Subentendido- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 8
Armada de Dumbledore




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FRED POV 

Chegou sábado e fomos para a tal reunião. No caminho, Jorge, Lino e eu paramos na Zonkos para ver seus novos produtos. Lino era nosso cliente profissional, dizendo o que mais interessava em comprar na loja, então comprávamos, testávamos e servia de inspiração para nossas criações. 

Chegando na Cabeça do Javali, a reunião contava com a singela presença de 25 alunos! Como cortesia nossa, indiretamente de Harry que patrocinou a Gemialidades Weasley nos dando seu prêmio do Torneio Tribruxo, oferecemos uma rodada de cerveja amanteigada. Todos a postos, Hermione começou a falar do que se tratava. Infelizmente, parecia que uma galera estava lá por achar que Harry é doido ou queria que ele falasse sobre o Cedrico, pensei que fosse claro que estávamos falando em aulas sobre combate prático às artes das trevas. Felizmente a conversa foi melhor direcionada por Luna Dilua.

—É verdade que sabe conjurar um patrono?

—E ele tem o formato de um cervo?

Completou Susana Bones, a namorada que convencionalmente aparece com Lino.

—Sim e...Sim. como sabe disso?

—Amélia Bones é minha tia. Ela contou sobre seu julgamento quando salvou um trouxa de um dementador.

—Você enfrentou um comentador sozinho, Harry? Não sabia disso.

Comentou Dino. Hermione deu uma boa ampliada na bajulação ao Harry.

— Não só um dementador, foram vários. Dezenas deles só na floresta proibida em nosso terceiro ano!

— Ele também salvou a Pedra Filosofal de Você-sabe quem no nosso primeiro ano. 

Neville e depois Rony compartilharam sobre o assunto.

—E matou um basilisco com a espada de Griffindor!

—Sem falar do Torneio Tribruxo, Harry enfrentou um Dragão, sereianos,  esfinge e…

Cho começou a falar, mas não pareceu ter coragem de de terminar, tarefa que foi concluída por Hermione:

—...E lutou contra o próprio Voldemort! 

Silêncio. Confesso que não sabia nem de metade do que ele fez. Comecei a entender porque Sirius queria Potter na Ordem e nem ligou para os nossos pedidos. Queríamos a experiência. Harry já tem a experiência.

Enfim Harry decidiu falar.

—Olha, parece grande coisa para quem ouve assim, mas na verdade eu tive muita sorte. Geralmente eu não sabia o que estava fazendo e quase sempre tive ajuda.

—Ele está sendo modesto…

Hermione começou, mas Harry a cortou.

—Não estou! Enfrentar esses bichos na vida real não é como na escola. Você pode errar e tentar no dia seguinte… Mas na vida real, quando está a um segundo de ser morto… Ou de ver um amigo morrer diante de seus olhos… Você não sabe como é.

—Tem razão, Harry. Não sabemos… É por isso que precisamos de sua ajuda.

Hermione concluiu. Acho que a galera foi convencida o suficiente que aquilo era real… E necessário.

 Eu nunca levei a sério uma parte considerável das aulas de Hogwarts. Adivinhação? História da Magia? Desperdício de tempo. Mas Defesa Contra Artes das Trevas é sem dúvida a mais importante; ouvir o que os Membros da Ordem da Fênix estavam fazendo, como estavam se preparando este verão me faz pensar em como posso contribuir para esses tempos sombrios que virão. Eu não sou inteligente como Hermione, nem sei se saberia lidar com as situações de vida ou morte que Harry sobreviveu. 

No que sou bom? 

Talvez em fazer as pessoas certas rirem e as erradas se irritarem...

Todos os presentes assinaram uma lista concordando em participar da Armada de Dumbledore!

Voltando para Hogwarts, uma pergunta importante feita por Harry:

—Onde iremos praticar os feitiços?

Gina sugeriu a Casa dos Gritos.

—Muito pequena.

Hermione sugeriu a floresta proibida.

—Nem pensar!

Rony cortou imediatamente. Gina disse em seguida:

—Harry… E se a Umbridge descobrir?

E mais uma vez, Hermione dá sinais que minha má influência tem surtido efeito:

—Quem se importa? Digo, é emocionante, né? Quebrar as regras.

—Quem é você e o que fez com a Hermione? - Rony brincou - Uma coisa boa deu para tirar dessa reunião… Cho chang não tirou os olhos do Harry!

Meu irmão deu uns tapinhas em Harry. No mesmo instante, olhei para Gina e vi que Hermione e Jorge faziam o mesmo. Ela pode ter inventado namorar aquele cara fresco da Corvinal, mas só alguém tapado como Rony para não perceber que ela ainda gosta do Harry.

***

A próxima regra estúpida dada por Umbridge foi:

"DECRETO EDUCACIONAL NÚMERO 68: FICAM DISSOLVIDAS TODAS AS ORGANIZAÇÕES ESTUDANTIS”

A primeira coisa que pensei foi: quadribol. Angelina estava ao meu lado e teve um pequeno surto com a ideia de não poder mais treinar esse ano. Não no seu último ano, o ano em que se tornou capitã do time!

Ela saiu imediatamente para falar com a professora Mcgonagall. Jorge e eu fomos falar com Harry, é óbvio que Dolores suspeita de estarmos nos organizando.

No Salão da Grifinória, vi Harry, Hermione, Rony e Neville conversando num canto. Harry nos viu e fez sinal para se aproximar.

—Se for realmente como você está falando, Neville, você encontrou a Sala Precisa! É perfeito!

Perguntou Hermione.

— Podemos ir lá conferir agora, Hermione!

— Do que estão falando?

Foi Jorge quem questionou e Hermione explicou.

—Segundo Hogwarts: uma história, existe uma sala secreta em Hogwarts que só aparece quando alguém precisa muito de algo, ela vem equipada com tudo que se precisa também. Mas sua localização era desconhecida… Até Neville encontrá-la no sétimo andar!

—Brilhante!

Fomos checar a sala imediatamente, todos pensando na mesma coisa: precisamos de uma sala para treinar feitiços que fosse inacessível à Umbridge.

E lá estava ela. Entramos e haviam centenas de livros, almofadas, até armaduras para treinarmos feitiços em alvos móveis. 

—Acho que Jorge e eu já encontramos essa sala uma vez, mas era só um armário com vassouras para nos escondermos de Filch. Isso aqui é…

—Perfeito! - completou Hermione. - Precisamos avisar os outros e marcamos a primeira aula.

— Hermione - comentei meio encabulado - tem um jeito que seria seguro nos comunicarmos… Como fizemos no início do Verão.

Agora ela também estava meio corada.

—O que fizeram no início do verão?

Rony perguntou levemente enciumado. 

—Feitiço de Proteu! É uma ideia genial, Fred.

Hermione ignorou a pergunta de Rony. Eu quis dizer que era nossa ideia, mas acho que já estava dando bandeira demais que havia algo especial entre nós… 

—Precisamos de algo que não seja suspeito e que todos possam carregar no bolso...

— De preferência com números, mas que ninguém saiba que números são, então podemos alterá-los para dar informações…

Hermione e eu nos olhamos como se pudéssemos ler a mente um do outro e falamos ao mesmo tempo:

—Galeões!

— Ok, Hermione, isso foi incrível, mas Fred já tem um irmão gêmeo, você tem que achar outro para você.

Brincou Jorge.

—Do que estão falando?

Rony continuava confuso.

Imediatamente, apareceu na estante ao nosso lado uma sacola com vários galões falsos.

—Quer fazer as honras, milady?

Entreguei um galeão falso para Hermione.

—Proteu uno! - apontou para o galeão em sua mão e depois para o saco - Proteu fidelis!

Peguei galeões e entreguei para o demais, Hermione entregou o uno para Harry e explicou:

—Agora todos os galeões são idênticos. Você pode alterar essa numeração, que geralmente indica qual duende  forjou a moeda, para que os números indiquem o dia e a hora da aula. Podemos marcar com todos Aqui na Sala Precisa para a primeira aula e entregamos os galeões. 

—...Como se muda a numeração da moeda?

Essa me pegou. No nosso pergaminho, simplesmente escrevíamos. Sem nem pensar duas vezes, Hermione usou o feitiço:

—Distorccio! - todas as moedas  mudaram a numeração para a data de hoje e horário meio dia - Você só precisa pensar nos números. Pratique um pouco esse feitiço, devemos aprender ele ano que vem, mas seria bom ser você a colocar a informação nos galeões porque pode cancelar a aula a qualquer momento se ver alguma movimentação estranha no mapa. Também pode aquecer a moeda para avisar que fez uma alteração na numeração.

Como sempre, ela está preparada para qualquer coisa. Não pude deixar de sorrir com isso. Jorge me deu um morrinho e sussurrou "não baba, você tem namroada".

Combinamos que a aula seria novamente sábado pela manhã para não atingir o treino de Quadribol da Grifinória, Lufa-lufa e Corvinal .

Quadribol! Isso me lembrou o que vim falar com Harry. Chamei sua atenção assim que saímos da sala.

—Harry, você viu que a Umbridge proibiu organizações estudantis? Será que temos um espião entre nós?

—Bem, se tivermos, vamos descobrir. Hermione colocou uma azaração no papel que assinaram na primeira reunião. Se alguém revelar para outra pessoa que não seja da Armada de Dumbledore algo sobre a AD, veremos muitos furúnculos na testa dessa pessoa… Bem estilo as pegadinhas Weasley. 

Definitivamente, preciso casar com Hermione Granger, nem que seja a última coisa que faço na minha vida!

HERMIONE POV

As aulas continuaram. Tínhamos cada vez mais trabalhos, exceto em Defesa Contra Artes das Trevas, onde optei por sequer abrir o livro nas aulas. 

Ela pode ser louca, cínica, maléfica e vingativa, mas talvez possa ser convencida que seu próprio método de ensino não é tão bom assim com uma demonstração racional. Levantei a mão na aula.

—O que foi agora, Srta. Granger?

— Eu já li o Capítulo 2

— Bom, então proceda ao Capítulo 3. 

— Já o li também. Aliás, já li o livro inteiro.

Se eu olhasse para o lado, certamente veria Harry com vontade de rir e Rony com medo de eu me dar mal, mas mantive séria. 

— Muito bem. Então você é capaz de me dizer o que Slinkhard diz sobre contra-azarações no capítulo 15. 

— Ele diz que contra-azarações são impropriamente nomeadas. Que contra-azaração é só um nome que as pessoas dão para suas azarações quando querem fazer com que soem mais aceitáveis.

Mesmo que ela não  quisesse,  teria de admitir que eu sei o conteúdo e minha opinião tem embasamento, então por que não ir para a prática?

— Mas eu discordo - tentei falar da maneira menos agressiva possível, mas que fosse dúvida por toda a turma.

 - Você discorda? - repetiu

— Sim, eu discordo. O Sr. Slinkhard não gosta de azarações, não é? Mas eu acho que elas podem ser bem úteis quando usadas defensivamente. 

— Ah, você acha, não é? - Dolores ergueu a voz para sobrepujar a de Hermione. -Mas eu acho que a opinião do Sr. Slinkhard, e não a sua, é a que conta para a classe, Srta. Granger. 

Tentei protestar, o mínimo que se espera de uma sala de aula é que alunos possam opinar.

— Srta. Granger, eu vou tirar cinco pontos da Grifinória.

Houve um início de vários murmúrios. Tenho certeza a que ninguém ficaria feliz com mais um aluno perdendo pontos por respirar na aula da Cara de Sapo.

— Por quê? - disse Harry com raiva. 

— Não se envolva Harry…

Tentei parar Harry, mas foi tarde demais. Ele conseguiu mais uma detenção. Logo agora que seu machucado estava começando a cicatrizar…

Pelo menos conseguiram permissão para jogar Quadribol e marcaram ou outro horário, não nas sextas a tarde que era o dia preferido de Dolores dar detenção.

O jogo era entre Corvinal e Grifinória, mas a torcida da Sonserina estava lá para atormentar Rony. Aquilo me deixava sem reação, Rony não lida muito bem com pressão e varios alunos debochavam em coro de Rony. 

Ele acabou levando dois gols rapidamente.

Do meu lado, Gina e Miguel assistiam o jogo juntos. 

— Eu sei que ele é seu irmão, Gina, mas eu tô bem feliz dele tá jogando muito mal com o goleiro! Essa  partida tá ganha, já!

— Eu não cantaria Vitória agora, você esqueceu que temos Harry Potter no time!

Ela não tirava os olhos de Harry que procurava a todo custo o pomo, sem se deixar distrair pela alcunha "Rony é nosso rei!" entoada pela Sonserina.

E não tinha como ser diferente, Harry conseguiu pegar o pomo e a partida encerrou com 150 a 20 para Grifinória!

Abracei Gina e ela olhou feio para o namorado. Acredito que essa discussão ainda não acabou aqui.

Olhei para o campo e parecia haver uma movimentação estranha.

Draco estava no campo e Harry e Jorge se aproximavam, até que os dois começaram a atacar Malfoy com socos e foram prontamente parados pela madame Hooch. 

Da plateia, parecia que os dois tinham atacado Malfoy sem motivo, mas só é preciso ficar 5 minutos perto de Malfoy para saber que ele consegue só com palavras tirar qualquer um do sério.

Fred não avançou junto porque foi segurado por Angelina e Kátia que estavam ao seu lado.

Mas não podia ser pior. Jorge e Harry foram chamados pela Inquisitora e expulsos dos times de Quadribol.

Como isso é possível? 

DECRETO EDUCACIONAL 69: ALTA ONQUITORA TERÁ  SUPREMA AUTORIDADE SOBRE TODAS AS PUNIÇÕES, SANÇÕES E REMOÇÃO DE PRIVILÉGIOS, MESMO QUE TENHAM SIDO ORDENADOS POR OUTROS MEMBROS DO GRUPO". 

Além disso, teriam de cumprir detenção com Dolores, seriam os primeiros cortes de Jorge e mais uma camada dilacerada de pele de Harry.

Fred também foi expulso do time e Rony estava com vontade de desistir, apesar que depois de 3 baixas, foi convencido a ficar.

Ver outros alunos se machucando desse jeito me dava vontade de chorar. Gostaria  ter algo mais para fazer além de ficar refém dela. Se nem mesmo a professora Mcgonagall ou Dumbledore poderiam intervir, o que simples alunos seriam capazes? 

Comecei a andar meio sem rumo pelos corredores de Hogwarts, não me sentia bem nem mesmo para estudar. De algum jeito, acabei parando no corredor do sétimo andar. 

Se a Sala Precisa nos oferecia o que mais precisávamos, talvez ela conseguisse entender o que nem mesmo sei que preciso agora para voltar a ter um pouco de paz.

A porta surgiu, da mesma forma que surgia para a Armada de Dumbledore. Não era mais um grande salão, mas uma pequena sala com utensílios de poção e um livro de poções do primeiro ano estava aberto. 

Quando dei um passo dentro da sala, ouvi uma voz atrás de mim.

—Então foi por isso que saiu daquele jeito do Salão da Grifinória? Queria praticar um pouco de poções?

Era Fred, com sua deliciosa voz habitual, mas com um tom de tristeza, ele também deve ter percebido como estamos a mercê da Inquisitora.

Eu já estava com vontade de chorar, no segundo em que Fred fechou a porta, parei de me segurar e deixei as lágrimas descerem. Fred me abraçou e depositou um beijo no topo da minha cabeça.

— Eu não aguento mais… Queria ser forte e ter uma resposta para tudo, mas eu não tenho!

—Ei, tá tudo bem… - ele dava tapinhas na minha cabeça como se eu fosse uma criança. De fato, era assim que eu me sentia- Você não tem que saber tudo, senhorita-sabe-tudo. 

Fred se levantou e foi em direção ao balcão.

—Não sei se era o que você precisava, mas o que eu senti que precisava muito era de um jeito de meu irmão não sofrer tanto. Se aquele machucado virar uma cicatriz permanente, vamos ficar distiguíveis e eu não posso permitir isso.

Era incrível  seu talento de me fazer rir por motivos inusitados. Olhei para o livro e a poção em que estava aberto era essência de Murtisco.

—O que me diz, Granger? Não vamos salvar o mundo, mas tenho certeza que muita gente ficaria grata por ter algo para aliviar a dor.

Sorri secando as lágrimas.

—Vindo de Fred Weasley, achei que gostaria de vender a essência de Murtisco.

— Eu venderia para Sonserinos, com certeza, mas acho que faria bem aos primeiranistas terem um estoque de essência de murtisco quando precisarem.

—Pelas Leis Gamp, a Sala Precisa não pode nos arranjar tentáculos de Murtisco sem nós sabermos onde tem.

—A gente não sabe onde tem, mas uma amigo nosso com certeza pode ajudar…

Fred saiu da sala. Minutos depois, aparatou com Dobby e uma boa porção de sal e Murtiscos.

—Dobby! 

—Dobby fica feliz em poder ajudar Hermione Granger. Dobby sabia que Hagrid tinha Murtiscos guardados, então Dobby foi lá e pediu para Hermione.

—Hagrid está de volta?!

Fred confirmou. 

Pode ser tolice da minha parte, mas se a Sala Precisa fosse consciente, eu diria essa informação era o que eu realmente estava precisando!

Fred e eu preparamos as essências e separamos em vários potinhos, boa parte ficou no salão principal, mas também  separamos alguns para os membros da Armada.

Quando vi Harry e Ron novamente, dei a boa notícia:

—Hagrid está de volta!


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