Capítulo 2 – Declaração

“É inútil continuar assim, Minha cabeça já não acredita em você, Mas meu tonto coração às vezes sim.”

Flash Back ON

- Não! Ele também não! – Ela começou a chorar e correu em direção a sua casa.

Então, afinal, Eu tinha perdido mais um amigo.

Flash Back OF

- Joanna! – Quil correu atrás dela, deixando eu e Jacob sozinhos com o silêncio. Eu olhei para ele, e vi todo o pavor, medo e a dor que eu sentia refletidos no os olhos dele. As lágrimas se acumulavam nos olhos dele, e no meu rosto elas já tinham caído e me dominado. Eu não queria acreditar que tinha perdido ele também...

Há alguns dias tudo estava tão bem, ele estava rindo conosco e dizendo as besteiras de sempre. Porque Sam teve que tirar ele de nós... Por que! Justo hoje, que eu precisava tanto dele aqui conosco!

- Não... Por favor... Qualquer um, menos ele! O Embry não... Jake... – Eu caí nos braços dele, e minhas lágrimas molharam toda a camisa dele. Sam, Paul, Jared e Embry assistiam a cena de longe. – Eles não podem fazer isso com agente! – Eu gritei histérica, e fui em direção aos quatro rapazes que nos olhavam, e claramente eu via que aquele não era o mesmo Embry de antes. Foi como aconteceu com Jared. Os músculos estavam bem maiores, a fisionomia tinha se mudado tanto... E o olhar. Dor, eu via tanta dor no olhar dele. Ele parecia estar sofrendo com aquilo tudo. – O que vocês fizeram com ele? – Eu gritei para eles, eu tremia e as palavras saíam da minha boca sem que eu tivesse controle sobre elas. Jacob sussurrava para eu parar, mas eu não conseguia. – Embry... Por favor! Agente precisa de você! – Eu dizia entre soluços, então eu vi um filete te água escorrer do olho dele. – Por favor... Não sei o que fizeram com ele, mas, por favor... Eu... – Eu não conseguia dizer mais nada, e a próxima coisa que senti foi à gravidade diminuindo ao meu redor e o chão ficando mais próximo de mim, até que os braços de Jacob me pegaram e a escuridão me engoliu.

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Acordei sem ter noção de onde estava ou do que tinha acontecido, e ao abrir os olhos vi a figura de Jacob me olhando preocupado.

Então eu lembrei-me de tudo. Embry, os garotos, de Joanna saindo correndo... A dor toda voltou e lágrimas teimavam escorrer dos meus olhos.

Eu não podia acreditar que eu tinha perdido o Embry. Depois de Jacob ele com certeza era meu melhor amigo, meu segundo melhor amigo. Ele também tinha ficado comigo nos momentos mais difíceis da minha vida, e sempre me ajudou. Era impossível para mim acreditar que eu ia perder ele também.

- Letícia! Agente estava tão preocupado com você... Pessoal... – ele ia chamar o resto das pessoas que estavam lá, e provavelmente meu pai, e neste momento eu só queria ficar sozinha com ele.

- Não... Vamos ficar só nós dois, por favor, Jake... – Eu chorava enquanto me sentava no que percebi ser a cama dele, eu estava na casa dele. Perfeito. A meu Deus que vergonha.  – Me ajude a levantar... – Eu disse com a voz trêmula, e ele obedeceu.

Eu tentei apoiar meus pés no chão, fracassando. Mas ele me amparou bem a tempo e me ajudou a levantar, eu ficava de pé com dificuldade, e dava passos tortos. Mas eu tinha Jacob ao meu lado, me ajudando. E era momentos como esse que me faziam acreditar que nossa amizade duraria para sempre, em que em algum momento talvez essa amizade se transformasse em um sentimento maior.

- Vamos caminhar na praia... Quer dizer, se você não tiver coisas mais importantes para fazer... Pode me deixar na minha casam eu entendo que a Bella é mais importante para você. – Logo depois de dizer me arrependi, mas era um pouco tarde demais. Ele me olhou e sorriu de leve.

- Ela não vem hoje, eu liguei a ela e disse que eu tinha que cuidar de você. E não, ela não é mais importante que você.

Eu fiquei em silêncio e ele me ajudou a sair do quarto, e então vi aquela sala repleta de gente. Acho que eu não tinha noção de como havia tantas pessoas que se importavam comigo. Meu pai estava lá, juntamente com Tio Billy, Sue e Seth, Emily, Joanna, Quil, Kim e Leah... Eles formavam uma estranha colagem, que era de todas as pessoas que eu mais amava, é claro, com exceção de três.

- Lê! Nós estávamos tão preocupados com você! – Quil disse. Reparei em Joanna ao lado dela, os olhos dela estavam muito inchados, me fazendo concluir que ela andara chorando, muito. Eu apenas balancei a cabeça e eu e Jacob saímos da sala, eu olhei para trás.

- Preciso ficar sozinha. – Sussurrei. Sozinha com Jacob; completei mentalmente.

Comecei há firmar um pouco os pés, e quando cheguei à praia eu já conseguia andar sozinha, e Jacob me soltou de vagar.

- Obrigada. – Eu disse meio sem jeito.

- Não foi nada... – Ele disse com o jeito modesto de sempre.

- Não, quer dizer, não só por isso Jacob... Por tudo, muito obrigada. Eu não sei o que faria sem você... Quer dizer eu... – Eu acabei me embolando com as palavras, e deixando no ar o que eu queria dizer.

Nós chegamos até meu local preferido da praia, onde uma árvore velha estava caída, e nós dois costumávamos sentar nela para conversar. Eu sentei lá, no lugar de sempre, seguida por Jacob.

- É pra isso que servem os amigos...  – Ele respondeu sorridente. Era evidente que Jacob estava sofrendo tanto quanto eu, mas ele conseguia esconder isso bem melhor do que eu. Depois que alguém passa tudo o que eu passei, não há mais como esconder a dor, porque ela está em todos os lugares, não há como se esconder. – Ele é um idiota. Qualquer pessoa que te faça sofrer assim não merece que você se importe com ela. – Ele disse segurando minha mão.

- Eu... Não consigo acreditar que ele também se foi Jacob. É demais para mim. Sabe, eu ainda tenho dificuldade em lidar com este tipo de coisa desde que... – Eu suspirei e continuei. – Desde que a minha mãe morreu. E hoje... Fez um ano. Pensei que a data seria um pouco menos traumática.  – Tentei sorrir, mas acho que pareceu mais uma careta.

- Eu sei                 que tenho estado um pouco distante ultimamente, mas entenda, é que a Bella anda precisando de um ombro amigo... – ele tentou se justificar.

- Eu sei. Não se preocupe, eu entendo. – Eu sorri e cheguei mais perto dele. Era incrível como o corpo dela emanava calor, e também era incrível como eu me sentia bem com ele. O mundo podia estar acabando, mas se eu estivesse com Jacob tenho certeza de que estaria segura.

- É só que... Eu a amo tanto. – As palavras foram como facadas, mas eu segurei as lágrimas, eu não ia chorar por causa daquilo. – Não sei como fazê-la perceber que eu sou o único perfeito para ela... – Se tinha uma hora para eu dizer tudo que eu sentia, a hora era agora.

- Jacob... Talvez você esteja... Se confundindo. – eu tentei dizer e ele me olhou confuso. – Você apenas tem noção do que me fazer sentir? – Eu disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Acho que não... – Ele riu e eu continuei séria.

- Jacob... Eu te amo. – Eu disse de uma vez. Eu fiquei sem acreditar que tinha conseguido finalmente dizer o que eu queria.

- Eu também te amo. – Ele riu. – Sabe que sim. – Ele tinha entendido tudo errado. Mais uma vez confundíamos paixão e amor. Eu não tentei dizer mais nada, deixei tudo como estava. Mais uma declaração de amor frustrada.

- Hey, que tal você esquecer aquele idiota do Embry um pouco? – Ele riu e se levantou, me puxando com ele. – Vem, vamos para casa. Vou ficar com você lá. E, além disso, todos estão preocupados com você. – Ele sorriu aquele sorriso torto que eu tanto amava. Eu sorri também, e fomos andando de volta para casa, ele passou o braço na minha cintura e foi brincando comigo até chegarmos em casa.

Com certeza Jacob sabia me fazer esquecer todas as tristezas. Com ele, era como se todos os buracos abertos em mim cicatrizassem. Mas quando ele ia embora, a dor voltava. Mas toda vez que ele sorria... Tudo perdia o valor, toda a gravidade em volta de mim sumia, e de repente, não era a gravidade que me prendia a terra mais, era ele. Eu sabia que no final ficaríamos juntos, pois toda história tem que ter um “e viveram felizes para sempre”.