Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 64
Capítulo 64




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Se tinham calculado tudo certo, eles deveriam chegar ali em breve. Fez sinal para Tomoko que estava parada com os pés grudados na escarpa e esta se camuflou ali.

Tanzo tinha enviado uma mensagem os avisando de que outro time tinha pegado o tesouro, e pela descrição era uma Grande Bonsai que parecia se encaixar perfeitamente no nome. Conseguiram se encontrar a frente deles, mas infelizmente o local era descampado e eles estavam andando na estrada, onde podiam divisar qualquer coisa a distancia. Seria quase impossível os surpreender ali. Assim tiverem que ir a frente procurar por um local mais adequado. E aquele bosque com algumas escarpas de montes atrás mostrou-se ser razoável. Infelizmente eles não iriam chegar ali após o anoitecer. Isso dificultava um pouco seu método de ação. Além disso, o fato de haver um ninken com eles talvez pudesse os atrapalhar. Ele sem dúvida poderia denunciar sua verdadeira localização.

Tanzo estava mais adiante, quase na entrada do bosque. A estrada desviava-se um pouco deste e depois o atravessava. Era o melhor ponto para atacá-los. Era só agir como sempre: Separá-los e depois derrotar um de cada vez. Ele e Tomoko iriam cuidar do loiro e Tanzo manteria as outras duas – e o ninken – ocupados.

Aguardou ali em seu ponto observando a estrada atentamente. Assim que ele criasse a neblina, Tomoko viria auxiliá-lo e Tanzo tentaria levar as outras para longe. Acabou não esperando muito, apenas três quartos de hora. Pelo jeito aquele time se movia depressa mesmo andando calmamente. Viu eles a distancia entrando no bosque e fez o jutsu para criar a neblina. Não tinha tanto efeito como a noite, pois podia causar suspeita nas vitimas, mas mesmo assim seria muito útil para se ter a vantagem do ambiente a seu favor.

No entanto, antes mesmo de terminar o jutsu ele ficou um pouco surpreso. Eles tinham parado pouco depois de ficarem a vista. Simplesmente pararam e agora o ninken se sentou e observava um deles, talvez o seu dono. Ou melhor, sua dona, segundo Tanzo.

Será que eles perceberam alguma coisa? O ninken pode ter avisado a eles, mas com ele agindo assim era quase impossível saber. Eles também não estavam próximos a onde Tanzo os aguardava.

Observou a neblina começar a se formar e imaginou que talvez um deles possa ter percebido isso. Bom, já que parecia que eles não iam continuar andando, era melhor ele agir antes que tudo ficasse perdido. Pegou sua foice que estava nas suas costas e liberou a sua lamina. Pulou para o solo e andou por entre as árvores até ficar do lado de onde eles estavam. Se atacasse agora eles com certeza iriam se dividir para se esquivar. Seria o sinal para Tanzo e Tomoko agirem.

Posicionou-se do lado deles e os observou sendo engolidos pela neblina. Pegou uma pedra do bolso que costumava usar para amolar sua foice e começou a raspá-la levemente nesta, causando aquele som que por vezes perturbava seus alvos. Eles deviam ficar imaginando qual seria a origem do som.

Viu os três olharem ao redor conforme ele fazia aquele ruído, mas ao contrário do que esperava, eles não se puseram em posição de defesa. Esse time estava agindo de uma forma diferente de todos os outros. Bom, não importava. Selecionou o seu alvo e moveu-se furtivamente na sua direção, usando a neblina como cobertura. Quanto estava próximo o bastante para perceberem algum vulto na névoa, ele saltou empunhando sua foice no sentido de cravá-la no seu alvo. Como sempre esperava que este se desviasse rapidamente quando percebesse ele se aproximando, mas arregalou os olhos quando ocorreu o inesperado.

Quando estava a dois metros deles, o rapaz correu na sua direção e girou o corpo para cima lhe arremetendo um chute. Em pleno ar precisou usar o cabo da foice para bloqueá-lo Como diabos ele fez isso? Seria preciso vê-lo a distancia para tanto. Ele podia ver através da neblina?

Pousou no piso da estrada e precisou mover a foice para bloquear um golpe vindo da morena, e mais atrás a outra de cabelos negros estava fazendo um jutsu. Preparou-se para saltar para o lado, esperando que pelo menos Tanzo já estivesse posicionado para lhe dar apoio, mas o jutsu não foi de ataque. Quando ela terminou de fazê-lo apareceram várias copias dela, talvez umas cinqüenta. E logo após bloquear o ataque de duas destas, teve a certeza de que não eram ilusões, eram reais! Eram clones, todos eles.

Com o canto dos olhos percebeu o rapaz se afastando dele enquanto os clones dela o cercavam. Em uma ação desesperada ele girou a foice a redor e vários deles desapareceram. Ficou um pouco surpreso com isso, mas também aliviado. Pegou uma tarja de sua bolsa e após desviar do golpe de um daqueles clones, grudou a tarja no braço deste e pulou longe. A explosão fez a maioria dos clones sumir, e no meio do salto olhou ao redor e notou que Tanzo estava enfrentando o rapaz.

- Tomoko! – gritou ele esperando que ela estivesse em posição. Se não conseguissem separá-los teriam que desistir e tentar em outra ocasião, e ele pensou por alguns instantes que talvez aquela moça fosse a mais perigosa do time podendo fazer tantos clones assim. Melhor cuidar dela primeiro.

Viu duas marionetes de pedra surgindo na estrada e atacando as moças em seguida. Como ela não tinha visto nenhum deles de perto ainda, acabou fazendo cópias de Tanzo para as atacar. Até que era perfeito, pois com isso poderiam pensar que Tanzo usava doton. Mas haviam duas coisas que lhe incomodavam agora. Onde estava o ninken e onde o loiro largou aquela planta que estava carregando?

Viu a morena dar um golpe com a mão aberta de baixo para cima, quase como se estivesse rasgando algo e destruiu facilmente uma das marionetes. Quando estava se preparando para atacar aquela que estava novamente fazendo clones, um brilho chamou sua atenção. Ao se virar onde Tanzo estava lutando, viu a mão do rapaz com um brilho intenso terminando de atingir o solo após Tanzo se esquivar e causando uma pequena cratera neste. Na hora mudou de idéia e percebeu que aquele era o mais perigoso deles. Pulou na direção dele movendo sua foice no sentido de atingi-lo mas este pulou se desviando e arremessando shurikens em seguida na sua direção. Eles passaram perto, mas não foram exatamente nele.

Não parecia que ele podia ver através da neblina, mas não duvidava que tinha uma visão excepcional. Devia estar percebendo manchas na bruma branca e usando isso para se orientar. Tocou o ombro de Tanzo murmurando que iria tomar conta deste junto com Tomoko por ser o mas perigoso e pediu a este para levar as outras duas para longe. Ele assentiu e foi na direção delas. Agora era trazer esse rapaz para onde ele queria, no meio das árvores.

Girou o corpo lançando duas kunais na direção dele as quais ele se esquivou – coisa que não foi surpresa – e saltou para trás, tentando atraí-lo, mas contrariando o que esperava, ele foi na direção das colegas. Precisou saltar na direção dele ameaçando atingi-lo com a foice para que ele voltasse a atacá-lo.

Pelo menos Tanzo tinha conseguido atrair as duas para irem atrás dele. Jogou uma bomba de fumaça e pulou para uma árvore para ficar fora de sua vista, esperando que ele ficasse confuso sobre qual direção seguir. A distancia ouviu alguns rosnados, o que indicava que o ninken tinha voltado de onde quer que estivesse. Estava apostando que ele tinha levado a planta embora quando o loiro o atacou, o que significava que talvez nem eles soubessem onde ela estava agora.

Viu Tomoko em uma árvore próxima e fez sinal para ela, indicando que iam cuidar do loiro primeiro. Naquela posição alta ela podia ver muito bem onde ele estava, pois a neblina que ele tinha criado ficava apenas a alguns metros do chão. Pegou a sua pedra de amolar e novamente a esfregou lentamente na lamina de sua foice, causando mais uma vez aquele som que muitas vezes perturbou seus oponentes.

Mas esse de agora nem ao menos virava a cabeça para os lados para tentar localizar a origem do som, e sim permanecia com esta apenas olhando para a frente. Saltou para outra árvore e continuou saltando entre elas até ficar atrás dele, onde repetiu o som de pedra raspando em metal. Mas ele ainda não se movia do lugar. Pelo jeito esse daí não era do tipo que ia atrás do oponente. Ainda permanecia na estrada, um pouco longe das árvores. Teria que atraí-lo com mais determinação. Pulou para outra árvore e no meio do trajeto lançou kunais na direção dele. Como ele esperava, assim que o loiro percebeu o som destas cortando o ar ele se abaixou e lançou shurikens na direção...

Teve de colocar a lamina de lado na sua frente para bloquear aqueles shurikens que ele lançou de volta. Ficou profundamente surpreso dele ter lançado aquilo para onde ele estava indo, e não de onde as kunais vieram. Afinal, ele podia ver na neblina ou não? Ficou parado ali com o corpo colado na árvore enquanto o loiro se movia um pouco na sua direção e depois parava de se mover observando lentamente as coisas ao seu redor. Não, não parecia que ele podia ver pela neblina, do contrario já o teria encontrado. Mas não duvidava nem um pouco que ele podia ver os borrões das coisas através desta e com isso se orientar onde atacar.  Desta forma, se ele mantivesse uma árvore atrás dele poderia atacá-lo sem ele perceber.

Percebeu Tomoko pulando ao chão e encostando as duas mãos neste. Em seguida na frente do rapaz surgiram duas figuras, eram clones das suas colegas, mas estes foram atacados ainda antes de surgirem totalmente do solo, de forma que talvez esta tática não fosse funcionar contra ele.

Um pouco distante agora, Tanzo tinha suas próprias dificuldades. Já tinham se afastado o bastante para não estarem mais na área de influencia da neblina e agora ele encarava as duas ali diante dele ponderando sobre como agir. Atrás dele podia ouvir o rosnado do ninken se aproximando, mas não estava muito preocupado com isso agora. O que o incomodava era que essas duas não foram para cima dele diretamente como esperava, apenas o perseguiram e quanto ele parou de correr e se virou para as encarar, simplesmente pararam e ficaram em posição, aguardando seu próximo movimento.

Isso não era normal pela sua experiência. Elas estavam em maior número e eram colegas, porque aguardar? Súbito ele desviou-se de algo que veio na sua direção a direita. Era um shurinken. E mais atrás destes estava aquela moça de cabelos pretos? Mas ela estava na sua frente antes...

Usou o cotovelo para atingi-la pouco depois de abaixar a cabeça para se esquivar de um soco da mesma, e quando foi chutá-la na barriga ela desapareceu em uma nuvem de fumaça.

Era um clone! Por isso elas não o atacaram de cara, a outra devia ter feito clones e planejavam atacá-lo de surpresa. Agora era a morena que pulava sobre ele, e para sua surpresa ela acabou se transformando agora em uma cópia do ninken negro que também corria na sua direção. Girou a perna para a atingir na barriga mas a poucos centímetros dela a mesma reverteu a transformação e segurou sua perna com ambas as mãos, o surpreendendo totalmente. Por sorte, ele girou o corpo e a jogou contra a ninken que pulava nas suas costas. Fez alguns selos com as mãos em seguida e lançou uma lufada de ar na direção dela e do cachorro, os arremessando longe, onde havia uma ravina em uma curva da estrada. Pelo menos teria alguns instantes antes dela voltar.

Não teve muito tempo para pensar no assunto. Precisou se desviar de vários clones da outra moça que atacavam agora. Dois deles inclusive pareciam estar fazendo alguma coisa nas mãos.  Pegou uma kunai e a segurou firme em sua mão quando atacou os clones, atingindo-os com força e fazendo-os desaparecer rapidamente.

- Sou um só – começou a dizer ele com um sorriso de deboche – não consigo dar conta de tantas de você.

Ele esperava com isso deixá-la nervosa e assim achar a verdadeira, mas esta fez mais clones e todos foram para cima dele. Considerando que era uma técnica um pouco avançada e que os clones eram sólidos e parecia até que podiam fazer jutsus, duvidava que ela pudesse ficar fazendo clones por muito tempo.

Kotar estava começando a ficar nervoso com o fato de nenhum de seus métodos estar funcionando. O rapaz praticamente ignorou todas as vezes em que ele fez o barulho irritante com sua foice, e nem se incomodou em demonstrar que tinha interesse em localizar a origem do som. Mas ao menos ele acabou indo para o meio das árvores como queria, graças as ações de Tomoko criando aquelas marionetes de doton.

Agora precisavam derrubá-lo e logo. Estava duvidando que Tanzo conseguisse segurar as outras duas sozinho por muito tempo. Era hora de tentar perturbá-lo de outra forma.

- Só queremos a Grande Bonsai – disse ele reverberando sua voz na neblina.

Como esperava, ele não respondeu, mas também não tentou descobrir de onde vinha a voz. Lançou algumas shurinkens nele e pulou em seguida na sua direção, com a foice pronta para cortá-lo ao meio. Normalmente seus oponentes percebiam sua aproximação no ultimo minuto, mas como ainda era dia e ele já tinha demonstrado ter boa visão, esperava que se desviasse muito antes.

Mas não foi o que ocorreu. Ele moveu a foice verticalmente para atingi-lo e surpreso sentiu esta o golpear, sendo que no mesmo momento ele sumiu em uma nuvem de fumaça. Mas o que...

Levou um golpe no seu tornozelo e por reflexo pulou para tomar distancia, observando o local onde recebeu o golpe. Ele estava escondido ali em um jutsu de ocultamento. Mas que droga! Aquele time também usava subterfúgios, não tão diretamente quando eles, mas ainda assim usava. Ele o encarava agora, observando-o e parecia mesmo que ponderava sobre o que fazer. Ao menos parecia que não tinha experiência enfrentando alguém com uma foice, mas isso talvez não fizesse muita diferença agora. No corpo a corpo a foice não tem muita utilidade, e considerando como ele tinha agido até agora, sua especialidade era justamente essa. Talvez todo aquele time fosse assim.

Isso deveria lhes dar a vantagem já que atacavam sempre se ocultando e a distancia inicialmente, mas não deu certo com eles até agora.

- Se querem  a Grande Bonsai, é só pega-la – disse ele o olhando.

Apertou os olhos em sua direção. Ele não sabia onde tinham escondido ela. Sabia que ele a estava carregando antes, mas quando o atacou ela desapareceu de vista.

- É o que pretendo. Acho que suas colegas vão ser mais prestativas depois que derrubarmos você.

Ele nada disse, nem mesmo alterou o olhar. Levou suas mãos as costas e em seguida moveu-as rapidamente a frente, dando a impressão que ia lançar algo. Mas ele não fez isso. Trincando os dentes percebeu que na verdade foi um engodo para fazê-lo ficar um pouco distante enquanto ele fazia um jutsu.

- Kage Bunshin no Jutsu – disse ele e para sua total surpresa pelo menos uns cinqüenta ou sessenta clones dele apareceram, exatamente como aquela outra fez. Mas agora sabia por experiência própria que eles não suportavam golpes fortes. Assim girou sua foice para os primeiros cinco diante dele e...

Ele ficou impressionado quando todos os clones pularam para as árvores ao redor e... se esconderam? Tomoko que estava por perto fez dois deles perderem o equilíbrio, mas nem se incomodou com estes. Não deviam ser o original. No entanto...

No entanto o jogo estava diferente agora. Podia senti-los ao redor, nenhum deles estava se ocultando completamente. Captava seus movimentos, pelo silvo causado no ar. Alguns estavam zanzando ao seu redor, outros se afastavam um pouco. Ele esperava ser atacado com tantos clones assim, da mesma maneira que a moça fez, mas não foi o que aconteceu.

Ele fez o oposto. Todos eles se esconderam para provavelmente o atacarem de surpresa. Quanto mais pensava naquilo, mais e mais se preocupava. Aquele era o seu jogo. Intimidar o inimigo, fazê-lo forçar sua concentração avaliando de onde viria o próximo ataque, sentir a angustia da espera.

Não podia deixá-lo assumir as rédeas, não podia! Tinha que o forçar a um combate direto agora, aguardando que Tomoko o auxiliasse escondida. Pulou na direção do mais próximo e movendo sua foice, atingiu um tronco de arvore partindo metade deste, forçando ele que estava atrás do mesmo a se revelar. Ele jogou uma kunai nele e pulou para o chão, e sem pestanejar o perseguiu aguardando que algum outro clone – ou mais – se juntasse a luta.

Ele tocou o solo e saltou para trás, forçando-o a tentar girar em pleno ar. Quando o fez viu varias shurikens na sua direção, o que o obrigou a usar a lamina de sua foice como escudo. Felizmente algumas daquelas shurikens fizeram um arco em pleno vôo e retornaram para o loiro. Tomoko estava mesmo por perto o ajudando.

Ao atingir o solo, girou a foice e lançou agulhas contra ele, que se desviou delas subindo em uma arvore e a meio caminho saltou desta na sua direção. E para sua surpresa ele conseguiu se desviar no ar de duas shurikens que Tomoko tinha lançado. Pelo jeito a neblina não estava ajudando muito contra ele, portanto continuar a mantê-la seria um desperdício de chakra.

No entanto, isso poderia expor Tomoko, por isso a manteve. Tentou mover a foice para atingi-lo nas costas, mas ele girou para ficar com o peito para cima e chutou seu cabo, desviando sua trajetória. Em seguida atingiu seu peito com os punhos. Ele não estava na posição correta para dar um golpe forte, mas mostrou claramente que sabia o que fazia. Com o cotovelo tentou atingi-lo mas acabou errando.

Precisou saltar para trás para ter espaço para avançar novamente com a foice. Jogou uma bomba de fumaça no chão e usou o cabo da foice tocando o solo para desviar sua trajetória, e ao tocar neste novamente continuou o pulo, saindo da nuvem de fumaça de uma posição diferente. Apenas para perder todo o ar dos pulmões com uma cotovelada dele.

Mas que diabos de visão boa aquele garoto tinha! Nenhum dos engodos que tentou funcionou, e ele ainda aproveitou todos para retribuir o golpe. Largou a foice e fez vários selos com a mão.

- Futton fuku no jutsu (técnica do sopro de vapor) – gritou ele atingindo o rapaz com uma baforada de vapor escaldante.

Ficou de boca aberta quando ele tinha desaparecido em uma pequena nuvem de fumaça. Era um clone? Ele teve todo esse trabalho contra um de seus clones?

Ficou vários segundos parado ali pensando no ocorrido. Chegou mesmo a esquecer que seu plano inicial era atrair o máximo de clones possíveis para com alguns golpes da foice se livrar deles. Mas ele não caiu no truque. Pelo contrário, ele é quem estava caindo em um engodo agora.

Piscou os olhos percebendo que estava se distraindo, e a neblina estava até mesmo começando a se dissipar. Pegou sua foice e concentrou-se ao redor, avaliando onde estava o próximo clone. Não podia deixá-lo assumir aquele jogo. Tomoko estava ali para lhe dar apoio, tinha que usar isso.

Longe dali Ayame ensandecida com sua frustração continuava fazendo clones e com eles atacava aquele irritante que estava debochando dela. Mas tudo o que conseguia era vê-los sendo destruídos assim que pulavam nele. Verdade que depois de destruir duas centenas de clones o rapaz estava suando e ficando preocupado porque parecia que ela não ia ficar sem chakra nunca, e também porque as vezes acabava recebendo algum golpe. Estava profundamente arrependido de ter ficado ali para segurar aquelas duas enquanto Kotar e Tomoko cuidavam daquele que consideravam o mais perigoso do time.

Não havia um mais perigoso, todos daquele time eram perigosos. Deviam ter percebido isto quando o estratagema padrão deles fracassou graças àquele ninken. Eles não foram surpreendidos, estavam esperando-os. A surpresa ficou por conta do método de ataque original que cada um deles tinha, mas seus oponentes também eram assim.

E por falar no ninken e sua colega... onde estavam desde que os jogou longe? Era improvável que estivessem desacordados. Bloqueou o golpe de um clone e com um soco o fez desaparecer, cruzou os braços para evitar o chute de mais um e jogou shurikens nele, fazendo-o desaparecer, bem como mais quatro atrás deste. Mais atrás estava a moça fazendo mais clones ainda, e o olhando com puro ódio nos olhos. Não foi uma boa idéia tentar deixá-la nervosa pelo jeito.

Ouviu um uivo a distancia. Ou melhor, vários uivos. Deu um salto para obter distancia dos clones e olhou ao redor tentando imaginar o que seria aquilo. Arregalou os olhos quando viu uma matilha de cães negros correndo na sua direção. Então aquela Inuzuka também podia fazer clones? E do cão dela ainda? Aquilo não era um time, era um exército! As táticas que utilizavam iam ser inúteis contra eles. Era impossível lhes dar a impressão de impotência ou de estarem cercados. E o pior era que pelo que estava notando, a morena não era do tipo que enfrentava os oponentes diretamente, ela ficava afastada dando apoio. Que ótimo!

Saltou para a direita para escapar de varias kunais lançadas na sua direção e girou o corpo e arremeteu sua perna contra o primeiro ninken que se aproximou. Para a sua surpresa, este apenas ergueu um pouco as patas dianteiras no meio do salto e as usou para pular por cima de sua perna, indo com as mandíbulas abertas na direção de seu pescoço.

Ergueu o cotovelo e relaxou os músculos dele no momento em que os dentes se fecharam ao redor de sua carne. Como era impossível escapar da mordida, ao menos relaxando os músculos iria reduzir os ferimentos. Usou sua outra mão para atingir a cabeça do cão negro e ao fazer isso ele desapareceu em uma nuvem de fumaça, comprovando sua suspeita de que era um clone.

Não ia ter jeito, ou ele usava tudo o que podia ou seria trucidado agora. Os clones da outra já perceberam que ele não tinha experiência para enfrentar animais caninos, e pulavam ou corriam na sua direção. Ele pegou uma kunai com tarja da bolsa e a jogou no meio daqueles clones, correndo em direção onde estava a matilha com os clones de cães. Ouviu uma explosão e olhando para trás viu que apenas quatro clones vinham atrás dele agora. Uma delas devia ser a original. Pegou uma kunai em cada mão e movendo-as a sua frente abriu caminho entre os animais, sendo que a maioria deles se esquivou, o que o fez praguejar por isso, pois ainda teria um monte deles atrás dele. Diante dele havia mais um ninken correndo na sua direção. Pelo menos deste ele iria se livrar. Arremessou uma kunai na sua direção e quando este pulou para escapar, jogou a segunda bem na trajetória que ele seguia. Não teria como...

Ele começou a parar, quase escorregando pelo solo quando o ninken se transformou na integrante ainda desaparecida do time, aquela Inuzuka sem marcas no rosto. Ela agarrou a kunai com a mão em pleno ar e a arremessou de volta, o obrigando a se abaixar para se esquivar. Ele girou a direita e assim que deu um passo sentiu algo atingindo suas costas, rasgando sua camisa e também um pouco de sua carne. Ele também ouviu um rosnado assustador ao mesmo tempo.

Não estava se incomodando em saber o que o tinha atingido, apenas girou o corpo com uma perna levantada para atingir seu atacante ou ao menos fazê-lo ficar distante. Sua surpresa foi bem maior quando viu que o atacante tinha sido a moça. Viu a mão esquerda dela um pouco vermelha, e acreditou que era seu sangue que estava ali. O sangue de suas costas. Como ela conseguiu fazer isso apenas com as unhas? Mas não pensou nisso por muito tempo. Jogou varias bombas de fumaça no chão, pois agora estava em pânico para escapar dali.

Tomoko tentava se manter calma, mas estava quase impossível isso. Vários daqueles clones passaram próximos a ela de forma que com certeza a viram, mas nada fizeram, ao menos ainda não. Usava seus fios de chakra para fazer alguns deles perderem o equilíbrio ou atrapalhar os golpes dos que enfrentavam Kotar, mas com um ou no máximo dois deles o atacando por vez aquilo iria esgotar tanto ela quanto ele. No momento Kotar estava enfrentando um deles, tentando atingi-lo com a foice e as vezes até arremessando shurinkens ou kunais em sua direção, coisa do qual ele se esquivava prontamente. E como já tinha ocorrido seis vezes antes, quando ele percebia que não ia escapar do golpe ia na direção dele para o atingir ou ao menos o fazer se esgotar mais. E desta vez Kotar não escapou do chute lateral em sua cabeça. Ela pulou no chão e espalmou suas mãos neste, criando duas marionetes de pedra e os animando para atingi-lo e salvar o seu colega. O clone desapareceu com apenas um golpe, mas suas marionetes foram destruídas em seguida por outro deles que pulou sobre elas.

Não podiam enfrentá-lo desta forma, e muito menos ali entre as árvores. A vantagem agora era dele, e ainda tinha muitos clones escondidos ali prontos para os atacar, um de cada vez.

Percebeu algo atrás de si e girou o corpo lançando fios de chakra ao mesmo tempo. Os fios se enlaçaram no que parecia ser um dos clones e ela o moveu de forma que ele se atirasse no chão. Com o impacto ele desapareceu, mas antes de ter tempo de respirar precisou pular de novo para escapar de uma kunai que se cravou onde ela estava posicionada antes. Em seguida ela correu o mais rápido que podia pois havia uma tarja presa naquela kunai. A explosão a fez perder o equilíbrio por alguns instantes, mas conseguiu evitar de cair no chão.

Não se lembrava de ter aprendido sobre tal coisa. Os clones tinham tudo o que o original tinha? Até kunais e tarjas explosivas? Se era assim, então aquilo que ele tinha feito antes quando abriu uma cratera no chão podia ser feito pelos clones também.

Seria preciso os três para enfrentá-lo. E mesmo assim ainda havia outro problema. A moça tinha feito tantos clones quanto ele, portanto devia ter as mesmas capacidades.

Tanzo já tinha percebido que não tinha escolha. Fez vários selos e se camuflou ali diante dos seus oponentes e começou a se mover para atingir aquela que não parava de fazer clones. Seria idiotice tentar pegar a morena uma vez que esta podia virar ninken e farejá-lo. Também não podia ficar camuflado e se mover ao mesmo tempo por mais do que um minuto – na verdade era menos que um minuto. Ele havia desenvolvido aquela habilidade um pouco a revelia de seu sensei que varias vezes o avisou que já que tinha conseguido ir tão longe, para usar apenas em casos extremos pois consumia quase todo o seu chakra.

Bem, aquele era um caso extremo. Começou a atingir todos os clones da moça na esperança de encontrar a verdadeira. Por sorte o segundo era ela. Atingiu uma joelhada na sua cabeça e a mesma não desapareceu. Removeu a camuflagem para preservar o seu chakra e começou a golpeá-la com as mãos e pés, apenas se esquivando dos ninkens que o atacavam. Para a sua infeliz surpresa a moça de cabelos negros começou apenas a bloquear seus golpes enquanto ia para trás. Ela o estava conduzindo e o pior era que se ele se afastasse ela iria fazer mais clones de novo. Era hora de deixar elas de lado. Jogou uma bomba de fumaça no chão e pulou para longe, apenas para ser atingido por um dos ninkens em pleno ar.

Kotar finalmente admitiu que era inútil continuar com aquilo. Mesmo que ele terminasse de destruir aqueles clones um por um, o rapaz poderia fazer mais e aquilo iria terminar com a sua derrota. Aquele time era demais para eles no momento, e era melhor tentar uma ultima cartada antes de optar por fugir.

Ignorou o clone que se aproximava dele e gritando por Tomoko, foi na direção onde Tanzo devia estar. A única opção que sobrou para eles agora era a morena. Se os três a atacassem juntos talvez pudessem feri-la o bastante e usá-la como barganha, do contrário precisavam recuar e planejar um novo confronto.

No fim, foi mesmo arrogância atacar a luz do dia, mas ele imaginava que a noite podia não fazer tanta diferença assim. Com um ninken e aquela excelente visão do rapaz teriam tanta dificuldade quanto estavam tendo agora. Olhou para trás e ficou preocupado. O rapaz não os estava seguindo.

Por quê?

Já estava ficando irritado com aquilo. Não conseguiram dominar a situação e ele próprio estava se sentindo em desvantagem, coisa que nunca tinha ocorrido antes. Mas não podia continuar pensando naquilo pois já estava vendo Tanzo vindo na sua direção e com um pequeno exército de clones atrás dele.

Mas ele não esperava que houvessem clones do ninken também!

Mesmo a morena tinha uma variação daquela técnica. Teriam que fugir agora, mas ao menos já tinham uma boa idéia do que teriam de enfrentar. Saltou por cima de Tanzo e moveu a foice de forma horizontal para atingir alguns ninkens e também alguns clones da moça, mas antes de começar a mover sua arma sentiu um forte impacto na barriga que o forçou a dobrar o corpo e até mesmo a cuspir um pouco de sangue.

Era ele!

Por isso ele não o tinha seguido. Ele não estava lá! Enquanto tentava girar o corpo para pousar de pé percebeu insanamente que o loiro deixou os clones para distraí-lo enquanto voltava para junto das companheiras. E para seu azar ele devia estar oculto por ali desde que viu Tanzo voltando. Decerto ia atacá-lo de surpresa e mudou de idéia quando o viu.

Foi pego totalmente desprevenido, e tinha certeza que uma de suas costelas se partiu. Usou o cabo da foice para bloquear o chute dele enquanto segurava uma pontada de dor no peito. Foi uma boa joelhada mesmo que tinha recebido. Agora eles estavam na pior situação possível. Em campo aberto e enfrentando diretamente três oponentes bons no corpo a corpo. Viu várias marionetes de pedra surgindo do chão, mas eram basicamente manequins. Tomoko devia estar tentando compensar a inferioridade numérica que tinham. O problema é que fazendo isso ficava claro quem estava manipulando eles, e rangendo os dentes viu o loiro ignorá-lo e saltar na direção dela, fazendo agora dois clones para o ajudar.

Saltou atrás dele e moveu a foice para atingir o mais próximo deles. Ficou um pouco surpreso quando a foice cortou o tecido da roupa de seu ombro e ele caiu no chão. Finalmente um pouco de sorte! Tinha atingido o original. Agora antes que ele pudesse fazer algo...

Quase gritou de raiva quando ele girou durante a queda e segurou a lamina de sua foice com suas pernas, dobrando os joelhos em seguida e atingindo os nós de seus dedos com os punhos. Puxou a foice de volta na sua direção e arremeteu seus dois pés para a cabeça dele, atingindo-o em cheio e o fazendo atingir a nuca no chão. Vendo sua arma livre agora, tomou uma pequena distancia e a arremeteu na sua perna – matar nunca era uma boa opção durante exame, segundo seu sensei – cravando a lamina nesta e fazendo um dos clones daquela moça gritar horrorizada.

Ele arregalou os olhos em seguida, pois ele tinha desaparecido em uma nuvem de fumaça. Era outro clone? Mas como tinha resistido tanto antes?

- Ayame-chan! – gritou uma voz feminina.

Ele virou o corpo com a foice para as suas costas quase no mesmo momento em que ouviu o grito, atingindo a moça na barriga e a fazendo desaparecer também. Mas atrás viu outros dois clones dela, e pelo canto dos olhos viu Tanzo sendo atacado pela morena, ou melhor... o que ela estava fazendo ali? As roupas de Tanzo estavam rasgadas e podia ver longos vergões no seu corpo, vergões que pareciam pingar sangue. Mais atrás sentia que Tomoko estava agoniada pelos sons que ouvia ela fazer conforme enfrentava os dois que foram na sua direção – já que o terceiro ele interceptou.

Viu algo surgir na mão de uma e a outra parecia fazer algo ali. Imaginou que era a mesma coisa que o loiro tinha feito antes na estrada, e mesmo que não fosse, não ia se arriscar a descobrir o que podia ser.

Não tinha mais jeito agora. Tinham que lutar e abrir caminho para escapar. Saltou na direção dela e girou a foice para atingi-la, apenas para ser bloqueado por um dos clones da moça – que nunca soube de onde veio - e atingido nas costas pelo cachorro negro. Quase perdeu a foice desta vez. Olhou para trás e viu Tomoko conseguindo uma pequena distancia daqueles dois loiros – o clone e original – com alguns hematomas no seu rosto. Diferente da moça que fazia seus clones pularem com tudo no seu oponente, os clones dele agiam como parceiros, portanto agora sim ele sabia quem era o mais perigoso ali.

Bem como o mais habilidoso também.

Tomoko criou algumas marionetes que foram prontamente atacadas pelos clones da moça e do ninken. Era só distração e ele sabia disso. Ela estava dando para ele alguma folga para que ele pudesse fazer algo. Pulou para trás para escapar de duas daquelas moças de cabelos negros segurando algo entre elas. Era uma esfera brilhante bem parecida com o que viu nas mãos do outro antes. A técnica deles era muito similar mesmo.

Se aquela coisa causasse a mesma explosão que tinha visto, era a sua oportunidade. Aguardou ambas se aproximarem e arremeteu a ponta da foice contra aquela esfera. Como esperava, ela explodiu, mas o que não esperava era ser pego na onda de choque daquilo. Ele foi quase jogado a um metro para trás, mas mesmo antes de parar de se mover ele viu que todos os clones femininos ali tinham sumido, e no chão estava ela agarrando o ombro e esboçando uma grande expressão de dor no rosto.

Como o rapaz não tinha se machucado assim quando fez coisa similar? Enquanto pulava para cima dela e cravava a lamina do lado de seu pescoço, imaginou que era preciso controlar o fluxo de chakra daquilo enquanto atingia algo. Como ele atingiu com sua lamina e o partiu, talvez ela tenha perdido a concentração e recebeu o impacto, ou mais provavelmente tentou recriar o jutsu e ele escapou do controle.

- Ayame-chan! – gritou o loiro com o braço envolvendo o pescoço de Tomoko. Que ótimo, um impasse! A lâmina de sua foice estava a milímetros do pescoço da genin de Konoha, e ele estava em posição ideal para partir o pescoço de Tomoko. Tanzo e a morena pararam de lutar quando perceberam aquilo.

- Nem tente – rugiu ele quanto ela moveu o braço esquerdo para a lamina no sentido de move-la para longe – é hora de conversarmos.

Para dar mais ênfase, ele apertou mais a lamina contra sua pele, tocando esta e dificultando para ela respirar. Sua lamina era bem afiada, e toda vez que ela engolia ou respirava mais fundo, um fraco corte ocorria em sua pele.

Olhou para o rapaz mas este nada disse. Apenas o observava com os olhos bem estreitos, sem demonstrar propriamente raiva, mas sim determinação. Tomoko estava ficando com o rosto um pouco avermelhado, indicando o quão forte ele pressionava o seu pescoço.

- Que ótimo... conseguimos reféns ao mesmo tempo – disse Kotar o olhando nos olhos e tentando demonstrar a mesma determinação. Ele ofegava muito, claramente cansado pela luta. O loiro também estava cansado, mas parecia em melhores condições.

- Haru-chan – disse ele após alguns instantes – peça para sua parceira trazer a bonsai de volta.

Parceira? Claro, o ninken. Ou melhor, a ninken. Então era uma cadela?

- Minato-kun – murmurou a morena o olhando de uma forma que parecia não acreditar.

- Apenas faça.

Ele ia desistir assim? A intenção dele era bem mais simples. Queria parar com a luta e se afastar, para mais tarde com os conhecimentos que obtiveram os enfrentando tentar novamente. No entanto, se ele estava desistindo da Grande Bonsai, indicava que agora eles é que seriam o alvo. E pelo tamanho que se lembrava daquela planta, não ia ser nada fácil esconde-la ou protegê-la.

Poucos minutos depois a cadela negra retornou com a planta firmemente segura em suas mandíbulas. Felizmente ela a segurava no vaso quadrado de barro, não em seu tronco. Ela a entregou para a Inuzuka e posicionou-se a frente dela, bem em sua direção e abaixou a cabeça, pronta para o atacar.

- Vai me entregar ela em troca de sua colega? – perguntou ainda não acreditando.

- Digamos que você vai largar minha amiga para pegá-la – disse ele afrouxando o braço ao redor de Tomoko – Haruka-chan, cole uma tarja na bonsai e a jogue longe – em seguida olhou para ele sorrindo de forma que parecia se divertir – melhor se apressar.

Arregalou os olhos quando viu a morena fazendo exatamente aquilo. Praguejando ele correu na direção dela e saltou para pegar a planta no ar, retirando a tarja presa nesta e a jogando longe. Girou no ar deixando a planta na sua frente e a explosão aqueceu suas costas fortemente por alguns instantes. Quando olhou ao redor viu apenas fumaça onde a garota ferida estava e também no lugar dos outros dois. Tomoko andava segurando o cotovelo saindo de uma das nuvens de fumaça, e Tanzo se deixou cair sentado no chão ofegando muito.

Olhou para a planta nas suas mãos e sorriu levemente. Agora tinham todos os tesouros. Mas mantê-los pelo jeito seria uma verdadeira guerra caso cruzassem com eles de novo.

- Temos que ir – disse ele para seus colegas – precisamos ir o mais rápido possível para a aldeia da Nuvem.

- Kotar – disse Tanzo respirando devagar e verificando seus ferimentos – eles não estão em muito melhor estado que nós. Melhor descansarmos...

- Quer enfrentar eles de novo? – disse com o olhar sério.

Tanzo apenas apertou os lábios e se levantou novamente.

Já a quase cem metros daquele local, Minato tirava a camisa da companheira e examinava a lesão em seu braço.

- Mas o que foi que você fez? A rasengan não explode se for interrompida.

- Tentei evitar que se dissipasse – disse ela com os dentes pressionados de dor e gemendo quase sem se controlar – sinto como se tivesse quebrado todos os ossos do braço. Me desculpem.

Havia lagrimas em seus olhos. Não apenas pela dor que sentia, mas pelo erro que cometeu. Eles estavam em vantagem ali e ela acabou se arriscando sem necessidade novamente.

- Já foi – disse Haruka com uma expressão reprovadora agora... DROGA! – disse ela pegando uma kunai na sua bolsa e se virando com ela em punho.

- Haru-chan? – chamou Minato, mas logo viu o que chamou sua atenção.

Pulando das árvores estava chegando o outro time de Suna. Descansados e muito provavelmente observaram toda a luta que ocorreu. Decerto queriam pegar a Grande Bonsai dos vencedores, já que iam estar bem cansados. Só que pelo jeito eles erraram sobre quem tinha vencido.

- Pensei que queriam a Grande Bonsai – disse Minato se levantando e criando uma rasengan na mão direita.

- E ainda queremos – disse Hameri abrindo vários sacos de poeira do cinto e fazendo estas flutuarem diante dela, como se manipulasse a mesma com fios invisíveis saindo de suas mãos.

- Se não repararam, o outro time a pegou – disse Haruka ainda pronta para o combate, sendo que Shiromaru estava diante dela rosnando para os recém chegados.

- Reparamos sim, mas eu me lembro muito bem de duas coisas... primeira, você podia muito bem ter aproveitado quanto a Inuzuka jogou a planta para derrubar Kotar com essa bola brilhante ai na sua mão.

- Já disse que não sou Inuzuka!

- Bem – ela sorriu – na minha opinião, devia ser considerada uma – Haruka arregalou os olhos levemente - E segundo... – ela sorriu maliciosamente – duvido que aquilo era realmente o tesouro. Na folha que nos deram, a descrição da mesma tinha sido rasurada de forma que é impossível ler. E acho inacreditável você desistir assim tão facilmente. Portanto eu acho que vocês apenas entregaram um engodo para eles.

- Se você não sabe o que é a Grande Bonsai, como vai saber se vamos lhe dar a verdadeira?- perguntou Minato.

- Vou confiar em meus instintos. Já revistamos a bolsa que você jogou lá na estrada quando o time doze atacou. Não vi nada que pudesse se encaixar na descrição. Acho que talvez seja uma pintura de uma bonsai ou até um pingente de uma. Pode até ser um brinco com uma pequena bonsai como pingente.

Haruka estava começando a rosnar, e sua parceira rosnava quase que da mesma forma.

- Não duvido que possa encarar nós três pelo que vi você lutando – Hameri estava bem séria agora olhando para Minato – mas acho que Haruka-san talvez não tenha a mesma sorte. Quer ficar com duas colegas feridas com você?

Minato não respondeu. Apenas abriu a mão esquerda e outra rasengan se formou ali, o que fez tanto Toru quanto Itheri demonstrarem clara preocupação.

- Minato-kun!

Ele olhou para Ayame, e esta se esforçou para se levantar. Ele continuou encarando os tres diante dele, muito provavelmente planejando como iniciar a luta. Hameri por outro lado tinha visto ele lutando e usando seus clones de uma maneira que era assustadora, e estava muito receosa que ele decidisse pagar para ver se eles podiam derrotá-los agora, mesmo enfraquecidos e com um membro a menos no time.

- Minato-kun, no meu bolso... – disse ela apertando os olhos para suprimir a dor no braço.

- Ayame-chan?

- Pegue... não vai valer a pena... não agora...

Ele parecia confuso. Aproximou-se dela e colocou sua mão no bolso de sua calça, e demonstrando uma certa surpresa, retirou algo de lá. Ele arregalou os olhos quando viu aquela pequena miniatura de bonsai feita de vidro que estava na mansão da princesa.

- A gente recupera depois – disse ela sorrindo dolorosamente.

Minato olhou para Hameri e fechou o punho ao redor do artefato de vidro, pensando no que fazer. Os tres integrantes do time de Suna retesaram os músculos e ficaram em posição de combate, imaginando que ele não ia desistir assim.

- Já que minha colega pediu.. – murmurou ele largando o objeto no chão.

Antes que este atingisse o solo, uma nuvem de poeira o envolveu e o levou em direção a Hameri, que o observou atentamente, quase não acreditando que tinha conseguido.

- Temos os tres agora! – disse Toru.

- Quieto – ralhou Hameri o repreendendo – vai ter dois times atrás de nós agora – ela olhou para eles mais uma vez e sorriu de uma forma um pouco triste – me desculpem. Se houvesse uma forma de dividirmos isso, eu dividiria. Vamos indo.

Sem dizer mais nada os três correram se afastando deles.

- Ayame-chan... – Minato olhou para ela e sorriu – estou te devendo um beijo bem gostoso.

- Pode pagar agora – ela sorriu enquanto se sentava novamente.

- Não pensei que tínhamos um plano C – disse Haruka sorrindo.

- Nem eu. Peguei aquilo porque achei bonito mesmo – disse Ayame olhando para o loiro e esperando ele pagar a dívida que tinha comentado.

Longe dali agora, Kotar urrava de raiva ao perceber que alguém tinha remexido em suas mochilas que tinham deixado sobre uma árvore e levado o Olho do Coiote. E considerando o estado de seu time, duvidava que pudessem alcançar os prováveis culpados a tempo.


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Notas finais do capítulo

Bom, ai foi o confronto Suna x Konoha. O primeiro deles. Mas já adianto que o proximo vai ser na segunda parte do exame. Espero que tenham gostado das reviravoltas.