia ter visto? De qualquer forma ela não quis perguntar... era evidente ali o quanto ele sabia e ele estava certo sobre o que ela ia fazer.

—Eu... é só que... as vezes é tão difícil – ela sentiu a primeira lágrima escorrer – e eu não consigo pedir ajuda... Mesmo ouvindo uma voz dentro de mim, que me diz para faze-lo... eu só não consigo sabe, e a verdade é que no fundo eu não quero... fazer isso, não exatamente da forma como parece ser, foi muito difícil chegar até a sala do diretor, e foi ali que eu me dei conta, de que o que eu realmente quero é apenas que a dor vá embora, eu sei que você não pode me entender, mas é difícil – droga agora ela estava chorando - eu não deveria aborrece-lo com isso - ela falou limpando as lágrimas.

—Não... não me aborrece e você deve falar... e está enganada, quando acha que eu não entendo, eu sei... eu posso entender exatamente como se sente Shara – ele segurou suas mãos – eu me sinto assim, todas as vezes que penso como teria sido, se eu não tivesse... contado, você sabe, Crisa... se eu tivesse segurado ela no colo, a colocado para dormir... corrido atrás dela no jardim... eu sei, eu sei exatamente como se sente – pela primeira vez Shara conseguiu ver a dor dele também e ela o abraçou.

—Desculpe Antony, as vezes tenho sido tão egoísta... 

—Não... você não tem, você só tem 11 anos Shara, e sobre pedir ajuda, use a moeda... a moeda que o Snape te deu – Shara se afastou dele.

—Como eu poderia? Ele me odeia Antony – ela disse fechando os olhos com força, forçando as lágrimas a descerem ali – me odeia, ele... ele me expulsou da sua vida... eu fiz por merecer é claro, eu mereço ser odiada, mas ele me expulsou... - aquilo doía muito.

—Não... Shara, olhe pra mim – ele pediu com ternura – ele não te odeia, ele passou a noite toda na enfermaria do seu lado, em claro... ele tentou diversas poções para tirar o veneno do seu organismo, ele cuidou de cada ação tomada por Pomfrey para estancar o seu corte, você perdeu muito sangue essa noite e confesso que nunca vi ninguém tão preocupado como ele, e bem ele só não está aqui agora porque Pomfrey literalmente o obrigou a sair, bem ela meio que teve que ameaçá-lo, então ele foi... mas de muita má vontade Shara, e honestamente isso não me parece algo de alguém que a odeie – ele sorriu pra ela – eu sei que ele é difícil... Durão, temperamental e tudo mais, e sem falar teimoso e custa a aceitar as coisas tal qual são, sabe pensando bem, ele se parece muito bem com alguém que eu conheço – ele disse  beliscando seu nariz.

—Antony... obrigada por me dizer isso, obrigada por tanto – ela sorriu, de certa forma aquilo tinha ajudado, o professor não se esforçaria tanto assim se a odiasse não é mesmo? E pensar nisso fez com que ela se lembrasse da última coisa que ela havia dito para ele na sala do diretor antes de desmaiar... Ela disse que o amava? Sim... Talvez ela tenha dito, e ele havia respondido? Ela estava confusa quanto aquilo.

—Eu estarei sempre aqui para você – Antony disse apertando sua mão.

—Eu posso ver isso… sabe Antony, você teria sido um pai incrível - ela o encarou notando o impacto daquelas palavras ali, ele merecia saber.

—Estou sem palavras - ele sorriu em meio às lágrimas - e olha que eu dificilmente fico sem palavras - ela sabia.

—Posso te pedir um favor? – ela pediu, e ele arqueou a sobrancelha.

—Claro, o que a vossa alteza deseja? – ele levantou fazendo uma reverência - estou aqui para servir a princesa mais linda e de coração mais nobre de todo esse castelo - ela sorriu, ele era uma pessoa incrível, que não merecia ter passado e vivido tudo aquilo que viveu - ela sorriu novamente.

—É simples, apenas alguns pergaminhos limpos, penas e tinteiro,  eu tive um sonho... - ela tentou explicar - e gostaria de desenhar algo, e fazer algumas anotações, antes que se perca, assim pelo menos posso me ocupar, já que passarei um tempo por aqui – Shara sabia que aquele era um sonho que merecia uma atenção especial, ela queria desenhar a máscara que havia visto, bem como a frase do bilhete. Haviam muitas perguntas sobre a mulher misteriosa, e ela certamente as faria mais tarde... mas o sonho… seu pai estava vivo, agora ela sabia, e ela tinha quase certeza que aquela era a máscara de comensal que ele havia usado, isso facilitaria caso ela quisesse buscar por aquilo, Antony alcançou o material que ela havia pedido e então ele se ocupou com outras atividades da enfermaria, a deixando bastante à vontade ali para trabalhar naquilo.

—__

Severo estava exausto, ele fechou os olhos por alguns minutos, mas como poderia dormir? ele havia reorganizado os livros na sala, deixando tudo em ordem outra vez, e isso depois de passar a noite em claro na enfermaria com a garota, ela havia perdido muito sangue, ele podia ver a preocupação estampada no rosto de Pampoula que encontrou muita dificuldade em estancar o ferimento, não era algo comum, enquanto ele se ocupava com o veneno, nada disso seria necessário se… ele suspirou, aquilo era sua culpa, nada daquilo teria acontecido se ele não tivesse reagido da forma como fez, era imperdoável... todas as vezes que ele fechava os olhos, era como vê-lá deitada outra vez sobre o seu próprio sangue, algo parecido com o que ele tinha visto no início do ano letivo, mas ainda assim muito diferente, havia muito mais em jogo agora.

“eu... eu amo você” “Eu também amo você… vai ficar tudo bem sua garotinha estúpida”

Aquilo, sim mudava tudo, ele havia dito aquelas palavras, uma frase que ele nunca achou que seria possível dizer, era difícil dar nome aos sentimentos, e ele havia feito e externado, e era ainda mais difícil admitir que Alvo sabia e que estava certo sobre isso também… como aquele velho fazia isso? E era justamente por sentir o que sentia que Severo queria voltar para a enfermaria, quem aquela bruxa velha achava que era para expulsá-lo daquela forma? Shara precisava de cuidados especiais, e Pomfrey realmente achava que Antony era a pessoa certa para fazer aquilo? para que ambos descansassem... patético, aquele pássaro... Severo fechou os olhos com força ao lembrar do quanto ele correu para chegar até ela, na sala do diretor, chegando até mesmo antes dele, de como ele mesmo sem qualquer magia a enfrentou “eu vou matar você” e tudo isso pela menina... quem sabe ele teria sido um bom pai, se ele tivesse tido a oportunidade de fazê-lo, certamente um pai melhor do que Severo jamais seria para Shara... afinal aquilo era tudo culpa sua. Ele fechou os olhos pela última vez... os abrindo logo em seguida, era meio dia. Droga ele havia dormido 4 horas, ele se levantou apressado.

Shara estava finalizando o almoço quando ele chegou, e Antony estava ali sentado ao lado dela, tagarelando um assunto qualquer, quando ambos pararam de conversar ao vê-lo se aproximar.

—Seria muito mais discreto, se mudassem de assunto ao invés de silenciar por completo – ele provocou – sou professor nessa escola a tempo suficiente para saber exatamente o que isso significa – ele usou ironia.

—Como eu ia dizendo... ele é mesmo insuportável – Antony disse num tom de voz bastante alto enquanto sorria – Ah desculpe não o vi se aproximar professor Snape – ele fez cara de que estava sendo surpreendido por ele ali – aliás como está? lindo dia não? – ele perguntou zombeteiramente, Severo não precisou medir esforços para tapeá-lo na cabeça novamente – Ei… pare já com isso, não vai achar que tolerarei esse tipo de coisa o tempo todo – ele disse sério.

—Deveria investir na carreira de teatro – Severo disse mandando-o sair com a cabeça, Shara sorriu... sim ela sorriu, era um bom sinal, ela parecia bem, corada e se alimentando adequadamente, talvez a ave não fosse um completo incompetente.

—Prefiro a de cantor – ele disse se levantando e piscando para a garota, Severo revirou os olhos – certo vou almoçar, volto mais tarde – ele avisou, sumindo do campo de visão, Severo notou que sem a presença dele a menina havia recuado um pouco, Severo sabia que era ele que precisava começar aquilo, ele devia isso a menina, então ele pigarreou chamando sua atenção.

—Epson, o meu comportamento ontem, foi tudo menos apropriado – ele começou, certo não foi tão ruim assim, vamos Severo apenas continue, mas ela o interrompeu antes mesmo que ele pudesse.

—Eu... entendo senhor, eu não deveria ter feito o que fiz... eu sabia que era errado, é que quando Draco disse o nome na carta... eu sabia que era da minha mãe, mas eu entendo que não estava no direito... eu não deveria, jamais... eu sei que está chateado... muito chateado e entendo também que me odeie...

—Epson – ele chamou, tentando pará-la... ela não estava sequer respirando ali.

—Eu sei muito bem que passei dos limites, eu quero que saiba que não fiz por mal... eu apenas, sabe era da minha mãe e então eu não pensei, não usei a cabeça, mas eu...

—Epson – ele tentou mais uma vez, tentando manter o autocontrole, por Merlin como era difícil.

—Mas eu sei que não deveria, que foi completamente imprudente da minha parte... eu entendo, de verdade... eu estou banida e eu mereço ser, eu deveria ser castigada e tudo bem sabe...

—SHARA – ele gritou seu primeiro nome e ela paralisou – apenas respire – ele pediu, não sabendo o por que ele havia achado que aquilo seria mesmo fácil, francamente nunca era fácil com ela.

—Eu... certo, me desculpe professor – ele sinalizou com as duas mãos para que ela não continuasse, ela entendeu, congelando ali, assim estava melhor, ele passou a mão pela têmpora a massageando, onde ele havia parado mesmo? 

—De qualquer forma me excedi – ele concluiu – e não vai se repetir, espero o mesmo de você.

—Sim senhor, é claro – ela disse – até por que… eu não posso mais entrar – ela desviou o olhar, sim havia isso também.

—Sobre isso – como era difícil voltar atrás em algo que ele havia decidido, aquilo não era nada do seu feitio, mas ele faria... ele havia pensado e muito sobre as implicações e consequências daquilo, e bani-la não era por si só uma decisão inteligente, ainda mais agora, aquela noite em claro na ala hospitalar lhe rendeu bastante tempo para refletir sobre os últimos acontecimentos e também organizar muita coisa em sua mente, ele sabia que precisava falar com Alvo a respeito de algumas coisas, algo que ele faria mais tarde – estou voltando atrás - ele foi direto ao ponto - uma única exceção é claro, não de acostume e com algumas condições... espero que você as cumpra Epson – ele a analisou cautelosamente, ela ergueu a cabeça, havia surtido o efeito esperado.

—Está... o senhor, está voltando atrás? - ela repetiu incrédula, ele podia entender aquilo, mas isso tornava tudo pior.

—Foi exatamente o que disse - ele estava desconfortável, e resolveu cruzar os braços para dar um ar de seriedade ao momento, quando algo ali chamou sua atenção, havia alguns pergaminhos espalhados do lado do seu travesseiro, ela estava trabalhando em algo? - posso ver que se ocupou - ele disse desviando o assunto, e fazendo menção aos papéis, ela entendeu e os pegou, sem qualquer objeção os estendendo para ele, o que significava aquilo? Ele os pegou não muito interessado, porém ao virá-los, ele precisou incorporar o melhor de si para não demonstrar ali, o quanto aquilo o havia impactado, sim ele estava congelado no tempo ao ver o desenho que ela havia feito naquele pergaminho... aquela simplesmente era a máscara, a sua máscara de comensal, os entalhes, tudo tão impecável, aquilo era algo de cunho pessoal, cada comensal possuía uma máscara que retrata um pouco da sua personalidade, ela nunca havia visto a dele, enfim certamente a de ninguém... como isso era possível? Ele abaixou o papel, para encará-la, ela que aparentemente não havia esboçado nenhuma reação.

—O que significa isso? – ele perguntou, se lembrando de manter o autocontrole, honestamente ele jamais pensou que seria testado tão cedo novamente, aquela criança era um desafio em tanto.

—Uma máscara – ela respondeu despretensiosa, que gracinha... ele suspirou, e tentou outra vez.

—Isso… - ele foi curto - eu posso ver – usando ironia – agora aonde viu isso? – ele perguntou um pouco mais seco.

—Eu tive um sonho, o mesmo de sempre… naquele lugar, com a praia... porém não era bom, havia uma tempestade se aproximando, e eu estava com medo, muito medo – Elza... maldita bruxa, Severo sentiu seu sangue esquentar, ele a mataria antes mesmo de Antony tentar chegar perto – então eu corri, tentei me afastar, o mar estava vermelho… foi horrível, foi quando notei que havia um presente na areia, era o mesmo embrulho colorido daquele dia, da adaga – ela disse tão baixo que ele quase não escutou – e eu me senti tentada a abrir – óbvio que ela se sentiu, garota tola – e então dentro da caixa havia uma veste negra e longa com capuz, essa máscara e um bilhete, eu desenhei a máscara para não me esquecer dos detalhes e redigi o bilhete, eu acho que sei o que significa – ela disse, ele congelou com aquelas palavras.

—E o que significa? – ele perguntou tentando não parecer tão interessado como de fato estava.

—Meu pai… ele está vivo professor, ele foi um comensal da morte e essa é a máscara que ele usou – ela disse e cada palavra era como um golpe certeiro, sim ela havia acertado... Elza, aquela bruxa maldita, por alguma razão estava induzindo a criança a chegar até ele, ela queria que Shara descobrisse a verdade sobre quem ele é, por que isso faria alguma diferença? talvez apenas pelo simples prazer de expô-lo, Elza estava dando pistas e criando oportunidades, ele analisou o segundo pergaminho, lendo o que Shara havia escrito ali, o bilhete deixado pela bruxa “No turbilhão da tempestade, encontramos o destino revelando sua verdade mais profunda, mais sombria e mais aterrorizante” Aquilo era tudo menos poético… em outras palavras era no caos, que a vida se encarregaria de levá-la até ele… de fato uma verdade bastante difícil de engolir - O senhor já viu essa máscara antes? - ela pediu… sim essa máscara repousa sobre o meu teto a anos, e me traz as piores lembranças possíveis, tempos sombrios, já que foi usando  ela que matei e derramei sangue inocente, foi com ela que servi ao mais terrível mestre de todos, e isso em troca de dinheiro e poder, e foi com ela que eu destruí a vida das pessoas que um dia eu me importei e amei, ele a encarou firme.

—Nunca vi - ele respondeu, sendo indiferente, enquanto devolvia o papel para ela que evidenciou sua frustração.

—Não sei porque me importo… - ela encarou o chão - afinal se está vivo, é uma evidência de que nunca me desejou… do contrário teria vindo até mim esses anos todos - ela tinha um julgamento pronto e ele achou por bem não intervir, quanto menos interesse demonstrar menos do assunto eles  teriam.

—Não deveria se importar - ele reforçou e ela assentiu guardando o papel, embora ela parecia lutar contra algum sentimento ali.

—Sobre o que aconteceu na sala do diretor… - ela o encarou, mudando de assunto, assim estaria melhor - aquela senhora, ela estava sob efeito da poção polisuco não estava? - ela perguntou, ele estranhou a referência, já que aquela era uma poção do quinto ano e ela certamente não havia visto nada a respeito ainda, mas ela estava certa sobre a poção.

—Uma observação inteligente, sim… ela fez.

—Carla me falou da poção mais cedo e então associei… - ele a encarou, ela se referia a Srta. Diaz? - ah não, não… eu não comentei com ela a respeito do que aconteceu, apenas coincidiu com outro assunto - ela respondeu rapidamente ao notar sua expressão de confusão.

—Está me dizendo que a Srta Diaz esteve aqui essa manhã? - ele perguntou intrigado.

—Sim… eu sei que soa estranho, eu mesmo estranhei, ela veio me alertar, para ficar no castelo durante o feriado de natal, por que a mãe dela… bem aquela sua amiga - Shara disse aquilo com certa acidez e ele sabia exatamente no que ela estava pensando ali, mas decidiu ignorar - parece saber a verdade sobre mim, sobre a lenda e bem a minha descendência, Carla me disse que ela está apenas esperando a oportunidade, no caso quando não estarei no castelo para me caçar e testar o meu sangue… - ela disse em resumo enquanto erguia o braço com a cicatriz e um leve teor de ironia, mas o que chamou sua atenção ali… eram as razões por trás daquilo, porque Diaz a avisaria de algo assim? - eu quase informei que pelo ritmo em que as coisas andam, talvez ela devesse se apressar, já que estar segura aqui ou não, não faz a menor diferença no meu caso.

—Desconheço as razões pelas quais a Srta. Diaz se comporta de forma completamente suspeita aqui, mas de qualquer forma ela tem razão sobre o feriado de natal - ele apontou - isso é outro assunto do qual iríamos discutir, embora já esteja decidido, você irá ficar na escola - ele informou.

—Eu… quero ficar - ela sussurrou - e eu não quero voltar lá… eu… eu odeio aquele lugar com todas as minhas forças, mas eu não posso professor… eu não posso deixar Catie sozinha no feriado de natal, ela conta comigo… eu simplesmente não posso, seria egoísta demais se eu o fizesse - Shara se encolheu, mas é claro que sempre havia algo, mas nesse caso, não havia uma opção, ele jamais permitiria e dado as circunstâncias, como chefe de casa ele teria autonomia para decidir aquilo.

—Escreva para sua amiga, ela certamente irá entender - ele sugeriu, nada mudaria aquela decisão, ainda mais agora depois do alerta ainda que suspeito da Srta. Diaz - Como eu disse, isso está decidido e não está aberto a discussão, então Epson, não insista nesse assunto.

—O senhor não entende… ela é tudo que me resta… ela importa… e se….

—Estar viva importa mais - ele a cortou - Está decidido - ele disse bastante sério, ela travou um olhar com ele mas não discutiu - agora explique melhor sobre a poção polisuco - ele pediu, mudando de assunto, ela encarou o chão antes de continuar.

—Bem, não é muito… Carla apenas me disse, que a mãe dela tem usado com frequência, para se passar pelo pai dela, e então ficou óbvio para mim que foi ela que estava na bibllioteca, pegou os livros e estava atrás das informações sobre a lenda… o tempo todo e não ele, não o pai dela como pensei que fosse - ela informou, isso fazia algum sentido, afinal Louise era de longe muito mais esperta, diferente de Edmundo que se importava apenas com os prazeres próprios do que evidente com todo o resto, incluindo a própria família.

—Eu posso ver isso - ele disse se aproximando dela e analisando a cicatriz no braço - Antony informou sobre a cicatriz? - ele pediu, infelizmente com todos os esforços desprendidos naquela madrugada nada foi capaz de remover aquilo, já havia sido suficientemente difícil estancar o corte.

—Sim, e eu não ligo… - eles estavam próximos e ela o surpreendeu ao segurar a sua mão.

—O senhor… - ele a encarou, ela estava com o olhar marejado - o senhor também a amava? - ela perguntou, ela segurava sua mão com força, aqueles olhos verdes… malditos olhos verdes, ele se lembrou de Maeva… aquele olhar, aquele sorriso… a forma como ela prendia o cabelo, ela se foi… 

—Não da forma como ela merecia - ele se ouviu dizendo, o que ele estava fazendo? Aquilo não era algo para ser dito, principalmente para ela.

—Eu sinto muito - ela disse, deixando uma lágrima escorrer, ele estranhou aquele comentário - se ela não carregasse a maldição talvez as coisas tivessem sido diferente para todos nós - sim ela tinha razão sobre isso - obrigada professor, Antony me contou o que fez por mim essa noite e antes que diga que é sua obrigação, saiba que não é… e eu posso ver isso - ela sorriu de forma discreta, pegando o pergaminho com o desenho da máscara o amassando na sua frente - quer saber, não importa, não quando eu… - ela parecia envergonhada - tenho você - ela sussurrou, ele fechou os olhos aquilo era o bastante, sim ela tinha o seu coração, ele a puxou para perto, sabendo que era isso que ele devia ter feito quando ela o abraçou da última vez… mantê-la ali, em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou mais longo do que deveria, Sorry...
Mas temos alguns diálogos fortes e importantes.

Uma revelação interessante sobre a mãe da Carla, então era ela, desde o começo... literalmente desde o começo.

Sério, as mulheres dessa história tem se superado na maldade heim!

E como dito em alguma nota a alguns capítulos atrás, por mais irritante que essa loira aguada da Carla possa ser, e sim ela é mesmo... Mas com uma família de bosta dessas fica difícil ser diferente. Ela alertando Shara, não foi bem por uma boa razão, mas quem sabe ela não aprenda algo com a nossa protagonista maravilhosa! Tem chances.

O diálogo com Antony

E o Snape voltando atrás kkkkk mas ele conseguiu e ainda por cima fechou o capítulo com chave de ouro o que foi essa declaração da Shara?

E agora por que será que Elza quer que Shara descubra a verdade sobre a paternidade dele heim? Acreditem, ela tem seus motivos, e ela tem razão sobre isso.

Espero que tenham gostado ☺️



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