Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 14
I Saw Red


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoal, tudo bem com vocês? Mais um capítulo para essa história que amo muito.



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Estou esperando Rose voltar do dormitório. Combinamos que nos encontrar depois do jantar. Já faz duas semanas que vimos as memórias de David. Os dias passaram voando e a dor de Rose parece diminuir. Ela sempre vai até a entrada da floresta proibida, antes de escurecer, para ver se encontra ele ou vamos até a Casa dos Gritos. Ele não havia voltado ainda, mas tinha impressão que em breve teriamos notícias suas. Eu não era seu amigo, mas sua situação me comoveu. Não cresci em uma família fácil. Meu avô é ex comensal, meu pai também, mas todos fingem que está tudo bem. Meu avós continuam implicando com a minha educação, pois ainda não concordam com as ideias progressistas da minha mãe. Ela tem um profundo respeito por todas as criaturas mágicas, não mágicas e mestiços. Algo que causou uma ruptura entre ela e minha avó. Meu pai está tentando reconstruir sua reputação no mundo mágico. Apesar de muitos terem visto sua mudança, ele ainda é mal visto. É medibruxo e quer que eu siga o mesmo caminho, mas realmente eu não sei o que quero. Admiro muito o trabalhado que o pai se Alvo faz. Talvez eu seja um auror, tenho notas suficientes para isso.

Naquela semana meu pai conseguiu falar comigo. Tinha pedido para que eu fosse para casa no natal. Brigamos, pois eu disse que iria passar com os Potter. Era meu primeiro natal longe de casa e não queria ver meu pai. Estava irritado por ele tentar interferir na minha vida. Ele nem ao menos conseguiu sustentar seu casamento, quem dirá dizer o que tenho que fazer.

— Oi - diz Rose, saindo da sua sala comunal.

Sorrio para ela. Meu coração acelera ao ver seus cabelos soltos. Ela está linda hoje. Quero envolve-la em meus braços, mas me contenho. Não quero assusta-la. Nossa relação ter progredido muito bem e não vou me arriscar a perdê-la. Ela não lembra o que me disse na festa do Slughron, o que eu lembro a cada segundo. Temo que ela tenha fingindo por estar arrependida. Contudo, apesar disso, não vou desistir. Farei com que ela se apaixone por mim e me veja mais do que como amigo.

— Está toda arrumada - cutuco - A que se deve a ocasião?

Ela ri.

— Eu só penteie os cabelos, seu bobo - ela diz, ficando vermelha - Vamos?

Assinto e caminhamos lado a lado. Ficamos em um silêncio confortável. Seu cheiro de rosas e me envolve e me deixa inebriado. Seus passos estão sincronizados ao meu. Percorremos o caminho e não demora dez minutos para encontrarmos dois alunos fora da cama. Um sonserina e uma grifinória. Rio da ironia, pois vamos tirar pontos das nossas casas. O casal fica surpreso quando nos vê. Os dois se separam e Rose dá uma bronca neles. Os dois saem cabisbaixos e ela anota em seu relatório o ocorrido.

— Esses jovens não pensam nas consequências – ela resmunga, sem perceber.

Dou risada dela. Nós sempre fizemos coisas erradas e muitas vezes fomos pegos. Seu comentário na faz sentido.

— Não me olhe assim, Scorp – ela repreende – Eles precisam aprender a se esconder melhor e não se deixar ser vistos.

Arqueio a sobrancelha.

— O que quer dizer com isso?

Ela cora de vergonha. Parece adorável.

— Quero dizer que se não querem ser perder pontos e serem pegos, precisam encontrar um lugar privado.

— E você já fez muito disso? – provoco.

Ela baixa a cabeça, envergonhada.

— Nunca fiz isso, se quer saber. Você já?

Eu coço o queixo, tentando recordar. Infelizmente sim, mas não vou dizer isso para ela nem morto.

— Não, nunca fiz. Quer tentar?

Ela solta um suspiro.

— Pare de brincadeiras, Malfoy – ela gagueja – Não tem graça.

Eu dou risada, deixando-a muito irritada.

— Ah, tem sim. Adoro vê-la irritada, minha sabe-tudo.

Ela me encara, pasma.

— Sua o quê? – ela pergunta, em tom de ameaça.

Acho que não foi uma boa ideia usar seu apelido. Estou pronto para correr.

— Eu disse: minha sabe-tudo – eu digo e saio em disparada.

Ela está correndo atrás de mim, mas minhas pernas são mais longas então tenho uma boa distancia, viro de costas, dando trotes para trás. Estou rindo da sua reação explosiva.

— Qual é Weasley, não consegue correr? – eu provoco.

— Seu idiota. Vou azara-lo agora mesmo – ela ameaça, mas não cumpre.

Continuo correndo dela e encontro uma sala vazia. Entro nela e me escondo atrás da porta.

— Scorpius, onde você está? – ela chama – Venha, não vou machucar você.

Nem morto. Eu sei que ela vai me bater. Os seus tapas ardem muito e não estou a fim de ficar com marcas vermelhas pelo braço.

— Scorpius, você é muito medroso – ela provoca, entrando na sala onde estou. Não me viu, pois estou atrás da porta e a sala está um breu.

Rose se virá de costas para mim. Aproveito a chance e agarro ela pela cintura, segurando com força. Seu cheiro me deixa tonto e tenho vontade de beija-la.

— Agora você está presa, Rose – eu digo, rindo.

Ela tenta se soltar, mas seus braços estão bem apertados sobre os meus.

— Me solta, seu bruto – ela diz, tentando pisar nos meus pés.

Giro-a para que ela me encare e ficamos em silêncio. Sua respiração se mistura com a minha e estamos em transe. Fito seus olhos azuis. Parecem da cor do céu sem nuvens. Ela é a criatura mais bonita que já coloquei os olhos. A garota mais linda e inteligente de todo esse castelo. Desejo provar seus lábios e puxa-la para mim. Tomo coragem e envolvo sua nuca com as minhas mãos e aproximo de leve nossos lábios. Beijo seus lábios, trêmulos. Olho para ela, esperando uma reação. Ela está de olhos fechados, parecendo entregue. Beijo mais uma vez, tentando dar passagem com minha língua. A sua toca a minha, com hesitação e é como se tudo ficasse vermelho ao nosso redor. Eu sinto a paixão urgente me consumir e abraço-a com a outra mão pela cintura e ela suspira em minha boca. Sinto seu gosto de menta e aprofundo ainda mais o beijo, deixando-nos sem folego. É como se seu tivesse corrido uma maratona inteira, pois não consigo respirar e me afasto um pouco. Ela interpreta isso como arrependimento e tenta se soltar. Segura-a com mais força e começo a beija-la novamente. Rose se surpreende e se solta em meus braços. Sinto-a tremer e eu também estou nesse estado. Acho que nosso beijo deve ter durado apenas uns minutos, mas esse momento parecia eterno. Separamo-nos, ofegantes. Eu abraço e beijo seus cabelos, afagando-os com as mãos.

— Foi incrível – eu sussurro, procurando seu olhar.

Ela está chorando. Sinto uma pontada de medo.

— O que foi Rose? – pergunto. Vejo-a limpar as lágrimas – Fiz algo errado? Por favor, me perdoe.

 - Não. Estou chorando porque estou emocionada – ela explica, com voz embargada – Eu te amo Scorpius. Acho que te amo desde sempre.

Fico paralisado. Nunca imaginei que ela pudesse sentir algo por mim. Quero sair correndo e dizer isso para todo mundo. Que ela me ama, me ama, me ama. Isso ecoa dentro da minha cabeça. Ela me encara com expectativa. Parece esperar minha resposta. Levanto-a do chão, causando um gritinho nela. Beijo-a do ar e giro.

— Scorpius, vou ficar tonta desse jeito – ela diz, rindo.

Riu, feliz e a solto no chão, envolvendo-a em meus braços.

— Eu também te amo, pequena. Também te amo muito – eu digo. Ela parece hipnotizada pelas minhas palavras.

Beijo seus lábios, agora com mais lentidão e aproveitamos esse momento juntos. Ela me abraça com força e nos separamos. Está tarde e resolvemos voltar para nossos dormitórios. Deixo-a na porta da sua sala comunal. Beijo-a mais uma vez e afago seus cabelos ruivos. Amo seus cabelos e amo-a por inteira.

— Te amo, minha ruivinha – eu digo.

— Eu também te amo, meu loiro aguado – ela provoca.

Mordo seus lábios de leve e ela ri.

— Até amanhã? – ela pergunta.

— Até.

Despeço-me dela e vou caminhando com as mãos nos bolsos. Pelo canto do olho vejo Leon passar. Reteso as costas e vejo que ele está indo em direção a sala comunal da Grifinória. Vou até o fim do corredor e espio de longe para ver se ele tenta entrar, mas ele passa reto. Fico mais de vinte minutos, parado para ver se ele volta, contudo não vejo mais sinal dele. Estou incomodado pelo meu ciúme. Tenho meus motivos racionais para ficar preocupado com Rose falar com Leon, mas dessa vez é um ciúme primitivo que faz com que eu a queira só para mim. Esfrego os as têmporas e tento não pensar mais nisso. Confio que Rose nunca me magoaria. Apenas confio.


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Notas finais do capítulo

Titulo baseado em uma música do Sublime, Saw Red. Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=tFWy17DCqBo
O sentimento de Scorpius com relação a Rose é apaixonado e intenso tanto quanto a música exprime. Por isso ele vê, vermelho.



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