Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 12
Futuro - Beco Diagonal parte I




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Era sábado de manhã, aquela primeira semana havia voado e contra todas as suas expectativas sem mais nenhuma intercorrência, a única parte desagradável e que verdadeiramente o incomodava, era o fato de que haviam pessoas do Ministério por toda parte fazendo perguntas ao corpo docente, mas nada com o que se preocupar, já que apenas ele e Alvo sabiam do ocorrido na sala de defesa e poderiam delatar, sendo assim o segredo estava guardado, pelo menos por enquanto ele pensou, nem o paspalho do Lockhart se deu o menor dos trabalhos em questionar ou tentar entender o que havia ocorrido após ter fugido e deixado a classe sozinha, naquele lastimável episódio em sua primeira aula, mas Severo o estava monitorando bem de perto.

Severo tomou um gole do seu café, sem conseguir prestar atenção na cópia do profeta diário que ele segurava em sua frente, ele não havia conseguido pregar os olhos naquela noite, nem de forma adequada nas anteriores, a verdade é que ele estava dormindo mal desde o dia que aquela garota havia colocado os pés na escola e entrado na sua vida a poucos dias atrás, ele tinha decidido por um basta naquilo, mas os sonhos com Maeva tinham voltado a tomar força, e agora no pouco que dormia lá estava ela outra vez, ele suspirou.

Ele havia observado a garota na sua primeira aula de poções na manhã anterior, não tinha sido uma aula efetivamente prática, já que por ser a primeira, ele costumava usar o tempo para explicar os desafios e a grandeza da sutil arte de fazer poções, para um bando de cabeças ocas que certamente não valeriam a pena, todo ano era a mesma coisa, mas Epson era focada ele notou, ela tomava notas, coisa que a maioria dos alunos não se davam ao trabalho de fazer, e como havia sobrado um certo tempo, ele aproveitou para pedir que os alunos cortassem alguns ingredientes que seriam utilizados pelas turmas seguinte, além de útil ele aproveitaria o tempo e aquela oportunidade como um teste para observar quem seriam os alunos mais promissores e os propensos a lhe causar problemas, e então ele percebeu que ela seguia as orientações corretamente e era muito precisa no corte, ela certamente seria uma boa aluna de poções, maldição era difícil admitir, mas possivelmente ela havia herdado essa precisão dele.

Severo sabia que Epson estaria fora da escola com aquele brutamontes atrapalhado do Hagrid essa manhã, e por mais que ele fosse uma pessoa de confiança como o diretor costumava enfatizar, ele por muitas vezes se comportava como uma criança crescida não sendo apto para cuidar de si mesmo, muito menos de se responsabilizar por um aluno tão especialmente propenso a se destacar como ela, e nesse quesito ele discordava de Alvo, então como ele mesmo precisava buscar alguns ingredientes no armarinho local para abastecer suas despensas, ele decidiu que aquela manhã seria uma boa oportunidade para o serviço, assim ele eliminaria essa atividade da lista e ao mesmo tempo que ele poderia aproveitar o momento para checar os dois, Severo quase desistiu ao se dar conta do que ele estava prestes a fazer, por Merlin ele não faria isso por nenhuma outra criança, mas não era como se ele se importasse exclusivamente com a segurança dela, e ele decidiu que aquilo não faria nenhuma diferença, se convencendo de que estaria apenas cumprindo o seu papel de professor e chefe de casa, suprindo as necessidades da escola e ficando de olho nos alunos mais problemáticos, sim ele faria isso.

Severo era um excelente espião, o melhor como Alvo costumava dizer e, portanto, se camuflar na multidão não seria necessariamente um problema para ele, apenas que ele detestava a multidão, ele odiava pessoas, e isso o fez lembrar o por que ele preferia fazer seus pedidos pelo corujal. Foi fácil localiza-los em toda aquela movimentação, bem obviamente que Hagrid chamava bastante a atenção, ele notou quando ambos saíram da Floreios e Borrões com algumas sacolas de livros, o idiota grandalhão não podia fazer magia e não poderia reduzir os pacotes e Severo revirou os olhos com aquela cena, mas o que mais chamou sua atenção foi ao perceber que Hagrid havia desviado do percurso esperado, eles deveriam estar indo ao Olivaras nesse exato momento, mas não lá estava ele indo com aquela criança para o lugar menos apropriado de todos a travessa do tranco, além de nada adequado para um aluno com essa idade era extremamente perigoso, Severo praguejou internamente se obrigando a ficar mais próximo, não precisava ter qualquer predisposição para vidência, para saber que aquilo seria uma péssima ideia, então ele lançou um feitiço de amplificação de som, para que ele também pudesse ouvir o que eles diziam.

—Shara espero que não se importe, mas já que estamos aqui, vou aproveitar nossa visita para comprar mais repelente para lesmas carnívoras, da outra vez acabei subestimando a quantidade e elas estão acabando com meu jardim, é coisa triste de se ver – Hagrid dizia abrindo o caminho.

—É, sem problemas Hagrid – ela havia dito, ele notou que ela então se aproximou segurando as vestes dele, ela estava com medo – esse lugar é um pouco esquisito né não? – Obviamente que era esquisito Severo pensou, segurando sua varinha e se preparando para atacar a qualquer momento já que os dois chamando a atenção daquela forma, eram alvo mais que declarados, aquele definitivamente não era o ambiente.

—Nunca venha aqui sozinha, não é apropriado – ele havia dito e Severo quase gritou, que mesmo acompanhado continuava não sendo nada apropriado, principalmente para uma criança como ela, onde aquele gigante estava com a cabeça?

Hagrid entrou em uma loja de aparência ainda mais duvidosa, era aqui então que ele comprava aquelas coisas nojentas que ele aplicava? o que ele notou ter assustado ainda mais a menina, que perguntou se podia esperar do lado de fora, e ele consentiu, Severo podia azara-lo por tamanha incompetência e irresponsabilidade, como ele podia ser tão tolo, deixando uma criança naquele lugar, mas ele entrou sumindo dentro da loja, enquanto ela se encolhia tentando passar despercebida do lado da porta da loja oque naturalmente não deu certo, uma criança ali, era obvio para qualquer um.

—Olá criança por acaso está perdida? – um bruxo de péssimo feitio perguntou com um sorriso malicioso nos lábios e Severo ficou à espreita ele estava pronto para atacar, no menor sinal possível.

—Não eu só... – Foi então que Severo notou que ela havia soltado a sacola de livros que ela carregava, eles caíram no chão fazendo um estrondo, enquanto ela dava uns passos para trás, colocava uma das mãos no ombro até atingir a parede da loja, havia uma expressão de dor em sua fisionomia, Hagrid de dentro da loja nem havia notado, Severo sabia que ele precisava agir, droga por mais que ele não quisesse ele teria que intervir, por sorte ele tinha decidido segui-los essa manhã, espere até ele colocar suas mãos em Hagrid.

—Algum problema? - o bruxo que não parecia estranho se aproximou ainda mais da menina enquanto Epson massageava o seu ombro sem parar, com uma expressão horrível no rosto, Severo saiu de onde estava caminhando com pressa até ela, mas antes mesmo que a garota pudesse o ver, ela tinha escorregado, ele correu, ela havia desmaiado, sendo aparado por aquele bruxo que sorria de satisfação, sorriso que durou apenas alguns segundos, já que Severo os alcançou o encarando, sem a menor troca de palavras, pegando a garota dele, e então o bruxo mudou a expressão ao reconhece-lo, Severo também já o havia visto antes ele era um antigo comensal que trabalhava para o Lord das trevas porém em posição de baixo escalão, o bruxo fez uma reverencia em sinal de respeito mostrando que ainda se lembrava da sua posição e reconhecendo a hierarquia, Voldemort presava essas formalidades, e então ele se retira sem a necessidade de qualquer intervenção, fato que Severo agradeceu muito, já que não queria chamar mais a atenção do que provavelmente já estavam, com aquela garota, naquele estado, sorte que eles estavam em frente da loja Borgin and Burkes, não era o melhor lugar do mundo, mas iria servir, Severo tinha uma certa afinidade devido aos negócios ilícitos da época de comensal com o Sr. Borgin coproprietário do estabelecimento.

—Bom dia Borgin – Severo anunciou sua chegada entrando rapidamente com a criança nos braços.

—Severo Snape, meu rapaz que honra recebe-lo - ele disse olhando para a criança - está morta? Quer se livrar do corpo? - Severo precisava pensar rápido, ele tinha um papel a desempenhar, ele ainda seria útil como espião quando lord das trevas retornasse e não poderia colocar tudo a perder assim, não poderia parecer afetuoso ou preocupado.

—Infelizmente não, posso usar seu escritório? – ele perguntou tentando parecer o mais imparcial possível.

—Fique à vontade Severo, tenho alguns instrumentos de tortura que chegaram que podem te interessar nesse caso - ele disse olhando para a menina de uma forma que fez seu estômago revirar, mas ele precisava encenar - agradeço Borgin, mas por hora fui incumbido por Dumbledore de levá-la de volta e sem nenhum arranhão, lastimável eu sei, quem sabe uma outra oportunidade.

—Sinceramente não sei como você consegue eu… - Severo o cortou

—A causa é maior Borgin, você sabe e não podemos nos render a desejos pessoais quando o propósito do mestre é maior do que nossas vontades - Severo disse com firmeza insinuando a quem era a sua lealdade o que fez Borgin recuar imediatamente, ele sabia que aquilo funcionária.

—Claro, fique à vontade, estarei na loja atendendo se precisar de mim – ótimo ele pensou.

Severo entrou, e inspecionou o ambiente, havia uma poltrona velha no local que iria servir, ele conjurou a transformando em uma cama com roupas de cama limpas e a deitou ali, ela estava respirando normalmente, por precaução ele lançou um feitiço de privacidade e depois lançou um feitiço de diagnóstico, ele não era especialista mas aparentemente não havia nada de errado com a criança, ele se lembrou que ela havia colocado a mão no ombro, é claro havia a marca, Maeva havia comentado certa vez que dependendo da situação a marca poderia queimar sinalizando algum perigo, o que no caso poderia ser alguém com intenções de machuca-la se aproximando e certamente por todo aquele lugar haviam pessoas má intencionadas com esse propósito, a dor deve ter se intensificado com a proximidade daquele comensal o que a fez desmaiar, ele poderia tê-la levado, caso Severo não tivesse intervindo, Severo se aproximou ele queria checar a marca, ele afastou um pouco a gola da blusa, e lá estava, a mesma marca que ele havia visto na mãe dela, estava sangrando, aquela era a última prova que ele precisava, ele tirou uma pomada do bolso, Severo carregava todo tipo de medicação e esfregou lentamente, sentindo a marca esbranquiçar, ele colocou a camisa novamente no lugar, e ela se mexeu, ele notou, com a ausência de dor ela estava prestes a acordar e isso era um bom sinal, ele esperou até que ela abrisse os olhos completamente, obviamente bastante assustada, ela se sentou observando o lugar onde se encontrava, ela o examinou, enquanto ele mantinha sua pose estoica de sempre, com os braços cruzados mantendo seu olhar firme e frio sobre ela.

—Professor Snape – ela disse baixinho, enquanto levava uma das mãos para o ombro outra vez aparentemente se lembrando de onde tinha doido da última vez – o que aconteceu comigo? Onde eu estou? Oh meu Deus onde está o Hagrid? E como o sr. chegou aqui? – a criança estava visivelmente confusa.

—Posso ver que a srta. faz tantas perguntas quanto consegue se meter em problemas – ele ponderou, notando o desconforto dela enquanto analisava aquele lugar, ele aproveitou para se aproximar, sentando do lado dela naquela cama improvisada e segurando o rosto dela pelo queixo, para avaliar se havia algum sinal anormal em sua visão, mas aparentemente ela estava bem, o desmaio deve ter sido apenas uma defesa do próprio organismo a dor repentina que ela havia sentido.

—Aqui não é Hogwarts não é? – ela perguntou mais uma vez oscilando, ela estava com medo ele podia sentir.

—Não, aqui não é Hogwarts, eu poderia dizer que aqui é um dos últimos lugares pelos quais você deveria estar – naturalmente ela não havia entendido - Epson você desmaiou minutos antes, na rua, e teve muita sorte por eu estar de passagem e conseguir socorre-la a tempo – ele mentiu, ela estava prestando atenção - caso contrário, nesse local que você deve ter notado não ser nada apropriado para você - ele gesticulou para o local - você estaria só Merlin sabe onde agora, e sabe-se lá com quem – ela se encolheu com aquelas palavras.

—Eu lembro daquele homem, ele se aproximou e eu senti muita dor... aqui – ela disse colocando a mão no ombro - eu já senti isso antes – aquela confissão chamou sua atenção.

—Quando? – ele perguntou de forma direta, era um alerta de perigo eminente e mesmo que Alvo havia o orientado a fornecer o mínimo de informações possíveis sobre o seu passado e sua condição, de alguma forma aquilo era algo que ela teria que saber, era algo importante para sua própria defesa e segurança.

—Faz algum tempo, umas duas ou três vezes no passado, mas a dor nunca tinha sido tão intensa como hoje e eu também não me recordo de ter desmaiado antes, me desculpe professor eu realmente sinto muito, eu só estava... esperando pelo Hagrid, eu sinto muito.

—Posso saber pelo que você sente muito? - ele questionou arqueando as sobrancelhas.

—Eu prometi não me envolver em situações assim, e aqui estou novamente, eu realmente sinto muito.

—Certamente que você sente – ele bufou - mas nesse caso quem deveria sentir e se responsabilizar pelo ocorrido não é você Epson e sim o paspalho do Hagrid, pois você estava sob os cuidados dele, você era responsabilidade dele, ele não deveria ter te trazido aqui – Severo disse se levantando, aquilo era inadmissível, de onde estavam ele conseguia ver a rua e também a loja que Hagrid havia entrado, já que as portas daquele lugar e do escritório tinham um visor de vidro e Hagrid nem havia saído da loja ainda, ou seja se depende-se dele, ela poderia estar morta a essas alturas, Severo suspirou visivelmente irritado.

—Ele não fez por mal… ele só...

—Ele não deveria tê-la trazido aqui, está completamente fora do roteiro, não há desculpas para isso – Severo disse de forma firme – e se estiver se sentindo bem, aconselho voltarmos para Hogwarts o quanto antes.

—Eu, estou bem – ela disse enquanto massageava o ombro.

—Não é o que eu vejo.

—Só está um pouco dolorido – ela entendeu ao oque ele se referia - eu tenho uma marca de nascença bastante estranha – e ela se moveu sinalizando que iria mostra-la, o que ele imediatamente interviu.

—NÃO – ele elevou a voz a assustando, e como esperado ela parou de se mover - não fale sobre ela, não aqui – ele complementou a encarando, e ela entendeu, removendo a mão discretamente, mesmo parecendo confusa e ele assentiu silenciosamente.

—Eu posso voltar professor, eu apenas não comprei minha varinha ainda – droga, a prioridade daquilo tudo era a porcaria da varinha, ela não poderia voltar sem uma, ele tentou não esboçar seu total desagrado com aquela informação, mas ele ainda iria precisar de Hagrid para finalizar seu trabalho com ela ali.

—Dessa forma vamos encontrar Hagrid para que ele se ocupe com o que é devido e te consiga uma varinha – ele disse em tom neutro.

—Não... - ela disse segurando na manga de suas vestes o que o surpreendeu – eu gosto do Hagrid ele é legal e tudo mais, mas será que o senhor poderia me acompanhar? – aquilo fugia completamente do script, ela preferia a companhia dele, o temido professor de poções, mesmo ele sendo rude com ela a poucos dias atrás, do que estar com o amado guarda caças da escola, o que havia de errado com aquela criança? Ela o deixava confuso.

—Srta Epson meu tempo é precioso demais para ser ocupado sendo baba de alunos e os levando as compras – ele sabia que soava de forma grosseira, mas aquilo simplesmente não estava fazendo sentido algum, e ela o soltou imediatamente baixando os olhos envergonhada.

—Sim.. é claro, eu entendo… me desculpe senhor – ela disse, ficando visivelmente constrangida e ele não sabia o por que estava fazendo aquilo, mas antes mesmo de pensar duas vezes ele estava dizendo.

—Contudo, depois do ocorrido, prezando a sua segurança, acredito que o diretor iria preferir que eu o fizesse - ele queria parecer o mais imparcial possível, mas notou um leve sorriso se formando no rosto dela, de fato aquela não era uma criança normal.

—Obrigada professor - ela disse o olhando outra vez, eram os olhos de Maeva, maldição – ele já estava arrependido.

—É minha obrigação como professor de Hogwarts manter os alunos em segurança, então não me agradeça – embora ele sabia que não teria feito aquilo por nenhum outro aluno da escola, na real ele não se importava com mais ninguém além de si mesmo a muitos anos – agora vamos, não temos o dia todo, me acompanhe e fique bem perto esta entendido? - ele orientou, ainda confuso com o que tinha acabado de acontecer ali, antes de sair da loja Severo localizou Borgin ele detestava dever favores, mas era assim que as coisas funcionavam entre eles – Borgin agradeço a hospitalidade e me procure se precisar de algo, você entende o que quero dizer é claro.

—Então a bela adormecida acordou – ele disse se referindo a criança – Olha que interessante... deixe me ver que belo colar você possui ai – Severo não havia notado o colar até então, ela o estava escondendo por baixo da roupa esse tempo todo, porém o colar estava para fora da camisa agora e o era um velho colecionador de objetos mágicos valiosos, era o seu negócio e claro que ele tinha o olhar refinado para encontrar pequenas joias escondidas, de relance Severo reconheceu aquela peça, era o colar de Maeva, ele se lembrou das inúmeras vezes que ele havia visto aquele colar no pescoço dela, mas aquela não era a hora para esse tipo de pensamento já que aquilo não tinha sido um bom sinal, Epson segurou o colar com força, verdadeiramente assustada, tirando-o imediatamente de visão enquanto tentava se camuflar atrás dele, tal qual uma criança de 5 anos faria, atrás do seu pai, teria sido irônico se não fosse pela situação, mas Borgin parecia não querer desistir – Severo eu sei identificar uma peça rara quando eu vejo uma e poderíamos vende-la a um preço altíssimo – ele disse com certa empolgação e era necessário muita maestria para não despertar suspeitas numa situação como essa.

—Acredito – Severo disse com seu tom de voz rastejante – que o colar não seja algo de seu interesse no momento, já que existem outras preocupações – Severo disse levantando suspeitas sobre ele, fazendo Borgin recuar, porém visivelmente irritado – como eu disse me procure se precisar de algo.

—Eu farei – ele disse, e Severo aproveitou aquela deixa para sair com a criança.

—Epson mantenha o colar longe das vistas de qualquer um, num lugar como esse, artefatos de valor mágico podem chamar muito a atenção – ele ordenou.

—Sim senhor – ela disse, eles tinham saído da loja quase que ao mesmo tempo que Hagrid saia com suas compras e a estava a procurando – Hagrid – ela o chamou, e ele caminhou animado até a sua direção.

—Bom dia professor Snape – Hagrid o cumprimentou de forma educada – Shara você me deu um grande susto, por um momento eu pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa para você ter sumido assim – Severo teve que fazer um bom trabalho para segurar o desejo de azara-lo naquele momento.

—Eu... na verdade... – Ele notou que a garota ia tentar explicar e Severo a interrompeu, não era inteligente, não agora.

—O diretor me incumbiu de busca-la, ele agradece pela sua serventia aos interesses da escola, mas por hora você está dispensado da sua função Hagrid – Severo disse, ignorando a estranheza da garota, mentir era uma virtude nesse caso, afinal qualquer coisa que fosse dita ali, mesmo que a vontade fosse de esmurrar aquele paspalhão, não seria sábio, um gigante sensível como ele, chorando e se lamentando chamaria mas atenção do que a devida, e tudo que Severo queria era tirar aquela garotinha daquele ambiente inóspito da forma mais rápida e discreta possível.

—Obrigada professor Snape – ele disse sorrindo sem ao menos desconfiar de sua intenção, era realmente um grande paspalho, se ele quisesse levar a criança para outros interesses, teria sido facilmente bem sucedido – então Shara nos despedimos aqui, foi um prazer conhece-la e caso queira me visitar dia desses, ficarei encantado, bem minha casa é humilde e tudo mais, mas... – e então a garota surpreendeu a todos ao abraça-lo, ela era afetuosa mesmo crescendo em um lugar frio como o que ela cresceu, e portanto sendo negligenciada nesse sentido, isso era algo natural dela e com toda certeza não era uma característica que ela teria puxado dele.

—Obrigada Hagrid, eu vou amar conhecer a sua casa honestamente – ela disse sorrindo e Hagrid retribuiu acenando, Severo optou em ignorar aquela despedida, era mental demais pra ele e se virou sinalizando que ele e a garota estariam partindo, mas se certificando de que ela o estava mesmo seguindo – Foi muito gentil da sua parte professor não ter contato a Hagrid o que aconteceu de verdade – ela adisse, gentil? Ele sendo gentil, Severo revirou os olhos.

—Ouça Epson eu não sou gentil – ele disse de forma seca - não confunda cautela com gentileza, aquele miolo mole do Hagrid é extremamente sentimental e cairia em prantos por muito menos do que aconteceu com você hoje, por culpa unicamente dele, e não queremos esse tipo de atenção no momento – ela assentiu sem questionar e ele simplesmente agradeceu pelo silencio, eles caminharam algumas vielas estreitas antes de alcançar o beco Diagonal outra vez, havia barulho, ruas movimentadas e lojas apinhadas de pessoas, tudo aquilo que Severo mais detestava, ele suspirou, eles comprariam a maldita varinha e sairiam dali o mais breve possível, enquanto ela estava impressionada com cada detalhe, olhando tudo a sua volta com aquele brilho irritante no olhar, o mesmo brilho que Maeva já teve um dia, eram os mesmos olhos, e era nítido a expressão de felicidade que havia surgido no lugar de onde a apenas alguns minutos atrás havia medo e terror e por um breve momento, bem breve, ele gostou da sensação de ter sido ele a pessoa a presenciar aquela reação.


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Notas finais do capítulo

Ainda bem que o sexto sentido de Snape funciona bem, teria sido um desastre se ele não tivesse os seguido, e Hagrid eu simplesmente o amo, mas desde que ele deixou Harry, Malfoy e aquele seu cachorro medroso sozinhos na floresta proibida no primeiro ano, mesmo sabendo que havia algo assustador a solta, matando unicórnios, isso é exatamente o que eu imagino que ele faria.



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