Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 38
Futuro - Garota estúpida


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpe por fazê-los esperar... Esse é um capítulo que antecede algo muito impactante, por isso ele começa com uma data. Afinal 06/11 é o dia do aniversário da nossa personagem preferida haha depois de Snape é claro... Boa leitura.



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QUI – 05/11/1992

Shara estava sentada na cama, enquanto encarava de forma vazia a bandeja com torradas, ovos mexidos e suco de abobora que madame Pomfrey havia pedido e trazido com tanto entusiasmo a sua frente, aquele deveria ser o seu café da manhã e ela havia sido orientada a se esforçar para tentar comer o máximo que pudesse já que faziam dias agora que seu corpo não recebia nada sólido. Shara entendeu que se alimentar adequadamente, seria uma das premissas mais importantes para que ela fosse liberada da ala hospitalar dessa vez, mas a verdade é que ela não tinha muita fome, ela nunca tinha na verdade, ainda mais quando algo estava acontecendo e no momento ela estava completamente consternada ali, ela mal podia acreditar que ela havia mesmo ficado desconectada da realidade por todo aquele tempo, foram no total, 10 longos dias, e aquilo era completamente irracional para ela já que a sensação era de que houvessem passado apenas algumas horas.

A última coisa que ela conseguia se lembrar era do professor Snape tê-la alcançando na floresta proibida, da sensação prévia de desmaio, da dor de cabeça dilacerante que a acometeu, do caos depois de liberar sua magia e de toda aquela escuridão, e então num piscar de olhos ela estava acordando novamente na ala hospitalar depois de ouvi-lo chamar, era estranho e óbvio que Shara tinha perguntas, mas ela sabia que Pomfrey não teria as respostas que ela procurava, e ela se sentia aflita principalmente pelo fato de ter se passados tantos dias e dela ter ficado todo esse tempo sem o colar da sua mãe e ela nem sequer poderia culpar Diaz por isso, afinal ela mesmo tinha deixado o colar com a garota antes de sair, por vontade própria, mas Shara jamais podia imaginar que algo assim pudesse acontecer com ela naquele lugar, e para piorar ela sequer havia conseguido coletar as pétalas da flor que tinha motivado tudo aquilo, e sendo assim não haveria poção, o que tornava tudo ainda mais frustrante.

O professor Snape, não havia comentado nada a respeito do ocorrido na floresta ainda, mas Shara sabia que era apenas uma questão de tempo agora, já que ele simplesmente não havia tido a oportunidade para isso ainda, pois madame Pomfrey o havia expulsado na noite anterior assim como havia feito com o diretor alguns minutos antes, o pretexto era que ela descansasse, e madame Pomfrey estava certa naquele ponto, Shara estava mesmo exausta, ela podia não se lembrar, mas seu corpo parecia que se lembrava muito bem de todo o desgaste físico, e não muito tempo  depois ela adormeceu, dormindo como uma pedra.

Ainda era bastante cedo quando Madame Pomfrey pediu licença, informando que precisava despachar algumas correspondências no corujal aquela manhã e que voltaria o mais rápido possível e foram apenas alguns minutos depois dela sair, que Shara se surpreendeu com a visita de Beta, Shara notou quando a amiga atravessou as portas largas da ala Hospitalar e caminhou apressadamente até sua direção na cama, sentando em uma cadeira que estava próxima do leito, ela parecia um pouco desconfortável e deslocada por estar ali, mas não havia mais ninguém dividindo a enfermaria com Shara e isso era bom pois assim elas poderiam ficar mais à vontade para conversar já que elas não haviam conseguido trocar nenhuma palavra no dia anterior.

—Oi Shara – Beta disse parecendo cansada também – como você está se sentindo hoje? – ela perguntou e Shara notou pelo tom de voz que havia algo de errado com a amiga

—Bem… quer dizer, eu me sinto bem, porém ainda me sinto muito cansada, madame Pomfrey explicou que é normal, sabe... já que meu núcleo magico sofreu um dano considerável e acabou de se reestruturar – Shara explicou – mas... e você? Você não me parece muito bem também – ela arriscou.

—Bom, digamos apenas que eu não tenha conseguido dormir muito bem essa noite - ela disse apreensiva - Shara eu estive pensando e bem eu não poderia ir para as aulas do dia sem antes te fazer algumas perguntas, algo que está me incomodando – Beta disse não muito à vontade com aquilo.

—Perguntas... é claro – Shara respondeu embora desconfiada, ela notou que o olhar da amiga estava um pouco distante essa manhã, o que não era nada habitual.

—Bom...  Aquele dia... o que você estava fazendo na floresta proibida, por que você foi lá? – Beta perguntou, Shara sabia que em algum momento ela teria que responder essas perguntas, mas era tão prematuro ainda e ela simplesmente não havia conseguido se preparar com as respostas adequadas, não que ela fosse mentir, ou algo assim, mas não era tão simples como parecia.

—Eu... precisava encontrar algo – Shara disse soando vagamente e conhecendo Beta suficientemente bem, Shara sabia que aquela resposta não seria o bastante para a amiga, mas ela tentou mesmo assim, já que tinha também a questão da hidra, sendo que o diretor tinha pedido sigilo sobre aquilo, e qualquer coisa que Shara falasse ali poderia comprometer isso, ela precisava pensar, pensar bem a respeito primeiro, antes de responder qualquer coisa equívocada e que não desse para concertar depois.

—Encontrar algo... hmmm é claro – Beta parecia chateada – e onde está o seu colar? Sabe aquele que era da sua mãe? Aquele que você me mostrou outro dia – como ela havia notado a falta daquilo? será que Diaz havia mencionado algo nesse sentido com ela em algum momento? tudo podia ser possível, afinal se passaram 10 dias, e Shara podia ter perdido muita coisa ali.

—Eu pedi para Diaz guardar – Shara notou que Beta não parecia muito surpresa com aquela resposta, era estranho e ela não estava gostando do caminho que as coisas estavam tomando ali.

—Diaz, então ela sabia que você iria entrar na floresta aquele dia? – Beta manteve o mesmo tom ao perguntar.

—Sim… bem, ela sabia – Shara estava tentando entender onde Beta queria chegar com aquilo tudo, mas ela estava começando a se sentir bastante desconfortável também.

—Sabe, aquele menino loiro da sua casa, o Malfoy não é? Bem, ele te visitou algumas vezes durante esses dias que você ficou desacordada aqui na enfermaria, eu não entendi muito bem no começo, não imaginei que pudessem ser amigos, enfim – Beta disse parecendo pensar sobre aquilo – mas ele, ele também sabia que você estava indo para a floresta naquele dia, não é mesmo?  – Shara não entendeu aquilo, na verdade ele não sabia e ela gesticulou negativamente com a cabeça para aquele comentário – não precisa mais mentir pra mim Shara, já que foi ele que alertou o professor Snape sobre tudo que estava acontecendo com você, inclusive seria bom você lembrar de agradece-lo mais tarde por isso, se está viva hoje, nesse caso é mérito dele… - ela disse zombando - ah e foi ele que me disse isso, e se quer mesmo saber, foi mais ou menos dessa forma – Beta informou de forma agressiva agora, mas aquilo realmente não fazia o menor sentido.

—Eu não estou mentindo, só não faz sentido... – Shara tentou se defender da acusação, afinal Draco não sabia sobre a floresta, aquilo estava errado, simplesmente errado, como ele poderia ter alertado o professor sobre algo que não sabia.

—Você está Shara – Beta disse a encarando agora – sabe, eu realmente achei que fossemos amigas, mas aparentemente estava enganada sobre você.

—O que? – Shara não podia acreditar naquilo – olha Beta, eu até entendo que você esteja chateada com o fato de eu não ter compartilhado meus planos sobre a floresta proibida com você naquele dia, mas simplesmente aconteceu tudo muito rápido e bem você não iria entender, você iria tentar me impedir...

—Justamente por que é isso que amigos de verdade fazem, amigos de verdade se importam, eles não incentivam esse tipo de loucura, mas você não consegue ver isso – Beta desabafou - onde você estava com a cabeça quando decidiu entrar lá daquela maneira? E ainda por cima a noite?  É contra as regras, é perigoso, tinha acontecido um ataque lá fora no dia anterior – ela cuspiu – obvio que eu não ia permitir, eu não poderia... simplesmente óbvio.

—Eu precisava fazer aquilo está bem tente entender e Diaz...  ela meio que me apoiou nisso por que ... 

—Claro, Diaz... ela apoiou? Mesmo, não sei por que isso não me surpreende em nada, vai lá Shara, coloque sua vida em risco, incrível essa sua nova amiga, não acha? – Beta disse a interrompendo – aliás você deve confiar muito nela agora né? para simplesmente deixar algo tão valioso e tão significativo para você nas mãos dela assim como fez, o colar da sua mãe, sério? – Beta estava revoltada naquele ponto, e bem Shara não confiava em nada na Diaz, mas se Beta pelo menos a deixasse explicar isso – curioso, estamos falando da mesma garota idiota e arrogante que tentou rouba-lo semanas atrás, mas as pessoas podem mudar não é mesmo?

—Olha, me ouça, não é o que parece, me deixe explicar – Shara tentou outra vez, começando a ficar nervosa – você simplesmente está imaginando coisas ao meu respeito que não são verdadeiras...

—Será? Imaginando? Deixe me citar um outro exemplo, talvez eu esteja imaginando quando presenciei você despertar de um coma de dias, ao ouvir a voz do seboso do professor Snape – ela a estava fuzilando com o olhar agora, Shara respirou fundo, é aquele era um detalhe complicado mesmo para explicar.

—Não o chame assim está bem – Shara defendeu.

—Por que? Desde quando você se importa tanto com ele a ponto de defende-lo dessa maneira? Ou vai dizer que também não é o que parece… quando eu mesma vi com meus próprios olhos você se jogar nos braços dele ontem daquela forma? Aquilo foi mental – Beta estava irredutível – tem algo que você queira me contar? – ela pediu com desgosto, cruzando os braços – vamos então diga, explique-se sobre isso – ela pediu.

—Não… apenas pare ok? - Shara pediu, e aquilo a incomodou bastante, e ela não queria ter que justificar aquela ação, era tão pessoal e íntimo, ela estava se sentindo tão exposta assim.

—Imaginei, sabe Gina me disse que ele tinha te enfeitiçado naquela sexta-feira do treino de quadribol por que você se lançou nos braços dele de uma forma afetiva e eu concordei com ela, na verdade todos nós concordamos, mas pensando bem, não havia feitiço nenhum, não é mesmo? – ela perguntou.

—Não... não havia, ele não me enfeitiçou Beta – Shara respondeu encarando aquela realidade de frente - sinto muito em decepciona-la - Shara disse a provocando também.

—Então é isso, então você realmente o abraçou por que quis? – ela pediu parecendo não conseguir processar aquilo.

—Sim eu fiz – Shara estava séria agora, estava feito.

—Sabe Shara, a amizade é algo que só pode existir entre pessoas que podem confiar umas nas outras acima de qualquer coisa – Beta disse recuando um pouco – eu achei que éramos amigas, de verdade, mas você esconde coisas de mim... eu sinto muito, mas não posso mais levar isso adiante – Beta disse se levantando – o diretor estava enganado, ele não deveria ter me convidado ontem, eu não represento para você, aquilo que você representava para mim… enfim eu realmente espero que você se recupere bem – ela disse ao se levantar.

—Sabe, se você não pode entender e lidar com o fato de que pela primeira vez em toda a minha vida eu tenha um adulto em quem confiar, terei mesmo que concordar com você Beta, não podemos mais fazer isso - Shara disse aquilo com bastante dor no coração, Beta era uma das poucas amigas que ela tinha naquele lugar, ela não queria perder tudo que elas haviam conquistado juntas, mas se ela não podia entender isso, os demais com certeza também não poderiam, isso doia, por que as coisas nunca eram fáceis para ela? E Shara sentiu um abismo se formar entre elas naquele momento.

—Sério? você só pode estar completamente maluca, tente ouvir aquilo que está dizendo, ele é um comensal da morte Shara, ele não se importa com ninguém, ninguém Shara, acorda para a realidade, de verdade, por que acha que ele se importaria com alguém como você? - Beta disse friamente e aquilo a machucou, ela estava sendo tão dura agora - ele não é quem você pensa, Diaz também não é sua amiga e o Malfoy, bem ele é todo influente, sobrenome, riquezas e tudo mais, e isso não te faz pensar que ele está se aproximando por algum interesse, não sei o colar quem sabe, qualquer coisa... eu achei que você pudesse ser mais esperta – Beta disse.

—Saia daqui – Shara pediu – SAIA AGORA – ela gritou, sentindo que estava prestes a desabar ali.

—Era o que eu estava fazendo – Beta disse, enquanto sumia porta a fora.

Beta cruzou com Madame Pomfrey, que estava voltando naquele exato momento, ela olhou para a garota atribuladoa e olhou para Shara, era evidente que algo havia acontecido entre as duas ali, Shara enxugou as lagrimas, ela não queria falar sobre isso, ela não queria falar com mais ninguém.

—Algum problema, querida? – Pomfrey perguntou e Shara se deitou se virando de costas para ela, enquanto puxava as cobertas acima da sua cabeça, sem responder, era assim que Shara se escondia, era ali que ela desejava desaparecer.

—_______

Aquela quinta-feira havia voado e ao se dar conta ele já estava quase finalizando com a última turma do dia, aquele que foi um dia relativamente tranquilo, nenhum episódio de caldeirão derretido e poucas poções sendo perdidas, talvez isso seja um reflexo ao fato do seu humor não estar tão ruim já que aquele era o primeiro dia após Shara ter despertado daquele estágio de quase coma que se encontrava e sendo assim aquela ter sido também a primeira noite que ele havia conseguiu dormir por completo, depois de todos aqueles longos dias exaustivos onde ele vinha sendo assombrado pelos fantasmas do seu passado, sim talvez o sono regular faça toda a diferença até mesmo para alguém como ele, ele estava entrando na ala hospitalar naquele início de noite, que por sinal se encontrava completamente vazia, normalmente era assim por essa época do ano e costumava mudar depois que a temporada de Quadribol começasse, algo que aconteceria nas próximas semanas, no momento o único leito ocupado no recinto era o de Shara, ela deveria ganhar um leito com seu próprio nome, ele pensou zombando o fato dela ser a única criança naquele castelo a ter permanecido tanto tempo lá e em passagens distintas, ele suspirou, obviamente que o destino se encarregaria de castiga-lo de alguma forma e sendo assim  a criança propensa a problemas ali teria que ser justamente ela, a sua criança.

Ainda era relativamente cedo e aquele seria um bom momento para eles terem aquela conversa, conversa que ele havia programado em sua mente a alguns dias, certamente que o teor do que seria dito foi mudando conforme os dias iam passando e obviamente que agora ele já não estava mais tão aborrecido e chateado com todo o ocorrido como ele estava logo no início, embora ele soubesse da importância em se manter duro e firme, afinal a ideia ali era não deixar nenhuma margem para que algo parecido com aquilo pudesse se repetir no futuro, isso para o bem de todos, especialmente do seu próprio, a hidra ainda era um perigo eminente, embora depois do ataque inesperado naquele dia, Alvo acreditasse que ela deveria ter sofrido um dano considerável, e dessa maneira ela não voltaria a incomodar tão cedo, mas ainda assim estava mais do que na hora de esclarecer alguns pontos e Shara teria que entender de uma vez por todas que ela não podia simplesmente se arriscar todas as vezes que ela se sentisse frustrada, ou decidida a resolver algo por conta própria.

Algo que Severo não podia se opor era o fato daquela garotinha estupida estar mesmo predestinada a realizar algo grande, a forma como ela ousadamente se colocou entre ele e a hidra naquele dia, a liberação da magia que ela estava retendo e a forma como aquilo ocorreu, ele não podia simplesmente ignorar isso, ela seria uma bruxa poderosa no futuro, mas por hora ela era apenas uma garotinha, e ela era um ímã de problemas. E como diretor da casa Sonserina era seu dever administrar e conduzir a disciplina adequada, sem fechar os olhos ou ser displicente, já que aquilo era uma das coisas que mais o incomodava ali na escola e o tornava tão crítico também, sim era a forma como as outras casas administravam o descumprimento das regras pelos seus alunos, onde por vezes chegavam a recompensa-los quando elas eram quebradas, algo que acontecia com bastante frequência com o garoto Potter e sua trupe, mas ele não entendia assim, ele jamais seguiria por esse caminho, crianças precisavam de limites e de controle, e isso para sua própria segurança. 

Ao chegar ele percebeu que a Shara não estava deitada como o esperado, e ele notou que havia um prato de sopa completamente intocado na bancada lateral da cama.

—Ela não come Severo – Poppy disse assim que o viu chegar – ela está terminando o banho agora, tive que obriga-la – ela informou - mas ela simplesmente não come, eu já tentei de tudo, tudo que estivesse ao meu alcance, e sem falar que ela passou o dia todo embaixo daquelas cobertas, completamente apática a qualquer coisa aqui fora – ele estranhou aquilo, na verdade não a parte da alimentação, ela parecia mesmo lutar com aquilo e não era nenhuma novidade, mas por que ela estaria se comportando daquela maneira deprimente, algo havia acontecido nesse período, alfo que a estava incomodando, ela ainda não usava o colar e ele não podia acessar suas emoções para saber como ela estava se sentindo.

—Aconteceu alguma coisa diferente? – ele perguntou intrigado, ele já havia notado esse negócio da coberta também, ela se cobria para se esconder, era um ato de defesa, e uma maneira de fuga também, certamente que aquilo era algo bastante infantil, mas ela era apenas uma criança ainda, o estranho ali era que ontem ela parecia estar bem quando ele a deixou antes de sair, algo havia mudado para que ela se comportasse assim hoje, ele iria tentar descobrir.

—Na verdade, acho que sim Severo – Poppy disse em tom mais baixo para que Shara não ouvisse caso saísse do banheiro – a srta. Vicente esteve aqui mais cedo, bem cedo essa manhã, e elas tiveram algum tipo de discussão, eu não acompanhei, não posso afirmar com exatidão sobre o que se tratava aquilo, mas acredito que seja isso afinal Vicente estava saindo daqui bastante transtornada quando voltei, e Epson, bem ela estava chorando, eu notei – aquilo explicava o motivo, Severo suspirou, ele imaginou que algo assim pudesse ocorrer, afinal a corvina não parecia muito feliz ao presenciar a cena que ela tinha visto no dia anterior quando foi obrigada a sair com o diretor da ala hospitalar daquela maneira ela certamente havia cobrado algumas respostas de Shara ou algo nesse sentido, e aquilo com certeza não foi bom, seus pensamentos foram interrompidos quando ele notou Shara saindo de forma arrastada do banheiro, ela estava vestindo os pijamas tradicionais da ala hospitalar, que por sinal ficavam enormes e desajustados nela.

—Pomfrey agradeço as informações – ele disse encarando a criança cabisbaixa que voltava e se sentava em sua cama, ela estava com o cabelo molhado - agora se puder nos dar licença, eu assumo daqui – ele pediu e ela assentiu. 

—Estarei no meu escritório se precisar Severo, de momento fiquem bem à vontade - Madame Pomfrey disse enquanto se retirava. Severo gesticulou com a cabeça agradecendo. 

—Srta. Epson vejo que ainda não jantou – ele ponderou, olhando para o prato com a sopa intocada – um pouco tarde eu presumo, algum motivo especial para não se alimentar? – ele perguntou.

—Eu... apenas não estou com fome – ela respondeu com pouca emoção.

—hmmm talvez precise de alguma poção – ele disse conhecendo o histórico agora, ela o olhou, ela havia entendido aquilo.

—Não senhor... eu apenas não estou com fome mesmo – ela respondeu, por hora ele não iria insistir, ele guardaria isso para mais tarde. 

—Entendo - Severo disse, enquanto fazia um sinal com sua varinha, fazendo sumir o prato de sopa que estava na sua frente, e puxando a cadeira mais próxima, cadeira que ele havia ocupado todas aquelas noites, ele se sentou nela outra vez, era desconfortável, ele cruzou as pernas, independente do estado de espírito da criança, ele não iria abrir mão daquela conversa, não era bom estender ainda mais aquilo – agora - ele começou - Madame Pomfrey me informou que o dia não foi muito promissor  - ele disse encarando aqueles olhos verdes que pareciam tão vazios e distantes - Epson, você precisará se esforçar mais, caso não deseje passar o resto do seu ano trancafiada aqui - ele orientou enquanto a avaliava, ela não parecia se importar muito com aquilo no momento, ela estava verdadeiramente alheia a situação - aconteceu alguma coisa que a tenha incomodado? - ele perguntou, afinal por que ele estava se preocupando com isso? Aquilo ia além de suas atribuições como professor, ele não deveria se importar... Não assim.

—Não, eu...  acho que estou apenas cansada - ela disse, ela estava mentindo, aquele olhar comunicava algo completamente diferente daquelas palavras vazias que ela tinha acabado de dizer, mas de alguma maneira era como se ela estivesse pedindo algum tipo de ajuda, algo silencioso, já que verbalizar aquilo era algo que ela jamais faria, e ele não poderia julgá-la naquilo, afinal ela era como ele, completamente retraída e fechada - amanhã vai ser um novo dia - ela forçou um sorriso - vai ser melhor - ela tentou.

— Certamente - ele disse achando melhor não pressioná-la ali, ele sabia muito bem o quão desagradável podia ser ter que falar sobre algo pessoal, quando não se está completamente a  vontade para isso, e dessa maneira ele achou por bem entrar no assunto pelo qual ele veio, logo de uma vez - agora tenho alguns pontos que precisaremos discutir e quero alinha-los essa noite, isso é algo que eu não gostaria de adiar mais - ele disse percebendo que ela estava se movendo de forma desconfortável na cama - ainda está em tempo de uma poção para o estômago - ele ofereceu uma última vez, mas ela gesticulou negativamente - certo, Epson, me responda o que você foi fazer na floresta proibida naquela noite? – ele perguntou indo diretamente ao cerne da questão, e ele notou a expressão antes vazia no rosto da criança mudar, obviamente que ela esperava que ele pudesse questioná-la a respeito daquilo, então por que tamanha surpresa? 

—Por que todos querem saber isso? – ela disse com o tom de voz mais baixo - é complicado - ela se encolheu.

—Todos? – ele arqueou a sobrancelha perguntando – bom, não vejo mais ninguém aqui – ele disse tentando não soar tão irônico, pelo menos não ainda - mas quem sabe... por que esse seja o motivo pelo qual nós estamos aqui essa noite - ele disse, era óbvio, mas ele havia entendendido ali que ela se referia a Srta. Vicente, ela deveria ter questionado a mesma coisa.

—É uma longa história professor - ela disse respondendo à pergunta inicial, e ignorando a colocação seguinte.

—Bom, acredito que temos algum tempo – ele disse a encarando, enquanto chamava um elfo doméstico e pedia um chá para si e outro para ela, sem ao menos questionar se era isso que ela queria - eu vou ajudá-la para que possamos avançar um pouco mais e ganhar um pouco de tempo  - ele pontuou enquanto ela o analisava  - você uma garota estúpida - ele reforçou - foi até a floresta naquele dia por que estava chateada com a falta de informação e estava atrás de respostas, achou que iria conseguir as pétalas de hynodora dourada e preparar a poção Memorare sozinha, mesmo depois de ser alertada sobre os perigos, mesmo estando ciente da hidra, resolveu quebrar uma das regras mais importantes dessa escola e ainda por cima fez tudo isso sem o colar - ele terminou, ele estava sério, era um bom resumo, e ela o olhava assustada agora, isso era bom, havia surtido o efeito desejado.

—Como? - ela pediu incrédula, garota tola, será que ela achou que ele não iria atrás de nenhuma informação, que ele estaria às cegas esse tempo todo? - como o senhor sabe da poção? 

—Diaz - ele disse notando o choque no olhar da garota - digamos apenas que ela tenha me contado, não exatamente por vontade própria é claro - ele sorriu, agora sim havia ironia naquele sorriso – mas ela fez, para o seu próprio bem. 

—Ela… ela vai me matar - Shara parecia assombrada.

—Bom nada muito diferente daquilo que ela já não tenha tentado antes, não é mesmo? Quantas tentativas foram no total até aqui? duas vezes...  Deixe-me ver na sala comunal aquele dia e agora te mandando na floresta proibida dessa maneira - ele pontuou um pouco irritado - dificilmente ela tentará algo tão sutil, tão cedo – ele a havia ameaçado.

—Ela não me mandou, não exatamente, ela estava tentando me ajudar - Shara disse chateada - já que ninguém aqui me diz nada, e a poção era uma oportunidade, para trazer de volta algumas memórias do meu passado.

—hummm e você acredita mesmo nisso? - ele perguntou se referindo ao fato de Diaz estar tentando ajudá-la de alguma maneira - você acredita que ela desejava te ajudar?

—Não - Shara baixou a cabeça - mas ainda assim serviria, isso se eu não tivesse sido tão desastrada e caído, eu deveria pegar um único ingrediente, mas ainda assim eu não consegui - ela disse realmente frustrada.

—Você é uma garota tola e estúpida – ele constatou mais uma vez - espero que no final de tudo que falaremos aqui, você realmente possa perceber isso dessa maneira - ele disse, enquanto cruzava os braços – e sem falar no mais inacreditável, que é ter você tirando o colar,  ficando totalmente desprotegida e o deixado com ela, ato muito prudente da sua parte - ele estava sendo sarcástico - o que deu na sua cabeça? – ele perguntou irritado a culpando.

—Era uma garantia… se alguma coisa acontecesse comigo, eu saberia que o senhor iria encontrá-lo… o colar, eu não queria deixá-lo com ela, foi umas das coisas mais difíceis que eu já fiz… - ela respondeu receosa - eu sinto muito, eu sei que havia feito uma promessa sobre isso, mas... como o senhor descobriu sobre o colar? - ela perguntou de forma curiosa.

—Digamos apenas que eu o encontrei, não é isso que esperava que eu fizesse? - ele perguntou, gesticulando com as mãos -  E sim eu realmente prezo muito o cumprimento de promessas, coisa que vejo que não é capaz de fazer - ele disse de forma enfática - agora, o colar está comigo - ele achou justo informá-la, afinal aquilo era algo pessoal dela, e ele notou a expressão de alívio que acabará de se formar no seu rosto ao ouvir aquela notícia.

— Eu… eu sei que não deveria ter saído daquela maneira como fiz, nem ido lá fora, na floresta, eu sei que foi errado, mas era minha única esperança de conseguir alguma coisa – ela estava se justificando agora – e eu queria tanto algo para me apegar, qualquer coisa sabe... mas então enquanto eu estava lá, com o vampiro, eu achei que iria morrer naquele momento, então eu entendi que não faria nenhuma diferença, afinal eles não vão voltar, não é mesmo? - ela disse enxugando as lágrimas - e no final nada vai mudar pra mim... – ela se recolheu puxando as pernas contra o seu corpo, aquilo era algo que não estava na programação e ele não estava preparado para trilhar por ali, ele sabia que havia muita entrega da parte dela ao dizer aquilo, ela estava frustrada, ele podia ver, mas aquilo era algo difícil, difícil até mesmo para ele, principalmente por que ele tinha todas as respostas que ela tanto buscava, ele mesmo era uma delas, mas havia tanto em jogo ali, ele a olhou naquele estado, ela estava tão vulnerável, mas ele precisava avançar, ir a diante e seria bom tirar o foco daquilo.

—Epson, por acaso você já preparou alguma poção de nível avançado alguma vez na sua vida? – ele perguntou, sim aquele era o caminho certo e era por ali que eles deveriam prosseguir, ela o olhou, certamente sem entender a mudança brusca que ele havia imposto ali, mas ela não se opôs e aquilo facilitaria as coisas.

— Não – ela respondeu.

—Imaginei – ele disse com a voz arrastada – mas mesmo assim, você achou que estaria apto para preparar uma, no caso essa poção, correto? - ele perguntou a provocando.

—Eu… bem, eu ia seguir as instruções do pergaminho – ela respondeu um pouco acuada -  segui-las a risco, não me parecia tão ruim.

—Entendo, e por acaso você estava seguindo as instruções para a coleta dos ingredientes também? – era interessante notar quão despreparada ela era naquele sentido, não que ele esperasse que ela soubesse aquele tipo de informação, mas era evidente que aquilo não teria funcionado, mesmo se ela tivesse sido bem sucedida naquela empreitada, pois ela não sabia sequer sobre o básico.

—É… não é como se houvesse alguma instrução sobre isso exatamente – ela respondeu um pouco confusa.

—Percebo, mas pressumo que você tenha levado as luvas de couro, luvas indicadas para poções desse nível – ele sabia que não.

—Eu...bem não – ela disse se sentindo envergonhada.

—Mas é claro que você sabia que não poderia pegar as pétalas com as mãos expostas assim, para não as contaminar – ele disse mantendo os olhos sobre ela – acredito que um detalhe tão importante assim não passaria despercebido por alguém prestes a preparar uma poção desse nível.

—Eu não sabia – ela disse baixando a cabeça.

—Que surpresa, e eu notei também que você não estava carregando nenhum recipiente, onde exatamente você estaria guardando as pétalas? – ele perguntou

—Eu iria coloca-las nos bolsos – ela respondeu sem o olhar, ela sabia naquele ponto de que aquela não era a resposta correta.

—Hummm então você não se atentou ao fato de que esse tipo de ingrediente só pode ser armazenado em recipiente de vidro, pois do contrário ele perde completamente suas propriedades e eficácia – ele informou.

—Eu também não sabia disso – ele a ouviu fungar.

—Uma pena – ele disse com certo sarcasmo, aquele sim era um caminho bastante seguro, e era bem por onde ele havia programado caminhar, ele havia conseguido fazê-la se sentir despreparada para aquilo na mesma medida que a fazia entender que ela não poderia se aventurar em algo assim sozinha outra vez, ela era uma garota estúpida.

—Não é justo, nada disso estava escrito naquele pergaminho, eu o li por diversas vezes - Ela disse levantando a cabeça e ele notou que algumas lagrimas haviam se formado e estavam teimando em cair.

—Talvez por que aquela seja uma poção de nível avançado, e poções de nível avançado são assim denominadas Srta. Epson, por que elas requerem um certo conhecimento prévio das aplicações e usos, que não precisam ser novamente explicados, conhecimentos que nesse caso você ainda não tem – ele respondeu se sentindo verdadeiramente vitorioso, mas por que ele não se sentia feliz? O que havia de errado com ele?

—Então... - ela estava pensando - depois de tudo e mesmo que eu tivesse conseguido as flores, não daria certo? Simplesmente a poção não iria funcionar? – ela parecia tão desolada ali.

—Não ela não iria – ele se limitou a dizer - Então recapitulando, você se aventurou, quebrou as regras da escola, se colocou em perigo, quase foi levada por um vampiro sanguinário, e morta pela hidra, e tudo isso, para nada... garotinha estupida, você consegue entender isso agora? - ele disse por fim, essa era a primeira vez que ele havia conseguido seguir o repertório, conforme o que estava na sua programação mental, ele disse exatamente o que ele queria dizer, isso soava parecido com os velhos tempos.

Ele notou as lágrimas descendo sem nenhuma barreira agora, sim ela havia entendido o quão imprudente havia sido, ela estava decepcionada consigo mesma, frustrada, aquilo era fácil de perceber, mas ele não conseguia se sentir realizado em ve-la daquela maneira, aquilo não era como ele imaginou que seria, havia algo de errado com ele, certamente havia, ele desejou tanto poder apontar cada mísero erro, cada maldita falha cometida por ela no processo, mas por que ele estava se sentindo daquela forma? Ele tentou ignorar aqueles sentimentos conflitosos, passando por cima deles, ao resolver continuar.

—E onde exatamente você iria preparar a poção? Eu imagino que tenha pensado sobre isso – ele perguntou.

—Eu não pensei – ela colocou as mãos sobre o rosto – por favor pare... – ela pediu - eu jamais deveria ter feito isso eu não...

—Bem pontuado - ele interropeu...-  de qualquer forma, isso é tudo sobre a poção – ele respondeu sentindo uma pontada de culpa, ao avalia-la naquele estado deplorável, mas ele não iria deixar com que isso o impedisse de concluir aquilo que ele havia vindo fazer ali - mas já que está pedindo Epson, eu vou parar e não vou nem me dar o trabalho de discutir a parte que falamos sobre o uso inapropriado de ingredientes em lugares insalubres, como seria o seu caso, e que possivelmente fariam a poção explodir antes mesmo de conclui-la, podendo machucar de forma grave quem a estivesse manipulando, até por que isso você sabe com alguma vivencia prática – ele fez menção a primeira poção que ela havia preparado em sua aula e que havia sido sabotada ironicamente por Diaz, ela certamente se lembraria daquilo, ela não esboçou nenhuma reação, ela continuava encolhida ali, se sentindo derrotada, ele havia acabado de desmerecer cada pequeno passo e esforço que ela havia feito para conseguir fazer aquela poção dar certo, e ter as respostas que ela tanto queria,  ele era um mestre de poções experiente, ele não poderia permitir aquele descaso, e se isso servisse para impedi-la de cometer um ato imprudente assim mais uma vez, de alguma forma isso estaria valendo a pena – alguma consideração Epson? – ele pediu dando espaço para ela.

—Não senhor – ela respondeu vagamente.

—Como imaginei – ele disse – nós estaremos falando sobre as consequências – ele disse de forma lenta, tentando captar a reação daquelas palavras sobre ela, mas ela apenas assentiu sem muita emoção, o que o fez prosseguir – mas antes, tenho apenas mais uma coisa a considerar, você não simplesmente quebrou uma porção de regras e recomendações naquela noite, ao expor mais uma vez sua vida ao perigo de morte daquela forma, mas o que torna tudo isso ainda pior, foi o seu total descuido com sua varinha, a varinha que você perdeu na floresta proibida  – Ela levantou a cabeça ali para encara-lo outra vez – um bruxo, ele não é nada sem a sua varinha Srta. Epson – ele pontuou - lembrasse sempre disso.

—Minha varinha – ela sussurrou, com o rosto marcado pelas lagrimas - eu a perdi…. - ela disse - era importante.

—Sim, sua varinha – ele repetiu – por sorte a encontrei e ela também está comigo - ela não parecia entender como isso seria possível, mas ela não perguntou - devolverei assim que sair da enfermaria, mais uma razão para se esforçar – ele disse e ela não se opôs a isso também – Epson agora sobre as consequências, serei direto, você irá escrever linhas. Eu quero 2 mil linhas. Com a sua melhor caligrafia, dizendo "Não sou superior as regras da escola" e quero uma redação de pelo menos duas páginas explicando a importância do preparo de poções de forma adequada, tudo isso até domingo – ele disse esperando alguma objeção, ela parecia completamente desconectada e ele se sentiu perdido, talvez teria sido melhor se ela estivesse esperniando e discutindo com ele por não concordr com algo ali, mas ela não estava fazendo, por que ela estava agindo assim de forma tão apática?– Quando você estiver pronta e for liberada pela Madame Pomfrey, você fará um mês de detenções, mas falaremos sobre isso mais tarde, em outra ocasião, não pense que me esqueci das detenções que não foram cumpridas com o Filch, aviso que ele está um pouco mais mal humorado do que de costume depois do que aconteceu com a sua gata no final de semana passado – Severo se lembrou da gata petrificada, e de todo o burburinho  sobre a câmera secreta, mas certamente ela ainda não conhecia aqueles fatos, então ele resolveu deixar passar qualquer informação naquele sentido, tão logo Shara descobriria através de algum colega - E para encerrar, menos 50 pontos da Sonserina, pela sua total falta de senso e zelo pela vida.Espero realmente que os pontos sejam recuperados em breve, com o seu desempenho que será exemplar nessa escola daqui em diante, estamos entendidos Epson?

—Sim, senhor – ela respondeu, ela estava completamente introspectiva ali.

—Por hora, acredito que finalizamos - Severo se levantou, sinalizando assim que estava se preparando para sair, ele passou os olhos de forma despretensiosa pelas janelas enormes da ala hospitalar, estava bastante escuro lá fora agora e o tempo parecia querer mudar, foi então que ele não pode deixar de notar os olhos da ave que estava sentada no parapeito do lado de fora daquela que era a janela central, Antony, Severo suspirou exausto, ele não havia mais falado com a ave desde o ocorrido, certamente ela também estava atrás de notícias.

—Eu sinto muito – ela disse chamando sua atenção sobre ela  outra vez – eu prometo que não vou mais decepcioná-lo dessa forma professor, e o senhor tem mesmo razão ao me chamar de garota estúpida, isso é exatamente aquilo  que eu sou - ela disse antes de se deitar e puxar sobre si as cobertas, a fazendo sumir ali. Ele deveria se sentir orgulhoso por ter conseguido concluir com sucesso aquilo que havia sido proposto, mas por alguma razão, ele não se sentia assim, na verdade ele se sentia ainda mais vazio, ela estava triste, ela estava frustrada e ele queria alcançá-la, sim aparentemente ele estava ficando mesmo mole, mas ele se lembrou que disciplina também era importante, correções também eram necessárias e de que esse discurso não deveria mudar, pelo menos isso era aquilo que ele estava tentando se convencer ali, de que por mais difícil que possa ter sido, ele havia feito a coisa certa.

—Boa noite Epson – ele disse, mas antes de sair, ele apontou sua varinha para ela, lançando um feitiço para secar os  cabelos, afinal dormir com os cabelos molhados não é indicado e nem saudável, e não seria bom que ela pegasse um resfriado nesse momento.


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Notas finais do capítulo

Esse é um capítulo cheio de frustrações para Shara é claro, e tudo isso desencadeia acontecimentos que simplesmente tornam o próximo capítulo o capítulo mais difícil de todos os que eu já escrevi até hoje, desculpem pelo spoiler...

Sobre a conversa com Beta, bom... eu achei duro para Shara, mas entendo o lado da Roberta também, já que de repente sua melhor amiga aparece na ala hospitalar, e ela está cheia de segredos e com atitudes estranhas...

Enfim, o enredo é complexo, seria mais fofo se tudo fossem flores, onde eles estão se abraçando como no capítulo anterior, mas não... A vida não é assim, e eles carregam uma história, a de Shara por exemplo super difícil e cheia de traumas, e isso por vezes acaba vindo a tona...

Obrigada por acompanhar até aqui



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