Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 11
Futuro - Desconfortos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809277/chapter/11

 

—Sinto em interrompe-lo a esse horário – Severo disse, passando pela gárgula que levava a sala do diretor, visivelmente contrariado depois de ter que repetir aquela senha absurdamente ridícula que era imposta por ele.

Snape havia refletido durante todo aquele dia, se deveria ou não reportar o ocorrido mais cedo na sala de defesa ao diretor, era grave, ele sabia e isso por si só já justificaria, mas ele não queria demonstrar preocupação com uma aluna em especifico e correr o risco de ser interpretado de forma errada por ele, porém depois de sua visita a sala comunal da sonserina essa noite, ele percebeu que aquela garotinha estupida iria ser sua ruina, era inconcebível ter que salva-la duas vezes no mesmo dia em situações tão distintas, e sem falar que o olhar dela o havia atingido em cheio, era o olhar de Maeva, porém personificado no corpo de uma criança negligenciada, por Merlin ele estava vivendo em um pesadelo, um pesadelo real, bem que ele queria jogar um copo de água no seu rosto e acordar, e a simples lembrança daquela cena icônica o fez querer rir, de tão absurdo e ridículo que tinha sido.

—Boa noite Severo – Alvo disse descendo lentamente os degraus da escada que levavam a parte superior do seu escritório, enquanto Severo aproveitava para se acomodar em uma das poltronas posicionadas em frente à mesa principal, não era o tipo de assunto que ele estava acostumado a tratar ali e aquilo também lhe causava um certo desconforto, mas principalmente por que ele sabia que havia sim uma pitada de preocupação e que não passaria despercebido, afinal desde quando ele o temível professor de poções se preocupava com um aluno a esse ponto, levando adiante algum assunto no primeiro dia de aula? – a que devo a honra, não é de costume receber visitas suas, principalmente a esse horário – ele disse enquanto sorria, por que ele sempre tinha que ser tão irritável mente alegórico? agindo como quem estivesse esperando que aquilo fosse acontecer.

—De fato Alvo – Severo disse encontrando os olhos azuis do diretor - tenho algumas considerações bastante pertinentes, e como meus próximos dias estão bem cheios achei que não seria prudente da minha parte esperar tanto, visto que me foi imposto um fardo do qual eu nunca tive e reforço não tenho nenhuma pretensão de carregar.

—Hummm é sobre a garota eu suponho – o diretor disse enquanto se sentava e oferecia um doce, doce esse que Severo nunca aceitou, ele não gostava de doces, e Alvo sabia.

—Ela vai ser um problema Alvo – ele disse de forma objetiva - um problema do qual por mais que eu queira ignorar, e acredite o que eu mais quero nessa situação é ignorar, mas você sabe muito bem que eu não posso, já que de todas as casas ela caiu de paraquedas bem abaixo daquela que está sob a minha responsabilidade, então não posso simplesmente fingir que ela não está lá ou que não existe, já que em apenas um único dia, seu primeiro dia letivo aqui nessa escola eu já tive que tira-la de duas ocorrências bastante sérias e que poderiam acarretar em danos físicos consideráveis, o que me faz estar aqui essa noite fazendo o que você sabe não ser um hábito, mas ela vai ser um problema, visto que ela os atrai assim como um imã.

—Entendo – ele fez uma pausa parecendo escolher as próximas palavras – Sabe Severo, antes mesmo de ser sua filha... – ali estava, Snape sabia que essa seria a primeira linha de raciocínio do velho, ele faria, já que ele havia interpretado tudo que foi dito por ele até ali como uma simples preocupação paternal, não se tratava disso, nunca seria.

—Não a chame assim! – Severo esbravejou, levantando o tom de voz, ele não toleraria esse tipo de menção, aquele velho precisava parar imediatamente - ela não é minha filha Alvo, eu não tive filhos eu nunca quis tê-los então não use essa referência ao citar ela pra mim nunca mais – Severo disse o interrompendo de forma brusca, ele não havia concordado com aquilo, e ele não precisava ser lembrando das circunstâncias pelas quais ela havia sido concebida, aquela garotinha era a filha de Maeva unicamente de Maeva, já que ela havia decidido por si só gerar uma vida sem o seu consentimento.

—Como preferir – Alvo suspirou parecendo cansado – mas como eu ia dizendo, mesmo ignorando o que ela é… – ele ergueu uma das mãos pedindo para não ser interrompido outra ele outra vez – antes de qualquer outra coisa como você bem pontuou ela é sua aluna, e penso que ainda é cedo e de que você possa estar se preocupando além do necessário – Snape conteve a vontade de revirar os olhos, aquele velho por vezes era bastante previsível, ele continuou – sim ambos sabemos que ela é sua responsabilidade, ainda mais por que ela é uma de suas cobras agora, mas assim como qualquer outra criança da sua casa é, Malfoy por exemplo, então apenas considere dessa forma e a trate como tal, saiba que eu não espero nada diferente disso Severo – Severo bufou, dito dessa forma parecia a coisa mais simples a se fazer e que ele estava apenas exagerando, mas não era simples, e Alvo sabia disso, qual era o jogo aqui?

—Faria sentido velho, porém para minha felicidade eu não preciso me preocupar em tirar o Sr. Malfoy de situações de perigo tantas vezes no ano como com ela em apenas um único dia, então esse seu discurso não funciona aqui pois ela não é como qualquer outra criança da minha casa, e você também está bem ciente disso Alvo – Severo o acusou fazendo uma pequena pausa antes de continuar – um único dia de aula foi o bastante para afirmar que até a própria magia acidental que a criança libera é muito mais forte e muito mais poderosa do que qualquer outra criança faria na sua idade – Foi então que Severo percebeu a mudança de expressão e a confusão nos olhos do diretor – Sim, é o que eu digo já que eu mesmo presenciei a destruição que veio da magia defensiva dela.

—De que destruição exatamente você está se referindo Severo? E o porquê disso? – o diretor perguntou de forma séria, se ajeitando em sua cadeira, Severo sabia que detinha de toda a atenção dele à partir de agora.

—Excelente pergunta Alvo – Severo usou de ironia, pelo menos nesse sentido a conversa estava caminhando da forma como ele havia planejado que seria, ele se levantou sabendo que soaria mais dramático se ele apresentasse os fatos mudando a postura, era isso que ele queria, queria que fosse impactante - já que vamos iniciar falando sobre esse assunto aproveito aqui para devolver sua pergunta com outro questionamento, algo que eu já devia ter perguntado a algum tempo, Alvo você é simplesmente o maior bruxo dessa geração, sendo assim acredito que seja esperto o suficiente para fazer boas escolhas no que diz respeito a aqueles que deveriam lecionar nessa escola, Lockhart sabemos não passa de uma fraude, todo o corpo docente consegue ver, agora sabemos também que você não faz nada sem que haja um motivo em mente, suas tramas são por vezes complexas de entender, então eu me pergunto no caso dele, qual o verdadeiro intuito de contratar aquele incompetente para ocupar a cadeira de defesa, sabendo que essa é uma das matérias mais importantes e ao mesmo tempo perigosas de Hogwarts? – Snape finalizou cruzando os braços e esperando por uma resposta aceitável.

—Severo, peço que desenvolva melhor, não está fazendo sentindo aqui, a onde exatamente você está querendo chegar? – Alvo não respondeu, e Severo sorriu com malicia, aquele velho perspicaz sabia melhor do que ninguém como fugir de um determinado assunto, quando o mesmo o deixava exposto ou desconfortável por algum motivo.

—Permita-me contextualizar, primeiro que nessa manhã eu me deparo com um grupo de alunos do primeiro ano, completamente desorientados correndo pelos corredores da escola como se fossem animais fugindo do abate, e ao investigar a origem desse comportamento abismal eu me encontro com a sala de aula de defesa totalmente destruída, e esse é o ponto aqui e não eu não estou falando de cadeiras e mesas reviradas, estou falando de destruição Alvo, algo em grande escala - era visível a expressão de surpresa nos olhos do diretor e Severo resolveu por hora não comentar, ele sabia o quão difícil era causar esse tipo de reação nele, havia algo a mais ali naquela expressão que Severo não conseguia decifrar - agora adivinhe quem eram os únicos alunos que tinham ficado naquele caos para arriscar suas malditas vidas, sim é obvio a cria da Maeva e pelo que tudo indica a sua nova aliada a menina Weasley… vale lembrar que Epson não tem nem sequer uma varinha ainda para que possa se defender, mas mesmo assim ela achou prudente, sem ao menos conhecer os princípios daquilo que estava encarando que enfrentar um dragão adulto e um comensal da morte era sei lá uma boa ideia, então ela conseguiu destruir a sala de aula com sua magia acidental, e eu não sei o que mais poderia ter ocorrido se eu não tivesse aparecido em tempo – ele concluiu absorvendo o impacto que aquelas palavras causavam no diretor.

—Um bicho papão, ele soltou um bicho papão para a turma do primeiro ano? – o diretor perguntou sabendo a resposta.

—Sim… um bicho papão Alvo, já que o novo professor de defesa que você contratou, simplesmente trocou os livros aplicando o livro do 3° ano para a turma do 1° aquele imbecil nem sequer se deu ao trabalho de verificar a literatura do que estaria lecionando antes de começar e pelo que tudo indica as coisas fugiram do seu controle de forma rápida, controle que bem sabemos que ele não possui nenhum pois quando cheguei a sala ele havia simplesmente desaparecido, então novamente eu pergunto, onde você estava com a cabeça, ou qual é o plano aqui para contratar um ser tão ineficaz para ocupar essa função? - Alvo suspirou ele sabia que não tinha como fugir mais sem respostas – e não me olhe assim Alvo, por que você sabe que eu tenho toda a razão aqui, perceba agora que não é simples, não é algo banal, ou uma preocupação qualquer, aquelas crianças estavam correndo perigo e podiam ter se machucado de forma grave ou coisa pior.

—Entendo Severo - a expressão dele continuava séria - agradeço os relatos, de fato muito pertinente, e peço desculpas se subestimei sua intenção, eu me comprometo de que falarei com o professor Lockhart a respeito em uma ocasião mais adequada – Severo bufou, uma simples conversa, aquele velho queria resolver aquela situação com apenas uma simples conversa… - sabemos que com o retorno de Voldemort cada vez mais eminente, está ficando difícil de encontrar um professor que aceite ocupar essa cadeira e que principalmente seja de confiança, não podemos arriscar com Potter aqui, sabemos o que ocorreu no primeiro ano, e se você não tivesse intervindo com o garoto, Tom poderia ter sido bem sucedido, e sabe se lá como o mundo bruxo estaria nos dias de hoje.

—Então lecione você mesmo… - Severo disse aumentando o tom de voz e ignorando a menção que o diretor havia lhe concedido, Potter é claro, o motivo de tudo aquilo era o garoto de ouro do diretor, era tão obvio agora, e aquilo o irritou ainda mais, Severo sentiu seu sangue ferver - Mas não coloque a segurança dos demais alunos dessa escola nas mãos daquele paspalho, com o intuito de proteger apenas um, entendo que o fato de Lockhart ser completamente ineficaz em sua função seja do seu apreço já que não sabendo nem sequer manusear sua própria varinha você possui a garantia que precisa de que ele não representará ameaça ou perigo algum ao idiota do Potter, mas perceba o erro aqui diretor e o quanto isso pode ser relativo já que a mesma falta de capacidade que você aprecia o impediu de conter um simples bicho papão em sala de aula ocasionando problemas que poderiam ser ainda maiores, você consegue ver que nada disso teria acontecido se ele pelo menos soubesse o básico e não fosse tão atrapalhado e fugaz Alvo? - Severo entendia de estratégia, ele era meticuloso e extremamente calculista se o diretor pelo menos o tivesse consultado antes, ele nunca teria incentivado aquela decisão.

—Severo eu sinto muito - o diretor disse como que lendo seus pensamentos, mas Severo teria percebido ele era bom nisso, havia mesmo arrependimento naquele olhar, quando é que as pessoas começaram a se comunicar com os olhos dessa forma? ou será que era ele que estava começando a ficar sensível? Não… jamais, ele não estava!

—Não sinta, faça! - ele sabia que estava sendo duro e que talvez estivesse passando das linhas de limite com o diretor, ele era Alvo Dumbledore, ordem de Merlin, primeira classe, maior e mais poderoso bruxo que já existiu, diretor de Hogwarts, seu mentor e seu amigo e por vezes também seu salvador - Perdão! - Severo voltou a se sentar, sem lembrar a última vez que ele havia usado de forma sincera aquela palavra, perdão…

—Você está preocupado com ela – Depois de um silêncio entre eles Alvo disse e não havia nenhum pingo de provocação naquelas palavras.

—Até alguns dias atrás eu nem sequer sabia da sua existência, como isso é possível? - Severo deixou as palavras escaparem com tanta naturalidade tal qual uma folha se desprende de uma árvore e voa encontrando seu destino.

—Infelizmente não tenho uma resposta para a sua pergunta meu jovem - Alvo sorriu de forma singela, pelo menos a tensão de antes havia se dissolvido - Talvez você tenha descoberto algo sobre ela que possa ter te inclinado a esse sentimento - Alvo tinha uma mente brilhante, a mesma mente que ele havia subjugado minutos atrás, sim a história por traz do bicho papão, as pequenas confissões, o comportamento condicionado, o olhar…

—Talvez - Ele não iria trazer aquilo à tona, não ainda, não era o momento e o diretor pareceu compreender, respeitando sua decisão.

—Entendo, a propósito bastante corajosa para uma Sonserina, não acha? - Alvo brincou e agora sim ele estava o provocando, Severo sabia que ele estava apenas tentando mudar o rumo que aquela conversa estava tomando.

—Corajosa? É assim que vocês grifinórios pensam não é mesmo, saem de forma imprudente, arriscando suas malditas vidas loucamente por aí como se não houvesse nada a perder, ela teve sorte em ainda estar viva, então não valide esse tipo de comportamento não para mim - Alvo se divertiu com aquele comentário eles costumavam fazer esse tipo de provocações entre as casas.

—Agora Severo, você mencionou magia acidental, Consegue me precisar em que horário isso aconteceu? – ele perguntou interessado o que fez Severo questionar a finalidade que aquele tipo de pergunta estranha poderia ter ali.

—Penso que era algo próximo as 11hrs, foi quando dispensei minha turma, eu cheguei um pouco depois disso e peço desculpas se não parei e olhei no relógio para te apontar com mais exatidão - ele disse com ironia.

—Não era magia acidental - Alvo disse enquanto tirava um envelope da gaveta, um envelope do Ministério, Severo reconheceu o selo imediatamente, e agora Alvo o estava entregando para que ele mesmo pudesse ler seu conteúdo, ele congelou quando entendeu que se tratava de um comunicado de alerta, informando que havia sido detectado algum tipo de magia ancestral potencialmente forte e perigosa em Hogwarts, ou em suas redondezas e que, portanto, o ministério estaria intervindo e investigando.

—Como isso é possível? O ministério não monitora magia na escola! – Severo afirmou com uma certa apreensão, aquela carta era a prova concisa daquilo que ele veio discutir essa noite com o diretor, aquela garotinha era um ímã de problemas e por Merlin, Alvo sabia disso.

—Sim, eles não monitoram, mas isso é diferente e é perigoso - Alvo disse com cautela – eu mesmo não acreditei quando recebi o comunicado mais cedo, a tempos não vemos nada assim, magia ancestral não pode ser facilmente detectada, apenas poucos bruxos tem potencial para acessa-la, sabemos que Maeva a usava, mas ela sabia controlar e a usava bem, esse é o tipo de magia que só pode ser detectada quando de alguma forma acaba saindo do controle e portanto ela se torna potencialmente perigosa, do contrário pode ser uma fonte útil, em circunstâncias adversas.

—Como uma guerra por exemplo? - Severo perguntou friamente - É por isso que a Ordem a mantinha por perto não é mesmo? e por isso também que vocês não mediram esforços nas buscas quando ela sumiu?

—Maeva era uma aliada, por livre espontânea vontade Severo, e a ordem manteve as buscas assim como faria por qualquer outro membro se o mesmo tivesse desaparecido de forma misteriosa como ela fez.

—Claro - Severo optou pelo silêncio, ele sempre achou que a ordem pudesse nutrir algum tipo de interesse mantendo Maeva por perto, e aquela revelação explicou muita coisa, Alvo estava mentindo, por mais que ele acredite nas boas intenções do bruxo em protege-la e acredite principalmente que Maeva havia escolhido aquele lado por si mesma, mas havia algo a mais e magia ancestral era esse algo.

—Shara ainda não tem uma varinha - o diretor continuou, agora ele estava compartilhando os arranjos mentais que ele tinha feito, arranjos que Severo havia lido nos seus olhos momentos antes mas não havia conseguido discernir - Severo veja que um simples mover de mãos é mais do que o suficiente, então num ato de auto defesa ela poderia muito bem causar o que você viu e me relatou, a destruição de uma sala de aula naquelas proporções e como não foi possível distinguir a origem já que esse tipo de magia não flui através de uma varinha onde o Ministério possa monitorar ou controlar, eles não podem afirmar a origem, o que nesse caso é bom, pois se o ministério souber que temos uma aluna com esse potencial dentro da escola nesse exato momento certamente eles não mediriam esforços e a levariam, magia ancestral é uma ameaça a magia tradicional bruxa, eles não deixariam passar e por essa razão eles estão intervindo.

—Talvez seja apenas uma coincidência – Severo tentou - ela não passa de uma criança Alvo, que recém se descobriu bruxa, e convenhamos que se ela pudesse mesmo acessar esse tipo de magia, você não acha que ela já teria feito isso antes? Por que só agora?

—Essa infelizmente não é a primeira notificação desse tipo que recebo, haviam mais outras duas - o diretor disse o encarando e ele viu seu argumento vacilando.

—E sabendo de todo esse potencial destrutivo você nem sequer investigou? - Agora Severo estava estarrecido, o que mais aquele velho escondia?

—Não é meu papel investigar Severo e sim do Ministério - Alvo foi enfático.

—O Ministério é claro e como você teve acesso a essas notificações? - Receber uma notificação de Hogwarts sendo ele o diretor da escola era justificável, mas como ele poderia afirmar tão categoricamente que haviam mais notificações como aquela? sendo que poderiam ser de qualquer parte do mundo.

—É claro que tenho meus informantes, agora voltemos ao ponto de alguma forma que não sabemos explicar ela faz, ela consegue acessar sua magia de origem e a liberar sem nenhum controle – Alvo tinha razão.

—Alvo você sabe que ela não é uma criança qualquer, não sabe? - Sim o diretor sabia, mas ouvir uma constatação verbal da parte dele ajudaria ainda mais agora diante de tantos fatos, não havia como simplesmente ignora-la. Severo veio ao encontro do diretor essa noite em busca de um direcionamento, mas ele não esperava que pudesse sair dali ainda mais preocupado do que quando chegou, será que essa seria a máxima daqui em diante? Ele sentiu uma enxaqueca se aproximar, mais uma.

—Ela não é - o diretor afirmou fazendo Severo suspirar.

—Quando você pretende entregar uma varinha para ela? - Severo perguntou como se depois de tudo aquilo que haviam discutido, ele quisesse encerar com uma pergunta corriqueira qualquer.

—Sábado, combinei com o Hagrid de que ele irá busca-la ainda de manhã ele a acompanhará nas compras necessárias no Beco diagonal, por hora conseguimos prover o básico, mas ainda existe muito material que ela irá precisar se quiser acompanhar os demais alunos em seus estudos.

—Hagrid? Você vai deixar uma criança como ela, com o potencial dela, algo que acabamos de discutir aqui aos cuidados de Hagrid, ambos soltos no Beco Diagonal? - Severo vociferou indignado, Hagrid mal conseguia cuidar de si mesmo quem dirá de uma criança propensa a atrair problemas como ela.

—Alguma outra sugestão Severo? Quem sabe deseja fazer as honras? – Alvo piscou não perdendo a oportunidade.

—Não – ele foi direto, assumindo ter perdido aquela discussão.

—Imaginei - o diretor retribuiu sorrindo

—A varinha é prioridade, já que ela vai precisar aprender a se defender, principalmente entre os seus, visto que não mencionei o fato de que quando fui repassar as regras com minhas cobras como de costume após o jantar, a encontrei no seu dormitório e percebi que haviam marcas nos seus pulsos provenientes do encantamento que imobiliza corpos, suas mão haviam sido pressas, e o encantamento recém lançado já que as marcas ainda estavam bastante vermelhas - o diretor o ouvia com atenção, mas Severo notou o quanto ele estava cansado - suspeito que seja pela Srta. Diaz, afinal Epson já havia se queixado um pouco antes de não ter sido aceita por não estar à altura dos demais alunos da casa, e notei a rivalidade que se formou entre elas desde o primeiro contato, de certa forma a Srta. Diaz a vê como uma ameaça, não apenas a ela, mas a toda casa Sonserina, Diaz presa as tradições e no momento todos acham que Epson é nascida trouxa, e ela está vulnerável, isso nos leva ao segundo episódio do dia onde precisei intervir - Severo sorriu vitorioso, por poder comprovar enfaticamente o quanto exaustivo seria ser responsável por aquela garotinha estúpida e por principalmente se fazer entender sobre aquilo não ser uma preocupação exacerbada.

—Isso é muito grave Severo, não admitimos esse tipo de comportamento na escola e muito menos entre colegas de casa – o diretor disse sério.

—Não admite? Não é bem essa a percepção que eu tenho Alvo – Severo sabia que o diretor entenderia a referência.

—Eu sei que errei no passado com você e não pretendo cometer o mesmo erro outra vez Severo – Severo apenas assentiu, não era sua intenção voltar aos fantasmas do passado, e relembrar seus piores momentos naquela escola, estava feito e nada podia mudar isso.

—Muito bem, embora a conversa tenha sido demasiadamente agradável - Severo usou de ironia mais uma vez - está ficando tarde, e preciso me recolher, esse assunto me trouxe uma leve enxaqueca que pretendo contornar, confesso que tudo que eu mais queria era poder lavar as minhas mãos hoje, mas vejo que o fardo que eu não pretendia carregar me foi incutido a partir do momento que o chapéu a colocou na minha casa e como chefe da Sonserina não me restam muitas escolhas, por Merlim Alvo, o que Maeva fez é imperdoável e completamente irracional – ele bufou de raiva.

—Como ela poderia saber que você se tornaria professor nessa escola e chefe dessa casa? – o diretor disse se levantando.

—Não á defenda – Ele cerou os olhos - estou falando o erro que é essa criança – o diretor se aproximou dele, colocando uma das mãos em seu ombro.

—Eu sei, e eu sinto muito Severo, por ter que lidar com tudo isso dessa forma – Alvo disse de forma honesta, mas não havia nada a ser feito, que mudassem aquelas circunstancias, Maldita Maeva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uauuu que conversa foi essa heim? reveladora em muitos sentidos (refiz esse capítulo algumas vezes, até que fizesse sentido o suficiente já que eu sempre imaginei como seriam eles conversando sobre um tema tão difícil).

Shara mal acabou de de chegar e com ela os problemas, Severo tem toda a razão de se preocupar, eu sei que pode parecer que o personagem esteja fugindo do cânone demonstrando tão prematuramente assim sua preocupação com uma personagem que acaba de entrar em sua vida, mas lembro do dia que descobri minha gestação, no dia seguinte eu até andava diferente, filhos fazem isso com a gente e bem o diretor, de todas as pessoas no mundo seria aquela com a qual ele não possui reservas. Espero que tenham gostado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Improváveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.