Backdoor escrita por llRize San


Capítulo 25
Família




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Bang Chan olhava para Lee Know com uma expressão assustada, incapaz de articular uma única palavra devido à sua incredulidade.

— Você tá dizendo que seu noivo era um andróide? — Perguntou Seungmin tentando processar a informação que Lee Know acabava de dar ao grupo. 

— Não, ele não era meu noivo, não era o meu Jisung. Han está lá em algum lugar, aquilo que estava aqui se passando por ele na verdade é a inteligência artificial por trás de tudo isso. 

— Zero Um — Completou Seungmin. 

— Sim. Ele criou um corpo idêntico ao do meu noivo e se passou por ele para coletar informações sobre como os humanos se relacionam. Zero Um quer substituir nossos corpos orgânicos por corpos mecânicos, segundo ele essa é a solução para todos os problemas da humanidade. 

Felix ouvia tudo em silêncio, com a mente em turbulência. Agora que Zero Um havia sido descoberto, ele não sabia ao certo como agir ou o que fazer. Temia confrontar Zero Um e assistir seus amigos serem derrotados e mortos. Mas as circunstâncias pareciam empurrá-lo nessa direção inevitável.

— Surreal! — Disse Bang Chan, impressionado, se dando conta de que não conseguiu diferenciar Zero Um do verdadeiro Jisung. 

— O que faremos agora? — Perguntou Seungmin. 

— Vamos continuar com o plano. 

— Isso é loucura! — Felix se levantou abruptamente — Zero Um sabe de nossos planos e está nos esperando, quer ir direto para ser pego? 

— E o que podemos fazer? Deixar minha família e a família de Changbin serem exterminadas? Isso não é uma opção. Você não é obrigado a vir com a gente Felix, sei que é assustador e é uma missão suicida. Você tem a livre escolha de continuar com a gente ou não. 

Felix fitou o chão, perdido em pensamentos e temores. Changbin se aproximou e o abraçou, compreendendo o turbilhão de emoções que ele estava enfrentando naquele momento.

— Lix, respeitaremos sua decisão — Disse Changbin — Mas você já é um de nós, já faz parte da nossa família, eu quero muito que você venha com a gente, imagino que não só eu — Ele olhou para Bang Chan, que desviou o olhar, parecia magoado demais para encarar Felix. 

— Vou com vocês onde vocês forem — Disse Felix, consciente de que não sairiam daquela missão vivos, mas tinha um resquício de esperança de que conseguiria resolver essa situação de alguma forma. 

— Sábia escolha, Felix — Lee Know sorriu e segurou seu ombro — Vamos conseguir. Partiremos ao amanhecer, por hoje vamos descansar. 

Hyunjin andava de um lado para o outro, apreensivo, esperando na sua sala a visita de I.N, que no caso era Jeongin. Estavam planejando aproveitar aquela madrugada para colocar em ação o plano de encontrar Jeongin.

Quando avistou o rosto estático de I.N através da pequena parte de vidro da porta, Hyunjin abriu um sorriso aliviado.

— Odeio quando você não vem no horário prometido — Disse Hyunjin, impaciente. 

— Não é tão simples assim, estava tentando descobrir informações importantes, mas não posso sair por aí perguntando as coisas ou fuçando qualquer sala que eu veja pela frente — Disse Jeongin entrando na sala. 

— Tá, tudo bem, agora vamos ao que interessa, conseguiu descobrir onde seu corpo está e como podemos sair daqui? 

— Sim, achei onde estão me mantendo em coma e sei como sair daqui, o problema é que não será tão simples. Fique ciente de que quando pegarmos meu corpo, chamaremos a atenção e eles vão vir em nosso encalço. Talvez tenhamos uma chance porque eles subestimam demais a raça humana e não devem saber que estou controlando I.N. 

— Vamos torcer pra isso dar certo — Hyunjin suspirou. 

— Vai dar certo! — Jeongin tentou ter um pensamento positivo, não tinha certeza se conseguiria sair dali com vida, mas não tinha mais o fazer, precisava arriscar — Vou repassar o plano, conheço esse lugar como a palma da minha mão — Jeongin olhou para a própria mão —, de certa forma. 

Saíram do quarto a passos silenciosos, olhando ao redor para não serem pegos de surpresa. Jeongin conseguiu desativar as câmeras do corredor, aproveitando suas habilidades para acessar áreas restritas. De alguma forma, ele sentia como se I.N estivesse em sua cabeça, orientando-o, embora tudo parecesse nublado, uma voz distante. Naquele momento surreal, Jeongin se tornava cada vez mais consciente da presença de I.N.

Eles vagaram pelos corredores brancos em silêncio, sempre alertas a qualquer movimento. Jeongin liderava o caminho, enquanto Hyunjin o seguia. Quase foram pegos quando chegaram a uma sala aberta, mas conseguiram se esconder a tempo dentro de um armário, provocando uma risada abafada de Jeongin.

— Qual é a graça de estar preso em um armário? — Sussurrou Hyunjin. 

— Nenhuma, mas se eu estivesse no meu corpo nesse momento, estaria morrendo de vergonha por estar tão perto de você dentro de um armário. E provavelmente eu estaria sentindo o calor do seu corpo, mas não consigo sentir muita coisa no corpo do I.N. 

— Você sentiu o beijo. 

— Foi diferente. 

— Tipo algo mágico? — Hyunjin sorriu. 

— Acho que magia e ciência são coisas que não combinam, talvez seu beijo esteja mais para um vírus. 

— Vírus? — A voz de Hyunjin saiu mais alta, então Jeongin colocou a mão em sua boca para que ele não fosse ouvido por nenhum robô que estivesse perambulando por ali. 

Quando o caminho parecia seguro, eles saíram do armário, mantendo-se silenciosos e cautelosos para não chamar a atenção. Continuaram pelo longo corredor branco até chegar à ala dos Humanos Adormecidos. Pararam em frente à porta do quarto de Jeongin, identificado por um QR Code na lateral da porta. Apenas Jeongin podia decifrar esses códigos, por razões óbvias.

Hyunjin hesitou em frente à porta, sentindo-se indeciso e apreensivo.

— Está tudo bem? — Perguntou Jeongin — Seu batimento cardíaco está acelerado.

— Você tem a mesma mania do I.N. Será que dá pra parar de medir meus batimentos? 

— Não tenho culpa se ele permite que eu use todas as habilidades de seu corpo — Jeongin tentou sorrir, sua intenção era parecer amistoso, mas parecia um serial killer, bonito, porém, sombrio — Precisamos recuperar o meu corpo o quanto antes, já devem ter notado nossa ausência. Vamos. 

Jeongin abriu a porta do quarto com cuidado, e Hyunjin entrou silenciosamente, seus passos cheios de incerteza. No centro da sala, havia um caixote de vidro com vários cabos conectados. Hyunjin podia ver, à distância, que alguém estava adormecido dentro dele. Ele lançou um olhar para Jeongin, que acenou com a cabeça, sinalizando para que ele se aproximasse.

Enquanto se aproximava do caixote, Hyunjin sentiu seu nervosismo aumentar. Havia três razões principais para isso. Primeiro, era a primeira vez que ele via um ser humano em meses. Segundo, o humano que estava ali era a base para a criação de I.N, seu amigo sintético, o que tornava a situação surreal. Por fim, a razão principal de seu nervosismo era o fato de que, assim que tirassem Jeongin da cápsula, um alarme seria acionado, e eles precisariam agir rapidamente.

Quando Hyunjin finalmente se aproximou da cápsula e olhou para dentro, seus olhos se arregalaram, e um arrepio percorreu sua espinha. Ele mal podia acreditar no que via diante de seus olhos. 

Lee Know e os outros se escondiam nas moitas próximas aos imponentes portões da cidade construída por Zero Um. O ar estava carregado de tensão, mas Lee Know sabia que não havia mais volta. A batalha estava prestes a começar, e eles estavam determinados a lutar até o fim. Com um profundo suspiro, ele tomou coragem e se preparou para o que viria a seguir.


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Notas finais do capítulo

Será que Hyunjin encontrou o Jorginho? O que vai acontecer com o I.N? E esse plano deles invadirem a cidade, será que vai dar certo?



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