Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 20
Capítulo 20




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Depois de tudo que aconteceu, Selina veio mais que depressa checar como a filha estava, encontrando Helena aflita e ofegante, com o cobertor de choque sobre os ombros.

—Mãe! - ela deixou escapar, se desmanchando nos braços de Selina, chorando muito alto.

—Tá tudo bem, tudo bem, eu estou aqui agora, já passou, já passou - ela confortou a filha, deixando-a chorar mais um pouco.

—Cadê o papai? Ele sabe do que aconteceu? - Helena deixou suas teorias para lá por um tempo, querendo poder contar com seu pai naquele momento difícil.

—Ele está na empresa, eu não tive tempo de avisar nada... - Selina tentou se esquivar da pergunta.

—Empresa... claro... - ela murmurou, vendo como a resposta soava falha.

—Nós podemos ir pra casa pra encontrar com ele, assim que você quiser - a mãe dela deixou claro.

—Vamos então - Helena decidiu, falando baixinho.

Antes que conseguisse se levantar, Batman veio em direção a elas de forma pesarosa.

—Espero que estejam melhor, precisam de algo? - ele ofereceu ajuda.

—Não, obrigada, meu marido está nos esperando - Selina deixou a instrução no ar - obrigada por tudo.

—De nada, sra. Wayne - ele respondeu num tom soturno, mas Helena tinha ouvido aquela frase vezes demais num tom descontraído para não ver a semelhança.

O jeito com que sua mãe tinha dito que seu pai os estava esperando... Depois que o susto passasse, ela teria que confrontá-los, a decisão já estava tomada.

Foram concedidas duas semanas em respeito aos alunos da escola, tempo suficiente para que se recuperassem do susto das explosões. Helena teve a companhia dos pais e seu conforto e compreensão, porém, ela tinha que resolver suas dúvidas de uma vez por todas.

Eles deixavam claro como estavam preocupados com seu estado e sua segurança, no que Helena pensou em replicar.

—Minha escola não foi segura o suficiente, mas eu tinha alguém pra me proteger quando tudo aconteceu - ela disse, olhando para captar em detalhes a reação de seu pai - o Batman apareceu e salvou o dia, tive sorte de que ele aparecesse.

—É um pouco imprevisível dizer onde ele pode estar ou ele pode surgir  - Bruce quis ser vago, não dando muita vazão para a questão.

—Talvez seja bem previsível, como ele estar bem aqui agora - Helena deixou sair - pai, eu te conheço muito bem, e estive perto o suficiente do Batman pra saber que ele é você, me diz se eu estou errada.

Ali estava a situação em que Bruce e Selina não eram capazes de prever, não imaginavam que um dia seriam confrontados daquela maneira. Seu plano é que chegaria um dia em que eles contaram a ela, mas não esperavam que Helena descobrisse. O momento de explicação era agora, não havia escapatória.

—Tem razão, Helena, você está certa - seu pai se voltou para ela, não negando nada.

—Bruce... - Selina o chamou, numa tentativa de pensar melhor sobre o que era melhor a se fazer naquele momento do que contar toda a verdade.

—Você se lembra que combinamos que um dia contaríamos a ela? Talvez agora esse tempo tenha chegado, mais cedo do que pensamos - Bruce se explicou.

Assim, sua esposa o deixou prosseguir.

—Como assim? Há quanto tempo você é... ele? E por que, pai? Por que se arriscar dessa forma toda a noite? E por que não contou nada para mim? - Helena o indagou cada vez mais.

—Tem razão em ter tantas perguntas, eu vou responder cada uma delas, não se preocupe - ela sentou ao lado da filha em choque - eu comecei alguns anos antes de você nascer, vocè sabe como meus pais morreram, e como a cidade é corrupta, eu simplesmente nâo consegui ficar parado e tive que fazer alguma coisa. Eu sei o quanto é perigoso e eu tenho medo de que alguma coisa me aconteça e eu deixe vocês duas desamparadas, mas eu preciso ser um símbolo de esperança, alguém em quem as pessoas mais necessitadas e mais esquecidas pelos figurões possam confiar. Não contamos por sua própria segurança, mas acredite, eu e sua mãe sempre discutimos sobre contar quando tivesse idade suficiente para entender o que fazemos.

—O que fazemos? Quer dizer que a mamãe também... ela é a vigilante que chamam de "Mulher Gato"? - Helena ficou mais impressionada.

—Nós nos conhecemos exatamente nesse ramo - Selina se justificou - e temos sido parceiros nisso desde então.

—E fazem isso até hoje? - Helena os observou assentir, ainda muito assustada ao ouvir tudo aquilo - meus pais são vigilantes... desculpa, eu preciso de um tempo, eu... depois do incidente na escola eu tinha quase certeza disso, mas ouvindo de vocês, deixa tudo mais real e eu não sei como lidar... me deem um tempo, por favor.

—Helena... - Bruce tentou chamá-la, mas em vão.

Era compreensível a reação dela, assim resolveram dar o tempo que ela tinha pedido e precisava.

—Não se preocupe, ela vai entender eventualmente, Helena é muito compreensível - Selina garantiu, tendo esperança que isso acontecesse.

—Eu só espero que ela não tenha perdido a confiança em nós totalmente - Bruce declarou seus medos.

—Vamos torcer pelo melhor, deixar claro que apesar do segredo, nós ainda estamos aqui por ela - Selina reafirmou.

Esperaram com paciência até que Helena os procurasse para conversar novamente, o que poderia demorar mais do que esperavam.

 


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