Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 27
Tudo valeria a pena enfrentar


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, gente, tudo bem?
Hoje vai ser a narração do Scorpius. Sentiram falta dele na fic? Eu senti. E hoje vamos entender um pouco mais sobre ele e sua vida. Espero que gostem, um beijo!



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P.O.V Scorpius

Eu já tinha muitos problemas. Meu pai era um deles. Ele não queria ajuda de ninguém para sair de Azkaban. Havia visitado minha mãe, depois do Natal e fiquei com ela até voltar para Hogwarts. Ela me contou tudo sobre o que estava acontecendo com meu pai. Ele se recusava a ter defesa, se fosse do senhor Potter e não dizia nada do que havia acontecido aquela noite em que foi preso, acusado de ter matado uma trouxa. Eu não conseguia compreender isso. E isso me matava por dentro, porque esperava que meu pai fosse inocente, mas seu passado era duvidoso e não sabia se de fato ele havia mudado. Eu não sabia o que pensar.
E havia os habitantes naquele maldito castelo. Estava detestando aquele ano letivo, mais do que tudo. Todos me olhavam cor ar acusatório, como se eu fosse fazer algo de ruim, como se meu pai tivesse realmente feito aquilo. Como se fossemos comensais da morte e detestassemos nascidos trouxas. Eu não era isso, eu apenas era alguém normal, com sonhos, frustrações e tristezas. Eu só queria viver minha vida em paz.
E Rose, com seus cabelos flamejantes, não saia da minha cabeça. Queria ela longe dos julgamentos. Longe de tudo aquilo, longe do inferno que era minha vida depois que meu pai foi preso. Eu não disse nada a ela, no começo, pois não queria preocupa-la. E depois que nos desentendemos no St. Mungus, eu fiquei receoso. Ela não queria me apresentar para sua família. Será que eu era importante para ela? Será que ela realmente gostava de mim? Eu não sabia o que pensar, então resolvi sumir da sua vida. E ainda havia Leon. A pedra no meu sapato. Um sabia do segredo do outro. Ainda me lembrava da nossa conversa, quando voltamos para Hogwarts, das férias.
— Agora que você está feliz com Rose, eu acho que quero um suborno por meu silêncio - ele disse, com tom sarcástico.
Estavamos no banheiro masculino e não havia ninguém. Pelo que agradecia. Fiz um feitiço para silenciar o local. Ele riu de mim.

— Está com tanto medo que saibam do seu segredo? - ele debocha.
Apertei os punhos com força.
— Você também está envolvido nisso, seu idiota - disse, com raiva.
Ele passa a mão por seus cabelos dourados. Sua expressão é de desdem.
— Sabe, por um tempo achei que éramos amigos - ele disse, lentamente. Encostou na parede, cruzando os braços - Achei que fossemos iguais. A sua iniciação em meu grupo seria perfeita.
Eu dou risada.
— Aquilo foi um erro, você me enganou - disse, com ódio - Você me usou, para fazer aquelas coisas...eu não sou assim...
Ele ri, sarcástico.
— É sim, você é. Está no seu sangue - seu tom é irônico. Seus olhos me fitam com zombaria - Seu pai não fez igual? Não matou aquela trouxa?
Não sei como me aproximei dele tão rápido. Fui tomado por uma raiva imensa e o agarrei pelo pescoço. Ele ri, descontrolado.
— É isso que você sabe fazer, Scorp? - ele estava brincando com fogo.
Aperto com força e ele me afasta, me dando um chute no estômago. Ele arregaça as mangas, com um sorriso perverso.
— Agora estamos nos comunicando - ele diz, cinico - Gosto disso.
Ele parte para cima de mim e acerta um soco no meu queixo. Ele é rápido, pois fez pugilismo, a pedido do seu pai. Eu não era fraco, mas não era tão bom nisso. Sinto o gosto de ferro em minha boca e uma dor intensa em meu maxilar. Contudo, não paro para pensar na dor e revido com um chuto em seu estomago. Ele cai para trás. Continua a gargalhar.
— É só isso que você tem? - ele pergunta, me provocando.
Por algum motivo, ele está procurando brigar. E talvez eu saiba o motivo. Ele quer minha expulsão na escola. Mas, eu não me importei. Saquei minha varinha e disse:
— Estupefaça!
O feitiço o atingiu no peito. Ele bate com força na pia, quebrando-a. Água escorre por todo lado. Ele está tonto e cai no chão. Não está mais sorrindo. Mas, eu sim. Chuto-o com força na cabeça.
— Agora, quem está rindo? - eu provoco.
Ele mostra o dedo do meio para mim.
— Você ainda está preso a mim, Scorpius - ele diz, com voz fraca - Quero que saia de perto de Rose.
Eu escuto aquilo, com raiva. Por que ele estava fazendo isso?
— E seu não fizer? - pergunto, com sarcasmo.
— Se não fizer - ele diz, tentando se levantar - Eu vou contar para ela o que aconteceu aquela noite. E posso mentir ainda mais, dizer que você fez coisas horríveis...e ainda tem nosso pacto...você é tão manipulavel, Scorpius.
Aperto os punhos, com força. Sinto minhas unhas afundando em minhas palmas.
— E o que você quer com ela?
Ele ri, sentando-se e encostando na parede. Está pálido e de sua cabeça escorre um filete de sangue.
— Eu só quero que você não tenha ela - ele diz, sorrindo cinico, de olhos fechados.

E bem, no final, eu acabei fazendo o que ele queria. Rose estaria segura assim, longe de mim e longe dele. Nenhum dos dois iria falar com ela e não a teríamos. Eu não saberia dizer se ele estava com inveja ou com raiva por eu ter lhe virado as costas. Mas, bem, pouco importava. E agora, andava pelas ruas de Hogsmeade, distraido, sentindo frio do inverno invadir meu corpo. Havia tomado alguns copos de fire whisky, na casa dos gritos. Fiquei sozinho naquele lugar, lembrando dos momentos felizes que tive com Rose, Alvo e David. Eles eram meus amigos e sempre seriam. Pena que Rose estava fora dessa equação. Leon disse que faria de tudo para que eu me ferrasse, caso tentasse ficar com ela. Já que eu não obedecia, em seu grupo, eu teria meu castigo. Não ser feliz. E Rose me fazia muito feliz. Precisava arranjar uma maneira de quebrar aquele pacto. No começo, ele não usava isso contra mim. Estavamos em relativa paz, mas por algum motivo, ele parecia querer a mesma garota que eu. Não saberia dizer se esse era o motivo, também. Leon era indecifrável. Havia momentos em que se desculpava e havia momentos em que enlouquecia.
Avistei a ruiva, do outro lado da rua, andando com Henrich, Alvo e Meridith. Não sei o que deu em mim, mas queria passar por ela. E ela estava distraida, não me viu e esbarrou em meu braço, derrubando tudo que levava. Eu a ajudei a pegar suas coisas. Ter seu rosto tão perto do meu, fez meu coração acelarar.

— Scorpius - ela sussura.

— Rose - digo, tentando manter minha postura o mais séria possível. Levanto e entrego sua sacola.

— Então, está saindo com Henrich? - pergunto, em tom sóbrio.

— Não, eu não estou, eu....

— Tudo bem, se estiver...Eu fico feliz - digo, sem me olha-la. Isso estava me matando de verdade.

Estou saindo, quando ela me segura pelo braço.
— Scorpius, por favor...vamos conversar - ela pede, me olhando em agonia.
Aqueles olhos azuis eram a minha perdição. Queria beija-la. Por Merlin, queria abraça-la com força. Mas, havia muitos problemas envolvidos. E se eu tentasse pelo menos ser seu amigo?, pensei comigo mesmo.
— Tudo bem - eu concordo.
Ela sorri, alegre. Puxa-me pelo braço. Eu não consigo me desvencilhar. Esperava não encontrar Leon, ou ele cumpriria suas ameaças. O lufano nos olhos com decepção, o que me deixa com pena. Mas, bem, aquela garota era minha e tentaria resolver meus problemas, antes que a perdesse para ele.
— Scorpius - diz Alvo. Sua voz é alegre e ele parece satisfeito em me ver - Cara, eu procurei você por toda parte.
— Eu estava andando por ai - digo, dando de ombros.
Ele fita a mim e Rose. Pisca, com um sorriso maroto. Eu dou de ombros. Ele sabia dos meus problemas, era a única pessoa que poderia saber, sem me julgar. Estava tentando me ajudar de todos as maneiras possíveis a quebrar aquele maldito pacto. Mas, por enquanto, teriamos que ser cautelosos. Meredith me lançou um olhar raivoso. Realmente, aquele grifinória era um saco. Solto do braço de Rose, tentando manter distância.
— Malfoy - Henrich reconhece minha presença.
— Henrich - Apenas cumprimento, com toda a educação. Eu sabia ser muito educado, quando queria.
Rose me fitou, com olhos tristes. Ofereço-lhe um sorriso. Ela fica vermelha e baixa os olhos.
— Que tal nós sairmos desse frio? - sugere Alvo - Estavámos indo para Madam Puddifoot's.
Reviro os olhos. Detesto aquele lugar, mas para passar um tempo ao lado de Rose, eu faria qualquer coisa.
— Parece ótimo - Meredith diz, com asco.
Seguro o riso. O que Rose não tenta disfarçar.
— Ah, vai ser perfeito - ela diz, me puxando pelo braço.
Não consigo ceder. Eu sou guiado por aquela ruiva. Nós entramos no local e a vários casais. Henrich se despede, dizendo que precisa voltar para o castelo. Não me importo com isso, pois quero ele bem longe de Rose. Já fazia dias que a estava cercando e aquilo me tirava do sério. Mesmo ele sendo bom para ela, eu não estava conseguindo controlar meu ciúme. Ela parecia leve, muito diferente de quando fazíamos as rondas. Sentamos perto da lareira e senti um paz invadir meu peito. Ela ficou ao meu lado, quieta. Ouvia a suspirar de vez em quando. Fitei-a e ela parecia prestes a falar algo, mas fechou a boca. Estava corada. Aquilo era demais para mim, demais estar perto dela, mas iria me torturar mais um pouco.

— Então, Scorpius - diz Meredith, lentamente, me olhando com raiva - quais são suas intenções?

— Perdão? - disse, sem entender.

— Meri, por favor, sem interrogatórios - pede Alvo. E pela primeira vez, ele a olha sério - Meu amigo está aqui, pois é meu convidado. E ainda é amigo de Rose.

Meredith fecha a boca e olha com surpresa Alvo. Ela se acomada mais em sua cadeira.

— Eu só acho que Scorpius não se decidi no que quer -ela constata.

Se ela soubesse que não tenho qualquer escolha.

— Chega, Meredith - diz Rose, irritada - Scorpius é meu amigo e gosto de tê-lo por perto.

Eu sorrio para ela. Apesar de ter ficado magoado com ela no St Mungus e por ela estar conversando com Leon, aquele dia no trem,aquilo me fez a ver com outros olhos. Talvez quem sabe eu estivesse com as impressões erradas.

— Ok, não está aqui quem falou - Meredith diz, magoada - Quando ele magoar você de novo, não chore para mim.

— Eu não estava chorando em nenhum momento - a ruiva diz, indignada.

Não posso ficar ali, no meio dos amigos dela e ouvindo isso. Levanto e me afasto, indo para a porta. Rose me segue, segurando meu braço.

— Por que está indo embora, Scorpius? - ela pergunta, em tom magoado.

Seus olhos azuis me fitam com esperança. Isso está ficando dificil, não sei como lidar com todos esses problemas e não quero que ela brigue com sua amiga.

— Rose, não é uma boa ideia eu ficar aqui...- tento explicar.

Ela balança a cabeça. Segura minha mão, com carinho. Sinto seus dedos envolverem minha mão.

— Por favor, fica - ela implora.

Da janela, vejo Leon passar, com sua turma. Ele não nos vê, mas isso já me deixa em alerta. Um dia eu o ameacei e agora ele faz o mesmo. Aquele maldito! Afasto-me de Rose, sentindo meu peito doer.

— Rose, é melhor eu ir mesmo...mas vamos nos encontrar na sala precisa? O que acha? - pergunto, esperançoso.

Imploro mentalmente para que ela diga sim. E ela me fita com curiosidade e com um pouco de vergonha.

— Você vai estar lá? - ela pergunta - Eu não quero ir e você me dar o bolo.

Eu rio.

— Não farei isso, eu prometo - puxo sua mão e deposito um beijo em seu dorso.

Ela sorri para mim, sem graça.

— Na verdade - eu me aproximo do seu rosto, quase beijando seus lábios - Vejo você na ronda.

Ela parece hipnotizada por mim, pois seus olhos se focam nos meus com desejo. Olho para sua boca vermelha e beijo o canto da sua bochecha. Ela suspira.

— Até mais, ruivinha - digo e saio da loja.

Se Leon pensa que vai mandar em mim e me manipular, estava muito enganado. Eu iria dar um jeito em tudo. E tudo valeria a pena enfrentar, quando eu teria a chance de ter Rose ao meu lado.

 

 


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