Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 19
Capítulo 19




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A vida de Helena Wayne era relativamente tranquila e calma, o quanto a vida de uma adolescente podia ser. Ela tinha 14 anos agora, prestes a entrar no ensino médio, e suas preocupações se voltavam somente para isso. Como seria as coisas agora que suas responsabilidades estavam maiores, mais matérias para estudar, pessoas diferentes pra se lidar, a faculdade cada vez mais perto. Era tempo de decidir as coisas por si mesma, mesmo tendo dois grandes exemplos ao seu lado.

Helena crescendo percebendo que, por mais elegante e cheia de compostura que sua mãe fosse diante de câmeras, pessoas importantes e benfeitores, Selina tinha um lado descontraído e de humor ácido que reservava apenas à família, especialmente ao pai de Helena, o que sempre fazia a menina sorrir. Mesmo assim, havia prazer, dedicação e um carinho genuíno da parte da sra. Wayne no trabalho que realizava e isso tinha sido seu propósito de vida até então. 

Ela podia dizer o mesmo de seu pai, tímido e reservado por um lado talvez o seu verdadeiro lado, porém dedicado à família e até mesmo a Gotham, de um jeito peculiar. Investia seu tempo, dinheiro e energia em melhorar a cidade. Ela conhecia a história do seu avô, ao menos como ele queria o melhor para Gotham, porém mal conseguiu pôr em prática. Ou de maneira nenhuma, no caso. Talvez, além de tentar fazer o melhor, Bruce estava tentando manter o legado de Thomas.

Mas além disso, Helena não podia deixar de notar a paixão que o pai tinha por carros e mecânica no geral. Quando ela era menor, costumava ficar fascinada ao observá-lo ficar horas e horas debruçado ao motor, explicando a ela de um jeito que entenderia como tudo aquilo funcionava. Sua mãe a encontrou toda suja de graxa, por ajudar o pai, e depois de um sermão cheio de humor e risadas, o que Helena não entendeu muito, mas não conseguiu fugir do banho logo depois. Talvez por isso, Helena estava considerando engenharia, fazer algo que gostava para ajudar as pessoas. Como a antiga prefeita da cidade uma vez mencionou, filantropia corria no sangue dos Wayne, talvez seguir o destino de sua família fosse o caminho que Helena deveria tomar.

Assim, ainda um pouco apreensiva, ela encarou a situação de vivenciar o primeiro dia de ensino médio, vários alunos com seus pais ao seu redor, alguns rostos familiares por causa dos eventos de gala. 

—Tenha um bom dia, meu amor, vai dar tudo certo - Bruce desejou a ela, mantendo-se um pouco afastado.

—Obrigada, vou fazer meu melhor pra isso - a menina deu um suspiro, tentando manter a ansiedade sob controle.

—Seu pai pode até se esquivar de te dar um abraço, mas pode ter certeza que eu não vou - Selina fez questão de dizer, dando um abraço rápido na filha.

—Tudo bem, mãe, eu não ligo, sei que vocês me amam muito e eu também a vocês - Helena aceitou o carinho - eu conto tudo quando chegar em casa.

Eles se despediram mais uma vez e a observaram entrar. Bruce se sentiu tenso assim que Helena sumiu de sua vista, havia algo apontando em seus instintos que deveria ficar alerta.

—Temos trabalho a fazer, certo? - Selina compreendeu, seu marido apenas assentiu, começando a entrar no modo Batman. 

Realmente, eles estavam certos, com tantas crianças de família abastada ali, um rumor de sequestro rondava o submundo do crime de Gotham ultimamente e qualquer coisa poderia acontecer.

No meio do dia de aula, uma explosão aconteceu no laboratório de ciências, nada muito fora do comum, a não ser por suas proporções. Os alunos entraram em pânico, tentando se lembrar de passos de treinamento de incêndio, inclusive a srta. Wayne. Junto com os colegas, tentou se esgueirar para fora da escola, com fumaça e poeira surgindo de todo canto, até algo diferente surgir.

Os olhos de Helena se arregalaram ante a figura sombria, tão conhecida por se ouvir falar, mas raramente vista. Tão alta e escura. Seus colegas ao seu redor reagiram da mesma forma, apavorados e com certeza curiosos. Talvez por instinto, Helena procurou os olhos dele, uma conexão de algo humano por trás da aparência obscura. Podia estar ficando louca, ou talvez fosse o choque por estar sob ameaça mas conhecia bem aqueles olhos, o reconhecia de um lugar muito familiar. Não fazia ideia de onde vinha essa sensação, mas era muito real. Os olhos azuis gélidos que sempre a observavam com ternura e proteção.

—Venham comigo, com cuidado - pediu a voz grave dele e até nisso havia familiaridade novamente.

Os pensamentos profundos de Helena tentando buscar uma resposta a distraíram da situação de tensão por um breve momento.

—Senhorita, por favor, faça como eu pedi - Batman reforçou os comandos, a tirando do transe, de forma que os pés dela finalmente saíram do chão. Ter o herói mais próximo dela a fez chegar mais perto também de suas respostas, o jeito como respirava, até mesmo sua linha do queixo era parecido com algo familiar. Parecido com seu pai...

Mais pensamentos acelerados encheram a cabeça de Helena, seu pai costumava se despedir dela cedo, sempre tendo algo relacionado à Wayne Enterprise para resolver tarde da noite. Segundos depois, ela não processou mais nada em relação a isso, um barulho ensurdecedor tomou conta de seus ouvidos e ela sentiu ser envolta pelo justiceiro num ato e instinto protetores.

Outra explosão tinha acontecido, tinham que sair dali depressa. Instantes depois, estavam do lado de fora, paramédicos e bombeiros de prontidão, a polícia cercando o local, Batman falando com o comissário, Helena pôde observar o justiceiro mais uma vez. A ideia maluca acabou se solidificando em sua mente, Batman era seu pai, e ela precisava de mais resposta além disso.


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