A distância entre nós- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 2
Dia de revelações




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Fred POV

 

Não preciso mais da carona de aparatação. Amanhã pela manhã estarei ai com seus pais. Surpreenda-me com as novas invenções Weasley!

Hermione

 

Já era tarde da noite quando ela me respondeu. Era fácil começar a sorrir só de imaginar que poderei vê-la de novo. 

—Hey… Frederico… Cópia malfeita! -Acordei do transe de fitar o pergaminho e vi Jorge acenar quase sobre meu rosto - Eu sei que você fica babando quando fala com a Hermione, mas precisamos terminar isso logo ou não vai dar para colocar à venda amanhã!

Jorge já tinha terminado quase todo o serviço de moldar as miniaturas, agora era minha vez de enfeitiçar:

—Piertotum locomotor!

Dezenas de mini Umbridge montadas em triciclos começaram a andar desorientadas falando “não devo contar mentiras”. Apontei minha varinha para um armário onde entraram e fechei a porta em seguida. A ideia era basicamente abrir amanhã e deixar elas andando por aí até alguém querer comprar e levar para Hogwarts ou, com sorte, deixar de presente na sala dela no Ministério. Infelizmente essa múmia já foi localizada e depois que terminar suas cirurgias, papai disse que ela seria readmitida.

—Maninho, está de parabéns. A voz ficou tão feia quanto a original!

—Temos que agradecer sua namorada depois pela dica de como criar esse mecanismo trouxa de repetição de som usando magia…

—Ela-não-é-minha...Namorada…

Jorge deu dois tapinhas de pena em meu rosto.

—Se não pensa assim, Fred, devia parar de agir feito um cachorrinho quando olha para as mensagens que vocês trocam. 

Contei ao Jorge como funcionava nosso pergaminho de comunicação e o fiz prometer que não usaria em produtos Weasley. Pode parecer bobo isso, mas foi uma coisa que criamos só para mim e Hermione, quero manter esse pergaminho como nosso segredo enquanto for possível.

—Você diz como se fosse fácil, Jorge. Aposto que se pudesse, teria sequestrado Kátia Bell antes dela terminar seu o último ano em Hogwarts e a manteria amarrada no porão.

— Por Merlin! Fui descoberto! É isso, Fred, você tem razão. A comida que estou surrupiando de nossas reservas é para alimentar minha ex-namorada trancafiada!! ...É sério, Kátia e eu lidamos bem com o término. Trocamos cartas no fim das aulas e ela disse que talvez apareceria aqui na loja com uma “...amiga…” chamada Liane, da Lufa-lufa.

— Estou quase vendo uma lágrima de mandrágora, Jorge...Deve ser triste ser trocado em menos de 3 meses! 

—Pode fazer piada, Fred, mas eu acho que é uma coisa boa para ela. Só espero que essa Liane faça a Kátia feliz… Porque diferente de outras pessoas, eu gosto de ver as pessoas importantes para mim seguindo em frente.

— O que está insinuando, minha cópia menos bonita?

— Sabe muito bem do que estou falando, Fred! Você conseguiu terminar com Angelina e ela tá seguindo em frente, mas o que quer que seja essa coisa que você tem com a Hermione… Não é um relacionamento aberto, não é um namoro… Vocês ficam basicamente se paquerando e não assumem nada!

—Você sabe muito bem que não é o que eu quero - respondi sério - Se dependesse de mim, eu estaria com roupas trouxas na porta dos pais dela com um buquê ou qualquer coisa cafona perguntando se posso começar um namoro bem certinho com a filha deles! Mas ela disse que nem em sonho os pais concordariam com isso!

—Então vocês ficam basicamente se beijando quando ninguém ta olhando para Hermione fingir ser uma boa moça? Cada dia gosto mais da minha cunhadinha!

Ele parecia estar se divertindo com isso, mas eu me frustrava. Parte de mim tentava não pensar muito nisso, mas a impressão é que ela não levava a sério o que quer que a gente tinha, pelo menos não sério a ponto de tentar  convencer os pais do contrário.

Preferi levantar e subir para os quartos.

—Não me diga que Fred Weasley está realmente triste com isso?! Sério, de irmão para irmão, aliás, de eu para 99% eu… Não tem nada de errado não querer ficar esperando alguma atitude da Hermione como se fosse um cachorrinho. Se eu pensei que a Katia seria o amor da minha vida? Com certeza! Mas agora ela tá lá com a Liane e eu…

—E você, Jorge? Além de encher o saco do seu irmão, me parece tão deixado para titia quanto eu…

Quando falei isso, a imagem da tia Muriel veio em minha mente e tenho certeza que na Jorge também. Começamos a rir dessa discussão sem sentido.

Bem, não tão sem sentido assim…

Algo em mim começou a se clarear. Se Hermione não estava disposta a falar com os pais, talvez eu devesse tentar algo, apesar de não ter a mínima ideia do que.

 

***

No dia seguinte, foi como se eu conjurasse lummus em meus pensamentos!

A loja estava em pleno vapor, ainda que o resto do Beco Diagonal ficasse gradativamente menos iluminado, e na porta de entrada encontramos nossos pais com Gui, Fleur, Rony e… Hermione! Ao seu lado estavam dois adultos de cabelos castanho que de alguma forma lembravam ela, foi ai que me lembrei de uma visita ao Floreios e Borrões há anos atrás.

—Vocês devem ser… Senhor e senhora Granger? - falei formalmente esticando o braço para cumprimentar. É um prazer recebê-los em nossa loja.

— Me chame Wendell, esta é Mônica, minha esposa.  

Os dois entraram e pareciam fascinados pela loja como se fossem crianças bruxas.

—É realmente um trabalho extraordinário o que está fazendo aqui,...

—Fred, mamãe. Este é o Fred.

Hermione interviu.  Jorge estava fazendo o tour com os demais e eu acabei ficando de guia para a família Granger.

Era a oportunidade que eu precisava, pensei.

—Bem, Fred, devo dizer que seu trabalho de criação e venda de produtos se parece muito com empreendedores criativos no nosso mundo! - eu tive a impressão que isso devia ser um elogio trouxa, então apenas agradeci - Veja isso, querido! - Mônica apontava para Wendel várias balas com embalagens indicando certos problemas de saúde que causavam, eram amostras de nosso kit mata-aula.

— Parecem com as balinhas coloridas que gostávamos de trocar com os amigos quando estávamos na escola.

Ele estava prestes a pegar uma para experimentar e Hermione desviou suas mãos com se o impedisse de pegar um pomo de ouro. Sensata.

—Fred… Você tinha dito que tinha uma seção de artigos não mágicos…

Ela parecia estar tentando tirar eles dos objetos mais arriscados. Completamente sensata.

—Temos sim! Papai adora artigos trouxas e sabemos que ele não é o único, então não apenas temos aqueles produtos que misturam ideias bruxas e trouxas, como também uma seção inteira de artigos sem magia, apenas para bruxos com hobbies exóticos. - eu explicava enquanto andávamos pela joga para mais ao fundo - temos desde jogos matemáticos como o cubo mágico e torre de Hanói, até alguns kit de mágica com bolinhas para truques de ilusionismo ou manual para brincar com cartas trouxas, quero dizer, cartas que não explodem aleatoriamente.

Wendel e Mônica pareciam curiosos olhando para o objetos da estante e tendo um ataque de nostalgia.

Hermione parou ao meu lado e cochichou: 

—Se eles falarem alguma besteira, só ignore, eu explico depois.

Olhei para ela confuso que só fez sinal de silêncio.

Mônica começou a falar:

—Tenho que admitir, Fred, não gosto da ideia de jovens abandonando a carreira acadêmica para trabalhar, mas vocês parecem que nasceram para isso! - era um baita de um elogio, eu não havia entendido porque de Hermione me avisar por besteiras até sua mãe continuar a falar:

— Tenho certeza que caso optassem por viver no nosso mundo, seriam igualmente talentosos para comércio, ainda que os produtos não possuíssem magia. Não concorda, Wendel?

— Sim querida, é muito mais o talento deles que a magia em si que torna esse lugar tão especial.

Parte de mim queria rir, parte queria rebater. Eles estavam me sugerindo trabalhar sem magia? Qualquer bruxo já acharia um absurdo ouvir isso, mas dizer isso para mim ou Jorge é como se dissesse: não seria legal voltar a abrir portas ao invés de aparatar ou sobre como é dispensável ter uma pena que escreve sozinha e tem corretor automático.

Troquei olhares com Hermione e entendi a situação, eles devem estar enchendo a cabeça da minha querida bruxinha com essa ideia boba de um bruxo viver de forma trouxa. 

Acho que só faria sentido se a pessoa fosse casada com alguém trouxa, mas eles não deviam se preocupar com isso, já que o futuro marido da filha é bruxo também: eu!

Sr Granger virou-se para falar comigo:

—Seja sincero, meu rapaz, nunca pensou em tentar uma vida no mundo trouxa? Trabalho suado e normal todos os dias, mas sem a preocupação que Você-Sabe-Quem pode atacar seu empreendimento a cada segundo. É quase a mesma coisa, só que sem excesso de magia na vida.

Eu estava prestes a reclamar da ideia ridícula de que existe excesso de magia em qualquer coisa, quando meu irmão Roniquinho surgiu do nada.

—Parece uma ideia agradável, Sr. Granger, mas é difícil para um bruxo imaginar uma vida sem colocar magia em tudo. Meu pai é muito fã de artigos trouxas, tem até um carro, mas mesmo no carro ele fez questão de adicionar magia para deixar o automóvel voador e invisível!

—Rony, o monitor sempre parceiro da minha filha, o que disse realmente faz sentido. Imaginei que seria do tipo sensato  e inteligente com Hermione - meus pensamentos estavam gritando: sensato? Inteligente? Nunca imaginei que alguém usaria esse tipo de elogio para descrever meu irmão tapado - Lembro de uma história que nossa filhinha contou sobre você dirigir este carro quando tinha 12 anos…. - Wendel parecia fazer cara de reprovação por alguns segundos -... Foi exatamente a idade que meu pai me ensinou a dirigir! Não imaginei que bruxos também teriam essa tradição.

— Viu querida?  Há muita coisa em comum entre uma vida no mundo mágico e no nosso… Talvez com o tempo nem sinta falta…

Dona Mônica pode ser mãe da Hermione, mas seu discurso estava me tirando dos nervos e provavelmente estava na minha cara. Novamente, estranhamente, foi Rony que resolveu o clima.

—Papai estava chamando vocês para tomarmos sorvete aqui do lado. O Florean ainda serve o melhor sorvete do Beco Diagonal, mesmo que a maioria dos lugares estejam fechados.

Todos pareceram concordar.

 Hermione apenas deu uma desculpa e voltou na loja depois que saíram.

Olhei para ela com uma sobrancelha arqueada.

—Certo, talvez eu não esteja sendo muito sincera sobre meu verão. 

— Está falando dos seus pais estarem com um papo bizarro de um bruxo vivendo DE PROPÓSITO sem usar magia no mundo trouxa? Ou pode ser sobre seu pai tratar “Rony Weasley” como se ele fosse… Fosse…

Eu não queria admitir que sentia ciúmes disso.

— Meu namorado? Pois é, não sei como aconteceu esse mal entendido, mas papai parece ter certeza que Rony e eu éramos o casal que mamãe proibiu e foi inacreditável achar que ele aprovaria esse namoro criado na cabeça dele.

— Você não pensou em negar, Hermione?

Ok, isso definitivamente era ciúmes.

—Eu não consegui pensar nem no que fazer, Fred!! Desculpe se não gritei para meu pai que o cara que eu quero namorar na verdade não é o monitor responsável que ele imagina, que na verdade quem eu quero é o irmão brincalhão que largou a escola para abrir uma loja de logros??!

Olhei para ela e não pude evitar de sorrir. Sussurrei;

—Quem você quer, Hermione? 

— Você, Fred. Eu quero você.

Não pude evitar e lhe roubei um selinho. Estávamos na seção trouxa, não era exatamente o lugar mais popular da loja.

—Também quero você, Hermione.

Ela sorriu. Aquele sorriso que eu passei a noite sonhando em poder ver.O sorriso de Hermione Granger.

Subitamente, pareceu lembrar que havia deixado todos esperando.

—Tenho que ir, conversamos mais tarde.

— Quer dizer nos escrevemos mais tarde?

—Não, conversar mesmo. Papai e mamãe vão convidar sua família para jantar lá em casa. Parece que seu pai deu a ideia de apresentar para Fleur como é uma família trouxa de Londres para ajudar no intercâmbio….Vocês vem?

Não precisei pensar nem duas vezes:

—Para te ver de novo? Eu faria qualquer coisa!

Hermione me deu um beijo rápido na bochecha e saiu.

Segundo depois, Jorge apareceu e eu tive plena certeza que ouviu nossa conversa.

—Como se sente perdendo para nosso querido Roniquito? Nunca imaginei que aquela porcaria de distintivo poderia servir para alguma coisa. Pelo visto, serviu para impressionar o Sr. Granger.

Eu não cairia nessa provocações, pelo contrário, precisava pensar em como colocar em prática um plano para convencer um certo trouxa de que ninguém faria sua filha mais feliz do que eu.

Aliás, eu precisava pensar em um plano antes de qualquer coisa.


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