Capítulo 3 – Visita a Jully

“Busquei, tentei
Nada de te encontrar
Não sorri mais
Sonhei, chorei
Tudo me faz lembrar
De um tempo atrás”

Uma semana depois

Uma semana havia se passado desde o dia em que desmaiei a caminho da escola, e tudo pareci ter voltado ao normal, quer dizer quase ao normal. Embry não tinha falado nada com nenhum de nós, e eu simplesmente deixei pra lá, na medida do possível. Minha amizade com Jacob estava voltando ao normal. Depois de toda aquela confusão ele tem passado mais tempo comigo. Eu tenho ido às aulas, mas tenho estado muito “distante”. Não consigo prestar atenção na aula, acabo tirando nota baixa... Mas não posso fazer nada em relação a isso.

Eu cheguei da escola e almocei como faço todos os dias. Meu pai estava trabalhando, por isso ainda não o vi hoje. Tio Billy me convidou para ficar na casa dele estes dias, já que meu pai está viajando a trabalho. Fiquei meio sem jeito de aceitar, mas acabei topando. Seria bom passar o dia todo com o Jacob.

- Hey, tenho um convite pra te fazer. – Jacob disse me tirando do sofá da casa dele. – Cinema, hoje à noite. – Ele disse me colocando no chão.

- Caramba Jake, você tá forte... Andou tomando esteróides, é? – Eu ri enquanto apertava o braço dele e ele riu. Eu parei de brincar um pouco e me concentrei na proposta dele. – Cinema... Tudo bem, quem vai? – eu perguntei enquanto ele sentou no sofá e eu me sentei no colo dele.

- Bem, eu, você, a Bella, Quil, e alguns amigos da Bella... Topa? – Tudo bem, a sem sal ia estar lá... Mas e daí?

- Tá, eu topo. – Eu disse levantando e indo pro quarto. – Que horas? – Eu perguntei indo pro quarto dele, enquanto ele me seguia.

- Daqui à uma hora agente sai daqui... Agente vai no meu carro. – Ele disse saindo do quarto e me deixando sozinha. Milagrosamente, ele conseguiu acabar o carro dele, um Rabit velho. Mas eu tinha que admitir, tinha ficado muito bom, Jake era ótimo com aquilo.

Eu peguei uma troca de roupa na minha bolsa, que estava em cima da cama de Jake. Ele gentilmente me deixoueu dormir no quarto dele, enquanto ele dormia no sofá. Foi muito fofo da parte dele, eu estava realmente encantada. Sem contar que eu amava o quarto dele, o cheiro amadeirado de Jacob estava por toda parte lá... O quarto me lembrava tanto ele.

Fui para o banheiro eu tomei um banho rápido. Eu sabia que essa noite seria longa, a Bella estaria lá. Tudo bem, talvez eu realmente devesse dar uma chance a Bella, afinal, ela perdeu o namorado e talz. Mas tipo, nos Quileutes não gostamos dos Cullen, o que automaticamente me faz não gostar da Isabella. São algumas lendas antigas... Dizem que os Quileutes descendem dos lobos. Parece besteira, eu sei, mas diz lenda que os Cullen são “frios”, ou, traduzindo, vampiros. Diz a lenda que Emphiram Black (avó do jake), fez um trato com os Cullen: Eles não entrariam em nossas terras, nem morderiam ninguém, e a tribo os deixaria em paz. Esqueci de mencionar que os eles são tipo... Bons vampiros. Alimentam-se de animais. Bem, também me esqueci de mencionar que Emphiram Black e seus companheiros se transformavam em lobos. Não que eu acredite nisso tudo, mas... Vai saber né?

Desliguei o chuveiro e vesti minhas roupas. Olhei para as minhas coisas que estavam na bancada do banheiro, vi várias maquiagens, mas... Eu não tinha vontade de me arrumar e talz. Olhei-me no espelho, e não me reconheci. Dava pra ver claramente que eu não era mais a garota que eu era antes. Dava pra ver que primeiramente eu Havaí crescido bastante, não era mais aquela baixinha. Além de esticar, meu corpo ganhou curvas, meus peitos cresceram (mais do que eu gostaria), criei cintura, bunda... Virei mulher. Dava pra ver no espelho claramente a marca de corte em meus pulsos, e a cicatriz do meu rosto, de quando caí da escada quando era pequena.

Peguei a maquiagem e passei um pouco, eu tinha que lutar pra tentar voltar a ser a Letícia de antes. Passei de leve e saí do banheiro levando comigo minhas coisas. Jacob estava na sala e assoviou quando eu passei, fazendo com o dedo um sinal para eu dar uma voltinha. Eu ri e rodei, fazendo meu cabelo voar e Jacob aplaudir. Eu fui para o meu quarto (na verdade é do Jake, mas) e coloquei as coisas na bolsa, me jogando na cama.

Peguei uma foto da minha mãe que estava num porta-retratos ao lado da cama, eu levava essa foto a todo lado.

- Ah... Que saudade mãe! – Eu disse abraçando forte a foto.  Então como um flash eu tive uma idéia, e saí do quarto, deixando a foto na cama.

- Aonde vai? – Jacob perguntou sem se levantar da cama.

- Vou dar uma volta... Estarei de volta em meia hora no máximo, não se preocupe. – Eu sorri e mexi co meu cabelo enquanto ele me olhava desconfiado e se levantava.

- Ah. Entendi. Vai visitar a Jully. – Era incrível como ele sabia apenas pela minha expressão aonde eu ia isso provava que ele me conhecia muito bem. Eu assenti e ele veio até mim e bagunçou o meu cabelo. – Se cuida. – Ele riu e foi para o banheiro.

Eu saí da casa e corri direto para me destino. Não era muito longe, era só subir um pouco na floresta. Andei um pouco até que avistei a entrada. O portão grande de ferro, e a placa escrita com letras fortes “CEMITÉRIO DE LA PUSH”. Eu entrei e fui até o fundo, aonde eu sempre ia. Lá encontrei a tão conhecida lápide.

“Jully Meyer” “1979 – 2009” “ Grande mulher, mãe maravilhosa”

Sentei ao lado e sorri.

- Oi mãe... – eu disse sem jeito. – Ah... As coisas mudaram tanto. Sinto tanto sua falta... – Lágrimas teimosas escorreram de meus olhos, e eu deixei que caíssem. – Porque a senhora teve que me deixar? Tudo fica tão difícil sem você aqui... Eu preciso de você. – Eu respirei fundo e me deitei lá no chão. – Ter 16 anos não é fácil... E não ter a senhora aqui só piora tudo. – Respirei fundo e olhei pro céu. – Eu e o Jacob vamos ao cinema hoje... Não como, garota e garoto, mais como... Amigos. A Isabella vai também. – Bufei. Imaginei o sermão que ela me passaria por estar me desfazendo da menina assim. – Eu sei mãe... Eu sei... Mas é que eu realmente não gosto dela! – Eu disse sorrindo. A voz dela era tão nítida na minha cabeça... Como se ela estivesse aqui do meu lado. “Letícia! Eu já disse que você não pode julgar as pessoas assim! É muito feio da sua parte... Além disso, você pelo menos já deu uma chance para a menina:” – Não mãe... Mas ela namorava um Cullen! E, além disso, alguma coisa me diz que ela só vai magoar o Jacob! – “O que diz isso? Sua intuição? Deixe de ser boba... Vai lá e se divirta, e quero que dê uma chance a Bella... Você vai ver que ela é uma boa menina.” - Tá bom mãe... – Era como se eu realmente tivesse discuto com ela... A voz dela ecoava na minha mente, e a presença dela era tão forte. – Foi tão difícil no início... Eu chegava em casa, andava a casa inteiro, gritava por você... Mas você não vinha! Suas coisas estavam todas lá... Suas roupas... Eu abria as gavetas e cheirava suas roupas, o seu cheiro estava tão impregnado nelas, que até hoje faço isso... Seus sapatos estavam lá, mas você não estava lá pra usá-los... Doía tanto saber que você nunca me repreenderia por pegar suas coisas sem pedir, que nunca ia me deixar de castigo por chegar mais tarde que o combinado... – Eu chorava, e olhava pro céu. – Sinto tanto sua falta... Acho que é tudo que posso dizer, porque é tão difícil dizer Adeus... Eu não quero dizer Adeus. Então, até logo. – eu levantei e mandei um beijo para a lápide. – Eu sei que a senhora está aqui. – eu sorri e saí de lá.

Limpei minhas roupas e limpei as lágrimas, me certificando de que a minha maquiagem não estava borrada , e saí rapidamente de lá. Corri até a casa dos Black, e Jacob me esperava na varanda.

- Vamos? – Ele perguntou e estendeu a mão. Eu segurei a mão dele e logo a soltei, ele estava muito quente.

- Nossa Jake, você está queimando de febre! – Eu disse colocando a mão na testa dele.

- Estou ótimo... Vem! – Ele entrou no carro que estava na porta da casa e abriu a porta pra mim. – Entre. – Ele disse enquanto eu entrava.

- Na volta me deixa na minha casa... Quero dormir lá hoje! – Eu disse e ele assentiu, dando partida no carro.