Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 26
Por que tudo precisa ser tão difícil?


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vocês? Estava com saudades dessa fic. Hoje vou dar continuação na sina da nossa Rose. Será que Scorpius vai realmente virar as costas para ela, ou vai deixar de se fazer de difícil? E o que será que está acontecendo com ele para estar tão distante?
Enfim, deixo vocês com esse capítulo e espero que gostem!



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Ela me disse: eu não sei
Mais o que eu sinto por você
Vamos dar um tempo
Um dia a gente se vê
E eu dizia: ainda é cedo
Cedo, cedo, cedo, cedo

(Legião Urbana, Ainda é cedo)
.

— Já disse que não vou - gritei, irritada.

Meri me fulminou com o olhar. Estávamos no dormitório. Tentei escapar dela, mas não consegui. Era um lugar óbvio para se esconder. Eu não queria ir a Hogsmeade, de jeito nenhum. Não queria ver Henrich e Scorpius. Henrich me parava no corredor toda vez que me via, somente para conversar sobre as disciplinas da escola. Mas eu sei o que ele está fazendo. Quer tentar chamar minha atenção de alguma forma. E Scorpius, bem, ele finge que não me vê e quando fazemos as rondas, está sempre calado e com a testa franzida. Então não quero vê-los. Seria tortura e meu sábado era sagrado demais.

— Você vai - minha amiga sibilou, seus olhar era de fúria assassina, o que me deixou receosa em recusar - Se eu tenho que aturar o Alvo, você vai aturar Henrich.

Bufei, irritada.

— Por que não admite que gosta do Alvo? Meu primo não é tão ruim assim.

Ela deu uma risada sarcástica, mas desafinou no final.

— Nem morta, Rose. Nem que eu estivesse sobre uma poção do amor. Nunca vou gostar dele.

Levanto da cama, analisando o olhar dela. Parece receosa.

— Muito bem, você venceu - ela faz uma dancinha da vitória - Mas vai ter que me falar a real. Por que está tão irritada com Al?

Ela para e engole seco. Desvia o olhar para janela.

— Seu primo é igual a todos os caras, Rose. Nunca vai saber levar a alguém a sério.

Eu não poderia discordar, mas Alvo parecia realmente gostar de Meri. Nunca mais o vi sair com ninguém e as garotas que gostam dele parecem bem irritadas. Sempre me perguntam se ele está namorando. O que é bem irritante.

— Ok, mas acho que Alvo realmente gosta de você.

Ela revira os olhos.

— Vá se arrumar, que estou sem paciência para essa conversa - Meri diz, em tom ácido.

Dou de ombros e coloco uma roupa discreta. Vou toda de preto. Meu sobretudo vai até o joelho e estou usando um coturno de cano baixo. Amarrei o cabelo em um coque e não passei maquiagem.

— Você não vai assim, Rose - minha amiga ralha comigo - Você está sóbria demais. Parece que está detestando sair...

— E estou mesmo - eu interrompo, lhe oferecendo um sorriso irônico.

Ela suspira e caminha até sua cama e abre seu baú. Tira uma nécessaire e volta até a minha cama.

— Sente – ela ordena.

Eu reviro os olhos.

— Não vai me maquiar, Meri, não vou ficar bonita...

— Vai sim! Agora senta aí que vou melhorar essa sua cara – ela diz, em tom de deboche.

Bufo, mas faz o que ela quer. Meri faz a maquiagem rapidamente e me olho no espelho que ela me emprestou. Fico abismada com seu talento. Ela delineou meus olhos e usou uma máscara para os cílios. Usou uma sombra rosa clarinha e passou uma base, pó e um batom vermelho mate. Eu me via mais velha do que era e realmente me deixou bonita e fiquei menos pálida.

— Tenho que admitir que você se superou - eu digo, admirando meu reflexo - Mas não pense que vou ficar feliz em estar lá. Quero distância de Henrich.

Ela gargalhou.

— Ok, vamos logo - Meri me puxa para fora do quarto pelo braço.

Encontramos os rapazes fora do castelo e embarcamos na carruagem. Como sempre eu não sabia o que puxava a carruagem. Mas segundo tio Harry, eram testrálios. Só poderiam ser vistos por pessoas que já viram a morte. No meu caso, agradeço muito por não ter visto ninguém morto.

— Olá Rose  - diz Henrich, tímido.

No castelo ele era sempre despojado, agora vamos em um suposto encontro, ele parece envergonhado. Aprecio isso, pois acreditava que ele era um prepotente. Mas, vejo que minha opinião sobre ele estava errada.

— Olá Henrich, olá Alvo - cumprimento, com um sorriso.

Alvo me abraça e beija minha bochecha.

— Já nos vimos hoje - digo, limpando meu rosto, pois ele babou de propósito.

— Não pude evitar, priminha - ele diz, em tom brincalhão.

Faço uma careta para ele, o que o faz gargalhar mais. Quando vou entrar na carruagem, Henrich puxa a porta e me ajuda a subir. Sinto-me em um filme de época, em que a mocinha é ajudada pelo cavaleiro. Meu estomago embrulha, pois não quero nada com esse cavaleiro em questão. Mesmo assim, agradeço. Ele está corado. Não sei se é pelo frio, ou por eu fita-lo direto em seus olhos. Nos aconchegamos na carruagem. E Alvo faz questão de sentar ao lado de Meri, antes que eu possa. Passo a viagem inteira ao lado de Henrich, que discute sobre as plantas que está cultivando na estufa. A professora Sprout parece muito entusiasta dele, pois ela já havia comentado sobre Henrich e algumas aulas, sempre elogiando sua maestria com as plantas e flores. Ele parece ser melhor que eu em tudo, o que me irrita. Mas, dessa vez, ele não fala de forma prepotente, mas com paixão. O escuto de verdade, pois as plantas são fascinantes.

— Então, Rose, o que você fará depois de Hogwarts? - ele pergunta, enquanto a carruagem percorre seu caminho.

— Estou me preparando para ser uma medibruxa - eu respondo, distraída com a paisagem na janela.

Vejo pelo canto do olho seu sorriso.

— Tenho certeza que será a melhor da nossa geração - ele diz, sem parecer forçado. Meri e Alvo deixam escapar umas risadinhas - É verdade, pessoal. Rose é muito inteligente. Todos professores elogiam você e confesso que fiquei com inveja. Mas, eu vou seguir o caminho da herbologia, então não seremos rivais - eu seguro uma risada, pois Henrich as vezes é muito exagerado - E se precisar de qualquer ajuda, eu posso estudar com você. Estou me preparando para os NIEMS e tenho certeza que isso poderá ajuda-la.

Fico desanimada, pois não quero ajuda, mas Meri me lança um olhar maligno:

— QUÊ? -exclamo, com voz esganiçada.

— Então está combinado, Rose - Henrich diz, parecendo não ouvir meu protesto e nem ver minha cara de desgosto.

Onde fui me meter?, penso desesperada.

— Está na hora de você sair com outras pessoas, Rose. Aposto que Scorpius seguiu em frente.

Ela caminha a minha frente, guiando nosso grupo até o Três Vassouras. Meu estomago está pior, parece queimar. Só de pensar em Scorpius saindo com outra pessoa parece horrível.

Pegamos uma mesa no fundo e pedimos cerveja amanteigada. Alvo e Meri discutem algo que não escuto e Henrich tenta chamar minha atenção.

— Rose - ele diz - Está me ouvindo?

— Hum? - murmuro, com os olhos na porta da taverna - Ahn, desculpe, eu estava distraída.

Ele me lança uma olhar triste.

— Eu entendo. Você está esperando seu namorado? O Malfoy?

Engulo seco.

— Não e ele não é meu namorado.

O sorriso que Henrich me oferece é espontâneo.

— Ah, você é linda demais para não ter. E inteligente, também - ele diz, mas parece constatar um fato. Henrich é muito sério para flertar - E com certeza vai ter um, em breve.

— Eu não preciso de...

— É claro que ela pode ter um - interrompe Alvo - Mas a Rose é muito chata e surta por qualquer coisa.

Chuto o joelho dele, debaixo da mesa.

— Ai, Rose. Eu não disse que ela surta? - ele diz, entre dentes, massageando o joelho.

Bufo irritada. Henrich e Meri estão rindo da situação.

— Pode ser tudo isso, mas, Rose, você é encantadora - Henrich diz, ficando vermelho.

Ai, não, essa não, penso. Aquilo não parecia promissor.

— Uau, Henrich, não sabia que você fazia cantadas - Meri debocha, rindo.

— Eu nã...ão estou fazendo isso, com certeza - ele gagueja, sem graça - Estou apenas constatando um fato. Não pense que estou fazendo isso de propósito, Rose.

Eu dou risada e sorrio para ele. Tenho a leve impressão de que ele segura o ar ao me fitar.

— Tudo bem, Henrich, não estou pensando nada.

Ele sorri, sem graça e continuamos a conversar. Passamos a tarde naquele clima tranquilo. Henrich é gentil o tempo inteiro e na Dedos de Mel faz questão de comprar caramelos para mim, pois sabe que sou fascinada por eles. Até o momento não sei como ele tem essa informação, mas suponho que tenha sido Meri que falou para ele. Estou andando distraída, ao lado de Henrich na rua que não olho para frente e esbarro em alguém. Minha sacolas de compras caem no chão e me agacho para pegar o conteúdo que se espalhou pela calçada. Uma mão encosta na minha e peço desculpas, sem levantar os olhos. Quando finalmente levanto o olhar, vejo Scorpius, agachado e recolhendo minhas coisas. Ele parece cansado e taciturno.

— Scorpius - digo, sem ar.

— Rose - ele diz se levantando e entregando minha sacola.

Por algum motivo, Henrich está mais atrás, com Alvo e Rose. Ele parece tenso, nos observando.

— Então, está saindo com Henrich? - ele pergunta, em tom sóbrio.

— Não, eu não estou, eu....

— Tudo bem, se estiver...Eu fico feliz - ele diz, sem me olhar.

Meu coração se despedaça. Por que tudo precisa ser tão difícil?

 


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