Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 37
Futuro - Enfermaria parte III


Notas iniciais do capítulo

Socorro, eu e minha criatividade para títulos, se perceberem bem do nada, bem aleatório mesmo eu vou lá e mudo eles haha
Enfim, se seguirmos nesse ritmo, logo teremos Enfermaria 4 - Enfermaria 10... não esta fácil para nossa protagonista que jurava que não iria por os pés lá...

Sobre esse capitulo, eu considero bastante emocionante, espero que curtam.
Tem uma parte bastante forte sobre o passado dela que eu ainda não tinha abordado, mas... enfim....
E eu queria muito pontuar aqui a mudança dos dois, quase que simultânea sobre o que eles estão sentindo, achei que tem sido sutil, embora eles ainda não tenham verbalizado isso um para o outro, será que precisa? sabe muitas vezes atitudes falam mais que mil palavras...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809277/chapter/37

 

Severo nunca sonhou em se casar e ter filhos, principalmente depois de Lili. Ele logo se envolveu com as artes das trevas, onde apresentado ao seu novo mestre, aquele bruxo que estava em plena ascensão, fez com que sua excelente performance em poções lhe rendesse uma posição de destaque entre os comensais da morte e ele se orgulhava disso, pelo menos naquela época, sim era algo promissor e que o mantinha bastante ocupado, foi ali do lado obscuro da magia onde ele tinha aquilo que muitos passavam sua vida buscando poder e privilégios.

As coisas iam bem até que Maeva cruzou o seu caminho pela segunda vez, aquela garota era diferente das demais e ela mexia com ele de alguma forma, não demorou muito para que eles engatassem um relacionamento às escuras, mas eles tinham pouco em comum, muito pouco por sinal, a maior e mais emblemática divergência é que eles jogavam para lados opostos na guerra, Maeva era um dos poucos sonserinos que faziam parte daquilo que Dumbledore chamava de resistência, e obviamente que ela havia tentado por inúmeras vezes converte-lo para o lado da luz, mas ele não cedeu, ele não se deixava influenciar assim, ainda mais por uma mulher, ele não tinha o coração aberto para aquilo e então ele a chamou de fraca e sem ambição, eles tiveram uma discussão feia e alguns dias depois Maeva partiu para sempre, ele passou seus dias achando que ela havia ido embora pelo que ele havia dito naquela noite, ele entenderia isso, ele estava acostumado a machucar e afastar as pessoas, mas agora ele conhecia o verdadeiro motivo da sua fuga, e ele repousava bem ali na cama da ala hospitalar, apenas a alguns metros a sua frente.

Aqueles foram tempos difíceis e Severo jamais havia considerado a hipótese de que poderia haver uma criança, ele estava bastante ocupado e se envolvendo cada vez mais pela causa das trevas que vinha ganhando cada vez mais seguidores, e bem naquele período o seu mestre estava engajado em uma busca frenética por um elemento que misturado a poção do sono dos perpétuos poderia lhe proporcionar a imortalidade, para Severo aquilo não passava de baboseiras, mas ele havia sido incumbido de fazer a poção, nenhum outro mestre havia conseguido conclui-la, mas ele sim, ele era bom, ele era o melhor, obviamente que a poção nunca chegou a ser administrada pois o elemento principal e que faria a poção funcionar de verdade nunca foi entregue pra ele. Longos meses após o desaparecimento de Maeva, Severo descobriu que o elemento que faltava na poção era na verdade sangue humano, mas não o sangue de um bruxo qualquer, era o sangue de uma guardiã, e então ele descobriu que só existia uma única bruxa provedora desse material em todo o mundo bruxo, ele demorou para acreditar naquilo, mas haviam evidencias e provas mais do que suficientes, porém o que ele não imaginava e para sua total surpresa e também desespero a bruxa em questão era a sua Maeva. Ela corria grande perigo onde quer que estivesse, e foi então que ele torceu ali pela primeira vez para que os planos de lorde das trevas não fossem bem sucedidos.

Aquilo foi apenas o início, das lutas internas que Severo começou a travar, ele passou a questionar sua lealdade a aquela causa, contudo mudar de lado era uma decisão bastante complicada e perigosa, que ele não estaria disposto a correr, não naquele momento, afinal ele tinha presenciado e até mesmo perseguido a pedido do seu mestre, alguns supostos traidores da causa, e as consequências, Severo sabia bem, poderiam ser comparadas ao pior dos pesadelos.

Ele era jovem e cheio de orgulho, e ele não iria procurar por ela ainda mais quando ela mesmo tinha pedido para que ele não o fizesse, mas ele sabia que deveria interferir em algo ele se sentia em dívida com ela, algo que pudesse a manter em segurança, foi quando Severo ouviu sobre a profecia pela primeira vez, que ele percebeu que aquela poderia ser a oportunidade certa para ganhar um pouco de tempo, a profecia falava a respeito de um menino que estava destinado a destruir o Lorde das trevas e seu reinado, e conhecendo o lado paranoico e obsessivo do seu mestre, Severo fez questão de ser ele o portador da notícia de forma persuasiva, afim de distrai-lo dando a ele outro foco para com o que se preocupar, nenhum outro plano poderia ser mais assertivo, e a estratégia funciona exatamente como o planejado, mas o que Severo não podia imaginar era que a profecia levaria o lorde das trevas categoricamente até os Potter, e foi assim que ele predestinou Lilian e Thiago Potter a morte. 

Desde muito novo, ele aprendeu a não acreditar em coincidências, mas qualquer ação que ele tomasse ali parecia estar predestinado a piorar as coisas, desta forma Severo tomou coragem para buscar ajuda, primeiro por Lili, e depois por Maeva. Ele era um homem frio e calculista, mas ele abriu mão de tudo isso ao implorar pela ajuda de Alvo Dumbledore, o bruxo com quem lorde mais se preocupava, ele era o maior bruxo da sua época, era grande e poderoso e se houvesse alguém que poderia de alguma forma concertar as coisas e os erros cometidos por ele, seria Dumbledore, sutil engano, pois dias depois apesar de todos os esforços desprendidos pela Ordem, a localização de Lili foi descoberta, o que ninguém podia imaginar, mas havia um traidor entre eles, Black e então Lili se foi e não muito tempo depois Maeva. E era tudo culpa dele.

Eram inúmeros os ressentimentos, e naqueles últimos dias, desde que Shara estava na ala hospitalar, tão frágil e vulnerável que eles haviam voltado com força total, passavam e voltavam pela sua mente como um vulcão prestes a entrar em erupção. Severo se remexeu de forma desconfortável naquela cadeira surrada da ala hospitalar, esperando Madame Pomfrey com as novidades do dia, essa era a décima noite desde aquele maldito sábado, onde tudo aquilo havia acontecido e Severo estava marcando presença todos os dias para se inteirar do diagnóstico e observar por alguns minutos aquela criança pálida dormindo de forma tranquila a sua frente, como se nada houvesse acontecido.

Madame Pomfrey havia ficado de avisar caso houvesse qualquer mudança no quadro clínico da criança, mas como diretor da Sonserina, era seu dever acompanhar o desempenho de todos os alunos da sua ala bem de perto, e era essa a então desculpa pelo seu comportamento protetor, sim ele vinha todos os dias, ele não queria chamar a atenção para eventuais especulações, por isso ele procurava vir sempre um pouco antes ou depois do jantar onde o fluxo na ala hospitalar já teria diminuído, pois ficava próximo ao toque de recolher, uns poucos alunos e nada mais.

—Boa noite Severo – Pomfrey disse como de costume.

—Boa noite Pampoula – ele respondeu fechando o livro intocado que ele segurava aberto a sua frente.

—Bem como você pode ver, aparentemente a menina continua na mesma – ela suspirou desanimada – Devíamos manda-la ao St. Mungus não sei por que Alvo insiste em mantermos ela aqui – Poppy queria ter transferido a menina já nos primeiros dias, mas Alvo tinha razão, ela não estaria segura devido as condições especiais, e eles não podiam arriscar, mas Poppy não sabia do histórico dela e dificilmente poderia entender aquilo.

—Eu vejo – ele respondeu, devido a constatação do quadro clinico da criança – acredite Alvo tem seus motivos – ele deu de ombros, não querendo comprar uma nova discussão sobre aquele assunto com ela.

—Você deveria convence-lo, você é o diretor da Sonserina, se tem alguém que ele escuta, esse alguém é você – ela disse quase implorando por aquilo.

—Eu concordo com ele – Severo admitiu, notando que agora ela o encarava de uma forma diferente, ele suspirou cansado, ele era de longe o mais interessado pela recuperação daquela criança, mas ela jamais entenderia, ninguém entenderia, exceto Alvo, que era com quem ele havia conseguido conversar a respeito naqueles dias.

—Muito bem – ela disse chateada, mas optando em ignorar aquela condição – a pouco lancei alguns feitiços de diagnóstico, o núcleo magico parece estar em constante recuperação e como venho mencionando isso é algo bom, ela é jovem e o esperado era que isso acontecesse em meses, mas algo no sangue dela, alguma espécie de mutação, enfim algo que não consigo identificar e nem explicar tem sido o responsável pela velocidade em que a recuperação vem acontecendo, contudo... – ela o olhou por um momento, ela havia parado ali.

—Contudo? – ele perguntou tentando faze-la falar, o que ela estava esperando? Mas ela havia parado ali - o que por Merlin você está tentando me dizer com isso? – ela parecia bastante distante agora - Pampoula – ele chamou - por favor, vá ao ponto – ele pediu, não podia ser tão ruim, podia?

—Enfim - ela o olhou com uma expressão séria e também triste no rosto - É como se ela não desejasse viver mais... – ela soltou, aquilo foi um golpe, certamente um golpe baixo.

—Oque?... – ele passou seus olhos sobre a criança que descansava ali serena, aquilo não fazia o menor sentido, ela era uma criança tão cheia de vida, tão ativa, já era suficientemente ruim olhar para ela ali naquela cama por todas aquelas noites, ele a queria de volta, ele queria ouvir aquela voz irritante outra vez, mesmo que seja para pedir mil desculpas na mesma frase, ou quando ela era impulsiva em algo, ele queria ver aquele olhar novamente o mesmo da sua mãe, mesmo que aquele olhar o fizesse mudar de ideia ou não o deixasse concluir algo que ele havia custado em planejar, aquilo que Poppy havia dito, aquilo simplesmente não podia ser possível, ele não podia acreditar que ela poderia não desejar voltar mais, não desejar viver – Eu não posso acreditar nisso – ele disse sem tirar os olhos da criança – por que ela faria isso?

—Severo ela não responde ao tratamento, é simples, é uma conclusão até obvia demais, fazem dias agora... – ela o olhou outra vez - não existe nada de errado com ela, bem pelo contrário, como mencionei, o núcleo magico está praticamente restituído, olhe veja os relatórios - Pampoula disse lhe estendendo os pergaminhos onde estava o resultado do último exame que ela havia feito, Severo estava exausto, desde aquele sábado que ele mal havia dormido uma noite por completo, de volta com os fantasmas do passado que o assombravam enquanto ele dormia e enquanto estava acordado também, e para tornar tudo ainda mais difícil, agora tinha também a questão da câmera secreta que havia aterrorizado toda a escola desde o último domingo de Halloween, Alvo estava gastando seus últimos dias naquilo, sim aqueles eram dias insanos, ele pegou os pergaminhos apenas por educação, mas ele não tinha a menor vontade de analisar aquilo, não agora, ele acreditava nela.

—Não entendo – ele disse simplesmente de forma vaga.

—Não penso que isso seja um desejo recente – e aquilo chamou sua atenção, oque ela queria dizer com aquilo? Ele sabia, sim ele mais do que ninguém ali sabia das dificuldades que Shara havia enfrentado naquela casa de acolhimento, mas ela nunca havia demonstrado algo assim, ela se aproximou da cama, levantando as mangas das vestes que Shara vestia ali – olhe – ela pediu, enquanto ele se aproximava desconfiado, sim eram cicatrizes, marcas de cortes, próximas ao pulso, haviam algumas, mas não poderiam... ela não podia... ela podia? – sim – ela disse em resposta a sua expressão -essas deviam ser algumas das marcas que ela não queria que víssemos, estávamos tão longe da verdade quando achávamos que eram apenas cicatrizes e hematomas provenientes de abusos, o que por si só já era bastante ruim – ela estava completamente abalada ali, ela era apenas uma criança, era tão jovem.

—Tem certeza? – ele perguntou com a voz rouca, ele não era de chorar, ele nunca chorava, ele queria poder remover toda a dor dela, ele queria alcançar a alma dela, mas ele não podia.

—Infelizmente não vejo outra explicação – Poppy disse cobrindo a criança outra vez – em St. Mungus ela seria melhor assistida, quem sabe um bruxo mental, alguém com especialidades que eu não tenho – ela estava tentando outra vez, ele não podia julgá-la ali, ela queria o melhor para Shara - Severo, seja honesto, tem algo a mais sobre essa criança, algo que nem você e nem o Alvo querem me contar, não é? - Pampoula era esperta, ela não levaria muito tempo até descobrir a verdade.

Shara era sua filha, e isso era uma pauta que ele e Alvo haviam discutido desgastantemente nos últimos dias, Severo não iria abrir mão do segredo e Alvo concordava com aquilo veemente, Maeva havia morrido pelo segredo e devido aos riscos que todos corriam, ainda mais sendo Severo um comensal da morte, um dos poucos que não haviam declinado, ele ainda podia ser influente sobre os demais que ainda permaneciam fies a causa, mesmo depois do Lorde das trevas ter desaparecido daquela forma misteriosa, e a pedido de Alvo, ele agiria como espião, então uma notícia dessas se espalhando por ai, seria seu fim, ele Severo Snape não poderia ter família e muito menos ter filhos, aquilo seria muito aquém de todo ou qualquer perigo que aquela criança já corria por si só.

—Pampoula, infelizmente não tenho permissão para falar sobre isso – ele disse sendo sincero com ela ali – e não me olhe assim, apenas leve suas desconfianças ao diretor se achar pertinente – ele orientou.

—Pois fique sabendo que eu já fiz - Severo ergueu as sobrancelhas devolvendo o relatório intocado para Pampoula, que o pegou aborrecida.

—Claro que você fez, espero que ele tenha respondido todas as suas dúvidas - Severo sorriu com ironia, ele sabia que ninguém conseguia extrair nada de Alvo assim, e quem tentasse sairia ainda mais confuso, Alvo era bom nisso, irritantemente bom.

—Severo não se faça, é claro que ele não respondeu, não sei por que ainda me dou o trabalho de perguntar – ela o fuzilou – aos dois, sei que estão envolvidos nisso juntos – ela disse, enquanto se retirava fazendo questão de demonstrar toda a sua insatisfação ali. Severo observa mais uma vez aquela criança dormindo de forma tão tranquila a sua frente, por que ela não estava acordando? Ele fecha os olhos cansado tentando empurrar tudo aquilo para trás da sua mente, e então ele também se retira.

Era quarta-feira final do dia, e Alvo havia combinado de encontrá-lo na Ala Hospitalar antes do jantar, Shara não havia respondido ainda, ela permanecia em um estado semelhante ao coma e Alvo havia comentado que podia existir uma forma de estimula-la a retornar daquele estagio, embora como sempre ele não tenha dito como e nem o que ele tinha em mente, Severo odiava esse tipo de desinformação, mas obviamente que ele estava interessado naquilo principalmente depois do que ele e Pomfrey haviam discutido no dia anterior, ele queria traze-la de volta e nesse sentido Alvo tinha sempre bons planos em mente. Quando Severo chegou, Alvo já estava próximo a cama de Shara, conversando com Pomfrey, que aparentava estar aborrecida.

—Interrompo? – ele perguntou, sabendo que sim.

—Boa noite Severo - disse Alvo com um sorriso no rosto, Severo não sabia como ele podia sorrir com tanta coisa acontecendo naquele lugar, mas ele sempre sorria era irritante - De forma alguma, aliás faltam só mais duas pessoas e podemos começar – ele disse animado, já Pomfrey não parecia nenhum pouco e do que ele estava falando afinal de contas? Severo precisou segurar a vontade de revirar os olhos ali naquele ponto, por puro respeito apenas, mas as vezes aquele velho passava dos limites.

—Claro – ele sorriu com ironia – Mas quem sabe se os envolvidos soubessem do que se trata, eles poderiam contribuir de alguma forma – ele disse demonstrando sua irritação.

—Não se preocupe Severo, logo você saberá. Estou com um bom pressagio para essa noite – o diretor disse de forma divertida, Severo pelo contrário, não e ele cruza os braços, enquanto se aproxima da cama onde Shara estava acomodada, ela parecia ainda mais pálida naquele dia. Os cabelos ele notou, estavam repartidos em duas tranças iguais e bem alinhadas, Severo se perguntou se Madame Pomfrey se dava o trabalho de tomar esse tipo de cuidado com seus pacientes, afinal ela não fazia muito o perfil de quem se preocupava com esse tipo de coisa, mas enfim Shara parecia ainda mais pequena e mais nova daquela maneira.

As portas da ala hospitalar se abrem, revelando a presença de uma das alunas do primeiro ano, a Srta. Vicente, ela se aproxima da cama de Shara imediatamente ao notar que o diretor estava ali, a Srta. Vicente era uma das visitas mais recorrentes, sim ele sabia, ele estava monitorando tudo e assim que ela percebe a sua presença no ambiente ela recua assustada, ele sorri com o canto da boca, era prazeroso saber que ele ainda podia incutir esse tipo de medo naqueles cabeças ocas.

—Srta. Vicente, venha, obrigada por disponibilizar um pouquinho do seu tempo conosco esse final de tarde – Alvo disse afetivo, então ele havia chamado a garota também, o que ele estava planejando afinal de contas? – bem devemos aguardar a Srta. Weasley? – Alvo perguntou parecendo não entender por que elas não haviam vindo juntas.

—Me parece que ela teve algum problema pessoal e estava um pouco indisposta – Vicente disse não muito certa daquilo, talvez ela só não estivesse muito à vontade ali, era evidente – desculpe Senhor, foi o que Rony me disse.

—Uma pena, mas creio que temos o que precisamos - Alvo piscou pra ela - Bem como todos sabem, a Srta. Epson está devidamente recuperada de qualquer dano que possa ter comprometido seu núcleo mágico naquele fatídico dia na floresta proibida, portanto ela já deveria ter saído do estágio que se encontra e despertado para nós  – Alvo explicou e Severo passou seus olhos sobre Madame Pomfrey, eles haviam conversado sobre isso no dia anterior, será que ela havia contado para Alvo sobre os cortes no braço da criança e suas suspeitas também? ela devolveu o olhar, gesticulando sutilmente de forma negativa, como se pudesse entender aquilo que ele estava pensando, ele assentiu, notando que ela não parecia muito animada com seja oque fosse que o diretor estivesse fazendo ali - minha teoria é de que precisamos estimula-la a desejar voltar para esse mundo, a mente é um campo aberto e existem inúmeras possibilidades nele, e penso que Shara encontrou um lugar mais confortável para viver dentro dela, precisamos nos conectar com ela e resgata-la, já que quanto mais tempo ela passar lá, menos chances teremos de traze-la de volta, tenho minhas suspeitas de onde seja esse lugar, mas conto com alguma ajuda pra isso - Severo o encarou naquele momento ele ainda não havia entendido qual era o plano ali, como exatamente ele pensava em fazer isso? Severo conhecia os atalhos da mente muito bem, ele sabia das possibilidades de criar lugares fechados e protegidos para se isolar de um trauma por exemplo, mas aquilo não era algo simples de criar, uma criança não teria capacidade para desenvolver algo assim, embora ela não fosse bem uma criança normal, ele sabia, e por um momento, isso fez bastante sentido, ela estava vivendo em um lugar que sua mente havia criado, ela estava presa lá por que assim desejava, como forma de se auto proteger dessa realidade, sim fazia mesmo muito sentido.

— Srta. Vicente, você deve estar se perguntando o que tudo isso significa, e  por qual motivo eu lhe chamei aqui, pois bem – ele sorriu -  sua ajuda será de inestimável valor, já que percebo que a amizade entre você e Shara é algo muito bonito e bastante consolidado, apesar do pouco tempo, eu percebo o quanto você tem se preocupado com ela nesses dias, e o quanto você deseja tê-la de volta, não é mesmo? – o diretor disse olhando para a menina, que parecia se emocionar ali - então o que eu peço, é algo bem simples, apenas que você converse com a sua amiga, porém eu gostaria que você a chama-se, chama-se para nossa realidade, você pode toca-la também, isso ajuda. Essa é a forma como podemos nos conectar com ela, são estímulos, que normalmente podem ser sentidos de onde ela estiver e mediante qualquer reação que ela possa ter, por menor que seja, eu assumo, portanto não se preocupe, eu saberei o que fazer.

—Eu devo chamar...  – ela parecia pensar sobre aquilo – bom se é só chamar e conversar, por que o Senhor mesmo não faz? – ela perguntou, olhando para a amiga na cama.

—Modos! Srta. Vicente – Severo interrompe rudemente, qual era o problema com as crianças daquela idade? ela o olhou assustada.

—Tudo bem Severo - Alvo se aproxima da cama também - Bem excelente colocação Roberta – ele disse a chamando pelo primeiro nome - na verdade a nossa mente é bastante seletiva, e não faria nenhuma diferença se eu a chamasse ou qualquer outro que não tivesse algum vínculo afetivo, ela não iria ouvir, da mesma forma que ela não consegue nos ouvir agora por exemplo, mas quando alguém especial pra ela, uma amiga nesse caso, a chama, a mente aciona um sinal de alerta e identifica esse sinal como um comando positivo e portanto as probabilidades são muito maiores de algum tipo de retorno, sabe sentimentos e afeto nos movem, regem a nossa existência, gostaria de testar para nós? – ele perguntou, Severo havia entendido o plano, não era uma ideia ruim, Pomfrey ainda não parecia convencida, era evidente o quanto aquela bruxa estava frustrada com a falta de evolução da criança naqueles últimos dias. Vicente parecia um tanto quanto constrangida em fazer isso na frente dos adultos, mas balança a cabeça de forma afirmativa, ele sabia que ela também faria o que tivesse ao seu alcance para ter sua amiga de volta, ele podia apreciar isso.

—Posso? – ela pediu sem graça e o diretor assentiu positivamente - Shara, oi… é a Beta – ela disse pegando na mão da amiga – você pode me ouvir? … bem eu queria... – ela disse encabulada olhando para o diretor que fez sinal para que ela continuasse – eu queria te dizer que sinto muito a sua falta aqui, e se você puder me ouvir, queria te pedir para voltar, sabe fazem dias agora e está bastante difícil sem você, Gina também sente muito a sua falta, ela está triste, por favor Shara, volte pra cá… eu, nós precisamos de você aqui com a gente – ela sussurrou, nenhum sinal, absolutamente nada aconteceu até aquele ponto e a Srta. Vicente visivelmente emocionada olha para o diretor como quem estivesse pedindo ajuda. Alvo a incentiva a continuar, era deprimente até mesmo para alguém como ele assistir aquilo, ele estava a um fio, para se virar e sair do recinto, era muito mais fácil presenciar a morte atroz de um vampiro, do que presenciar aquilo.

—Tente contar algo pessoal, algo que vocês viveram juntas, alguma coisa que tenham aprontado juntas, ahhh não se preocupe nada do que for dito será usado contra vocês depois - Alvo piscou tentando manter o clima mais alegre no ambiente - Não é mesmo Severo?

—Claro – Severo responde de forma ríspida, quem seria estupido o suficiente para delatar algo na frente dele e do diretor, ele achou por bem não comentar.

—Shara... eu espero que tenha gostado das tranças, fui eu que fiz... fiz depois do almoço, eu sei que você gosta de tranças  eu tentei fazer pra você, me desculpe se não ficaram perfeitas - Aquilo explicava as tranças, ele não podia negar que a menina estava se esforçando.

—Continue – Alvo pediu, ele parecia estar bem convencido de que algo sobrenatural realmente pudesse vir daquilo, já Severo, ele estava começando a prever uma dor de cabeça, por mais que ele desejasse que aquilo realmente funcionasse.

— Shara lembra daquele dia que passamos a aula de história da magia toda conversando? foi ali que eu tive a certeza de que você seria a amiga mais incrível que a vida poderia me proporcionar, e lembra de como você ficou impressionada porque o professor era um fantasma? Foi muito engraçado, eu sinto falta do seu senso de humor, e da forma como você enxerga as coisas, você parece sempre ver o melhor em tudo, eu sinto falta até mesmo da forma como você consegue as melhores notas, mesmo quando você se dedica metade do tempo na tarefa do que eu, é sério, eu acho que vou começar a seguir seu conselho, sobre não estudar tanto assim – a garota parecia ter esquecido que eles estavam assistindo, soava bastante espontâneo agora.

—Shara, você tirou nota máxima na redação de transfiguração sabia? a professora McGonagall disse que você tem muito talento e potencial - A Srta. Vicente continuou – sabe enquanto você passava os dias aqui, você teve algumas visitas. Harry, Ron e Hermione, eles vieram todos os dias depois do almoço, quer dizer, não depois de domingo, sabe teve o negócio da câmera secreta, e bem – ela parecia desconfortável ali – esqueça... e Gina também veio ler pra você algumas vezes, teve também aquele menino loiro e metido da sua casa, ele é um pouquinho mais velho… como é mesmo o nome dele…

—Sr. Malfoy - Severo interrompeu completamente impaciente e sua voz aguda preencheu o ambiente, já que ele não tinha dito nenhuma palavra desde que a Srta. Vicente havia iniciado aquilo, ela deu um salto, mudando repentinamente de expressão.

—Eu senti a mão dela mexer… eu senti… foi sutil, mas eu senti – ela parecia eufórica, Pomfrey lançou um olhar desconfiado para ele, mas não disse nada.

—Severo talvez seja a sua vez de dizer algo - Alvo disse o pegando desprevenido, aquele velho só podia estar brincando, o que ele estava esperando que ele fizesse? Que ele sentasse ali e abrisse o coração, tal qual uma criança de 11 anos, como Vicente havia acabado de fazer? Alvo o estava encarando, enquanto aguardava, aquele velho não iria desistir tão fácil

—Srta. Epson - Severo começou dando a volta na cama, como quem fosse começar um discurso, ele faria aquilo, mas faria a seu modo - creio que teremos que revisar seu último exame de poções, se você parasse de tagarelar em sala de aula e prestasse mais atenção a matéria eu diria que talvez pudesse atingir melhores resultados – aquilo não era uma verdade, Shara tinha tirado nota máxima naquele exame, mas ele simplesmente não podia evitar, agora o que chamou sua atenção e de todos os envolvidos era de que havia acontecido uma mudança no ritmo da respiração da criança, Pomfrey também parecia notar, ela colocou as duas mãos na boca incrédula com o que estava presenciando ali.

—Ela está chorando – a Srta. Vicente disse, elevando um pouco a voz, ele se aproximou mais da criança, sim uma lágrima havia se formado no canto do seu olho e escorregado pela lateral do rosto dela, deixando uma marca molhada na sua bochecha. Severo observava atônito a aquela reação, não podia ser possível, que aquela garotinha estaria mesmo reagindo daquela maneira, depois de dias naquele estado, ao simples fato de ouvir a sua voz, o diretor olhou para ele, era evidente que nem ele mesmo parecia acreditar que eles haviam a alcançado ali, ele gesticulou para que ele dissesse algo a mais, qualquer coisa, sim ele faria.

—Contudo – ele continuou de forma arrastada – eu posso conviver com a ideia de ouvir a sua voz irritante interrompendo a minha aula outra vez, desde que me prometa que dará uma nova chance para esse mundo e volte para nós –  ele disse, finalizando com um singelo sorriso, um sorriso que depois de tanto tempo não era de ironia, ele notou a expressão de confusão que havia se formado no rosto da corvinal à sua frente, o diretor estava sorrindo também, nada além do que ele sempre fazia, e Pomfrey colocou uma das mãos sobre o seu ombro, movimento que ele estranhou.

Aquelas palavras pareciam ter surtido o efeito esperado, e Severo observa a mudança no ritmo da respiração mais uma vez e agora de forma ainda mais brusca, ela tinha ouvido, ele tinha certeza, Pomfrey parecia completamente deslumbrada com tudo aquilo, e ele quase achou ter visto um olhar marejado ali.

—Obrigada Srta. Vicente, obrigada Severo, juntos conseguimos acionar parte da mente que eu esperava e queria alcançar, assumo daqui – Alvo disse bastante satisfeito, enquanto Severo se afastava da cama, ficando atrás da cabeceira para observar o que poderia vir dali.

—Shara, querida, eu sei onde você está agora e tenho certeza de que deve ser muito bom e agradável estar nesse lugar para desejar deixa-lo e voltar para nós, mas afirmo que por melhor que seja, esse lugar, ele não é real, a realidade ela está aqui fora, as pessoas que se importam estão aqui, nós somos e nós fazemos parte da sua realidade e estamos te esperando, você é muito importante Shara e muito esperada aqui– ele concluiu.

Foi impressionante ver o impacto que aquilo havia feito, embora Shara parecesse lutar contra de início, mas ela cedeu, atendendo a aquela solicitação, ela abriu os olhos lentamente, parecendo tentar se acostumar com a iluminação, seus olhos estavam molhados, em tempo uma Srta. Vicente pula de forma eufórica em cima da amiga na cama. Severo observa, aquela movimentação, sentindo que naquele momento uma parcela de todo o peso que ele estava carregando se dissolver bem na sua frente.

—Bem vinda de volta Shara - Alvo fala, pegando na mão da criança - eu sabia que você faria a escolha certa.

—Bom, bom, bom...  eu aceitei essas condições, mas agora vocês estão sufocando-a, vamos dar um certo espaço - Madame Pomfrey se manifestou pela primeira vez desde que tudo aquilo começou, ela se aproximou de Shara, expulsando a Srta. Vicente da cama, e aproveitando para aferir a pressão e a média dos batimentos cardíacos da menina.

—Parecia tão real – Shara disse com a voz fraca.

—Querida, lamento por isso, mas infelizmente não era real, você estava presa em uma outra dimensão, em um lugar que você criou em algum momento da sua vida, é pra lá que nós vamos quando desejamos fugir da nossa realidade, mas não é algo para se apegar, embora viver num mundo assim, seja muito mais fácil e muito mais atrativo, muitos bruxos ao descobrirem essa fuga, acabam se perdendo nela, e você ainda é tão nova para se perder assim – ele disse de forma afetuosa – Sabe, eu já estive lá querida – ele respondeu de forma reflexiva – muitas vezes no passado – ele parecia triste ao se lembrar daquilo, Severo desconhecia esse lado do diretor – mas saiba que esse lugar, ele continuará bem vivo - Alvo bate com o indicador na cabeça demonstrando onde era - e você pode acessar sempre que quiser, é saudável quando você consegue e pode controlar, mas o que você precisa entender é que não vale a pena mergulhar nos sonhos dessa forma e deixar de viver, principalmente quando se tem pessoas especiais te esperando aqui fora – ele sorriu para ela. Shara enxuga algumas poucas lágrimas ali – existe algo que queira dizer, ou perguntar antes que Madame Pomfrey nos expulse – ele disse e ela assentiu positivamente.

—Diga ao professor Snape que eu sinto muito, por tudo – ela disse limpando as lagrimas que desciam pelo seu rosto agora, Alvo lança um olhar direcionado, sinalizando ali que aquele era um bom momento para que ele evidenciasse sua presença, ele se aproxima da cama, onde ela o podia ver agora, por um momento era como se ela não pudesse acreditar que ele estaria ali realmente, então ela se levanta num único impulso, o pegando e pegando todos ali de surpresa, e se joga nos braços dele, agora não havia nenhuma hidra a aterrorizando, não havia nenhum vampiro, nenhuma floresta e nenhum perigo e ele a segurou contra o seu peito, a envolvendo em seus braços e se dando conta do quanto ele mesmo desejava sentir aquilo outra vez, ela estava viva e ela estava de volta.

—Por Merlin – ele ouviu Poppy gritando – ela acabou de sair de um estado de coma, saiam daqui... todos vocês, AGORA – Severo olhou de relance para Alvo, que ainda sorria, enquanto levava consigo, de forma arrastada uma primeiranista bastante confusa, mas ele não se importava, Shara ficou ali por um momento, até que o soltou o encarando.

—Ei... eu não sou uma garotinha estupida – ela estava sorrindo.

—______

Shara nunca tinha visto o mar ou ido à praia pessoalmente, na verdade ela mal saia de dentro daquele lar infame, sua rotina não tinha nenhuma empolgação e as saídas basicamente se resumiam em ir até a escola e voltar, nada de explorar o mundo ou algo parecido. Então do pouco que ela tinha assistido pela TV, a praia era um lugar onde as pessoas pareciam felizes além daquela areia fofinha, do sol e da água, ela amava água e ela meio que se idealizava em um lugar assim.

E justamente com essa sensação de felicidade que Shara não cansava de bater os pés animadamente na água a sua frente, ela queria aproveitar cada momento naquele lugar incrível, a onda vinha e voltava suavemente e a água estava quentinha embora o sol não estivesse tão forte, ela estava usando um vestido verde esmeralda com um lindo laço na cintura, ela amava vestidos e amava a cor verde, ela achava que combinava com a cor dos seus olhos.

— Mãe, vem ver… aquela gaivota conseguiu pegar mais um peixe – ela disse animada para a mulher que estava sentada na cadeira colorida próximo ao deck, lendo despreocupadamente um livro, ela acenava pra a filha de tempos em tempos, enquanto fazia carinho na ave branca, que estava apoiada no encosto da cadeira.

Faziam horas, dias? Difícil dizer, o tempo parecia funcionar diferente naquele lugar, elas estavam de férias, ou algo assim e então o tempo pouco importaria, sua mãe tinha feito e trazido um delicioso bolo de abóbora com cobertura de chocolate e ela decidiu que não precisava de mais nada para ser feliz, ela podia morar naquele momento para sempre.

Foi então que ela sente alguém segurando sua mão e falando com ela de um lugar longe, uma voz distante, ela mal conseguiu entender do que se tratava aquilo… mas não havia ninguém naquele lugar além delas, ela olha para a areia em busca da mãe mas a cadeira estava vazia agora.

— Shara, amor tudo bem? - Que susto, como sua mãe havia surgido ali tão rápido?

— Mãe, você me assustou! - Ela falou enquanto abraçava a mãe pela cintura.

— Shara querida, eu sinto tanto, mas você precisa voltar – a mãe dela disse enquanto retribuía aquele abraço, espera do que ela estava falando?

— Voltar? Não, mãe, eu quero ficar aqui, aqui com você – ela não queria voltar, nunca mais – pra sempre.

— Entendo meu amor, mas é importante, você precisa ir – ela disse enquanto acariciava suas costas.

Shara amava tranças, ela conseguia ouvir a voz da amiga, mas onde Beta estava? E por que ela estava falando sobre tranças… eu amei as tranças, que confuso, de onde isso estava vindo.

— Shara amor, quanto mais você ficar aqui, mas difícil se tornará, a pessoas que te amam e estão te esperando – sua mãe disse passando as mãos carinhosamente pelo seu rosto.

— Não, não… eu não vou - Shara começou a chorar, ela estava decidida. Então ela ouve aquela voz característica, aquela voz que fez aumentar seus batimentos cardíacos, ela não conseguia simplesmente ficar apática diante daquela voz, como algo ou alguém poderia exercer tanta influência sobre ela? Se havia uma única razão para ir, era por causa dele, mas ela não entendia, ela queria perguntar sobre aquilo, mas ela sentia que não havia mais tempo.

— Mãe, eu vou te ver de novo? – ela pergunta, desejando que elas nunca mais se afastassem assim – Mãe?! – ela chama sentindo a imagem se dissolvendo.

— Sempre querida, eu sempre estarei com você, a onde você estiver – ela ouve antes de...

Acordar, ela abriu os olhos devagar tentando se acostumar com a iluminação daquele lugar, ela sabia exatamente onde estava, aquilo estava se tornando um costume, ela pensou, então ela vê Beta segurando sua mão do lado da sua cama e a olhando de forma apreensiva, ela vê também o diretor que estava com um amplo sorriso de dever cumprido, e claro também Madame Pomfrey ligeiramente aborrecida. Shara percebe que ela estava chorando, que constrangedor. Sem conseguir pensar muito sobre aquela situação embaraçadora, ela se sente sendo sufocada pela amiga, que praticamente pulou em cima dela naquela cama hospitalar, mas aquela era uma sensação boa, ela gostou disso, mas onde estava o professor Snape? Era evidente que ele não viria, ele certamente deveria estar bastante chateado com ela depois de tudo aquilo, e com toda razão, afinal ela merecia, dessa vez ela tinha plena ciência do quanto ela merecia.  

Shara estava confusa, ela achava que era real, mas o diretor havia iniciado uma conversa com ela ali, era sobre o lugar que ela estava, sim ela podia se lembrar, inclusive da sensação, ela estava verdadeiramente feliz lá, tão feliz como nunca antes pudera ter sentido, o diretor estava dizendo algo sobre já ter estado lá também, então ele sabia exatamente como ela se sentia em relação a aquilo, mas ainda assim faltava alguma coisa, e ela se sentiu angustiada, o que estava faltando?

—Existe algo que queira dizer, antes que Madame Pomfrey nos expulse – ela ouviu o diretor perguntar, sim havia algo, e ela queria verdadeiramente dizer aquilo, ela assentiu.

—Diga ao professor Snape que eu sinto muito, por tudo – ela disse enquanto limpava as lagrimas que desciam pelo seu rosto, ela podia mesmo estar tão sensível assim? Quando de repente ele aparece no seu ângulo de visão, onde ele estava? Ele estava mesmo ali? Ela sabia que havia ouvido a voz dele, ele fazia seu coração acelerar, então ela não pode evitar, ela sequer saberia dizer por quanto tempo ela estava naquela cama dessa vez, mas parecia muito mais tempo agora, enfim ela não se importava, ela se levantou num impulso se sentindo um pouco zonza, mas ainda assim ela precisava fazer aquilo que ela havia desejado muito fazer lá na floresta, se jogar nos braços dele, sim ela amava a praia, ela amava a areia fofinha, o sol e o amar, mas havia ainda outro lugar que ela descobriu que amava estar, nos braços dele...  Espere, ele a chamou de garotinha estupida?!

—Ei... eu não sou uma garotinha estupida – ela sorriu para ele, era genuíno. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aguenta coração, Shara esta de volta!
E ela meio que perdeu o Halloween de Hogwarts gente, chateada por isso, todos aqueles doces e tudo mais... mas pensando bem estamos no ano da câmera secreta, vamos manter distancia, já temos abacaxi o suficiente para ela descascar aqui heim... se bem que, alguns cruzamentos na história original não seria de todo mal hahaha.
E ai... e esse final? Eu amo eles se abraçando, e amo como eles tem entendido esse afeto a medida que ele vai crescendo, sabe que dependendo muito do meu estado de espirito eu choro quando leio, de coração espero que estejam gostando, por favor me contem o que estão achando! Eu amo ler os comentários :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Improváveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.