Meu Nerd Favorito escrita por PepitaPocket


Capítulo 8
Um Passeio Noturno no Parque




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Ino tinha botado uma calça de cintura alta laranja, em um tecido elástico e que se ajustava perfeitamente a suas curvas e uma blusa amarelo queimado, sem as mangas. Estava com o cabelo preso e um rabo de cavalo alto, com duas presilhas de cada lado. Ela não queria ficar descabelada por nada, mas seu cabelo parecia ser fios de serpente com vida própria.

Shino bem que não queria, mas não conseguia parar de olhá-la, a garota estava simplesmente adorável.

Ino por sua vez, sabia que estava sendo observada, e não se importou com isso.

Quer dizer, para uma garota de dezesseis anos, chamar a atenção de um garoto, é uma coisa muito agradável. Tanto que enquanto eles andavam, ela usava seu melhor rebolado, só para impressioná-lo.

 — Parece que está em uma passarela, moça! – Shino disse forçando-se a fitar o chão, e não a bunda de Ino que andava um pouco a sua frente agora.

— Estou feliz. – Ela disse dando um sorriso genuíno.

— Posso saber porque? – Shino franziu o cenho e olhou para Ino que o encarava com um brilho diferente no olhar.

Era um brilho bonito, quase hipnótico. Ela parecia estar exercendo uma atração sobre ele. E, essa atração estava fazendo com que ele se aproximasse dela, quando ele não tinha muita certeza se era correto.

— Relaxa, não vou  morder você. – Ela disse com sinceridade, estendendo a mão para ele.

Mas, Shino manteve a sua mão no bolso, e não aceitou o gesto, porque ficou com receio... um receio ilógico. Mas que o dominava totalmente naquele momento.

— Vamos procurar, um inseto de nome Cicada! – Shino disse mexendo em seus óculos, sem perceber que sua fala foi um banho de água fria em Ino, que até então estava vendo-o como uma espécie de príncipe que havia resgatado a bonita princesa de seus pais carrascos, mas agora a indiferença do príncipe estava deixando o conto de fadas chato.

— Eles se escondem embaixo de pedras, não é? – Ino perguntou acelerando o passo, pisando duro, porque estava contrariada, por estar tendo seu flerte ignorado.

Suas bochechas coraram ante essa constatação. Ela estava flertando com alguém como Shino e não estava se importando com isso.

— Assustador. – Ela murmurou fazendo uma expressão de desânimo.

— São nada! – Shino disse com a mão nos bolsos, ouvindo o que ela dizia, achando que tinha referência aos insetos que eles procuravam. – São insetos inofensivos, embora um pouco barulhento. Seu zumbido pode causar ruídos a longa distância. Mas, são bem coloridos e isso vai chamar atenção de Orochi-sensei.

Shino disse como se estivesse fazendo uma estratégia de guerra, e de certa forma, sim.

— Nada agrada, aquele babaca. – Ino disse fazendo bico.

O Aburame a achou muito charmosa fazendo aquilo. Ele deveria ser um idiota, se achava que Ino estava querendo flertar com ele. Garotas assim, preferem os caras como Uchiha Sasuke, por exemplo.

— Mas, temos que tentar. – Shino disse dando de ombros. Não estava tão preocupado com a nota, havia ido bem na primeira prova, e estava confiante quanto a segunda, o trabalho era só um complemento, para quem se ferrava nas provas do Kusanagi, e era boa parte da turma.

Ino era um exemplo de quem precisava de notas. Por isso, foi loucura de sua parte faltar em um disciplina que o sensei parecia falar grego o tempo todo.

— Preciso da nota. – Ino disse com sinceridade, mas se arrependeu logo a seguir, porque aquilo ia reforçar a ideia de que ela era uma garota fútil, bonitinha e sem nada na cabeça.

Quando na verdade, ela estava com dificuldade em biologia, apenas. Até em química, ela ia razoavelmente bem.

— E, terá. – Shino disse com simplicidade, parecendo confiante.

Ela decidiu que gostava de sua voz naquele tom. Pena que suas atitudes deixassem um pouco a desejar.

— Ok. – Ela disse olhando para o lado, enquanto via um silêncio constrangedor se formar entre eles.

— Cicadas, ficam embaixo de pedras, né? – Ino perguntou sem muita vontade de se abaixar para procurar aquelas coisinhas nojentas. Além do mais, silêncio sempre a deixava nervosa.

— Na verdade elas podem ficar em buracos de árvores. – Shino respondeu com propriedade, e Ino achava isso admirável. Gostava de homens inteligentes.

— É como procurar uma agulha no palheiro então. – Ela disse esfregando os braços em meio a um tremor.

Shino que estava indo um pouco na frente, parou repentinamente e girou o corpo, apenas porque teve uma vontade irresistível de olhá-la.

Ino não estava preparada para isso e seguiu caminhando normalmente, até que esbarrou nele. Shino era mais alto, mesmo ela usando aquele coturno de salto alto, cheio de cadarços.

Ino o olhou cheio de expectativa, com o coração na boca. Era a atmosfera perfeita para ele colocar as mãos em seu ombro e dizer alguma coisa romântica, quem sabe até lhe dar um selinho.

Estavam em um terreno relativamente seguro. Shibi tinha ficado no carro, à espera dos dois. Eles teriam pouco tempo para procurar o inseto e acrescentá-lo a sua detestável coleção.

Mas, uma pausa para um namorico, não ia nada a mal. Karin não sabia o que estava perdendo: é bom demais beijar na boca. Esse pensamento deixou Ino com as bochechas coradas.

Shino por sua vez não sabia porque tinha feito aquilo, agora tinha uma garota de olhos azuis, parecendo esperançosa, enquanto a encarava.

— Vamos começar? – Shino dissera lhe estendendo uma pequena lanterna de mão.

O que foi um pouco frustrante para Ino, que de lábios espichado pecou o objeto luminoso da mão de Shino que não compreendeu porque ela ficou chateada.

Aliás, no fundo ele sabia porque ela estava chateada, ela queria alguma coisa dele.

Mas, ele já tinha gastado boa parte de sua eloquência naquela noite, e não estava muito confiante em suas habilidades. Aliás, não estava muito confiante em nada... aquele receio inconsciente, o travando

Ino não acreditava que ela estava bisbilhotando árvores em busca de um inseto, e não estava achando isso estranho ou nojento.

— Nojento, talvez sim... Mas, estranho? Não tem porque, Ino! – Murmurou para si mesma, como que para se convencer que ela não deixaria de ser menos normal, por causa disto.

— Além do mais, é tudo culpa do Orochimaru-sensei! – Ino disse praguejando contra seu professor, torcendo que ele tivesse uma dor de barriga das grandes, e despejasse toda sua chatice no vaso sanitário.

Ino pensou, sabendo que estava sendo má em seus pensamentos. Mas, ele duvidava que o esquisito pai de Sakura tivesse qualquer problema de saúde.

Shino mandou ela não aproximar a luz da árvore.

Apenas apurar seus ouvidos.

Mesmo a noite, aquele bicho mantinha produzindo seu zumbido característico, que era como o canto de uma cigarra.

A garota andava vagarosamente com receio de se aproximar das árvores, e encontrar com algum outro inseto menos simpático, se é que existisse algum assim.

O que ela não percebia é que conforme andava, ela ia resmungando, e aquilo foi no mínimo curioso para o Aburame, que acabou lembrando-se de sua queria avozinha, enquanto ela fazia isto.

— Por que me olha? – Ela perguntou-se cheia de dúvidas em sua cabecinha loira. – Se não está interessado por mim.

Ela murmurou dando uma olhada na árvore, tentando ouvir qualquer coisa.

Mas, seus pensamentos estavam tão altos, que ela não estava sendo muito bem sucedida, em acalmá-los.

Talvez, Karin e Sakura estivessem certas. Era ora de fazer a fila andar. Mas, e se Shino não quisesse ajudá-la a fazer a fila dela andar?

A lanterna caiu de sua mão, e ela ficou parada no mesmo lugar chocada com essa revelação de sua mente.

“Eu estou interessada no Shino? No Shino? NO SHINO?” – Ela perguntou-se levando a mão a cabeça, assombrada consigo mesmo.

Pois, antes de toda aquela loucura começar, ela nem sabia que existia um garoto chamado Shino na sua escola. E, que estudava com ela desde a sétima série, sem que eles nunca tenham trocado uma palavra, no entanto.

Ino ficou um bom tempo ali parada, pensativa.

Esquecendo-se até que estava em um parque procurando a droga de um inseto em um parque, quando ela deveria estrar aplicando sua máscara de hidratação noturna.

Shino por sua vez seguiu andando, ciente de que ele não estava correspondendo às expectativas da garota.

Ela queria alguma coisa, e ele queria dar também, mas tinha medo. Se envolver como alguém como Ino, talvez não fosse uma boa ideia. Ele era o paria da vida social escolar, e ela era a garota popular, cheia de amigos.

Seria difícil conciliar suas diferenças, ao longo do tempo. Além do mais, ele nunca beijou nenhuma garota.

Ele parou para pensar um pouco. Mas, estava louco para saber como era. Só estava com medo de decepcionar e se decepcionar, talvez porque fosse um cara racional e que gostava de ter tudo sobre controle. Mas, as coisas do coração, pelo visto não funcionava bem assim, e havia uma porção de light novels, filmes, animes e doramas para provar essa teoria.

Mexeu em seus óculos com certo nervosismo.

— Não te cansa olhar o mundo, sempre por trás de lentes escuras?— Por algum motivo a pergunta que ela fizera dois dias atrás, veio a sua mente.

E, ele teve vontade de sorrir por causa disto.

Na verdade, ele que sempre foi um cara sério, e desinteressado, teve vontade de sorrir por uma porção de coisas.

Todas elas relacionadas a Ino.

E, essa conclusão foi assustadora, e ao mesmo tempo encorajadora.

No máximo que iria acontecer era ele receber um não, embora ele soubesse que iria receber um sim, porque até ele percebia o modo como ela reagia perto dele.

— AHHHHHHHHHHHHH! – Seus pensamentos foram interrompidos por um grito agudo que o fizera perceber que quem sabe Ino tivesse encontrado o inseto que procuravam ou algum outro.

Entretanto, quando ele olhou para trás, percebeu que havia algo errado, já que a garota que estava há duzentos metros dele, estava no chão aparentemente desmaiada.


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