Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 57
Capítulo 57




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- Afinal, vão querer alguma coisa ou não?

Haruka olhou para a mulher idosa e rude que os encarava com cara de poucos amigos. Achar a aldeia que queriam tinha sido fácil, descobrir que a pessoa que procuravam tinha se mudado foi frustrante, mas ao menos ainda ficava no caminho deles rumo ao tesouro mais longe. Era um vilarejo recente aquele, basicamente um entreposto comercial com vários tipos de comercio e pelo jeito iria se tornar aldeia em breve, e talvez em poucos anos uma grande cidade considerando sua localização, bem na confluência de cinco rotas comerciais rumo ao mais recente porto construído no pais do Trovão. Levou um dia a mais de viagem para chegarem ali, mas ao menos sabiam que ainda estavam adiante dos outros times.

Ela ainda se arrependia de seu clone não ter sido o ultimo a desfazer o jutsu antes de entregarem para eles a lista que tanto queriam... teria adorado ter visto o rosto de surpresa deles. Infelizmente esse prazer ficou mesmo com Ayame. De qualquer forma, estavam a um dia de vantagem deles quando os três times receberam uma cópia da lista, e estes mesmos times estavam esgotados de terem de trabalhar para reparar tudo o que foi destruído.

- Tem algum pingente aqui chamado Estrela do Coração? – perguntou Ayame para a mulher.

Minato e Shiromaru estavam do lado de fora da loja. Minato estava avaliando a infeliz falta de sorte de precisarem procurar pela jóia agora. Encontraram a família que tinha recebido esta de volta, apenas para descobrir que a venderam pouco depois de se mudarem para terem dinheiro para iniciar o novo comercio. Shiromaru estava lá para farejar melhor os arredores e não permitir que fossem surpreendidos por oponentes tão próximos como da ultima vez. E logicamente, haviam clones dela mais distantes de guarda.

- Não dou nome para as jóias – disse ela de forma rude ainda.

O problema deles era que agora apesar de saberem o que procuravam, não sabiam com o que se parecia. A única dica que tinham era o seu nome. Pelo jeito, teriam mesmo que voltar até a família que o vendeu para trazer um deles ali e descobrirem o que realmente procuravam.

- O pingente que a família Shinida vendeu para você uns anos atrás – disse Haruka por fim.

- Aquilo? – ela finalmente mudou sua postura, mas foi para pior – o que meninas inúteis como vocês querem com algo tão bonito?

Pela décima sexta vez Haruka se perguntou como aquela mulher conseguia ter aquele negocio tratando possíveis clientes daquela forma. Estava quase que querendo se transformar em ninken apenas para persegui-la por alguns quarteirões, só para sua satisfação pessoal.

- Então ainda está aqui – disse Ayame.

- Sim, ainda tenho aquilo. E daí?

- E daí? – Haruka estava pasma – queremos comprar aquilo, oras.

- Não – disse ela séria os olhando desconfiada – é meu. Não está a venda, nunca esteve e jamais estará. Agora, se não quiserem outra coisa, podem sumir daqui.

As duas saíram de lá quase que com a mulher as chutando, encontrando Minato do lado de fora que ouviu a conversa nada amigável que houve.

- Vamos ter que apelar – disse Ayame para ele.

- -Então vamos esperar o anoitecer - disse ele começando a andar sendo acompanhado por elas – vamos acampar a uma hora de caminhada daqui. Meu clone esta conversando com o senhor Shinida para ter uma descrição do que queremos.

Haruka sorriu alegremente enquanto acariciava Shiromaru e corria um pouco com ela ao seu lado para se divertirem. Para ela e Ayame não havia duvidas que ele acabou assumindo muito bem o papel de liderança do time, sempre tentando se antecipar e planejando contingencias para as situações, como esta de agora de a jóia estar com a mulher mas ela não querer entregar. Se bem que seria a mesma coisa caso não pudessem comprá-la.

Duas horas depois, Ayame estava esquentando no fogo a comida que tinham guardada desde a ultima vez que tinham caçado algo. A noite estava começando a cair formando o crepúsculo no horizonte. Haruka procurava lembrar-se mentalmente da disposição da loja que tinham visto, das vitrines com as jóias e das duas portas que tinham ali. Uma na parede e outra no chão, pouco abaixo de onde a mulher ficava sentada esperando os clientes chegarem.

- Na verdade ela é feita de vidro – dizia Minato enquanto desenhava no chão um esboço – parece com um shuriken de quatro pontas, e no seu interior, bem no centro tem um rubi cortado em forma de coração.

- Nossa – comentou ela imaginando aquilo – parece ser bonito.

- E bem caro também. Venderam por dez mil.

- Então íamos mesmo ter de roubar – disse Ayame verificando se a comida estava quente  - ainda bem. Não fui com a cara daquela mulher. Parece que nem era vendedora.

Haruka concordava com ela. Enquanto comiam, Minato dava sugestões de como podiam agir, coisa que as duas estavam mais inclinadas a considerar como “ordens do chefe“, embora ele não se considerasse assim. Ele e Ayame iriam manter dois clones do lado de fora da loja camuflados, que iriam reverter o jutsu e assim os alertar se algo estranho ocorresse do lado de fora. Simplesmente iriam entrar na loja quando esta estivesse fechada e procurar pelo pingente. Devia estar em algum lugar ali dentro ou talvez com a própria mulher. Minato disse esperar não precisar ir atrás da mulher, coisa que ambas concordavam.

Depois disto, apagaram o fogo e se prepararam, deixando suas mochilas escondidas debaixo de alguns arbustos e pedras. Seguiram para o vilarejo e assim que chegaram tiveram uma surpresa. A loja já estava fechada. Algumas outras estavam abertas ainda, mas a maioria não. Aparentemente não havia movimento a noite ali, o que justificava isso. Para eles apenas lhes dava mais tempo para fazerem o que queriam.

Minato e Ayame fizeram seus clones e estes imediatamente foram de forma furtiva, se escondendo nas sombras até o telhado da loja, camuflando-se lá em cima. Logo depois foi a vez deles fazerem o mesmo trajeto. Infelizmente só havia uma porta de entrada, assim como uma janela, e ambas ficavam na frente da loja. Como ainda havia alguma iluminação ali vinda de algumas casas relativamente próximas, tinham de tomar muito cuidado para abrir aquela porta sem serem vistos.

Haruka foi a primeira a tentar. Observou bem o ambiente e esperou sua parceira lhe indicar que ninguém estava próximo ou olhando naquela direção. As vezes sentia inveja dos sentidos ampliados de sua amiga, embora tenha notado que quando se transformava em uma copia dela, parecia que de alguma forma ela tinha seus sentidos ampliados também. Esgueirou-se agachada até a porta e usando dois pedaços rígidos de arame, ficou experimentando a fechadura até sentir como era o segredo desta.

Ainda achava que era coisa de ladrões aquele treinamento que o sensei lhes deu, mas a verdade era que ninjas faziam roubos também – como o que iam fazer agora – e muitas vezes era bom poder agir sem ser descoberto.

Levou quinze minutos com a testa suando, mas ela conseguiu destrancar a fechadura. Abriu a porta lentamente temendo fazer barulho e entrou dentro da loja, logo seguida de sua parceira e de seus colegas.

Ela foi até a vitrine em forma de balcão e começou a observar cada jóia ali, da mesma forma que tinham feito antes, mas agora tinha uma idéia do que procurar. Minato e Ayame faziam o mesmo, e sua parceira estava com os ouvidos e nariz preparados para os alertar caso percebesse alguém indo na direção deles.

Meia hora depois, confirmaram seus temores. O que procuravam não estava lá. Minato se aproximou de Haruka e indicou a porta atras dela, para que ela tentasse abri-la. Haruka foi até esta e para sua surpresa ela estava destrancada. Abriu esta bem mais devagar que a porta de entrada e ficou um pouco decepcionada com o que viu. Era um quarto comum com apenas uma cama e uma pequena mesa de cabeceira ao lado desta. Para se assegurar ela entrou no quarto e olhou ao redor. Esta observação melhor revelou algo inusitado.

No teto do quarto havia um gancho. Não seria estranho tal coisa dentro de um quarto, afinal na casa na qual ela morava a Tsume tinha um gancho que sustentava uma planta em um dos corredores. Só que este gancho era muito grande, bem capaz de sustentar uma pessoa, ou até duas. Fora isso não achou nada excepcional.

Voltaram para o cômodo principal da loja para tentar abrir a porta do chão desta, e para surpresa de todos, esta estava firmemente pregada no piso. E considerando como os pregos estavam com ferrugem, não deviam abrir aquilo fazia muitos anos.

Isso significava duas coisas: A jóia não estava ali, portanto estava com a mullher, e a mulher também não estava ali, e devia estar em uma das casas do vilarejo. A questão agora era.. qual delas? Bom, ela tinha uma parceira que podia localizá-la.

Minato começou a murmurar chamando a atenção de Haruka, eao chegar mais proximo dele viu o que ele queria. Que ela pedisse para Shiromaru rastrear a mulher. Sorrindo por ele ter pensado no mesmo que ela, ela fez sinal para sua parceira que se aproximou.

- Ache aquela mulher, Shiromaru. O cheiro dela está aqui, não deve ser difícil

Todos eles observaram a cadela começar a farejar ao redor e a ir para o lado de dentro do balcão com as vitrines, farejando muito por ali. Depois a viram sair e para sua surpresa, ela não foi até a porta de entrada, mas sim para a porta interna que dava no quarto vazio. Shiromaru foi lá e ficou com o focinho roçando o piso abaixo daquele gancho. Chegou mesmo roçar as patas no piso, como se quisesse cavar.

Haruka chegou a pensar que sua parceira estava confusa, mas Minato se aproximou dela e tocou com a mão onde ela tentava cavocar o piso. Ficou movendo esta pela superfície até que dobrando a cabeça, espalmou a mão no piso e se concentrando um pouco para fazer esta se aderir a esta superfície, ficou surpreso ao mover esta para cima e uma parte quadrada do piso vir junto com a mão.

Era um alçapão oculto! Chegando mais perto os três viram que havia buraco ali, talvez com mais de nove metros. Talvez fosse para isso que o gancho servisse, para ajudar a descer algo ou alguém ali. E como havia luz no fim, estava evidente que não era um poço de água interno.

No entanto... aquilo deixava as coisas mais confusas. Shiromaru foi direto até ali, portanto ou a mulher estava no fundo ou costumava ir lá com freqüência. Considerando que a passagem estava fechada antes e que não havia corda alguma presa no gancho, acharam que ela não estava ali. Mesmo assim desceram o poço com cuidado, evitando fazer barulho. la embaixo, Ayame colocou sua cabeça na sala no qual o poço desembocava e ela ficou impressionada. Haviam varias bancadas ali com pedras em cima, como que soltas nesta. Mas uma olhada melhor revelou que as pedras eram preciosas ou semi preciosas.

- Nossa – murmurou Haruka quando chegou ali e ajudou sua parceira a descer também – o que será que é isso aqui?

- Acho que é a oficina onde ela lapida e monta as jóias que vende – disse Ayame olhando ao redor.

- Só que ela não fabrica jóias – disse Minato cruzando os braços.

Era verdade! Ela era conhecida por revender jóias, não as fabricar. Então o que era aquilo tudo?

Começaram a examinar as bancadas, encontrando muitas pedras brutas pequenas, alguns pedaços ainda incrustados na rocha mas que eram pequenos demais para serem aproveitados e por isso mesmo descartados. haviam vários pequenos montes nas bancadas das pedras brutas. Talvez classificação uma classificação de tamanho e qualidade. Mas não viram nenhuma pedra acabada ali.

Sem perceber, já estavam olhando aquilo por mais de  uma hora, até que subitamente tanto Ayame quanto Minato ficaram empertigados, sendo que Ayame murmurou um “droga” com os lábios.

Para Haruka era evidente que os clones que eles deixaram lá em cima os avisaram de algo. Alguns segundos depois, Shiromaru tinha erguido as orelhas e ficou inquieta. Haruka sentiu na hora que ela tinha percebido alguém se aproximar, ou melhor, varias pessoas se aproximavam da casa. Pelo menos umas cinco, incluindo a mulher.

- Haruka-chan – começou Ayame.

- Já sei... cinco pessoas estão vindo para cá – disse ela acariciando a cabeça de sua parceira – e Shiromaru não gostou de nenhuma delas.

Minato pulou depressa pelo poço e depois de alguns segundos voltou por ele.

- Fechei a entrada, vamos nos manter ocultos no teto.

- Mas as portas ficaram abertas – murmurou Haruka.

- Eu sei... mas ainda podemos ter a surpresa do nosso lado caso nos descubram – ele colocou a mão dentro de sua camisa e retirou um fino lençol de seda. Haruka e Ayame imitaram ele e se fixaram no teto, logo em seguida se camuflando atrás do tecido. Shiromaru ficou encostada na parceira para poder ser camuflada também.

Notou sua parceira ficar tensa. Se alguém perguntasse, ela responderia que de alguma forma Shiromaru conseguia lhe transmitir o que ela percebia, especialmente quando se transformava numa copia dela. Agora mesmo sabia através dela que eles entraram na loja, e se moveram depressa para o quarto. Não era algo para se estranhar, era natural alguém agir assim ao chegar em sua casa e notar que a porta que deixou trancada esta agora aberta, ainda mais se há varias pessoas com você. Ouviu o som de maderia através do poço ao mesmo tempo que percebeu eles na sala acima.

Sabia que um deles descia rapidamente pelo poço, se apoiando provavelmente nas paredes deste ou escorregando depressa por uma corda. Súbito alguém pousou ali na sala com facas em ambas as mãos e olhou ao redor rapidamente. Depois se agachou para aparentemente olhar debaixo das bancadas.

- Não tem ninguém – disse ele quase gritando através do poço.

Logo uma corda apareceu ali e ele guardou as facas enquanto esperava alguém chegar. Três homens desceram em seguida e um pouco depois, a mulher dona da loja. Podia ser idosa, mas tinha uma forma física invejável para muitos jovens, sem dúvida. Ela olhou a sala com aquela normalmente mal encarada dela e bufou.

- Eu disse que devem ter pego o que queriam lá em cima.

Ela foi andando pela sala e ficou embaixo de Haruka, diante de uma das bancadas no canto da sala. Retirou um pequeno saco do bolso e o encheu com um dos pequenos montes de pedras ali agrupados. Pegou um segundo saco e foi até uma bancada a dois metros dali, fazendo o mesmo com outro monte, um de pedras avermelhadas. Deu um nó na boca dos sacos e os atirou para um dos homens ali, o que parecia ser o mais velho deles pela sua barba. Ela também notou que este tinha uma katana curta na cintura, uma arma normalmente usada em lugares fechados. Seriam ladrões? Contrabandistas? Ou mais provavelmente apenas negociantes?

Mas ela esqueceu de tudo aquilo quando percebeu algo no pescoço da mulher. Do ângulo em que estava, agora podia ver que havia um pingente ao redor de seu pescoço, e perto de seus seios ela podia ver claramente algo em forma de estrela ali. Era grande, quase do tamanho de um medalhão.

- Só isso? – disse o homem balançando os sacos na mão.

- Se acha que é fácil separar e tirar a escória, pode pegar o resto – disse ela daquela forma toda mal educada dela – só posso trabalhar a noite, sabe disso.

- Tudo bem, Guna – disse ele maneando a cabeça com desdém – não vamos arriscar a cabeça a toa.

- Sua cabeça, você quer dizer – ela riu de uma forma um pouco esganiçada – os dois aí conseguiram ficar procurados, não foi? Soldados estiveram aqui duas semanas atrás procurando por eles.

Os outros dois homens aos quais ela devia se referir olharam feio para ela, mas nada disseram.

- Porque não disse isso antes/

- Não é problema meu – ela riu novamente – apenas preparo as pedras. Vocês que devem tomar cuidado quando as contrabandeia para o país da Terra.

Contrabandistas? Que coisa mais interessante. Pelo menos agora tinham um argumento para roubar a mulher e fazê-la ficar em silencio. Mas para Minato parecia que ele não estava disposto a esperar mais para agir de forma furtiva. Assustada, Haruka viu ele retirar a camuflagem e pousar no canto da sala, atraindo a atenção de todos ali.

A mulher rapidamente correu para um canto da sala – exatamente abaixo de Haruka novamente – e os quatro homens tomados pela surpresa demoraram um pouco para reagir, mas logo se muniram de facas e aquele que recebeu os sacos pegou sua katana.

- Só quero o pingente da velha – disse Minato os olhando enquanto ajustava a bandana na testa – vocês e o que estão fazendo não me interessa.

Haruka notou a mulher ficar apavorada através dos sentidos de sua parceira. Se eram ladrões comuns, não iam ter problemas os enfrentando. O problema era que pelo que Shiromaru estava sentindo, um deles não era comum. E era justamente aquele com a katana.

- Acha que tenho medo de um lixo de Konoha? – disse ele com os dentes a mostra – vou te mostrar que não deve me subestimar. Peguem-no!

Os outros três pularam na direção de Minato, enquanto o que tinha a katana chegou a dar um passo para trás. Nesta hora Haruka saiu de sua camuflagem quase que ao mesmo tempo que Ayame. Haruka colocou os pés nos ombros da mulher e usando ela como apoio se impulsionou na direção dele, o que fez a idosa mulher ser atirada de costas contra a bancada atrás desta chegando mesmo a quebrá-la totalmente, espalhando as pedras no chão.

- O cara com a katana – gritou ela – ele é ninja!

Ayame imediatamente mudou o rumo que seguia e saltou na direção do homem atirando já uma kunai. Este incrédulo por ter mais gente ali se virou com com um movimento com a espada desviou a kunai que ia para sua cabeça, dando um salto grande para trás e ficando em cima de uma das bancadas, com a espada ameaçando quem chegasse perto. Ele tinha ficado em um canto da parede, o que o protegia de ser atacado dos lados e pelas costas.

Nenhuma das duas se incomodou em ajudar Minato, ele não teria dificuldades contra três pessoas comuns. Ambas estavam interessadas em manter esse com a katana ocupado até ele estar livre e então os três juntos iriam cuidar dele.

Como que para confirmar isso, um dos três tinha acabado de cair ao chão e estava se contorcendo de dor. Receber uma joelhada daquelas no rim faria até o sensei deles ficar assim. Estava na cara que eles  não sabiam mover o corpo instintivamente para amortecer os golpes.

Ayame jogou shurikens contra o homem no canto e Haruka fez clones de sua parceira, os enviando para o atacar. Ele ficou claramente surpreso com aquilo, mas não se intimidou. Deixou as shurikens o atingir enquanto atacava com raiva – e habilidade – os clones. Livrou-se deles facilmente, o que indicava que era mais perigoso do que Haruka tinha julgado inicialmente. Ela fez novos clones e fez estes ficarem maiores. Novamente eles foram na direção dele.

No outro canto da sala, outro dos contrabandistas caia ao chão com os dentes quebrados e entorpecido com o impacto que recebeu na boca. Minato pulou para o teto e lá de cima agarrou a cabeça de um dos que ainda estavam de pé. No outro canto a mulher apenas olhava tudo apavorada, incapaz de se mover.

Minato aparentemente estava resistindo a tentação de quebrar o pescoço daquele que ele pegou – isso era algo que o sensei deles os ensinou, matar apenas quando fosse preciso – preferindo apenas pressionar usa garganta para que sufocasse e perdesse os sentidos. Ele usava o corpo deste com as pernas esperneando para manter o outro distante.

O homem com a katana decidiu partir para o ataque. Saltou por sobre os clones atingindo um destes com a lamina, girou esta em seguida para tentar atingir Ayame – que dobrou o corpo no ar para se desviar – e foi com o impulso até Haruka, que concentrada parecia estar rosnando levemente, mas ela própria não estava se dando conta disto. Quando a espada se moveu na sua direção ela ficou parada, quase que convidando esta para a partir em dois. Ayame mais atrás não parecia acreditar que a colega não iria se desviar. Mas Haruka tinha um trunfo. Um trunfo que apareceu pouco antes de ser impossível escapar da lamina. Um trunfo chamado Shiromaru.

Shiromaru pulou e mordeu a lamina, girando o corpo ao redor desta fazendo o homem ser obrigado a largá-la. Surpreso, ele terminou seu trajeto recebendo um movimento um golpe de Haruka movendo a mão de baixo para cima. Seus dedos entraram por debaixo da camisa dele e suas unhas fizeram longos cortes em sua barriga e peito. E ainda ela girou o corpo e o atingiu com o cotovelo do outro braço, o jogando para trás.

Foi só depois disto que ela olhou para sua mão e tentou entender o que tinha feito. Tres de suas unhas estavam quebradas, e as outras duas tinham carne por baixo. Carne e sangue que ela tinha arrancado dele. Mas porque diabos ela tinha feito aquilo? Ela não podia fazer suas garras crescerem como os Inuzukas, o que tinha dado nela?

Mas não tinha tempo para pensar nisso agora. O homem se levantou e estava se esquivando e bloqueando os golpes de Ayame. Minato já tinha posto aquele para dormir e agora agarrava o ultimo pelas costas, pressionando a veia em seu pescoço que iria desacordá-lo em alguns segundos. Haruka balançou a mão para se livrar daquela carne debaixo das unhas e foi ajudar a amiga. Ambas o pressionaram contra o canto da parede, e ele parecia ser bem habilidoso, embora agora ela estivesse acreditando que ele devia ser algum aluno de academia ninja que não se formou, pois apesar de ser claramente bom no corpo a corpo, alguém de sua idade deveria ser mais capaz do que estava demonstrando.

Mas ainda bem que não era o caso, pois vencer suas defesas estava dificil. Ayame saltou para trás deixando Haruka e Shiromaru o atacando e arremessou uma kunai com tarja bem as costas de Haruka dando um grito agudo. Esta reconhecendo o sinal se abaixou pouco antes da kunai a atingir,  passando a milímetros do rosto do homem e se cravando na parede. Este pelo jeito sabia o que era aquilo e pulou para a frente, ignorando que seria atacado por Haruka, que o fez  bloqueando seu trajeto com os punhos e usando seu impulos para se posicionar mais atrás, deixando o corpo dele como proteção da explosão que ocorreu em seguida.

Ele foi arremessado para frente e seu queixo encontrou o joelho de Haruka, mas ao mesmo tempo o cotovelo dele acertou seu peito. Ela gritou de dor enquanto ele caia ao chão atordoado. Ayame tentou pular em cima dele mas ele rolou no chão antes mesmo dela começar o pulo. Ele estava agindo mais por instinto agora, se lembrando de seu treinamento, coisa que provavelmente não ocorreu nos anos em que cresceu sendo contrabandista. Mas ele parou de atacara quando Minato apareceu entre ele e as meninas com duas bolas luminosas nas mãos.

- Já disse que só nos interessa o pingente que está com a mulher – disse Minato o encarando – pegue o que quer e vá embora daqui.

Ele olhou ao redor vendo seus companheiros caídos no chão e a mulher que ainda estava em um canto da sala, incapaz de se mover. Mostrando os dentes e determinação no olhar, ele avançou contra Minato que foi apenas se desviando de seus golpes, o atraindo deliberadamente em direção a Haruka. Esta percebeu sua tática e se agachou, sendo que Shiromaru se posicionou ao seu lado. Ayame ficou afastada, pronta para qualquer eventualidade. Ele era um ninja. Podia ter talvez não completado o treinamento ou nunca ter se formado, mas tinha algo que eles não tinham, experiência! Minato não estava disposto a se esgotar o enfrentando no corpo a corpo, e também era obvio que não queria deixa-lo todo quebrado ali para depois os soldados o encontrarem e começarem a procurar por eles para ter mais informações. Isso poderia atrasá-los e muito em sua missão do exame.

Na hora certa, Haruka fez os selos com as mãos e Shiromaru cresceu até o tamanho adulto, saltando pelas costas de Minato em seguida. O homem surpreendido pelo tamanho atual da ninken cruzou os braços para se defender dela, o que deixou sua virilha desprotegida a qual Minato sem piedade chutou com toda força.

Até a mulher no canto da parede retesou o corpo imaginando o que o homem tinha sentido. Ele desabou ao chão se contorcendo de dor e totalmente indefeso. Minato apenas pressionou a veia de seu pescoço o fazendo perder os sentidos em alguns segundos.

- Que malvadeza, Minato-kun – disse Ayame sorrindo de forma sapeca para ele.

- Da próxima vez eu deixo você chutar o saco do oponente, está bem?

- Vou adorar! – disse ela rindo e se dirigindo a mulher, sendo que Minato e Haruka logo se juntaram a ela.

- Bem minha cara mal educada vendedora – disse Haruka se agachando ao lado de sua parceira e a acariciando – sabe o que queremos. Nos de logo ou vamos simplesmente arrancar de seu pescoço.

Ela os olhou com medo, e segurou o pingente no pescoço com força. Parecia que ainda não estava convencida a o entregar.

- Vamos... vamos fazer um acordo... eu.. eu dou tudo o que tem na loja para vocês...

- Porque isso é tão importante para você? – perguntou Minato.

Ela tremeu totalmente, provavelmente apavorada para contar. Porém a kunai de Ayame que encostou na sua testa a fez se controlar um pouco.

- Quando comprei isso, um homem, um ninja apareceu para mim a noite e disse que sabia quem eu era e o que eu fazia. Disse que se eu vendesse ou perdesse isso eu seria presa e condenada pelo resto da vida por roubar e contrabandear as pedras brutas. Disse que em alguns anos jovens viriam atrás disto, e que eu não deveria de forma alguma entregar para eles. Se eu ficasse com a pedra, ficaria livre.

- Ora vejam só – disse Haruka ainda agachada acariciando sua parceira – ela virou parte do teste. Uma criminosa que podia contatar amigos perigosos. Muito provavelmente andaram te vigiando para saberem quem eram seus contatos. Sua idiota.

- Bom, você não se precaveu – disse Ayame movendo a kunai para seu pescoço e com esta removendo o pingente deste – agora isso é nosso, e não temos nenhum arrependimento por isso. Na verdade – ela a olhou com olhos frios – acho que devíamos matá-la para que não resolva mandar alguém atrás da gente. Afinal, um dos amigos dela era um shinobi.

- Nossa missão não é matar – disse Minato a observando – e também não somos autoridades neste país – ele olhou o pingente nas mãos de Ayame e ficou um pouco pensativo no que fazer – se quer uma sugestão, fuja.

Ele virou as costas e pulou na abertura do poço logo acima, sendo seguido pelas amigas. Haruka sorriu com a sugestão dele. Se ela fugisse, os outros times não teriam como saber que eles tinham pegado aquele tesouro.


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