Lanterna Verde e Mulher Gavião: Recomeço escrita por waysieh


Capítulo 44
Medo de perder quem ama




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Shayera e John ainda estavam na mesma. Não estava sozinha, sabia que uma hora ou outra se entenderia com ele, mais até isso acontecer, decidiu não procurá-lo e foi o que fez quando esteve de repouso na enfermaria. Como John não deu sinal de vida nos ultimos dias, nem para saber como estava o bebê, ela também não avisou do susto que levou, se ele tivesse que procurá-la, o faria por vontade própria e não por causa do susto.

Ela estava na Torre da Liga da Justiça quando sentiu algo diferente. Fazia uns 2 dias que seu bebê não se movia e ela temeu que algo pudesse ter acontecido. O Sr Destino e o Marciano cuidaram dela até a chegada da dra Leslie, que havia sido indicada por Bruce.

— E então, o que houve? Por que não sinto meu filho se mexendo? - perguntou ela, preocupada.

— Calma Shayera - pedia a dra Leslie enquanto ela puxa um carrinho com um monitor e um teclado, um ultrassom intrauterino. - Tente apenas relaxar.

Shay tentava se manter tranquila.

— Você sentiu alguma dor, sentiu cólica? - perguntou a médica.

— Na verdade não, nunca senti nenhum mal estar. Sempre senti meu bebê mexendo, pelo menos sentia até dois dias atrás.

— Hmm... Pode se sentar agora, Shayera – pediu a dra Leslie – Jo'nn? Sr Destino? Podem entrar. - E voltando a atenção para Shay, disse: - Viu aquela luz ali no aparelho?

— Sim.

— É a batida do coração do seu bebê. Não é novidade pra você o sexo da criança, certo? Dá pra ver que é um menino!

— Eu sabia, sei que espero um forte menino aqui - dizia acariciando sua barriga.

— Isso mesmo. - Confirmou a dra Leslei - Parabéns mamãe!

A respiração de Shay acelera.

— Você quer dizer… que ele ainda está… vivo?

— Isso mesmo.

Ela coloca suas mãos na boca e lágrimas caem, mas ela sorri, está feliz em saber que o seu bebê está bem.

Enquanto elas conversavam, o Marciano fazia contato telepático com a criança. Ele percebeu que o filho de Shayera estava sentindo falta de John. A criança sentiu o distanciamento de pai.

— Viu só Shayera? Clinicamente não há alteração e seu filho está com vida e saudável. - Dizia Jo'nn

— Mesmo assim, prefiro que você faça repouso, sem esforço algum Shayera, só por precaução. - Pedia a dra Leslie.

— Tudo bem, mas vocês não responderam o por que dele não se mexer. O que está havendo?

— Clinicamente não há nada de errado – afirmou a doutora

— Shayera... - Jo'nn começou a dizer, deu uma pausa, com um longo suspiro. - Eu consegui fazer contato telepático com seu filho, enquanto você era examinada, e ele tem sentido a ausência do John, por isso ele tem estado tão quieto.

— Não é nada grave, quando John vir visitá-la, você verá como ele reagirá e então... - dizia o Sr Destino até ser interrompido por Shay.

— Eu prefiro que ele não saiba que estou aqui. Não quero que ele pense que tem alguma obrigação. - Dizia desesperançosa

— Ele é o pai, tenho certeza que ele não encara isso como obrigação e tem o direito de saber. Pense bem, entendo você e sei como se sente, mais o seu filho tem sentido a falta dele.

— Eu sei, mas prefiro contar ao John depois. Por favor, só peço que atendam o meu pedido e não comentem nem que eu estive aqui. Ficarei em casa, de repouso, e quando o John resolver aparecer, eu conto pra ele. Até la conversarei e muito com meu filho e tentarei suprir a ausência do pai, de alguma forma.

— Mais Shayera... - falava Jo'nn (ou tentava) quando ela o interrompeu.

— Por favor amigo, não te peço como paciente e sim como amiga. Não comenta com ninguém, nem mesmo com a Diana. Se o John souber por outra pessoa, ficará ainda mais aborrecido comigo.

— Tudo bem, faremos como quiser. - Concordou o Sr Destino.

— Você não prefere ficar aqui do que sozinha, em casa? - pergutou Jo'nn

— Eu prefiro ficar por lá mesmo, ficarei bem, Jo'nn.

— Me prometa uma coisa: que manterá contato. Me chame para o que precisar. -- disse Jo'nn.

— Prometo! Agora estou liberada? Posso ir pra casa?! - perguntava olhando para os três.

— Pode sim. -  Autorizou a dra Leslie.

— Obrigada! - agradeceu ela - Jo'nn? Você pode me teletransportar?

— Sim, mais primeiro, vamos comer alguma coisa e depois te ajudo.

— Ok, então vamos...  - E olhando para a dra Leslie e o Sr Destino, agradeceu: - obrigada! Vocês poderão me visitar sempre que quiser!

— É claro, a Inza vai gostar de visitá-la. - lembrou o Sr Destino.

— Eu vou amar receber a visita dela, e a de vocês.

— Então, vamos pessoal? - chamou Jo'nn - Eu ainda preciso resolver algumas coisas, mais antes, quero ter certeza de que você vai se alimentar devidamente - dizia olhando para Shay

Eles seguiram e depois de comerem algo, Shayera se despediu e seguiu para sua casa.

Uns 2 dias depois, Diana estava na sala de monitoria quando o Lanterna chegou. Eles não eram lá grandes amigos mais se davam bem. Na ultima briga de John e Shayera, Diana reprovou abertamente a atitude da amiga, mais ainda sim, permaneceu ao seu lado pois tinha certeza que ela agiu sem pensar. Ela desconfiava também que o John estava provocando Shayera. Isso, provocando, mais de outro jeito: com ciumes e agindo um pouco friamente.

— Olá Mulher Maravilha, tudo bem?

— Oi Lanterna, estou bem sim. Só não te pergunto o mesmo porque tenho certeza que com você está bem, não é? - disse de forma sarcastica.

— Não entendi o motivo desse comentário.

 - Sério? - perguntou fingindo espanto

— É claro que estou falando sério. - Defendeu-se John

— Pois então vou te explicar John: Pensa que eu não percebi que esse jeito de tratar a Shay é para forçá-la a fazer o que você quer? Saídas com o Oliver, agindo friamente com ela. No fundo no fundo você quer que ela pense que está te perdendo.

— Você está louca?! - perguntou ele, indignado: - O que te faz pensar algo assim?

— Ahhh... está me achando com cara de idiota, John? Se quiser, resolvemos isso rapidinho, coloco o meu laço da verdade em você. E então, topa?

— Mais é claro que não! - recusou ele

— Era o que imaginava. - disse convicta - Só uma coisa John: O humor da Shay nessa gravidez não foi dos melhores e concordo que naquele dia ela pisou na bola com você, mas ela está GRÁVIDA, espera um filho SEU e como pai não tenho visto você apoiando como se deve. Ela já está com 5 ou 6 meses, não é? E pelo que sei, você ficou dias sem nem ao menos procurar saber como ela estava. Você sabia que ela esteve na enfermagem?

Diana percebeu que John ficou surpreso com o comentário e prosseguiu: - Pela sua cara vejo que não sabia.

— Por que ninguém me avisou? Quando foi isso??

— Há 2 dias. Ela também não queria que eu soubesse. Olha John, estou com Shayera para o que ela precisar, errando ou não. Você sabe que eu não aprovei a atitude dela com você, mais o que eu sei é que agora, quando ela mais precisa você simplesmente some.

— Não foi bem assim! - disse ele - Embora ela precise entender que nem sempre tudo é como ela quer, eu não fiz de propósito.

— Fica difícil acreditar com suas saídas. Todo mundo sabe que o Oliver é bem saidinho. E tem mais, foi por você que Shayera resolveu ficar naquela casa imensa e está SOZINHA! Quantas vezes você foi visitá-la?

— A casa é dela e eu mesmo sugeri que vendesse.

— Ou você é muito burro ou se faz. É claro que ela não vai vender. Ela te ama e se ficou com a casa, foi por você. Ela está grávida poxa, precisa de você.

John baixou a guarda, sabia que Diana tinha razão:

— Eu sei Diana, mas lidar com o humor de Shayera é uma missão difícil.

— Mais você está perdendo um momento único e vou avisar: se ela sofrer, por qualquer motivo, por sua causa, eu acabo com você! E tem mais, você precisa pensar no seu filho um pouco.

— Mais o que houve?  Por que Shayera esteve na enfermaria e não me avisou?

— Seu filho deu um baita susto, não se mexia. Ela pensou que pudesse ter acontecido algo, mais não foi nada de mais e o Jo'nn até queria te avisar, mas ela não quis. Conhecendo a Shay como conheço, ela não o chamou por receio, pra você não pensar que era alguma situação pra chamar a sua atenção.

— Que absurdo! Eu jamais pensaria algo assim. E onde ela está? - perguntou ele, preocupado

— Em casa... e... sozinha. Ela tem mantido contato e está tudo bem. Se você quiser saber de mais alguma coisa, é melhor perguntar pra ela.

John coçava a cabeça, demonstrando preocupação e confusão.

— Diana, eu não quis simplesmente sumir. Admito que estou sendo frio com ela, sim, porque estou chateado com tudo o que aconteceu. Mas sumir de propósito não. Eu me preocupo com meu filho, ela precisa saber disso. Eu pensei que estava tudo bem, por isso aproveite e fui até OA.

— E com ela? Olha John, se você procurar por ela pra dizer isso, é melhor nem ir. Eu sei que você se importa com o bebê, mais e a Shayera?

— Foi um modo de falar, Diana. É claro que eu me importo com ela. - Justificava-se ele - Eu vou resolver isso e logo, já passou da hora e não dá pra ficar nessa situação. - Decidiu John.

Diana concordou e os dois ainda conversaram um pouco mais. Ele precisava encerrar seu plantão na Torre, para depois, procurar Shayera para entender bem o que aconteceu com ela e seu filho...

... e parecia que quanto mais ele queria que o dia passasse rápido, mais demorado era. Algumas poucas horas, para John, pareciam dias, meses... Mais por fim, ele pôde sair... teria uma conversa definitiva com Shay.

Enquanto isso, Shayera estava em casa, seguindo as recomendações médicas. Precisava aproveitar sua gestação o máximo possível. Pensar no que vem depois... parecia assustador para ela, são muitas coisas novas para aprender.

Ela tinha lido em algum lugar, que os bebês conseguem ouvir, sentir o que está acontecendo a sua volta. Que eles nascem conhecendo o som da voz da mãe, do pai. Por isso ela não questionou Jo'nn quando ele disse que seu filho sentia saudades do John.

Ela olha para a sua barriga e começa a conversar com seu filho:

— Ei, garotão. Me desculpe por tudo o que tem acontecido ultimamente. É bom que você saiba que a vida de sua mãe é bem turbulenta. - Sua mão relaxava sobre a barriga, ninando-o.

— É… você está com saudades do seu pai, eu sei. Também sinto falta dele.

Ela olhava para a lareira, ainda sentada no sofá, conversando com seu bebê, continuou:

— Seu pai já me amou muito. Você precisa saber que ele te ama e não importa o que aconteceu ou o que acontecerá daqui pra frente, é importante que você saiba que estávamos apaixonados. Ele é um ótimo homem – sorria, enquanto falava – Isso quando ele não está tão ocupado, saindo com o Oliver. Esse você conhecerá, mas ficará bem longe.

Ao terminar de falar com seu filho, paira aquele silêncio na sala. Então, de repente, ela percebe que John estava na porta. Ela estava tão envolvida na conversa com seu filho que ela não percebeu a quanto tempo ele estava lá, parado, observando-a.

Ele permanece olhando. Seu olhar está direto, parecendo irritado. Depois, ele seguiu em direção a Shay, com passos fortes ficando a apenas alguns passos dela, que permaneceu sentada no sofá.

— Como você está? - perguntou ele

— Bem, e você?

— Eu poderia estar melhor. - disse ele, sinceramente.

— John, o que você quer?

— Que pergunta difícil – dizia ele desviando o olhar – Não achei que fossemos ficar tão afastados.

Ela estranha e então começa a questioná-lo:

— Você está equivocado, quem se afastou foi você. Como eu percebi que minha presença era incomoda resolvi ficar por aqui. O que pensou que eu faria?

— Sinceramente? Eu pensei que você fosse insistir...

— Bom, você estava errado. - dizia tentando parecer indiferente, mais seu coração estava acelerado.

— Parece mesmo – ele concordou olhando nos olhos de Shay. Sua sobrancelha enruga um pouquinho e ele pergunta: – Você estava… feliz… comigo, Shay? Pois eu estava e tinha tantos planos para nós. E achava que você também tinha.

Ela não segura o sorriso quando se recordava dos momentos com John:

— Sim, eu estava feliz.

— Então me fala por quê? Você me deve isso. O que há de tão ruim assim em aceitar meu pedido de casamento?

Shayera fala devagar, com uma certa tristeza:

— John, você precisa saber que eu não queria que isso acontecesse assim. Eu estava irritada. Depois que tudo aquilo passou, eu percebi como havia magoado você.

— E eu não ajudei muito, te tratando com frieza...

John dá um passo para frente e acomoda-se ao lado dela, no sofá. Ficaram quietos com a respiração ofegante e olhando para baixo. Shayera é quem rompe com o silêncio:

— Bom, John. Queria me machucar? Você conseguiu. Se sente melhor? - ela fala colocando uma mão na testa. E apesar de tentar mostrar ser forte, sua voz sai baixa: – Não quero mais isso, John. Não quero brigar. Podemos ficar discutindo o dia todo, mas não vai mudar nada. Definitivamente não quero um relacionamento pela metade com você, não quero ficar bem uns dias e depois sem se falar por semanas.

— Eu também não quero e por isso estou aqui Shayera, quero resolver tudo e começando pela sua consulta médica, as pressas: O que houve, afinal? Por que você não me chamou?

— Chamá-lo pra depois você dizer que eu usei a gravidez para chamar sua atenção? Não, John, não sei se você é capaz de entender, mais estava sendo bem cruel comigo. - dizia para ele - E também não era nada de mais, o nosso bebê percebe quando você está por perto e sentiu sua falta. Talvez, para me punir, você se afastou tanto que esqueceu do nosso filho.

Bem na frente da Shay. Ele desmorona.

Suas pernas perdem a força e ele cai de joelhos.

— Ah, caramba… que droga… como sou idiota… completamente idiota… - e enquanto ele lamenta Shay abaixa com ele.

— John? John? Você está bem?

— É claro que não, Shay… olha só, você acabou de me dizer que para punir você, negligenciei meu filho. Eu não fiz intencionalmente.

Ela segura as mãos de John e seus olhos encontram com os dele. As coisas que ele fez. Tudo o que ele disse...

— Eu sei que estraguei tudo. Você estava tão empolgado com essa casa e eu te magoei... mas eu precisava tanto de você quando ele parou de mexer - dizia acariciando sua barriga. - Pensei que estava perdendo nosso bebê… - lágrimas já começaram a escorrer pelo rosto dela.

John diminui ainda mais o espaço entre eles e coloca os braços em volta dela, um abraço forte:

— Me desculpe, Shay… estou envergonhado da forma como agi – ele dizia, arrependido.

Lágrimas continuavam a escorrer dos olhos dela:

— Pensava que não iríamos… nos entender mais... principalmente quando você não disse que me amava aquele dia, quando nos encontramos pela ultima vez e eu me abri, dizendo que o amava…

— Xiu… não quis dizer aquilo porque eu estava magoado. Mas eu eu te amo, Shay… – ele esconde seu rosto no pescoço dela e permanece abraçado.

Nada mais importava, os dois estavam, finalmente, juntos. Redescobririam o caminho.

John pressiona sua testa contra a dela e depois sua mão cobre a barriga. Seu toque causa um efeito inesperado:

— Esse é o meu garotão - falava John, agora apoiando sua cabeça sobre a barriga de Shayera. Estava orgulhoso do seu filho. - Já reconhece minha voz, como pode?

— Ele sente, não sei explicar. - Dizia ela.

— Vamos mesmo ter um bebê? - ele parecia incrédulo.

Rindo e ao mesmo tempo em lágrimas, ela disse:

— Sim, vamos. Você realmente quer?

— Com você? Com certeza, e pretendo ter muito mais, Shayera. - E olhando nos olhos dela, ele promete: - Ficaremos bem, eu prometo.

Os dois permaneceram, abraçados, no sofá, em silêncio, apenas curtindo o momento juntos.


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