Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket


Capítulo 10
De Mãos Dadas




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— NÃO!

Alguns dias tinham se passado, e Shino e Ino se encontraram com frequência para finalizar o trabalho.

No fim, ele foi mais a campo e ela cuidou da parte escrita, que ele achava um saco. Ainda mais com a quantidade absurda de dados que o sensei tinha pedido.

De vez em quando eles trocavam um selinho rápido, loucos de medo de serem pegos no flagra. Suas mãos se esbarravam uma na outra, com frequência.

Mas, o que eles mais faziam era troca de olhares.

Entretanto, o pai de Ino estava de marcação em cima dela, e eles não poderiam nem mesmo culpa-lo.

Já que brigar na escola, depois de ter matado aula, sem justificativa por três dias, e ainda inventar um monte de desculpas esfarrapadas para os professores, eram motivos suficientes para Ino ser “cancelada” pelos pais.

No entanto, o fim de sua suspensão estava chegando ao fim.

E, ela não pensava em outra coisa a não ser encontrar suas amigas, e poder andar de mãos dadas em paz, com seu precioso Shino-kun.

Mas, para isso, eles tinham um grande desafio pela frente.

Da parte dos pais de Shino estava tudo bem. O problema seria os pais dela.

Por isso, naquele dia, ao invés de fugir do almoço como de costume, Shino aceitou ficar e se acomodou na mesa para a surpresa do casal Yamanaka, que notou uma ansiedade entre aqueles dois.

Eles sabiam muito bem o que estava se passando, mas preferiam ignorar enquanto pudessem o fato de que sua garotinha estava crescendo. E, tinha gavião no pedaço.

— Não está gostando, Shino? – Mikki perguntou educadamente, vendo que ele não tinha tocado no pudim de doce de leite.

— Não é isso. – Ele disse achando que a qualquer momento, ia colocar o coração para fora.

— Então? – A mulher perguntou calmamente. Eles já tinha finalizado o trabalho, ele tinha entregado, e no dia seguinte Ino retornaria para a aula.

— Quero pedir autorização para namorar Ino. – Shino disse bem quando Inoichi entrava, e o homem fechou com tanta força a porta de correr, que foi um milagre os bonitos vidros ornamentados com desenhos de flores, não tivessem se partido.

— NÃO!

E, enfim eles chegaram a resposta derradeira do início.

— Mas, otou-san?! – Ino tentou, mas um olhar feio de seu pai, a fez fazer cara feia também, mas não se atrever a dizer nada.

— Senhor, Aburame... Como você vê, minha filha é muito jovem para namorar.

— Pai, tenho dezesseis anos. – Ino disse fazendo bico.

— E, daí? – Ele perguntou vermelho de raiva, e ela nem sabia porque ele estava bravo, mas Mikki sabia.

Inoichi estava com ciúme paterno. Não queria abrir mão de sua garotinha.

— E, dai que todas as garotas da minha idade namoram. – Shino se encolheu, porque geralmente aquele era o pior argumento para se usar com os pais.

— Você não é TODAS as garotas. – Mikki e Inoichi como se fossem um dueto desafinado, disseram em uníssono.

— Mas... – Ino ainda tentou argumentar, mas os dois estavam irredutíveis.

— Além do mais você precisa se dedicar a seus estudos. Orochimaru-sensei, disse que suas notas não são grande coisa.

— GRRRRR! Não me fale desse idiota. – Ino se levou pela raiva. Pois, pelo visto o sensei mais detestável de toda sua jornada escolar, estava sempre empacando sua vida de um jeito ou de outro.

Shino encolheu-se mais ainda, porque ela não estava sendo muito brilhante nos argumentos.

— Está vendo? – Inoichi e Mikki disseram novamente me uníssono, e pareciam estarem mais ensaiados.

— Você não tem maturidade para namorar. – Inoichi disse como um juiz sentenciando alguém a forca.

 — Otou-san, já tenho idade para isto. – Ino disse com insistência.

— Não. – Inoichi estava irredutível. – Idade não quer dizer nada, e suas atitudes recentes me mostraram isso.

Ino já esperava por aquele resultado, mas não imaginava que fosse ser tão frustrante desse jeito.

Agora, ela entendia porque Sakura chorou tanto, quando Tsunade também não lhe deu autorização para que namorasse Neji.

— Então, vocês dois preferem que eu namore escondida, então. – Ino disse impaciente, não sendo tão paciente quanto sua amiga aos desmandos de seus pais. – Se eu aparecer grávida ou se eu fugir de casa, vai ser tudo culpa de vocês.

Quando Inoichi se levantou em um rompante, ele já se imaginou-se chutado dali porta a fora, com uma etiqueta de “corruptor de loirinhas bonitinhas”.

Mas, Mikki foi mais rápida, e colocou-se na frente do marido, lhe dirigindo um olhar cálido, porém firme.

— Acalme-se, querido. – Mikki dissera calmamente. – Ino só está nervosa.

Ela dissera a seu marido, e a julgar pelo olhar que sua mãe lhe direcionou, ela sabia que diferente de seu pai, ela iria ponderar as coisas, mesmo que ela tivesse sido um tanto apelativa demais.

— Ino, pode estar usando os piores argumentos possíveis. – Mikki dissera sem perder a calma, e isso fez com que Shino concordasse coma a matriarca do clã Yamanaka.

— Mas, não podemos negar que ela está nos dando um voto de confiança querido. E, isso é bom. – A mulher dissera dando um puxão na manga de Inoichi para que ele se sentasse.

— Eu não faria nada indevido com sua filha, senhor. Muito menos as escondidas. – Shino dissera olhando para Inoichi, e como que para comprovar o que disse ele tirara seu óculos de sol.

Coisa que ele nunca tinha feito perante ninguém que não fosse sua família. Nem mesmo professores conseguiram fazer com que ele desistisse de usar seus óculos de sol. E, por motivos de comodidade ele tinha direito a dispensa a educação física, o que o poupava desse tipo de exposição.

Mas, ali era necessário.

E, Inoichi se admirou com a atitude do rapaz, que parecia calmo, mas estava tremendo na base, literalmente.

Bem, que seu pai avisou que pedir uma garota em namoro, era moleza perto de ser apresentado aos pais.

Para completar, eles ficaram encarando um tempo demorado, demais para que mesmo Shino, que em geral, não ligava muito para os julgamentos alheios, se sentisse desconfortável.

— Vamos fazer o seguinte. – Vendo que Inoichi não falava nada, só ficara de bico que nem a sua filha, reforçando aquela ideia de que dois bicudos não se beijam.

— Você pode visitar Ino, como forma de conhece-la e vice-versa. – Os dois jovens sabiam que aquilo era um progresso, mesmo assim foi frustrante. Pois, em seu mundinho aquilo era totalmente antiquado.

— Nada de portas trancadas. Agarramento na rua, ou comportamento indecente. – Mikki reiterara, e os dois jovens sabiam que aquele era um avanço inesperado.

Inoichi se remexia inquieto, não concordava. Mas, agora não podia discordar de Mikki em nada, isso que dava ele bancar o turrão e não dizer nada, achando que com isso iria resolver tudo.

— Hai.

Os dois concordaram, animados... Mas, não totalmente.

— Conforme, as coisas forem avançando, vocês terão mais liberdade, então não façam nada para que desconfiemos de vocês. – Mikki encerrara seu pequeno discurso, com um bonito sorriso, que era estranhamente assustador.

Mas, era tudo o que eles tinham.

E, com certeza não iriam desperdiçar aquela oportunidade.

E, isso estava implícito no olhar que eles trocaram. Ino estava contente, para não dizer eufórica, por Shino ter feito questão de ir logo falar com os pais dela, mesmo com todas suas limitações.

Com certeza, aquilo o fez ganhar muitos pontos com ela.

Sua cabeça encostou-se no ombro dele, e ela fechou os olhos, e ele gostou de senti-la assim pertinho de si.

Queria lhe dar uma bitoquinhas, mas não podia bancar o abusado, para não jogar fora a recém conquistada confiança de seus sogros.

“Putz, quem diria que ele teria sogro algum dia?” Ele se perguntou sem acreditar nisso direito.

Era a realização de um sonho.

— Espero que seja decente com minha filha.

Inoichi a contragosto estendeu a mão do rapaz, que aceitou o gesto com orgulho de si. Ele havia passado a noite em claro, com dificuldade de formular o que iria dizer.

Mas, no fim deu tudo certo.

E, ele teve sua recompensa disso, quando Ino apertou sua mão, e ele soube que pela primeira vez na vida era um cara de sorte.

Resta saber até quando essa sorte iria durar?


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