Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 35
Capítulo 35




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Abriu a porta com calma e sorriu ao ver que era a cozinha. Finalmente poderia ter alguma coisa para refrescar sua seca e rançosa garganta. Atravessou a porta lentamente, com largos passos e até mesmo cuidando de não pisar fortemente no piso de cerâmica. Ela adorava as cozinhas bem acabadas e detalhadas dos nobres, eram lindas de se ver. Curioso que os donos de tais cômodos nem ao menos se incomodavam de observar e dar o devido valor ao que tinham. Bom, ao menos o dono deste cômodo em especial realmente nunca mais teria a chance de fazer isso, ou melhor, em breve ele nunca mais teria chance.

Abriu os gabinetes e encantou-se com alguns copos de cristais. Pegou um deles e o roçou levemente nos lábios. Nunca tinha tido o prazer de beber qualquer coisa que fosse em um copo de cristal. Excitada com a idéia ela abriu outros gabinetes procurando por algum liquido. Não fazia muita questão de qual liquido seria, estando na cozinha do castelo de um dos nobres do país da Água, qualquer coisa ali devia ser de excelente qualidade.

Nos gabinetes presos nas paredes haviam apenas louça fina e mais algumas taças de cristais. Nas bancadas inferiores encontrou panelas, talheres finos, travessas de prata e talvez algumas até de platina, mas nada de garrafas sejam cheias ou vazias. Onde ficariam as bebidas daquela casa?

Olhou para a cozinha e os gabinetes e bancadas que ela tinha aberto, bem como boa parte da louça e talheres quebrados ou espalhados pelo chão antes extremamente limpo e impecável. Talvez devesse arrancar um dedo ou dois do dono do castelo antes que ele fosse morto, só para saber onde procurar o que queria.

Espere... que idiota fora! Bebidas alcoólicas sem duvida deveriam estar na adega, mas não estava disposta a procurar por isso no momento. Olhou ao redor da cozinha que tinha bagunçado e localizou o refrigerador. Devia ter algum liquido ali dentro.

Abriu a porta e seus olhos se focaram em uma garrafa de vidro fechada devidamente com liquido alaranjado. Ela o abriu e confirmou pelo odor o que seria. Colocou o conteúdo no copo de cristal que carregava e jogou a garrafa com mais da metade do conteúdo no chão, deixando-a se espatifar completamente. Tinha movido o copo para seus lábios para sorver o doce suco de laranja cujo odor invadia suas narinas quando seus ouvidos captaram um terrível grito de agonia.

Franziu o cenho quando ouviu aquilo. Pensou estar a uma distancia razoável para não ouvir, mas tinha se enganado. Era claramente um horrível som de sofrimento a distancia. Apertando os lábios foi até a porta que tinha deixado aberta e a fechou, apreciando um pouco o fato de que isto abafou o som. Não queria que seu pequeno prazer pessoal naquela cozinha fosse perturbado pelos sons de agonia da filha mais jovem do senhor feudal. Porque crianças conseguiam dar gritos tão agudos?

Enquanto sorvia o liquido imaginava como o dono do lugar devia estar reagindo ao ver a filha sendo torturada até a morte. Estaria ele apavorado de medo ou como o outro iria implorar e oferecer tudo que tinha pelo bem dos filhos?

Como se fizesse diferença. Nada havia ali que lhe interessasse, salvo a morte torturante dele e de todos que estavam no castelo.

Estalou a língua quando terminou de beber, e estava lambendo os lábios que abriu a porta novamente e seguiu pelos cômodos danificados – alguns estavam totalmente destruídos com inclusive corpos dos guardas e serviçais do castelo que foram pegos na luta que ela e a companheira fizeram para atingir os quartos onde estavam seus alvos.

Parou em uma pequena sala e olhou para o lado. Uma empregada estava rastejando dolorosa e lentamente pelo chão. Sem sentir piedade, compaixão ou prazer, ela pegou uma das kunais de seu cinto e a arremessou na cabeça da sofredora. Uma morte instantânea.

Precisava cuidar de que os parâmetros da missão fossem cumpridos, e um deles era que nenhum dos que habitavam ou estivessem trabalhando no castelo no momento do ataque deveriam sobreviver. Isso poderia dar abertura a testemunhos que Kabuto não queria que ocorressem. Foi por isso que ele a escolheu para orquestrar toda a missão. Chizuka deveria apenas fazer o que estava fazendo agora, ou seja, extravasando toda a sua tensão acumulada dos últimos anos em que teve de ser uma comportada dona de casa da vila da Nuvem.

Ouviu um estrondo no andar de cima, e logo após isso o som de agonia da criança tinha cessado. Era melhor se apressar e cuidar para que tudo ocorresse conforme tinham planejado.

Quase correndo agora – e ainda segurando o copo de cristal – ela atravessou outros cômodos danificados e subiu um lance de escadas, chegando em alguns segundos em um grande hall totalmente destruído e com marcas de sangue nas paredes e até no teto. Do seu lado esquerdo ela observou o que antes era um sofá luxuoso e muito confortável agora partido ao meio e com sangue no tecido. Na parede de madeira atrás deste mesmo sofá estava largado o causador da divisão do mesmo, o corpo sem vida de uma menina de sete ou oito anos.

Havia uma marca na parede pouco acima da menina, feita com sangue. Era quase que o contorno perfeito de quando ela atingiu esta, podia notar que um de seus braços devia estar acima da cabeça, e o outro esticado. As pernas deviam estar juntas. Além disso, podia ver claramente a marca feita quando o corpo caiu ao chão escorregando pela parede.

Isso preenchia a requisição de extrema crueldade e falta total de compaixão que queriam transmitir. Agora era necessário que ela cuidasse do resto. Observou a companheira olhar para o dono do castelo que estava com as pernas quebradas largado no chão, com um dos braços agarrado em uma poltrona que devia ser usada pelas visitas. Ele observava totalmente em choque o corpo de sua filha, talvez não acreditando.

- Pensei que ia se divertir mais – disse casualmente para ela.

Ela apenas moveu os olhos em sua direção e fez seu chakra crescer a um nível inacreditável, mas nada disse. Decerto matar crianças com crueldade não era algo que lhe dava satisfação, mas era necessário fazê-lo. Ela devia estar provavelmente furiosa porque não poderia dar o golpe final no nobre moribundo presente na sala.

- Vou atrás da vagabunda da mulher dele – disse dando-lhe as costas e projetando uma garra com seu chakra que abriu um rombo na parede perto do corpo da menina.

Enquanto a observava sair da sala pela nova abertura desta, com sua visão periférica percebeu que o nobre ali não estava totalmente em choque. Notou ele movendo uma das mãos para as costas, e reprimiu um sorriso. Antes de fazer qualquer outra coisa virou a cabeça para o canto da parede do lado da porta de entrada naquele cômodo e confirmou que o gennin que tinham carregado até ali ainda respirava, e que fingia inconsciência.

Assim que fez isso, caminhou lentamente para o nobre e assim que ele moveu a mão com uma faca na sua direção, o agarrou no pulso e torcendo-o com precisão e prática, o quebrou em dois lugares causando um ruído de ossos quebrados. Ele não chegou a gritar de dor. Talvez o fizesse mais tarde, caso sobrevivesse o bastante. Aquele movimento normalmente também entorpecia o braço, sendo que ele apenas sabia que estava com o pulso quebrado agora, e com o braço totalmente dormente.

Observou-o por alguns momentos, avaliando o que o rosto – limpo e sem feridas – dele estaria expressando além de agonia e raiva. Talvez houvesse um pouco de resignação ali.

- Não vai mais exigir para lhe falarmos o que queremos? – perguntou ela em tom de chacota – nem vai comentar sobre o fato de ser uma das pessoas mais importantes deste país e que nossas vidas nada valem agora?

Ele apenas tremeu os olhos um pouco e os abaixou lentamente, juntamente com a cabeça. Mas ela não permitiu isso. Com um sorriso de ironia, ficou ao seu lado e envolveu sua cabeça com o braço esquerdo, mantendo-a firme como se estivesse em uma prensa poderosa, enquanto usava o copo de cristal que estava na sua mão direita para roçar nas bochechas dele levemente, movendo-o para baixo e para cima.

- Pobre coitado... – ela falava como se ele fosse um pequeno animal de estimação – duas meninas más vieram a sua bela casa e mataram seus guardas, seus criados, destruíram seus moveis caros, quebraram suas pernas e o obrigaram a ver a linda filhinha que você estava criando para se casar com o filho do senhor feudal e lhe dar uma grande posição de destaque ser morta diante de seus olhos... Tudo o que você planejou e criou para satisfazer seus desejos se foram em menos de uma hora. Como essas meninas são más!

Ela moveu o copo de forma a colocar a borda deste entre os seus dentes, pressionando fortemente contra sua boca de forma que  como sua cabeça estava bem fixa pelo braço que a envolvia, não havia como ele falar nada muito inteligível.

- E sabe o que é o pior? Não somos mais más que você, grande e poderoso nobre que por um mero acaso é um dos mais influentes daqui deste país. E francamente, nem quero saber qual o seu nome, para mim só preciso me garantir que não sobreviva porque o senhor feudal não deve se preparar para quando formos atrás dele.

Ela pressionou o copo mais fortemente contra seus dentes, até que este se partiu, deixando a base ainda em suas mãos, com dois grandes e afiados pedaços pontudos que já cortavam a boca e lábios do cativo, que tentava se debater com o único braço que ainda podia mover.

- Não se preocupe – dizia ela lentamente e quase sem emoção enquanto movia a mão com o copo partido para fora de sua boca, cortando os lábios até a bochecha lentamente, e indo em direção para a esquerda – sua esposa ao contrário de você e sua infeliz cria irá morrer mais rapidamente. Nosso tempo está se esgotando.

O homem gritava cuspindo sangue da boca cortada enquanto o copo já seguia para abaixo do queixo, cortando lentamente a carne e fazendo o sangue brotar pela enorme ferida que começava no canto de sua boca e já chegava perto de metade da parte de baixo do queixo. Neste local vasos sanguíneos que levavam muito sangue para a cabeça foram rompidos, fazendo com que o sangue fosse jorrado agora conforme o coração dele batia. Um pouco próximo dali ela notou movimento. Era do gennin que tinham trazido com elas. Um pobre infeliz de um time da vila da Névoa que fora enviado para capturar a “dona de casa” fugitiva. Não podia condenar a mizukage por ter escolhido eles. Até onde ela sabia, a tal dona de casa por um motivo ignorado tinha enlouquecido e derrubado um guarda da aldeia enquanto fugia com alguns objetos roubados.

Uma missão de risco baixo, com certeza. Uma pena para eles. Primeiro mataram o sensei do time de forma cruel e certeira. Ele era bom, tinha que admitir, mas não podia enfrentar uma jinchuuriki e ela ao mesmo tempo. Depois foi fácil pegarem os gennins que tinham sido enviados de volta a aldeia por ele quando percebeu o que realmente enfrentavam.

Se tivessem as encontrado bem mais tarde, quando estavam já diante do primeiro local que atacariam, provavelmente deixariam os gennins ir, ou melhor, eles sobreviveriam por mais tempo. Mas não era o caso. Dois foram mortos facilmente, e o terceiro elas deixaram bem ferido e levaram com elas, fingindo interrogarem-no para obter “informações”.

O corpo do nobre caiu ao chão com a vida esvaindo-se dele juntamente com o sangue que escapava dos extensos ferimentos que tinha feito. Neste momento ouviu o som de gritos novamente, sem duvida da esposa que iria silenciar em breve.

Moveu seu pé com destreza para esmagar os frágeis ossos da mão do gennin que estava a centímetros da faca que antes o nobre tinha usado. Procurou sorrir malévolamente quanto ele murmurou alguns gemidos de dor. Ele tentava fazer alguma coisa ainda, era corajoso, mas um completo idiota. Devia mesmo acreditar que só estava vivo porque queriam arrancar informações dele. Imaginou como ele se sentiria se descobrisse a verdade.

Ignorando o gennin caído ela saiu da sala e foi até o corredor extenso que dava acesso a mesma. Haviam alguns enfeites neste que muito lhe chamaram a atenção. Eram espadas que outrora foram empunhadas pelos antigos donos do local. Com certeza estes mesmos donos deviam agora estar se remexendo em seus túmulos quando viram que o descendente atual era um extremo covarde e interessado apenas em política.

Pegou uma das espadas e assobiando quando verificou o quanto era afiada, retornou ao cômodo, para o gennin que se arrastava pelo chão. Ela realmente estava impressionada com a sua tenacidade, mas também desapontada com sua idiotice. Teve varias oportunidades de tirar a própria vida, o que seria a melhor escolha a se fazer para não fornecer informações e desperdiçou todas. Tinha muito a aprender, e talvez vivesse o bastante para isso.

Talvez!

- Bem meu caro rapaz – disse ela chutando-o no peito o deixando com o corpo torcido, de forma a olhar para ela – acho que não precisamos mais de sua assistência – ela sorriu de forma sarcástica e cruel – mas quero lhe dar um pequeno agradecimento – ela se ajoelhou ao seu lado e agarrou firmemente o seu queixo – isso é por ter nos contato tudo o que queríamos saber – pressionou seus lábios com força, lhe dando um beijo que o adolescente não esperava – e agora, é hora do adeus.

Levantou-se e segurando a espada com ambas as mãos, cravou-a em seu torso, atravessando-o e fixando esta no piso de madeira abaixo.

- Acho que você deve sofrer bastante antes de morrer – ela riu-se divertida, saindo lentamente da sala.

Podia ouvir seus gemidos baixos quando fechou a porta com força, e quando este não mais podia vê-la, sua expressão de crueldade e sarcasmo desaparecera. Não tinha porque representar sem um público para assistir. Andou seguindo a trilha de destruição até o aposento onde sua colega estava e ali viu o excelente trabalho feito pela “incontrolável e sanguinária jinchuuriki”. Ela tinha usado a pobre esposa do nobre como boneco de treinamento, quebrando ossos, desfigurando seu rosto, chegando a arrancar alguns dedos no processo – e devastando tudo o que não fosse de metal que estivesse no quarto – até culminar em arremessar o corpo quase sem vida dela pela janela.

- Divertiu-se?

Ela apenas bufou desgostosa.

- A diversão acabou quando todos os guardas morreram. Ficar batendo em inúteis é muito chato!

Reprimiu um sorriso de ironia. Chizuka podia ser uma jinchuuriki diferente dos antecessores por nunca precisar ter domado o bijuu que existia nela, mas era curioso notar que a personalidade homicida deste se entranhava um pouco na mesma, fazendo-a sentir um enorme prazer em uma luta. Mas simplesmente destruir tudo a sua frente era algo muito irritante para a mesma. Apesar disto, ela estava no total controle daquele chakra demoníaco, e era ela própria que tomava suas decisões apesar de tal influência.

- Nem todos podem ser como aquele jounin-sensei que te deu trabalho – retrucou com um sorriso.

Pelos olhos dela, podia notar como ainda apreciava a lembrança daquela luta.

- E agora? Tem mais alguma coisa para fazermos por aqui?

- Agora? – aproximou-se dos vidros quebrados da janela por onde a mulher tinha sido arremessada um pouco antes – agora nós vamos embora calmamente e sem perturbar a tropa de soldados que deve estar se aproximando. O gennin já esta devidamente “embalado” e acredito que irá sobreviver o suficiente para dizer exatamente o que queremos. Não atingi nada vital nele e caso tenhamos a sorte de que sua vida no fim se salve, os médicos irão acreditar que errei seu coração por pouco, provavelmente por ele estar com o corpo dorado. Não vão pensar que foi algo que planejamos. Nosso trabalho aqui terminou.

- Já? – ela parecia decepcionada – mas não eram cinco ricos e importantes nobres das nações ninja que iríamos matar?

- No país da Água não temos mais o que fazer.

Sem dizer mais anda ela saltou pela janela despedaçada logo seguida pela jovem colega. Ao atingirem o solo, ambas observaram o grande castelo do lado de fora iluminado pela Lua, bem como os corpos ensangüentados dos guardas que mataram do lado de fora. Tinham realizado uma performance perfeita, que sem duvida iria espalhar terror por todo o país e deixar outros nobres extremamente preocupados, isso sem falar dos senhor feudal dali. Iria sem duvida exigir proteção da aldeia da Névoa, o que deixaria esta com bem menos recursos pelos próximos meses.

- Hiromi – chamou ela com os braços cruzados e um pouco emburrada – foi para isso que Kabuto colocou essa coisa dentro de mim?

- Ele fez isso para usá-la – foi a resposta seca e rude – devia se alegrar por ele ter lhe dado tanto poder, embora também o tenha limitado a deixando apenas usar o chakra do bijuu. Você foi uma experiência que deu certo. É praticamente incansável, pode fazer jutsus sem parar e não precisa se preocupar com limite de chakra. Além disso aquela tal bola que você faz é impressionante – notou ela ficar um pouco acanhada – Bom, o gennin deve dar informações que deixarão evidente que um jinchuuriki renegado está solto e provavelmente fazendo trabalhos a quem pagar mais. A mizukage vai ficar reticente em admitir que ninguém nunca percebeu o que você escondia dentro de si nos anos em que viveu lá. Alias, você estava para ficar noiva, não é mesmo?

- Se Kabuto não desse essa missão, iam acabar de me descobrindo de qualquer forma. Aquele idiota me dava enjôos com sua conversa sempre romântica. Uma pena que não me deixou arrancar a cabeça dele.

- Ficaria complicado darmos a surpresa que queríamos se você mostrasse seu verdadeiro poder dentro da aldeia.

Ela não disse mais nada, ficou apenas observando os mortos ali sem muita emoção nos olhos. De certa forma ela parecia chateada de terem terminado. Talvez quisesse lutar mais. Mas iria ficar satisfeita em breve. Agora deviam sair do país de forma oculta para efetuarem a segunda parte do plano.

De forma furtiva, as duas deixaram as imediações do outrora lar de um orgulhoso nobre do país da Água, com apenas um único sobrevivente que seria encontrado uma hora depois por um grupo de soldados que foram enviados ao local depois de receberem um aviso de que guardas foram encontrados mortos nas proximidades. E a sorte delas foi que entre os soldados havia um que tinha um conhecimento medico suficiente para saber como remover o ferido de forma a não prejudicar suas lesões.

O gennin ainda teria de aguardar algumas horas sob os cuidados de uma equipe medica do posto avançado de onde os soldados vieram para ter uma chance de sobreviver. Ele estava fraco demais para falar, e chegou a desmaiar varias vezes. Mas ficou consciente o suficiente para transmitir uma palavra aos que tratavam dele:

Jinchuuriki.

Alguns dos guardas mais velhos conheciam aquela palavra, e espalharam boatos para os outros. Uma equipe medica da aldeia da Névoa chegou ao posto no dia seguinte, conseguindo estabilizar o doente o suficiente para transportá-lo para a aldeia.

Hiromi não podia ter sido mais feliz com o rumo dos acontecimentos. O gennin não só falou coisas que logo iriam se espalhar pelo país, como sobreviveu e iria ser interrogado pelos ninjas extratores de informação de forma que eles receberiam apenas as informações que ela queria que soubessem. Antes da mizukage receber um relatório final, o senhor feudal já iria convocá-la para uma reunião urgente, expressando sua preocupação e inutilmente ocultando o seu terror sobre o evento.

Além disso, como Kabuto esperava, a aldeia da Nevoa seria obrigada a enviar seus principais e mais experientes times ninja para dar proteção aos nobres, inclusive a própria mizukage iria ter de cuidar pessoalmente da segurança do acovardado senhor feudal, a impedindo de presenciar o exame chuunin que ocorreria na aldeia da Nuvem. E adicionalmente, também como previram, iriam demorar para dar informações completas para outras aldeias, porque estavam na incômoda situação de serem suspeitos de terem criado um jinchuuriki e este ter escapado do controle.

Até a mizukage decidir enviar a informação completa para as outras aldeias, Hiromi e Chizuka já estariam matando sua próxima vitima. Kabuto iria ficar satisfeito com o resultado de tudo. Hiromi desconfiava de qual seria a real intenção de seu chefe, e nem por um momento acreditou que seria para desestabilizar os governos das cinco grandes nações. Acreditava muito mais que queria que todos os kages estivessem bem ocupados pelos próximos meses, ocupados o bastante para não poderem se reunir e tomarem decisões com a velocidade normal de sempre.

E ela inclusive imaginava para quando ele planejava usar essa vantagem. O mizukage iria estar ocupado com o exame chuunin ocorrendo em sua aldeia, isso explicava porque kabuto não enviou ninguém para aquele pais. A kage de konoha raramente saia da sua aldeia, exceto para reuniões com os outros kages. O kage residente do pais do Vento estava com seus próprios problemas internos, uma cortesia de kabuto também. Assim, restava apenas o pais da Terra, para onde ela e Chizuka se dirigiam agora sofrer um pânico generalizado entre seus nobres.


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