Wicked escrita por T in Neverland


Capítulo 2
Nossa Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Capítulo betado e atualizado em 20/06



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Dear Old Shiz

10 anos antes...

Os alunos de todas as casas estavam agitados, conversando animadamente sobre os novos que entrariam naquele ano na escola. Afinal, não havia somente primeiranistas, mas também alguns transferidos de outras escolas. Rose Weasley era uma das alunas transferidas, mudou-se de Uagadou para estudar agora em Hogwarts, onde ela poderia fazer companhia e vigiar de perto seu irmão, Hugo.

O nascimento de Rose havia sido um grande susto para a família Granger-Weasley, pois a menina nasceu extremamente poderosa. Ainda com poucos meses já demonstrava sinais de magia, e, com poucos anos de vida, fazia objetos levitarem, lâmpadas quebrarem e itens domésticos criarem vida e correrem para fora de casa, tudo com poucos movimentos de mãos, ou com um simples grito de descontentamento.

Toda essa demonstração de magia encantava a sua mãe, Hermione, mas aterrorizava o seu pai. Quando veio a gravidez de seu irmão, a Granger passou por muitas complicações e Hugo nasceu prematuro e com má formação das pernas. Infelizmente, Hermione não conseguiu sobreviver ao parto e acabou falecendo.

Ronald Weasley teve de criar sozinho uma filha com poderes descontrolados e um filho cadeirante. Ao atingir os seus 11 anos, Rose foi mandada para Uagadou, a escola na África, onde ensinavam a magia sem o auxílio de varinhas, com esperanças de que ali conseguissem ensinar sua filha a controlar o seu poder. Porém, quando Hugo finalmente atingiu a idade e foi convidado para estudar em Hogwarts, Ronald não teve coragem de mandar o seu caçula deficiente para viver sozinho em uma escola, e acabou pedindo a transferência de sua filha mais velha. Assim, Rose foi para Hogwarts após dois anos estudando fora.

Outra aluna que havia sido transferida no mesmo ano era Dominique Weasley. No entanto, esta já era conhecida por grande parte da escola. Victoire, sua irmã mais velha, era aluna de Hogwarts, assim como seu irmão caçula, Louis. Victoire era um exemplo de filha e estudante, e Dominique sempre tentava se igualar à irmã, que parecia ser perfeita em tudo.

Dominique era, sem sombra de dúvidas, bela, afinal, o sangue veela corria em suas veias, e acreditava estar agradando a sua mãe ao estudar em Beauxbatons assim como ela, mas, por pedido da própria Fleur, acabou se transferindo naquele ano para Hogwarts, pois assim ficaria mais próxima de sua família.

Dominique era quase que uma atração. Assim que pousou seus pés na plataforma 9 ¾ todos os alunos veteranos que a reconheceram correram até ela, torcendo para que se tornassem amigos, afinal a sua família era famosa por ter lutado na batalha de Hogwarts e sobrevivido. Era uma família de heróis, diferentemente da de Rose, que, após a morte de Hermione, parte de seu brilho se apagara, e, pela negação de seu pai, muitos nem sabiam da existência da garota.

A seleção do chapéu foi um impacto para Rose. Ela e Dominique foram as primeiras a serem chamadas para participar da seleção, e ambas foram designadas para Grifinória. A Granger-Weasley torcia para que Hugo caísse na mesma casa que ela, já que precisava manter-se de olho no irmão. Entretanto, as coisas não aconteceram como o planejado naquela noite, e Hugo acabou sendo selecionado para Lufa-lufa.

É claro que Rose não ficou nem um pouco satisfeita com aquilo, e tentou confrontar o professor responsável pelo processo da seleção assim que todos saíram do salão.

— Professora, existe a possibilidade de eu ser realocada em outra casa? – perguntou Rose, se aproximando da professora que guardava o chapéu.

— Não, senhorita Weasley, após a seleção ser feita pelo chapéu, ela não pode ser refeita, e a senhorita deve permanecer na casa de Grifinória até o final de sua estadia em Hogwarts.

Alguns poucos alunos haviam permanecido no salão, mesmo após a seleção e o jantar. Um deles era seu irmão, Hugo, que observava toda a situação de lado, e, ao perceber que sua irmã tentava fazer algo que não era permitido, somente para obedecer às ordens de seu pai, se aproximou, empurrando sua cadeira da mesa dos texugos até mais próximo de sua irmã.

— Rose, o que está havendo? – questionou Hugo ao alcançá-la.

Hugo, por ter nascido com má formação das pernas, não conseguia andar, e se movia com o auxílio de uma cadeira de rodas. O garoto, em sua aparência, lembrava muito a de seu pai em seus anos de estudante, pois mesmo sentado ele parecia ser bastante comprido, seus cabelos ruivos eram lisos e levemente emaranhados, e seu rosto era lotado de sardas.

Já Rose não tinha muitas características em comum com seu pai, além da cor do cabelo e dos olhos, e as sardas, é claro, que manchavam toda a sua face e outras partes do corpo, como braços e costas. Seus fios não eram lisos como os de seu irmão, mas sim cacheados e volumosos, feito os da mãe. A Weasley não sabia controlar o seu volume, por isso os mantinha quase sempre presos em uma trança baixa e sem graça. Seus olhos eram de um tom azul piscina, com longos cílios ruivos. Não era baixa, mas também estava longe de ser alta como o pai.

— Estou tentando explicar para a professora Martin que não posso ficar longe de você e que gostaria de trocar de casa. Sabe que papai não gostaria que eu ficasse afastada, sem poder cuidar de ti, Hugo – explicou Rose, esperando pela compreensão tanto do seu irmão quanto da professora.

— Senhorita Weasley, querida, Hogwarts sempre fez as seleções assim e, por mais que eu entenda a situação que a senhorita está enfrentando agora, não posso mudar anos de tradição somente para agradar ao senhor Weasley. Tenho certeza de que Hugo já é um rapaz responsável e consegue sobreviver dormindo em um lugar diferente da senhorita. Os senhores podem passar o restante do dia inteiro juntos, nada além disso, sinto muito.

Enquanto a vice-diretora Martin tentava explicar aos irmãos sobre a história por trás do chapéu seletor e de como não era possível mudar a escolha de casa, uma figura passou furiosa pelo portão do salão principal, acompanhada de mais três garotas desconhecidas. Dominique parecia realmente brava com algo, e talvez em sua expressão fosse possível detectar até certo nojo.

Apesar de ser uma Weasley, Dominique não conhecia os primos muito bem, reconhecia Hugo de um ou outro jantar em família, mas nunca havia visto Rose antes, muito menos ouvido falar da existência da garota.

— Professora Martin, acredito que fui colocada nos aposentos errados. – afirmou ao alcançar a vice-diretora e o casal de irmãos.

— Senhorita Weasley, não sei se percebeu, mas estou resolvendo o problema de seus primos, que, aliás, chegaram antes da senhorita.

— Eu não ligo. Me colocaram em um quarto onde existem mais cinco camas além da minha. Creio eu que minha mãe tenha deixado bem claro em sua carta que eu ficaria no melhor quarto de Hogwarts, que ela pagaria por isso. – a loira continuou, com desdém.

— Pois bem, senhorita Weasley, talvez seu pai devesse ter lhe informado antes que Hogwarts não possui quartos melhores, uma vez que o próprio já estudou aqui. Só temos um modelo de quarto para os alunos, eles são padrão e somente mudam de decoração de casa para casa. Agora, se me permite, vou me retirar. Aproveite e mostre a Rose onde ficam os aposentos de Grifinória, visto que já conheceu onde irão dormir durante sua estadia aqui, e boa noite. – a professora finalizou o assunto, recolhendo o chapéu que ainda estava sobre a banqueta em que ocorre a seleção e se virando de costas para os alunos rebeldes, preparada para partir.

Rose se desesperou rapidamente. Ela acreditava que ainda havia algo que a professora pudesse fazer por ela e Hugo, e aquela garota loira, que ela honestamente não fazia questão de lembrar o nome, havia a interrompido e atrapalhado.

— Não, espere! – gritou a ruiva, exasperada.

No momento que seu grito ecoou pelo salão quase vazio, algo aconteceu. Uma brisa bateu contra o rosto de Rose, espalhando alguns fios de cabelo, as velas que iluminavam o ambiente se apagaram por um momento, as longas mesas em que ocorriam os banquetes se moveram levemente e a cadeira de Hugo foi empurrada para trás. As amigas de Dominique gritaram, assustadas, enquanto a Weasley, que era a líder do grupo, apenas se abaixou, com medo que algo a atingisse pela movimentação repentina.

A vice-diretora Martin se virou de volta para os seus novos alunos, parecendo surpresa com o que acabara de acontecer. Enquanto ela observava o rosto de cada uma das crianças ali à sua frente, as luzes do salão voltaram a se acender, uma por uma. Hugo empurrou a sua cadeira em direção a sua irmã, e puxou-a pelo braço.

— Você prometeu que não faria mais isso, não aqui! – o ruivo brigou com Rose, que parecia envergonhada pelo que aconteceu. – Sabe que papai te mandou para Uagandou para que aprendesse a controlar isso.

— Eu sei... É que – Rose começou a tentar se explicar, mas logo foi interrompida pela professora ali presente.

— A senhorita é a responsável por isso? – questionou, e a ruiva acenou minimamente com a cabeça, esperando uma bronca. 


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