Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 7
Capítulo 7




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Já era meio dia, quando ele iria fazer alguma coisa? Será que os tinha enganado?

Olhou para a bandeira que deveriam proteger próxima aos troncos de árvores. Naquele descampado em que estavam não havia como ele chegar próximo sem que percebessem. Mesmo assim estava preocupada. Preocupada e ansiosa. Minato estava mais adiante, a meio caminho de onde começavam as árvores da mata, Haruka estava do outro lado também patrulhando o local. Tinham comida e água para ficarem até dois dias ali sem sair do lugar – cortesia do roubo que Minato fez da mochila do sensei quando a achou por acaso. O sensei não teria escolha além de fazer um ataque direto se quisesse destruir a bandeira.

Mas a demora para isso já estava irritando.

Primeiro pensaram que talvez ele atacasse a noite, afinal o dia começava a partir da meia noite, não? Mas não... ficaram revezando uma patrulha noturna por toda a noite, mas nada. Então pensaram que talvez ele atacasse de manhã cedo, mas também estavam errados.

Parecia que ele não ia atacar.

Apertou os punhos e rosnou um pouco para extravasar a frustração. Detestava ficar assim, em uma expectativa de que algo pudesse ocorrer a qualquer momento. Seriam assim as missões que teriam? Ficar a maioria do tempo esperando que algo acontecesse?

Bom, ela estava ficando com fome e estavam perto do horário para almoçar. Melhor pedir para Minato comer agora enquanto ela tomava seu lugar observando as coisas ao redor. Andou lentamente até ele, sempre sendo cuidadosa olhando ao redor temendo qualquer ataque. Estava sentindo-se na verdade apavorada de ser reprovada depois de ter chegado tão longe e ter adquirido gosto de poder ficar tanto tempo afastada da aldeia. Claro que estar junto de Minato era um premio a mais embora ainda não quisesse ter nenhuma relação amorosa com ninguém.

- Minato-kun – chamou ela ao se aproximar – eu fico aqui, vá comer um pouco.

Ele se virou para ela com aqueles olhos azuis. Porque tinha que pensar nele daquela forma naquele momento? E porque ele tinha de sorrir para ela? Fechou os olhos e suspirou. Não era a hora para isso. Ter de tomar cuidado procurando comida e material para armadilhas durante a semana tirou todos estes pensamentos da sua cabeça, mas ficar esse longo tempo de espera foi o bastante para eles voltarem.

Ele permaneceu no lugar por algum tempo, olhando para as árvores um pouco próximas.

- Não preciso comer – ele disse sem a olhar diretamente – mas se o sensei não fizer nada depressa, vai ser difícil.

Ela ficou um pouco confusa quando ele disse aquilo, mas então percebeu do que ele falava. Nossa! Que esperteza a dele. Porque não tinha pensado nisso antes? Ele devia ter feito aquilo enquanto estava de vigia a noite.

- Então eu vou comer – ela disse – mas você devia ter-nos avisado!

Ele olhou para baixo sentindo-se um pouco envergonhado, mas a encarou novamente e maneou a cabeça concordando. Satisfeita, ela voltou para onde estavam as suas mochilas. Mas apenas conseguiu dar quatro ou cinco passos antes de ouvir o zunido ao vento lhe chamando a atenção. Olhou na direção de onde o som vinha e congelando no mesmo lugar viu várias manchas negras.

Shurikens! E iam na direção da bandeira. Que burra fora em se afastar de lá. Sem nem pensar direito levou sua mão para a sua bolsa e pegou algumas shurikens, rezando para ter uma pontaria perfeita. Mas antes de arremessá-las, viu surpresa uma mancha negra com detalhes laranja pelo canto dos olhos.

Era a camisa de Minato. Ele a tinha arremessado para ficar em frente aos shurikens. Viu eles atingindo-a e causando danos. As poucas que a atravessaram mudarem de direção. Mas duas não foram detidas. Arremessou as shurikens que tinha pego da bolsa e apavorada viu que errou. Seria mesmo difícil detê-las daquela forma. E agora enquanto corria de volta para a bandeira apenas a imaginava sendo perfurada por aquilo. Não ficaria destruída, mas já teriam falhado parcialmente. Não tinham conseguido protegê-la.

Olhou as laminas girando na direção da bandeira, esforçou-se para não fechar os olhos quando estas estavam a ponto de cortá-la. Foi quando parou de correr impressionada com o que viu. A bandeira moveu-se para o lado escapando das shurikens. Atônita olhou para o galho que servia como mastro para ela e viu Haruka lá. Ela o tinha agarrado e o movido na hora certa. Ufa...

Um pouco mais controlada olhou na direção de onde o ataque veio e viu quatro senseis se aproximando. Ele estava usando clones, como todos tinham imaginado. Bom, pelas regras podiam usar qualquer recurso para proteger as bandeiras. Assim ela pegou três kunais de sua bolsa.

- Minato-kun – chamou ela vendo que ele já estava indo enfrentar o sensei e seus clones – pegue os dois da direita.

Sem olhar para trás ele seguiu na direção que ela indicou. Ela arremessou duas kunais, uma para cada um que estavam a esquerda e depois mais uma bem no meio deles. Como esperava, os dois se livraram das kunais facilmente e ignoraram a que se fincou no chão entre eles. Quando eles viram que esta tinha uma tarja amarrada saltaram um para cada lado.

A explosão chegou a tirar a concentração de Minato que desviou o olhar. Vendo uma oportunidade, ele se aproveitou para atingir o sensei que tinha pulado para o seu lado. Ao atingi-lo ele desapareceu, mostrando ser apenas um clone. Ela pegou outra kunai e foi atacar o que pulou para o outro lado, torcendo para ser o verdadeiro, embora pensando bem, devia torcer para ser um clone pois não tinha como ser páreo para ele. As vezes em que ele a capturou facilmente quando ia para o meio das arvores procurar comida já tinha provado isto.

Ela segurou a kunai com a lâmina para trás conforme tinha aprendido que deveria fazer quando fosse atacar alguém e saltou para pegar o sensei em pleno ar. Ele não poderia desviar dela.

Era o que pensava...

- Kage bunshin no jutsu – disse ele e um clone apareceu do seu lado, agarrando-o no braço e o girando, alterando sua trajetória.

Ele era o original... seu desejo tinha sido atendido. Só que seu temor também tinha se realizado. Enquanto ele era lançado, pegou uma corda de sua bolsa e arremessou contra ela. Ignorando totalmente o clone que ainda estava na sua frente, usou a kunai para evitar que a corda se enrolasse no seu corpo, deixando o outro clone livre para atingi-la na cintura, causando-lhe uma grande dor que a fez soltar a kunai e ser laçada pela corda dele.

Ele a puxou com força e sentiu seus braços ficarem presos junto ao corpo. Seu braço direito estava dobrado e tinha ficado totalmente inútil para ser usado. Sentiu ser puxada para baixo conforme ele caia e quase em pânico tentou usar o braço esquerdo para alcançar sua bolsa. Conseguiu pegar algo dela no mesmo momento em que atingia o solo.

Sentiu seus ossos estalarem, mas também percebeu que o sensei tinha sido cuidadoso. Se ele quisesse, ela estaria com alguma coisa quebrada agora. O clone que ele tinha feito ainda no ar pousou também e ia pegar a outra ponta da corda. Que lindo... eles iam amarrá-la ali e nada mais poderia fazer. Usou seu tato para tentar descobrir o que exatamente tinha pego da bolsa e sorriu de forma ferina quando viu que era o que queria.

Dobrou o corpo para ficar sentada e mostrando a kunai com a mão a cravou no chão do lado do seu corpo. Usou os pés para se mover de forma que a corda ficasse presa na lâmina. Quando viu o clone perto dela que tinha se aproximado para imobilizá-la, girou o corpo para que seu braço – que estava com os movimentos limitados pela corda que o prendia ao corpo junto ao cotovelo – pudesse tocá-lo. O clone olhou surpreso para a tarja que ela tinha colocado na manga de sua camisa.

Ela aproveitou a distração dele e se colocou em pé, saltando para trás e contando que a corda se partisse por ser pressionada contra a kunai. Coisa desnecessária pois ele soltou a corda para se afastar da explosão. O clone explodiu em seguida em decorrência da tarja explosiva. Que sorte ter pegado uma kunai com tarja. Foi só partir o barbante quando cravou a kunai no chão e torcer para um deles ficar próximo o bastante para ela prender a tarja em alguma parte deles.

- Nada mal, mocinha – disse ele olhando-a com um sorriso.

Ela estava enrolando a corda no seu braço ao mesmo tempo em que tentava perceber com sua visão periférica como Minato estava indo. Ele parecia estar enfrentando apenas um clone agora, mas estava distante para ajudá-la. Esperava que Haruka continuasse próxima da bandeira, mas não se arriscou a olhar naquela direção e perder o sensei de vista.  

Ele jogou shirikens na sua direção e fez aparecer mais quatro clones enquanto ela se desviava. Agora ia ficar complicado...

Não tinha escolha. Apertou os lábios, resignou-se e... saiu correndo na direção onde a bandeira e Haruka estavam. Seria louca se decidisse enfrentá-lo agora. Podia fazer um clone para tentar distraí-lo – e os clones dele – mas ia gastar uma quantidade de chackra que não queria naquele momento.

Soltou um grito de medo quando dois dos clones pularam por cima dela e pousaram na sua frente. Ela chegou a escorregar no chão quando parou. Olhou para trás e viu outros dois a cercando, e mais distante o sensei estava indo em direção ao Minato. Onde Haruka estava que não os ajudava? 

Estava começando a ficar desesperada quando percebeu uma mancha se aproximando por cima. Quando viu melhor, percebeu o que era e ficou de pé imediatamente, partindo para atacar o clone que estava mais próximo dela – desta vez, ela queria que fosse um clone mesmo – quando foi erguer o pé para tentar atingi-lo, uma bomba de fumaça caiu bem onde estava – devia ter sido Haruka – e ela aproveitou para se desviar e ficar oculta na fumaça.

A despeito disto, nenhum dos clones se incomodou e lançaram cordas onde estava a fumaça que a escondia. Poucos segundos depois Ayame era arrastada para fora da nuvem escura presa com quarto cordas, cada ponta sendo segura por um clone. Konohamaru apenas maneou a cabeça decepcionado.

- E tinha agido tão bem antes...

Mas ele ficou quieto quando Ayame sumiu em uma nuvem de fumaça e havia apenas um pequeno tronco de árvore no seu lugar.

- Kawirimi – murmurou ele sorrindo.

Logo precisou parar de sorrir e se afastou pois Ayame descia sendo precedida de algumas kunais. Ele se desviou facilmente e lançou um shuriken contra a menina que desapareceu assim que foi atingida, revelando ser na verdade um clone.

Os quatro clones que ele tinha feito foram em direção a Minato enquanto ele observava a bandeira que parecia desprotegida. Devia estar imaginando onde Haruka estava, bem como o paradeiro dela própria. Ayame por sua vez estava bem mais próxima do que gostaria. Quando a nuvem de fumaça a encobriu, preparou o kawirimi e saltou bem alto, criando um clone enquanto ainda estava protegida pela fumaça e usando o exemplo que o sensei tinha feito, o usou para ser arremessada para as árvores. tinha ficado lá atrás de uma delas com o coração na boca. Tinha conseguido enganá-lo, mas e agora? Não tinha como voltar sem ser vista, muito menos atacar de surpresa assim. Não fora tão esperta como tinha imaginado.

Arriscou se esgueirar ao redor do tronco para verificar a situação. Minato ainda lutava contra os clones e o pior era que estava com muita dificuldade para acertá-los. E não podia condená-lo por isso. Ela mesma viu como Konohamaru era ágil para se esquivar. Não queria ser reprovada!

Fechou os olhos e tentou se acalmar. Eles tinham um plano, talvez não fosse o melhor plano possível, mas era um plano que todos concordaram. Mas só ia funcionar uma vez. Precisavam de uma distração para conseguirem se afastar dele com a bandeira, e manter esta vantagem até o tempo acabar. E só poderiam fazer isso após o sensei atacar. Bem, ele tinha atacado e Minato acrescentou uma coisa no plano original. Só esperava que este improviso não estragasse tudo.

Voltou a olhar como as coisas estavam e começou a suar frio. O sensei estava andando em direção a bandeira e nada de Haruka por ali. Olhou para Minato cercado pelos clones e...

Arregalou os olhos. Minato tinha acabado de fazer dois clones para ajudá-lo, mas... aquilo que ele tinha dito antes... de que não precisava comer... tinha certeza que tinha dito aquilo para dizer que era um clone e que o original estava escondido em algum lugar, mas um clone não pode fazer outros clones. Será que tinha entendido errado?

- Buu! – ouviu um grito atrás de si e gritou ao mesmo tempo em que corria por instinto.

- Precisa aprender a se ocultar melhor, menina – disse ele sorrindo para ela.

Tinha certeza de que seu coração tinha parado com aquele susto. De onde ele tinha vindo? Bem, já que tinha sido descoberta, o jeito era tentar pelo menos atrasá-lo um pouco. Colocou a mão na bolsa e percebeu que não tinha mais kunais. Era hora de usar o chackra que estava guardando. Saltou para trás e fixou seus pés em uma árvore, depois começou a correr no tronco desta até a sua copa. Olhando para trás viu que ele a perseguia. Porque ela? Porque não ia atrás de Minato ou de Haruka? Chegando ao alto saltou para o mais longe possível e viu ele fazer o mesmo, mas na sua direção. Sorriu intimamente controlando a respiração e arremessou todas as shurikens que tinha de uma só vez. Mesmo que fizesse um clone para se desviar, não poderia escapar de todos.

Para a sua surpresa, ele se deixou atingir pelos shurikens e desapareceu em seguida. Era um clone! Estava começando a odiar esta técnica! Olhou para baixo e manobrou o corpo para pousar de pé. Aproveitou também e deu uma olhada no descampado. Localizou Haruka escondida atrás de um dos troncos próximos a bandeira, e Minato tinha acabado de perder um clone, mas pelo menos tinha se livrado de dois clones do sensei. Ainda eram três contra dois, mas Minato podia agüentar golpes, os clones não.

Assim que chegou ao chão foi correndo onde Haruka estava. O sensei estava indo na direção da bandeira. Pelo menos agora podiam por o plano em prática. Enquanto corria voltou a observar Minato cuidando dos clones. Não sabia quantos clones o sensei podia fazer no máximo, mas Minato tinha feito dez na manhã do dia anterior. Iam precisar dele para o plano funcionar, mas ele ainda estava ocupado ali. Que droga!

Olhou para a bandeira a poucos metros de distancia. O sensei já estava com uma kunai nas mãos, pronto para cortá-la em pedaços. Estava ficando preocupada de novo, se Haruka fosse fazer algo, era melhor fazer agora.

E ela fez! Jogou outra bomba de fumaça e saltou por detrás do tronco onde estava escondida e pulou em cima dele. Ele apenas a desviou e a jogou ao chão facilmente. Que burra! Eles tinham concordado que corpo a corpo contra ele só em ultimo recurso! O que estava pensando?

Ela abriu a boca surpresa ao ver Haruka desaparecer. Era um clone? Onde ela estava...?

O sensei olhou surpreso ser envolvido por uma corda presa em uma kunai que tinha sido lançado por Haruka, que estava na verdade na frente dele mas oculta com um kakuremino. Que malandra.

Ayame agarrou a kunai assim que se aproximou e puxou a corda do seu lado. Com ela e Haruka fazendo isso tinha certeza de que iriam por ele no chão. Mas em seguida ambas ficaram surpresas por ele ter desaparecido.

- Um clone? – olhou assustada para trás e viu Minato no chão sendo imobilizado pelo sensei. Então ele estava ali o tempo todo? Foram enganados!

Não demorou muito e ele começou a correr em direção a bandeira novamente, deixando Minato amarrado no chão. O jeito agora era pegar a bandeira e sair correndo, e rezar para ele não ter deixado outros clones escondidos prontos para pegá-las.

- Haruka-chan, tire a bandeira daqui! – gritou ela enquanto corria na direção do sensei para tentar ganhar preciosos segundos para a sua colega. Mas para sua surpresa ele simplesmente a ignorou saltando por cima da mesma.

Viu em pânico que Haruka tentava dobrar o galho para pegar a bandeira presa neste. Não ia dar tempo! O sensei já estava com shurikens na mão prontos para lançar quando...

Arregalou os olhos e ficou estupefata! Assim que o sensei se aproximou o bastante, os três troncos de arvore que eles tinham usado como mesa, cadeira e até mesmo para treinar arremesso de kunais durante todos os dias anteriores se transformaram em três figuras de Minato, e todos saltaram em cima de um Konohamaru que pego de surpresa foi ao chão. Um deles soltou o sensei e fez mais cinco clones.

Cinco clones?

Olhou para trás, onde Minato tinha sido preso bem a tempo de ver ele desaparecendo. Espere um pouco... era um clone o tempo todo?: Mas como um clone foi capaz de fazer outro clone?

Não era hora de pensar naquilo. O sensei já estava socando os clones e tentando se levantar, mas estranhamente os clones de Minato não sumiam facilmente. Ela chegou a ver dois deles com marcas dos golpes que tinham recebido. E pelo jeito o sensei também estava surpreso com isso.

Vários clones pegaram o sensei e correram para longe carregando ele nos ombros. Ayame chegou perto de um deles que ainda estava perto da bandeira junto com Haruka. Ela também parecia confusa com o que estava acontecendo.

- Minato-kun, como seus clones podem agüentar os golpes do sensei?

- Usei mais chakra neles, Haruka-chan – respondeu ele sorrindo – se usar o bastante, eles podem até fazer dois clones cada, mas ai ficam clones normais. Só que não consigo fazer muitos.

Ayame olhou para os clones lutando e viu estes agora desaparecendo a cada golpe que levavam. Então foi mesmo um clone de Minato que tinha dito que não precisava comer, mas um clone com mais chakra que o normal. Foi isso que ele ficou treinando durante toda a tarde do dia anterior?

Precisou esquecer tudo aquilo quando viu o sensei conseguir distancia e criar seus próprios clones. Minato correu na direção dele gritando para pegarem a bandeira. Ele pulou na direção do sensei tentando atingi-lo com alguns golpes, mas este parecia que não estava mais disposto a ser enganado novamente. Saltou por cima dele e o chutou nas costas, correndo na direção delas e da bandeira logo atrás. Elas ainda não teriam tempo de pegar a bandeira e correr, a menos que fizessem uma distração.

Mas a única coisa que podiam fazer para distraí-lo seria o jutsu erótico, e estavam proibidas de fazê-lo. Alem disso, duvidava que funcionasse com ele.

- Minato-kun – tinha gritado Haruka ficando dois passos a frente dela e olhando preocupada para o amigo que tentava alcançar o sensei. Pelo jeito ela tentaria ajudar a segurá-lo, mas bastava ele saltar e tudo estaria perdido.

Viu a bolsa da amiga aberta nas costas com um cabo de kunai para fora, e naquele momento viu a chance de distração de que precisava. Pegou a kunai da bolsa e cortou a camisa de Haruka nas costas, indo da cintura até a gola. Antes que ela pudesse esboçar qualquer reação ela puxou a camisa para baixo deixando-a exposta. O sensei parou de correr na hora, observando aquilo sem entender. Haruka soltou um grito de vergonha enquanto tentava se cobrir novamente. Perfeito! Uma distração e não tinham feito o jutsu erótico. Só que...

Ela tinha se esquecido que Minato também seria afetado!

- MInato-kun! – gritou ela para tentar acordá-lo. Ele maneou a cabeça e agarrou as pernas do sensei, fazendo-o cair no chão. Em seguida andou por cima de suas costas e foi em direção a bandeira.

- Sua sem vergonha! – gritou Haruka olhando com raiva para ela.

- Agora não, Haruka-chan, vamos segurar o sensei aqui – retrucou ela, mas logo percebeu que não ia adiantar muito. O sensei já tinha passado por ambas e tentava pegar Minato.

Minato já tinha pego a bandeira e corria para as arvores. Ayame e Haruka – que tinha tirado a camisa e amarrado a mesma no peito para se manter decente – seguiam logo atrás. Minato fez vários clones e cada um foi em uma direção, mas parecia que o sensei sabia quem era o verdadeiro, pois seguiu apenas um.

Quando estavam perto das arvores foi o sensei quem fez clones, e estes se voltaram para as duas que o seguiam. Ayame não queria perder tempo, precisava garantir que Minato tivesse vantagem para escapar. Esse era o plano deles, esperar o sensei chegar perto da bandeira e então um deles a pegaria e tentaria correr o mais longe possível. Sabiam que não iria adiantar esconder a bandeira antes pois ele devia os estar vigiando e saberia se o fizessem, assim só tinham esta opção.

Levaram mais tempo do que esperavam para se livrar dos clones e ficaram longos minutos procurando entre as arvores onde eles teriam ido. Esperavam que Minato tivesse conseguido, porem um brilho alaranjado relativamente próximo chamou a atenção delas. Correram naquela direção e ambas viram o sensei com os braços cruzados observando um Minato caído de joelhos perto de uma pequena fogueira. Em poucos instantes perceberam que o fogo era em um pano preto.

A bandeira!

Ayame caiu sentada no chão. Tinha esperanças de conseguir. Quando Minato pegou a bandeira e fez vários clones, achou mesmo que tinham uma boa chance, mas agora apenas via o fogo consumindo seu futuro.

- Eu disse que ia ser rigoroso – disse ele – mas não usei nada que não conheciam. Apesar de terem me surpreendido muitas vezes, eu confesso que estou decepcionado crianças. Eu esperava mais de vocês.

Mesmo Haruka não parecia mais se importar de ter ficado exposta para ele e para Minato.

- Bem, vão pegar suas coisas e vamos voltar para a aldeia. Esta avaliação terminou.

Ele começou a andar sem olhar para elas, quando Minato perguntou.

- Acabou mesmo?

- Sim, acabou – confirmou ele – vocês perderam.

- Jura que acabou?

- A bandeira está queimada, não está?

Ayame franziu o cenho. Porque Minato estava perguntando aquilo?

- Tem um pano queimado no chão – disse ele – só isso.

Ele olhou para Minato apertando os lábios e foi em direção as chamas. Pegou o pano preto e o abriu. Surpreso, viu que era na verdade uma camisa preta, e não a bandeira.

- Eu dei a bandeira real para um dos clones – ele disse com uma voz triunfante – depois da meia noite eu conto onde está, mesmo porque nem eu sei onde ele a levou.

Ayame e Haruka olharam para ele com os olhos arregalados. Quando ele fez os clones, todos tinham uma bandeira igual, mas ele trocou a verdadeira com um deles, e ninguém percebeu.

- Tive esta idéia uns dias atrás, quando vi a roupa preta de Haruka. Peguei ela escondido e a guardei para uma eventualidade.

- MINHA CAMISA? – gritou Haruka irritada.

- Desculpa – Minato se encolheu – não pensei que Ayame ia fazer isso.

- Foi uma emergência – disse ela – e deu certo.

- É – Haruka se voltou para ela – mas porque não fez isso com a sua camisa? Seus seios são maiores que os meus. Aposto que funcionaria melhor.

- Eu uso sutiã, lembra? Não ia ter o mesmo efeito. E fomos proibidas de usar o jutsu erótico. Devia estar contente de ter sido crucial para nossa vitória.

- Só que não foram os seus seios que o sensei viu – ela cruzou os braços e bufou irritada.

- O Minato-kun também viu – retrucou Ayame apenas para deixá-la mais envergonhada ainda.

- Ele não tem problema – e olhou para ele com um sorriso um pouco sedutor.

Konohamaru olhou para Haruka um pouco surpreso, e Ayame olhou a amiga com um sentimento de ciúmes que nunca sentiu antes. Minato por sua vez parecia um pouco acanhado, como se tentasse se esforçar para não entender nenhum tipo de indireta.

Ele não tem problema? Essa sem vergonha está de olho no meu Minato-kun também?

- Eu te empresto minha camisa, Haruka-chan – disse Minato – e te compro outra na aldeia.

- Sabia que podia contar com você, Minato-kun – ela correu e o abraçou em um pulo, sob os olhos abertos de Ayame.

- Certo, crianças – começou Konohamaru – não quero interromper a discussão de vocês, mas... – olhou para os três que agora o observavam atentamente – eu admito, quando propus esta avaliação, eu não esperava que realmente pudessem proteger a bandeira, tanto que ia avaliá-los pela capacidade e estratégia usada. Só pelo esforço eu já confesso que fiquei impressionado, e mais ainda pelo Minato ter desenvolvido uma variação no clone das sombras. Mas tome cuidado – ele ficou sério – quanto mais chakra você for dar para um clone, mais ele resiste a golpes, mas você também fica com menos chakra para usar em jutsus. Além disso, uma pessoa que pode ver ou sentir chakra vai identificar isso facilmente.

- Percebi isso – disse ele.

Ele olhou para baixo por algum tempo, e os três continuaram a observá-lo aguardando que terminasse.

- Parabéns... genins! Estão aprovados.

Os três gritaram de alegria e se abraçaram.

- Vamos pegar nossas coisas e voltar para a aldeia. Vou pagar um ramen para vocês.

- Ramen? – perguntou Minato.

- Pode-se dizer que é tradição – ele sorriu – quase todos os senseis levam os alunos para o Ichiraku para comer ramen.

- Acho que é porque é barato – disse Ayame.

- Não importa, eu adoro ramen – disse Haruka – e pode me dar uma de suas camisas extras Ayame-chan, foi você quem cortou a minha.

- Tudo bem, eu te empresto uma.

- E vai comprar outras duas para mim.

- Ei! Só estraguei uma! Foi o Minato-kun quem pegou a outra. E que história é essa de que ele pode ver seus seios sem problema nenhum?

- Quem pode e não pode ver meus seios é problema meu! – respondeu ela como nariz empinado.

Ayame apenas bufou, e Minato tentava controlar a vermelhidão de seu rosto.

- Resolvam isso depois – cortou Konohamaru – vamos pegar suas coisas e voltar para a aldeia. Quero tomar um banho quente.

- Eu também – disseram Ayame e Haruka juntas.

Com a discussão encerrada – ou muito mais provavelmente apenas adiada – os quatro seguiram juntos por entre as árvores.


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