Sonho Renascido escrita por Janus


Capítulo 34
Capítulo 34




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Não sabia bem o que fazia ali, ou melhor, ele sabia sim. Só não sabia porque estava se incomodando. Seu tio era um traidor da aldeia, já tinha confessado e tinham obtido todas as provas. Na verdade tinha sido ele próprio quem descobriu aquilo em primeiro lugar. Ficou triste com aquilo, mas era um fato. Um fato que ele se recusava a aceitar assim facilmente.

Foi um choque descobrir que seu tio estava envolvido com Kabuto, e um choque ainda maior ver o quão longe ele tinha ido. E o pior de tudo... tinha feito aquilo apenas para não ser denunciado como um comerciante que roubava. Achava aquilo idiotice... Ser ladrão não se compara a fazer serviços de espionagem e até de traição.

Olhou para a porta gradeada que dava acesso ao calabouço da ANBU e depois para o guarda que montava posto do lado. Já estava autorizado a seguir adiante, apenas estava fazendo hora para tomar coragem, ou melhor, tentando encontrar uma desculpa para deixar aquilo de lado.

Mas não tinha absolutamente nada para tanto. Resignado, colocou a mão na porta e a empurrou, percebendo como esta cedeu facilmente. Ficou pensando no porque da porta estar destrancada, mas logo percebeu que ela devia ter sido destrancada sem que ele percebesse. Com um suspiro ele a atravessou e desceu a longa seqüência de degraus.

Ao chegar ao fim, observou o corredor onde ficavam as celas. Não era grande, e nem poderia ser, pois ali não era um local para se colocar todo e qualquer prisioneiro, mas apenas os mais perigosos ou importantes. Seu tio devia ter sido classificado como importante porque acreditava que dificilmente poderia ser considerado perigoso. Pelo menos não perigoso no sentido de habilidades físicas.

Andou pelo corredor passando pelas primeiras celas vazias - Já fazia um bom tempo desde que a ANBU tinha tido um prisioneiro ali – sem nem ao menos se incomodar em olhar para o interior destas. Quando chegou na metade, uma delas estava sendo usada. Olhou para o interior mas apenas viu um desconhecido deitado em uma cama que era na verdade um prolongamento da parede. Seguiu adiante e na próxima cela o viu.

Ele estava sentado na cama, as costas apoiadas na parede atrás desta, os braços cruzados e aparentemente olhando para o chão. Parecia estar enfado ali dentro, e não era de se estranhar tal coisa. Qualquer um ficaria aborrecido ficando preso em uma cela não tendo nada para fazer.

- Tio? – chamou ele quase murmurando.

Viu ele mover o rosto levemente na sua direção, e em seguida apertou os lábios resignado. Talvez estivesse esperando pela visita dele, ou talvez apenas esperasse nunca mais precisar encarar um membro da família novamente. De qualquer forma ficou ali o observando, mas não chegou a dizer absolutamente nada. Talvez não possuísse palavras, ou muito provavelmente não tinha a menor idéia do que falar.

- Não aja como se não me conhecesse – disse Umito apertando os punhos – não foi nada fácil conseguir permissão para vir até aqui.

- Não devia ter se incomodado – ruminou ele sem alterar sua postura.

- Não devia? – ficou subitamente com raiva – eu não devia ter me incomodado? O senhor é o meu tio, antes de me interessar em ser ninja eu queira te imitar, ser um bom comerciante, um... uma pessoa que enfrenta as dificuldades como sempre disse para mim.

Ele não chegou a responder, mas sua cabeça moveu-se mais para baixo, em uma demonstração de pesar.

- Eu só quero saber o porquê. Por que o senhor fez isso?

- E por acaso sabe o que eu realmente fiz? – sua voz estava mais forte agora, quase mostrando raiva – sou um ladrão Umito, já fazia roubos e esquemas de traficar mercadorias antes de você nascer. Antes mesmo de seu pai se tornar comerciante me imitando. Antes dele casar e ter um filho. Claro... nunca tinha feito algo tão baixo quanto um serviço para alguém como Kabuto... mas não tive escolha. Era fazer aquilo ou ser denunciado. E se eu fosse denunciado seria minha ruína. De uma certa forma, não tinha muito a perder com aquilo. E era só levar uma cobra para um certo local...

Serpente – pensou Umito apertando os lábios. Em nenhum momento seu tio o encarou enquanto falava. Talvez não tivesse coragem de fazer isso.

- É só o que tem a dizer? – rosnou ele ficando com raiva – concordou em fazer um trabalho para Kabuto sabendo quem ele era? Achou mesmo que não seria algo de extremo perigo para alguém?

- Eu achei sim, mas nunca para a hokage. Não posso mudar o que fiz – virou o rosto lentamente para encará-lo – não posso mudar o que fiz depois, nem o outro serviço que aceitei que não era para Kabuto. Mas pelo menos não acho que lhe causei uma grande decepção. Sei que deve estar chocado com tudo o que descobriu ou te contaram, mas a verdade é que enganei você, seu pai e todos os outros. Sou um ladrão, um criminoso. Claro que nunca tinha feito crimes grandiosos, e houve alguns que ameaçaram outras pessoas. Mas esta é a verdade, Umito. Se veio apenas para saber o porquê, a resposta é simples: Não tenho a sua determinação ou seu senso de dever para com a aldeia – Umito abriu levemente os lábios ao ouvir aquilo – sou uma pessoa comum, que não anda pelas paredes, não solta fogo pela boca e que precisa ficar de oito a doze horas por dia para ter uma miséria de dinheiro para comprar comida e ter alguma vida decente. Por isso comecei a roubar. Não é nada romântico ou revelador. Podia ter escolhido não atender Kabuto e com certeza ficaria uns anos preso e depois seria expulso da aldeia. Mas eu tive medo! Medo porque assim que me expulsassem, Kabuto me encontraria e me mataria, como ele ameaçou. É isso sobrinho. Apenas isso. Sou um ladrão e covarde, nada parecido contigo.

Fechou os olhos e tocou a testa na grade que mantinha seu tio aprisionado. Tinha vindo até ali para obter respostas, mas tudo o que conseguiu foi a confirmação do que lhe contaram. Seu tio simplesmente era um ladrão que por medo concordou em fazer alguns serviços para aquele que era atualmente o maior inimigo de todas as nações ninja. Colocou sua mão na grade e abriu os olhos, observando seu tio mais uma vez. Ele tinha voltado a olhar para o chão. Sentindo que nada mais tinha a fazer ali moveu-se lentamente para fora.

Levou cinco minutos para sair do prédio da ANBU devido a estar andando muito lentamente. E ao chegar lá fora abaixou a cabeça e cerrou os punhos. Sentia-se muito impotente e até mesmo desiludido.

- Quer conversar?

Seu coração deu um pulo ao ouvir aquela voz. Virou-se ao mesmo tempo que dava um pequeno salto para se por em posição e relaxou os músculos como tinha aprendido com sua sensei. Ficou de boca aberta ao ver quem tinha lhe falado.

- Anko-sensei! – exclamou ele em voz baixa.

- Não é fácil, não é? – continuou ela com os lábios um pouco tortos, como se estivesse sentido uma certa tristeza – alguém que você tinha uma opinião, alguém em quem você confiava mostrar que o tinha enganado o tempo todo...

Pensou um pouco no que ela estava falando, e facilmente percebeu sobre o que era.

- Orochimaru?

Ela maneou a cabeça concordando.

- Mais do que meu mestre, ele era também um amigo. Alguém que me ensinou muito, não só sobre jutsus ou sobre ser um ninja, mas também sobre companheirismo. Eu o idolatrava tanto que nem percebi quando ele começou a mudar, quando começou a ficar obcecado em aprender jutsus, quando começou a fazer experiências com pessoas...

Ela olhava para o céu enquanto falava, e podia-se notar tristeza em sua voz.

- E sabe o que foi pior? Por muito tempo achei que ele tinha me abandonado, como se eu não fosse útil para ele. Uma mera experiência que tinha fracassado. Mas uma década depois eu pude me lembrar que acabou sendo minha escolha não segui-lo – olhou para ele com um sorriso – ele me deixou escolher no fim das contas.

Ela levou a mão até o lado esquerdo de seu ombro e apertou ali, fazendo algumas massagens.

- Ele me colocou aquele “selo amaldiçoado”... – disse ela já em voz mais baixa – quase morri quando ele fez isso – ela fechou os olhos – as vezes imagino que ele não queria me envolver no que ia fazer. Ele já era um nukenin quando fez isso, mas eu não sabia ainda. Quando eu acordei, ele me disse umas coisas que me deu a impressão que me desprezava. Eu realmente ainda tenho dúvidas se me deixar para trás foi seu ultimo ato de bondade ou se apenas se livrou de um futuro estorvo.

- Anko-sensei... – murmurou ele a observando. Não estava entendendo bem o que ela falava agora, mas sentia que era algo muito pessoal para ela.

- Talvez seu tio tenha sido uma boa pessoa antes, mas agora ele não presta, Umito-kun – ela segurou os seus dois ombros e aproximou seu rosto do seu, tocando a testa de ambos e fixando o olhar em seus olhos – e meu mestre também foi uma boa pessoa, mas depois ele se perdeu, e como o seu tio agor, não era mais quem eu conheci e respeitei – seus lábios agora faziam aquela velha expressão de safadeza – é hora de você decidir o que quer fazer. Vai continuar meu discípulo ou vai ficar chorando por um parente que o decepcionou?

- Eu... – sentia-se acanhado com ela agindo daquela forma. Estava mais estranha que o normal, se é que tal coisa era possível – bom... papai me disse para deixar as coisas seguirem seu rumo, porque não podiamos fazer nada. Para ele também não foi fácil, na verdade acho que foi pior ainda...

- Vai me responder ou não? – inquiriu ela agora tocando seu nariz também no dele.

- Ainda sou seu discípulo, Anko-sensei – disse de forma dura, e em seguida se arrependeu por ter se esquecido de como sua sensei era as vezes demasiadamente sem vergonha. Ela o agarrou firmemente e lhe beijou na bochecha de forma bem molhada.

- Então vamos indo – disse ela assim que o soltou – vamos atrás da hokage para ver que serviço ela tem para nós. Estou irritada de Kiba e Konohamaru estarem pegando todas as missões boas!

Ela agarrou sua mão e começou a andar e ele a seguiu sem escolha. Por alguns momentos ele teve a impressão de que ela ia chorar quando falava aquelas coisas de Orochimaru, mas agora era a velha sensei de sempre. Quase sempre alegre, estranha e com um jeito de ser safada que ele chegava a admirar.

-x-

Não estava gostando nem um pouco de como as coisas estavam seguindo ultimamente. Foram simplesmente sete missões envolvendo nukenins em sequencia, tanto que precisou enviar times ainda inexperientes, como o de Konohamaru. Como conseqüência, Ayame ficou seriamente ferida. E o estranho era esses nukenis aparecerem praticamente sem motivo algum no país do Fogo.

Cruzou os braços e observou a porta de seu escritório vazio. Shizune estava no hospital verificando o estado de Ayame, Moegi tinha ido com seu time atrás de nukenins mais perigosos que a maioria, precisou enviar ainda mais dois times experientes para a fronteira do país para garantir a segurança de comerciantes, causado também por nukenins. Era verdade que todas as missões estavam sendo bem sucedidas, mas estranhava nenhum time ter conseguido fazer um prisioneiro. E o relatório que tinha acabado de ler sobre a missão do time seis lhe deu uma idéia do motivo. Alguém tinha matado o nukenin que Konohamaru estava seguindo, muito provavelmente para evitar que fosse capturado.

O mesmo talvez tenha ocorrido com os outros. Dois times comunicaram que os que tinham capturado morreram devido provavelmente aos ferimentos. Ela começava a duvidar. Iria ordenar um exame completo destes corpos.

Mesmo assim, não imaginava o que poderia significar. Era hora de conversar com Shikamaru e ver o que ele podia pensar a respeito.

Levou as mãos até a nuca e a apertou firmemente enquanto se espreguiçava. Sentia-se cansada e dolorida de ficar sentada o dia inteiro.

Ainda precisava conversar com a anciã. Agora que tinha certeza de que ela sabia sobre Kyuubi, podia contar com ela para conversar um pouco, e também descobrir um pouco mais sobre o porque dela ter aceitado que continuasse carregando um bijuu sem selo dentro de si.

A porta se abriu inesperadamente e ela viu Anko e seu time entrando no escritório. Mas o que ela queria ali? A mesma tinha pedido para dispensar o seu time das missões até Umito estar recuperado psicologicamente. Será que...

- Sakura-chan – disse ela sem cerimônia e já colocando um saquê na sua mesa ao lado de uma caixa de dangôs – preciso de uma missão pelo menos de classe C para tirar a poeira do meu time.

Olhou para a garrafa de saquê e estava apostando que era adocicado. Então ela queria uma missão para seu time? O que houve com o “por favor”?

- Anko – começou a falar em voz grave e pausada – ultimamente as missões que tenho não são mais para times iniciantes.

- Melhor ainda – disse ela – preciso mesmo que meu discípulo exercite o que estou lhe ensinando.

Ergueu levemente as sobrancelhas e olhou para Umito que estava perto da porta, com os braços para trás e até levemente encabulado. Os outros dois gennins estavam quietos, e ela chegou mesmo a estranhar aquilo. O que diabos poderia fazer aquela menina ficar quieta? Olhou para Anko e logo imaginou a resposta.

- Muito bem – disse a hokage abrindo uma gaveta e pegando uma folha – tenho uma missão aqui que eu estava guardando para dar ao time de Kiba amanhã, quando eles estivessem descansados.

Os olhos de Anko se iluminaram. Sem dúvida ela adoraria “roubar” uma missão de Kiba.

- No entanto – ela prosseguia – talvez seu time tenha dificuldades, pois será preciso um bom rastreador para cumpri-la.

- E eu sou o que? – ela colocou as mãos na cintura e gingou um pouco – já esqueceu que antes de eu ser sensei eu era boa para investigar e rastrear fugitivos? Ou é preciso alguma qualidade especial?

- Seria bom se tivessem um niken com vocês – falou a hokage entrelaçando os dedos e ainda estranhando um pouco Anko estar tão animado.

- Porque? – ela pegou a folha e começou a ler devagar. Arregalou os olhos um pouco e olhou para seus alunos em seguida, depois olhou para a hokage e fechou um dos olhos, fazendo uma expressão de pirraça – ia dar isso para o Kiba?

- Eu realmente pensei nisso – disse com um sorriso amarelo.

- Ora... – Anko estava muito divertida – cobras é minha especialidade, minha e de meu aluno – ela observou Umito na porta – fala a verdade, Sakura-chan... isso estava na sua gaveta porque estava esperando Umito estar pronto para voltar a ação, não é?

- Talvez – disse ela a observando – seus alunos podem esperar lá fora?

Anko ficou séria quando ouviu aquilo. Olhou para seus alunos e estes sem dizer uma palavra saíram da sala. Depois ela colocou papel da missão na mesa da hokage e sentou-se nesta de uma forma displicente, agindo como a velha Anko que tomava liberdades que alguns estranhavam.

- Qual é o verdadeiro problema? – perguntou ela para Sakura.

- Anko, não preciso dizer que o fato de Kabuto ter estado envolvido com a morte de Tsunade ainda me incomoda, e este pedido da ANBU para investigar cobras que parecem estar ameaçando pessoas perto da fronteira pode muito bem ter relação com ele – ela a olhou séria – na verdade eu esperava enviar você com um grupo de jounins experientes para investigar.

- Não é o estilo de Kabuto chamar a atenção – disse ela com os braços cruzados e pensativa – e se for ele, com certeza seria algo apenas para distrair.

- Ou uma armadilha para você – completou a hokage.

- Para mim? – ela apontou para o próprio peito com o polegar direito – ele não tem nenhum interesse em mim. Orochimaru não tinha, porque ele iria ter? Mas compreendo sua preocupação. Vamos fazer o seguinte... vou com meu time investigar. Se eu achar qualquer possibilidade de Kabuto estar envolvido, mando todos de volta, afinal, ainda tenho um bom sensor para achar aquela cobra – ela levou a mão até a gola de sua camisa e a puxou, mostrando o selo amaldiçoado que estava ali.

Ela não retrucou, mas ficou muito pensativa. Não acreditava mesmo que pudesse ser Kabuto, ao menos, não diretamente. Mas ficava perturbada por esse evento ter começado poucas semanas depois de terem desmascarado os dois pretensos espiões que estavam na aldeia.

Já fazia muito tempo que ela tinha deixado de acreditar em coincidências.

Muito bem, Anko – Sakura a olhou nos olhos – mas se Kabuto estiver envolvido, quero você também fora dali, fui clara?

Ela apertou os lábios, mas não respondeu de imediato.

- Anko? – chamou ela, insistindo.

- Não me peça isso – murmurou ela.

- Então você não irá – disse ela simplesmente pegando o papel e o recolocando na gaveta – não quero te perder Anko, não agora. O que acha que Umito fará se você for capturada ou coisa pior por Kabuto?

- Provavelmente iria atrás dele – murmurou após alguns momentos.

- Você sabe tão bem como eu como é a ligação entre mestre e discípulo. Ainda mais para Umito que já te considerava como mestra caso não conseguisse nada com Moegi.

- Verdade? – Anko estava chocada com aquilo.

- É... – Sakura se arrependeu de falar aquilo. Agora teria que agüentar uma Anko toda cheia de si por alguns meses.

- Muito bem, Hokage-sama! – Anko perfilou-se diante dela – Irei com meu time investigar este incidente com cobras, se houver a possibilidade de Kabuto estar envolvido, todos nós voltamos.

Ficou observando aquela que poderia ser a sucessora do senin das cobras ali por algum tempo. Ela parecia estar falando serio. No entanto, sabia por experiência própria que nem sempre era possível cumprir com certas promessas. Tinha sido assim com ela referente a Tsunade, e com Moegi em relação a ela. Mas ao menos agora acreditava que ela cuidaria para que Umito voltasse em segurança.

E no momento, era o que lhe interessava. Não queria Umito envolvido direta ou indiretamente com Kabuto.

- Certo Anko, a missão é sua – ela pegou o papel novamente da gaveta e lhe entregou – cuide para que seus alunos estejam bem preparados, não vai ser um passeio fácil.

Observou a sorridente jounin pegar o papel e sair da sala quase que saltitando. Nem parecia uma mulher de quarenta anos, mas sim uma adolescente indo para uma festa. Por alguns momentos Sakura se sentiu muito velha, e isso porque tinha apenas trinta anos. Ela seria capaz de agir assim em mais dez anos?

Maneou a cabeça para não pensar naquilo. Anko tinha sua missão e ela estava novamente sozinha na sala, mas ao menos com alguns doces e um – aparentemente – adorável saque adocicado para seu deleite.

Voltou a sua rotina chata e monótona de avaliação de registros e outros aspectos burocráticos que a oprimiam. Quase duas horas depois Shizune tinha retornado do hospital. Sakura ainda terminou de ler e de rejeitar um pedido do arsenal para ampliarem os estoques de armas, devido ao consumo que estava ocorrendo com aquelas missões diversas contra nukenins.

Ela não acreditava que aquilo iria perdurar, e de qualquer forma porque queriam aumentar o estoque? Era só repor o que estava sendo utilizado. Após selar sua assinatura com o carimbo de hokage, observou sua amiga que aguardava pacientemente diante de sua mesa.

- E então? – disse ela a observando.

- Ayame-chan está fora de perigo – disse ela de forma até rápida, mas não parecia estar contente com isso.

- Estou percebendo que há um “mas” velado na sua boca...

- E existe – disse ela cruzando os braços. Parecia na verdade desgostosa – mas não tem nada a ver com a sua condição clinica.

Arqueou as sobrancelhas e observou Shizune atentamente. Alguma coisa Ayame tinha feito para deixá-la irritada, ou pelo menos sem jeito.

- O que foi que ela aprontou?

- Nada assim inesperado para uma adolescente, ainda mais uma sem vergonha como ela...

- Shizune... – Sakura já abria o saque que Anko tinha deixado. Acreditava que seria divertido o que iria ouvir.

- Eu apenas saí do quarto dela para pegar o resultado de alguns exames e quando voltei comecei a examiná-la. Fui lhe aplicar uma injeção e ela simplesmente sumiu! – ela abriu os braços para dar maior ênfase ao que dizia – tinha deixado um clone quando virei as costas.

Sakura apenas sorriu e bebericou um pouco o saque.

- Isso não é o bastante para você ficar assim alterada. Minato já fez isso, e você até deu risada.

Ela não disse nada, apenas ficou quieta, como se não quisesse continuar.

- Shizune! – Sakura a olhou quase implorando – esta me deixando morta de curiosidade. O que foi que ela aprontou?

- Não seu bem o que ela fez, mas depois de uma meia hora ela apareceu de volta no quarto, e depois disto eu vi Minato-kun com um sorriso enorme...

- Pare de pensar besteira Shizune, ambas conhecemos Minato muito bem para saber que ele não vai aprontar nada, pelo menos, nada assim inconseqüente.

- Também conhecemos Ayame-chan – retrucou ela a olhando.

- É... – Sakura fez uma careta – nós conhecemos ela sim... e de como ela e Minato estão se aproximando e ficando íntimos. Vou conversar com Konohamaru para ver o que ele sabe a respeito. Agora voltando ao motivo de ter ido ao hospital, como ela está?

- Recomendo uma semana descansando, deve ter alta em dois dias do hospital.

- Ótimo. Vou precisar do time seis de novo.

Sakura voltou a se concentrar nos papeis mas notou que Shizune ainda estava diante de sua mesa. O que mais ela queria?

- Mais alguma coisa?

- Sim... Ayame comentou algo sobre o time dela ter sido inscrito para o exame chuunin. É verdade?

- Sabe que nada posso fazer a respeito disto, Shizune. O Jounin-sensei do time é quem decide isso. E Konohamaru acha que eles estão prontos.

Shizune colocou as duas mãos sobre a mesa e aproximou o rosto da amiga.

- Na aldeia da nuvem? Sabe tão bem quanto eu que o exame lá pode ser muito perigoso.

- Quando é feito aqui o exame também é perigoso – tornou ela não lhe dando atenção.

- Sakura-chan...

- Já chega Shizune – ela estava séria e com a voz autoritária – vamos pensar nisso quando chegar a hora.

Shizune mordeu os lábios e cruzou os braços, se afastando da mesa e ficando um pouco observando a aldeia pela janela. Era comum ela ter esta preocupação com os jovens gennins quando iam fazer o exame, mas nesse caso, com Minato envolvido ela estava mais preocupada que o normal.


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Notas finais do capítulo

Bom, antes de mais nada, tive muitos problemas, computador defeituoso, problemas de comunicação com speed, instalação de programas e ainda tenho o emprego que ficou complicado o ultimo mes.
Além disso, com este tempo parado sem escrever nada acabei perdendo parte do que eu queria seguir na fic, e preciso recompor ou reajustar tudo.
Pelo menos escrevi um pouco, só para dar um gostinho. não posso prometer voltar ao ritmo de antes, mas vou ver o que posso fazer.
Inelizmente tem algo no Nyah que está impedindo a formatação do texto da fic, e já acionei o suporte mas apenas disseram para aguardar.