Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket
— Ino! – Shino se aproximou da garota caída no gramado, com preocupação.
Ele imediatamente vasculhou cada centímetro de seu corpo, para ver se não encontrava nada, e acabou encontrando uma pequena sanguessuga grudada em seu pescoço.
O bicho ficava em árvores a espera de seus alvos, e atirava-se em busca deles, quando sentia sua aproximação.
O corpo gosmento e pegajoso do mesmo, caiu em cima da garota que deve ter se assustado a ponto de desmaiar. O que fez Shino pela primeira vez na vida, dar certa razão a sua mãe:
“A maioria das mulheres e dos insetos não se dão bem”.
Ele pensou com uma enorme gota na cabeça, enquanto observava o bonito rosto de Ino, inconsciente.
Ele puxou de seu bolso um isqueiro e aproximou cuidadosamente o mesmo do inseto, para que ele desprendesse suas garras da pele delicada de Ino, que também abriu os olhos aturdida.
— O que houve? – Ela murmurou sentindo uma mão amparando suas costas, enquanto sua visão turva focava um rosto que não se destacava de jeito nenhum.
— Você desmaiou. – Ele disse com simplicidade, enquanto ajudava a garota erguer-se.
E, ela gostou de sentir a pressão dos dedos nele na sua costa e o farfalhar de suas vestes quando ele a ajudou levantar-se.
— Gomensai. – Ela disse com constrangimento.
— Hum? – Ele não entendeu porque ela estava se desculpando, e ainda fazendo aquele semblante tão triste. Aquilo com certeza não combinava com ela.
— Você vai continuar achando que sou fresca por causa disso. – Ela disse mordendo os lábios, porque de todos os garotos do mundo, ela estava começando a gostar daquele idiota, que parecia ser o único garoto que ela nunca parecia ser adequada.
Se fosse mais velha, e tivesse um pouco mais de maturidade, essa não seria uma questão que preocupasse a garota. Mas, aos dezesseis anos, a aceitação por parte do garoto que ela gostava, era muito importante.
Pois, ela começara a aceita-lo também.
Ele era calado, gostava de óculos escuros, e conhecia muito de insetos. Ela poderia conviver com isso, se ele lhe desse uma chance.
— Droga, as coisas estão totalmente invertidas. – Ino disse baixinho, tentando se levantar de supetão, mas sendo segurada por Shino.
— O que quer dizer com isso? – Ele perguntou com medo de saber a resposta.
— Minha cabeça está girando, não vou falar sobre isso agora. – Ino disse sem esconder sua infelicidade.
Um gritinho escapou de seus lábios, quando sem aviso, Shino a pegou no colo e ergueu como se fosse uma noiva. Só tinha sido carregada no colo, por seu pai até então, e aquela experiência foi no mínimo... Diferente!
— Acho melhor irmos para casa. – Ele falou tentando lembrar onde seu pai tinha estacionado o carro.
— Não. – Ela disse com pressa.
Quando ele a olhou com um visível olhar de interrogação que ela percebeu, mesmo detrás daqueles óculos escuros.
— Er... Eu estou de castigo lembra? – Ela disse suavizando a voz, enquanto corava de vergonha em admitir isso.
Mas, o motivo não era tão vergonhoso assim, ao menos para Shino, e ele tinha deixado aquilo bem claro. Só que agora ele voltava a ficar reticente com ela, e ela não conseguia adivinhar o motivo.
Por isso, se enchendo de coragem, aproveitando que estava em seu colo, ela pensou que aquela era a oportunidade perfeita.
— Gosto de você. – Ela disse quase que em um sussurro engasgado.
Shino arregalou os olhos e entreabriu os lábios, surpreso com as palavras que ele ouviu muito bem, já que tinha uma ótima audição.
— Gosto de você. – Ela disse um pouco mais alto e com um pouco mais de convicção. – Preciso saber se você gosta de mim. – Ela pediu em um sussurro, querendo falar alto, mas não conseguindo.
— As coisas estão invertidas aqui. – Ele disse sem conseguir tirar os olhos dos lábios dela. Já antevendo o gosto.
— Porque é a garota que está tomando a iniciativa? – Ela falou desejando não estar sendo mordaz com as palavras.
Mas, ao invés de parecer chateado ele sorriu, ainda a segurando em seus braços, sem parar de olhá-la nem por um momento.
— A garota linda e popular, gostar de caras como eu... É difícil acontecer. – Ele disse baixinho.
— Quero saber se gosta de garotas como eu. – Ino disse com notas de impaciência. – Então, Shino? – Ela perguntou aproximando do pé de seu ouvido.
— Na verdade eu não gosto de garotas como você. – Ele disse com suavidade, e aquilo foi como levar um soco no estômago. – Porque só tenho olhos para você e para mim você é... diferente de tudo que imaginei. Especial sabe?
Ele disse lutando com sua falta de eloquência.
Mas, dando o seu melhor para se fazer entender.
Um sorriso bonito brotou nos lábios da garota, que não estava com o batom cor de uva. Estava usando um rosa, que a deixava seus lábios igualmente convidativos.
Totalmente, hesitante ele foi aproximando seu rosto do dela, e ela por sua vez fechou os olhos, já antevendo o toque que não tardou a acontecer.
Um simples selinho, suave e delicado.
Mas, logo ela empurrou sua língua pedindo passagem e ele deixou.
Foi mais gostoso do que ele poderia imaginar.
A suavidade de seus lábios, a textura de sua boca, poderia ficar beijando-a o dia inteiro. Shino pensou desejando não se tornar nenhum pervertido por causa disto.
Já Ino, sentia-se uma jovem mais experiente, agora que estava indo para o seu segundo ficante.
Como Shino era um cara mais reservado, ela tinha esperanças que ele a levasse mais a sério.
— Posso beijá-la de novo? – Ele pediu, e ala fez que sim com a cabeça, aprofundando ainda mais o beijo.
Ino se sentia nas nuvens, por Shino estar a segurando nos braços, para ela foi o beijo mais romântico de todos os tempos.
— Quer ser minha namorada? – Ele pediu em um fôlego só, o que pegou a jovem totalmente de surpresa.
“Já?” – Ela pensou aturdida, pois eles não tinham passado nem pelo período de “ficadas sem compromisso”, como tinha sido com o Inuzuka.
— Tem certeza? – Ela perguntou surpresa.
— Tem vergonha de namorar oficialmente comigo, Ino? – Ele perguntou ainda sendo mordido pelo bichinho imaginário da desconfiança.
— Bobo. – Ela disse fechando a cara. – Se não quisesse não tinha lhe beijado.
— Tem razão. – Ele disse vermelho, porque sua língua grande estava arruinando as coisas, com sua gatinha. – Se você quer e eu também quero, não vejo porque não.
Ele disse tentando ser pragmático, embora seu coração estivesse quase na garganta. Afinal, ele ainda tinha certo receio da Ino trata-lo como um experimento de curta duração que nem o trabalho deles.
Embora, isso fosse só ele sendo pessimista demais. Porque Ino havia tomado a iniciativa, e sempre foi simpática com ele... Enquanto, não teve essa contrapartida de sua parte.
O que queria dizer que ele teria de fazer um esforço sobre-humano para mudar suas atitudes.
— Eu não tenho autorização oficial para namorar, meus pais acham que sou muito nova. – Ino disse aconchegando-se mais no seu colo, desejando que ele não a largasse e ele não parecia querer fazê-lo para sua alegria.
— Hum? Nem se eu ir falar com eles? – Shino disse estremecendo um pouco. Aquela função de namorar, pelo visto iria exigir muito do que ele não tinha, a começar pelo jeito com as palavras.
— VOCÊ FARIA ISSO? – Shino chegou a afrouxá-la de seus braços por causa do reflexo de levar a mão até a orelha, quando ela gritou repentinamente em seu ouvido.
— Ino-san, eu estou aqui de seu lado. – Ele disse com seu tímpano doendo.
— Gomensai. – Ela disse bem baixinho, e fazendo uma carinha que ele teve vontade de emoldurar só para levar para o seu quarto.
— Tem grande chance de eles dizerem não. – Ino disse repentinamente pessimista, e aquilo não combinava com ele.
— Daí, eu faço que nem o Neji, e espero por você.
Ele disse com convicção, e aquilo derreteu o coração de Ino, que sempre achou muito bonitinho a determinação do Hyuuga, quanto sua amiga da testa grande.
— Faria isso? – Ela perguntou falando alto de novo, e levando a mão a boca com vergonha.
— Dois anos passa rápido, e poderíamos fazer outras coisas... – Ele disse sem tanta convicção assim. – Não fazia ideia do que se fazia com uma garota, mas era certo que Ino não era lá muito “barata”. Uma ida a sorveteria arruinara suas finanças estudantis.
— Hum. Mas, não sei se consigo esperar. – Ela disse dando um sorriso emocionado, já nem lembrando-se mais por que estava tão triste na semana passada.
— Uma coisa de cada vez. – Ele disse colocando-a no chão, mas segurando sua cintura ainda. – Se seu pai dizer não... A gente descobre o que fazer depois.
Ino concordou com aquela argumentação.
— Mas, vamos deixar o castigo passar primeiro. – Ela disse coçando a bochecha de novo envergonhada. Queria mostrar-se independente e dona de seu nariz, e não uma garotinha que ainda é mandada pelos seus pais. O que não era tão estranho assim, já que ela tinha dezesseis anos.
Como se isso fosse um pacto, entre eles, os dois se abraçaram e ficaram assim um grande tempo, esquecendo-se o que tinham ido fazer ali, até que...
— AHHHHHHHHHHH!
Uma outra sanguessuga caindo da árvore os lembrou muito bem.
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