A distância entre nós- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 3
Noite de discussões




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Hermione POV

Tudo ocorreu bem na sorveteria. O sorvete de morangos saltitantes continua excelente!

Um pequeno detalhe estranho foi a cara de ansiedade que Florean fez ao me perguntar se Harry Potter estava no Beco Diagonal. Eu disse que não, mas não dei explicações sobre ser um pedido de Dumbledore que Harry não saísse da casa dos tios… Sinceramente, não entendia porque um sorveteiro estava tão interessado na presença do meu amigo. Poderia estar sob ação da maldição Império, mas pensar na possibilidade de que os comensais chegaram a esse ponto para chegar em Harry me assustava demais.

Logo papai fez a proposta de jantarem em nossa casa hoje. Tudo já havia sido combinado com o Sr. Weasley, mas gostariam de ter certeza que Fleur e Gui estavam interessados.

—O que acha, meu bem? Gostaria de conhecer uma casa trouxa britânica?

Foi Gui quem perguntou à noiva.

—Oh, queride, eu adorrarie passar mais tempo con Monique, seri un prazer jantar com vocês! 

 Fleur tinha adorado conversar com mamãe quando soube que tinhamos parentes em Dijon, na França. 

Assim tudo ficou acertado. Todos os Weasley iriam, exceto Gina que estava passando as férias com Luna. Fred e Jorge confirmaram a ida com o Senhor Weasley depois ele nos acompanhou de volta para a Londres não mágica. 

Foi inevitável a sensação de estarmos constantemente sendo vigiados no caminho de volta. O Beco estava cada vez menos movimentado. A primeira decisão tomada pelo novo ministro foi informar a todos quais eram os comensais da morte confirmados e as paredes já se enchiam com cartazes com seus rostos. Ver os cartaz de Bellatrix me fez lembrar de Harry, se ele estivesse aqui poderia reviver o sofrimento ao pensar em Sirius.

***

—Bonsoir! Comment allez-vous?

—Tre bien! C'est l'heure du diner!

Fleur parecia estar se divertindo em ter minha mãe para relembrar de seu idioma natal. Eu poderia participar da conversa, mas estava mais interessada em acompanhar outro diálogo se formando na mesa de jantar.

Ajudei o papai a terminar de montar a mesa. Haviam tomates frescos, alguns pães torrados com patê e sua clássica torta de cordeiro. Eu já havia comentado sobre como todos que visitam a família Weasley são apaixonados pela comida da senhora Weasley, Molly inclusive não costuma aceitar que outras pessoas cozinhem com ela… Acho que ele levou a situação como um desafio pessoal para impressioná-la.

Quando Molly experimentou sua fatia de torta, um pequeno silêncio se instalou no local e olhávamos para sua reação. Foi preciso apenas alguns segundos para vermos sua reação de contentamento.

—Wendel, vou querer a receita depois. A torta está deliciosa!

Assim o clima pareceu ficar mais leve. 

—O segredo é o curry. 

Papai respondeu dando uma piscadela. A conversa continuou agradável enquanto jantávamos. Já estávamos comendo a sobremesa, geleia de framboesa, quando mamãe comentou:

—Então, Molly… Já se decidiu sobre Gina e Ronald irão para Hogwarts esse ano?

 Obviamente Rony protestou.

—Continuar em Hogwarts? Mãe! Você não pode estar pensando nisso!

— Querido… Mamãe estava sim, conversando com a senhora Granger sobre isso. Nós duas estamos preocupadas com vocês, crianças. O mundo já não está mais seguro agora que você-sabe-quem está fazendo ataques na surdina. Imagine se o expresso Hogwarts fosse atacado no caminho!

— Mas nós vamos para Hogwarts, certo? É onde Dumbledore está! Não existe lugar mais seguro. Todo mundo sabe que Você-Sabe-Quem morre de medo dele!

Molly e Arthur se encaravam, assim como meus pais.

Foi Arthur quem respondeu.

—Sim, Rony, você e sua irmã vão para Hogwarts. Conversamos diretamente com Dumbledore e ele pediu que transmitíssemos para Mônica e Wendel as suas garantias de que os alunos estariam seguros em Hogwarts. Vocês terão proteção direta dos Aurores do Ministério da Magia.

Mamãe falou de uma maneira fria, acho que nunca a vi falando assim:

—Diga isso por seus filhos, Arthur. Nós não estamos certos sobre a segurança de nossa filha. Todo ano ela é mandada para a ala hospitalar por um motivo diferente! Não acho que seja nosso bebê que apronta em Hogwarts - tive a sutil impressão que ela estava olhando para Fred e Jorge - acho que são certas companhias que a estão colocando em risco de vida!

— O que você está insinuando sobre meus filhos, Mônica?! 

Molly perguntou quase se levantando da cadeira, Arthur a segurou.

— Não estamos falando de Rony, é claro - papai tentou justificar este comentário ridículo da mamãe - mas Harry Potter… Aquele menino tem uma história muito triste, mas atrai tanto problemas! Parece estar no olho de um furacão e todos que estão próximos acabam se machucando também.

Eu estava sem palavras. Como meus pais poderiam pensar isso do meu melhor amigo?

—Senhora Granger…

—Nem comece, Fred Weasley! Essa é uma conversa para adultos! - Molly cortou o filho - Na verdade, nenhum de vocês deveriam ouvir esse assunto…Talvez seja melhor termos essa conversa outro dia...

Não me contive, tive que falar.

— Pelo contrário. Rony e eu devemos ouvir mais do que ninguém. Vocês estão discutindo sobre nossa vida, não podem tomar essas decisões por nós!- virei para minha mãe - Você precisa entender que não podemos simplesmente fugir para outro país e tudo vai ficar bem, não adianta tentar esconder minha existência, pois eu SOU uma bruxa. Harry não causou esse problema, mas também não é apenas uma vítima. Se há tanta coisa ruim acontecendo com ele e com quem está perto, é porque de alguma forma ele será importante para vencermos a guerra instalada por Você-Sabe-Quem.

— Minha filha, Harry Potter é uma criança, você é uma criança. Não é porque tem magia que são heróis que irão salvar o mundo bruxo! Você mesmo nos falou sobre aqueles Aurores, o trabalho deles é resolver isso, o seu trabalho é estudar e ficar segura com sua família!

Eu não poderia dizer a ela que Dumbledore pediu minha ajuda e a de Rony para algo envolvendo Harry e a luta contra Voldemort, não poderia dizer para ninguém… Mas preciso garantir que eu possa estar ao lado de Harry, mesmo que isso signifique tomar medidas drásticas.

— Você é minha mãe, mas não pode dizer o que farei da minha vida! - Levantei e não me lembro em que momento peguei minha varinha no bolso, me voz saiu mais alta do que eu imaginava - Eu amo vocês, mamãe e papai, mas não tentem me impedir de ir para Hogwarts.  Vocês não conseguiriam nem se fossem bruxos!Eu irei com... ou sem...VOCÊS!

Outro silêncio, agora havia um clima de medo no olhar dos meus pais. Mamãe parecia estar prestes a chorar, levantou-se da mesa e foi para a cozinha. Papai também se levantou.

—Peço desculpas pela situação… - ele olhou diretamente para Fleur - Desculpe, Fleur, não era o que planejamos para mostrar como era uma família não bruxa. - e foi atrás da mamãe.

O senhor Weasley colocou a mão em meus ombros tentando me tranquilizar.

—Não se preocupe, filha, eles só precisam de tempo para entender a situação. Não são a primeira família de trouxas que vejo tentar proteger o filho do mundo bruxo… - ele olhou para Molly.

— Também me lembro dos avós de Harry. Lily tinha apenas 18 anos quando entrou para a Ordem. Ainda era uma menina, mas já estava disposta a lutar por quem não poderia. A família tentou convencer ela de abandonar o mundo bruxo, de fugir para longe da guerra.

— Mas ela escolheu ficar ao lado de James. Foi um misto de amor e comprometimento que fez ela abandonar a família.

—Estão dizendo que eu vou ter que abandonar meus pais?

Agora eu fiquei com vontade de chorar, mas Molly me tranquilizou.

—Não, meu anjo,  eles só precisam de tempo para entender a situação, infelizmente, a família Evans não teve tempo para conversar com a  filha, mas você terá. Venha conosco para a Toca, vou conversar com seus pais e garantir que estará segura conosco. Harry deve ir para lá também, então teremos toda a segurança que o ministério pode oferecer para levar vocês à Hogwarts! - ouvir a palavra Hogwarts fez eu me sentir melhor - depois você conversa com eles. Mônica comentou comigo sobre uma viagem para esquiar, certo? Tenho certeza que até o natal, tudo estará resolvido.

Abracei Molly. É fácil se sentir parte da família Weasley, era tanto amor envolvido, como se fosse de fato magia!

Foi a vez de Arthur falar:

—Bem, foi um excelente jantar, apesar de tudo. Acho que todos nós merecemos uma boa noite de sono. Rony, meu filho, poderia ajudar Hermione com as malas? Eu e sua mãe iremos retirar a mesa e conversar com o senhor e a senhora Granger. Gui, Fleur, Fred e Jorge, se quiserem ir aparatar, deixei avisado que haveriam bruxos maiores de idade na residência Granger hoje.

—Bonsoir, Hermione… Se precisar de de conversaar, estare no Toca tambiem.

— Boa noite… Espero que fique bem, Hermione.

Gui e Fleur foram os primeiros a aparatar.

Eu estava tão nervosa que mal cheguei a olhar para Fred hoje e ele já iria embora. Foi então que ouvi sua voz.

—Pai, se quiserem que Rony volte com Jorge, eu fico com Hermione e aparato com ela em caso. Jorge e eu já estávamos pensando em passar esse fim de semana na Toca.

—Sim, claro… Estávamos planejando pegar algumas coisas do nossos quartos para levar para a loja.

A história que obviamente acabou de ser inventada funcionou.  Fred subiu comigo para meu quarto enquanto Rony e Jorge ajudavam a recolher os pratos e levar para a cozinha.

Chegando lá, Fred meu deu um forte abraço, como se quisesse me prender junto ao seu corpo, eu só pude retribuir e aproveitar aquela sensação de segurança até que eu me acalmasse.

—Se alguém me dissesse que Hermione Granger elevou a voz deste jeito para os pais, eu chamaria a pessoa de doido…

Fred sussurrou no meu ouvido.

—Dave ser minhas más companhias, estou aprendendo a enfrentar meus… pais.

Eu tentei falar baixinho e entrar na brincadeira, mas a mera menção a eles me dava uma grande angústia e medo de perder o contato com eles para sempre.

—Shhh, calma, tudo vai ficar bem. Não pense nisso agora. Pense que está indo passar férias com nossa família como sempre faz. Seus pais te amam muito e te protegem até demais, mas é por isso que tenho certeza que vão querer resolver isso logo tanto quanto você. Eles só precisam acreditar mais na filha… A bruxa mais inteligente que já vi sabe como garantir sua segurança mesmo no olho de um furacão. Hermione Sabe-tudo Granger, certo?

Ele conseguiu arrancar umas risadas minhas.

—Jean dever significar isso em algum lugar.

—Exatamente, Jean é sabe-tudo no idioma que acabei de inventar.

Fred me beijou, um beijo leve e sem grandes pretensões. Era apenas um jeito de dizer como ele estava ao meu lado, cuidando de mim.

—Como vou sobreviver ficar tantos meses longe de você?

Fred fez uma expressão estranha e depois voltou a sorrir.

—Eu já fugi de Hogwarts, posso muito bem invadir ela a qualquer momento, é só você me chamar. Tenho certeza que Você-Sabe-Quem não consegue, mas eu sou Fred Weasley! Se tem alguém preparado para aprontar em Hogwarts, esse alguém sou eu!

Dei-lhe um último beijo e fui arrumar minha mala. Fred queria usar magia de qualquer jeito, mas o convenci a me ajudar a guardar minhas coisas numa bolsa com feitiço de extensão separando do jeito que eu gosto, incluindo livros por assunto e ordem alfabética e meu material da escola em uma seção especial.

Descemos e já não havia mais ninguém na cozinha ou na sala. Pedi para Fred esperar um momento e lancei o máximo de feitiços de proteção que eu conhecia. Sei que ainda haveriam membros da Ordem protegendo meus pais, mas eu ainda ficaria preocupada com eles se não ajudasse a mantê-los em segurança.

Assim, abracei Fred, ele me deu um selinho e aparatamos na Toca.


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