Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 19
Uma traição inesperada




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Katana foi para o seu quarto e vestiu sua roupa, penteou seus cabelos e já estava colocando a soultaker nas costas. Enquanto saia do quarto, Cassie batia com insistência na porta do casal, mas as respostas não vinham. Tatsuo então aproximou o ouvido da porta e conseguiria ouvir um grito abafado. Kenshi, que estava atrás das duas pediu para que elas se afastassem da porta. Assim que elas se afastaram, Kenshi, com o poder da tele cinese empurrou a porta quebrando a fechadura. Encontraram Xiu em prantos com uma ferida na cabeça sangrando, um pano amarrado na boca e com o corpo amarrado em uma cadeira com uma corda. Logo Cassie tirou a mordaça da boca de Xiu que falou:

— Sheng está com eles. Ele me traiu.

Enquanto Tatsuo terminava de desamarrar, tentava compreender o motivo de ele não aparecer logo se apresentando para eles quando chegaram na estalagem. Xiu se levantou ofegante e se podia ver o medo em seus olhos.

— Não consigo saber onde ele está– falou Takeda com sua mão na fronte tentando sondar a presença de Sheng, mas sem sucesso.

Não demorou muito, um homem encapuzado tentou atacar Cassie, Tatsuo enfincou a soultaker nas costas do atacante que logo caiu no chão desmaiado. Cassie ajudou Xiu a sair do lugar enquanto os outros desciam as escadas fazendo o mínimo de barulho. Estavam próximo do térreo quando surgiu outros homens encapuzados com uma roupa de tons vermelho e preto. Começaram ali uma batalha dentro da estalagem e não demorou muito para que os três que estavam ali em baixo liquidassem os inimigos.

Em seguida Cassie desceu junto com Xiu que começou a chorar sem consolo.

— O que minha casa virou? – ela disse colocando as mãos no rosto.

Takeda a ajudou a se sentar em uma cadeira próxima, enquanto Tatsuo pegava uma lamparina e ascendia para iluminar o ambiente e ver como estava a situação daquele lugar. Visto que eles haviam lutado quase às escuras. Cassie, por sua vez olhava o chão coberto dos corpos daqueles “ninjas”, enquanto tirava o cartuxo usado de sua pistola semi-automática e colocava outro em seu lugar. Tatsuo viu o silenciador na ponta do cano da arma e disse:

— Por isso que não ouvimos os disparos lá de cima.

— Tinham mais três caras lá – falou Cassie arrumando o cartuxo – ainda bem que eu estava armada, quase feriram a Xiu.

De repente começaram a ouvir alguns gemidos vindos de cima, próximo aos quartos.  Xiu queria logo subir, mas foi impedida por Kenshi mantendo-a sentada na cadeira:

— Melhor que fique – ele disse. Kenshi fazia isso, pois sabia quem era o homem que gemia.

Em seguida ele pediu para que Takeda fosse lá para cima acompanhar Tatsuo e Cassie. Os três subiram e foram até o homem. Ele estava caído em um hall que dava para uma pequena varanda que estava recém-construída, o chão estava molhado com o sangue dele misturado com os dos outros. Os três se agacharam e Tatsuo tirou com cuidado o capuz preto que cobria o rosto do homem. As moças ficaram boquiabertas ao descobrirem que por trás daquela máscara estava o próprio Sheng com feição de agonia. Naquele momento Cassie foi logo procurando se o ferimento foi feito por uma arma de fogo, mas ao confirmar o ferimento na região do tórax foi tomada de completo remorso, pois ela havia alvejado o marido de Xiu. Em seguida se levantou e foi para a varanda. Tatsuo ia chama-la, mas Takeda disse:

— Deixe-a sozinha.

Tatsuo respirou fundo e voltou o seu olhar para Sheng que sofria de dor. Com muita dificuldade na voz disse:

— Chamem minha esposa.

Takeda se levantou e fez um sinal para que Xiu subisse. Sem hesitar ela saiu correndo subindo as escadas para atender o chamado de Takeda. Quando este levantou para que Xiu visse, ela caiu em prantos ao ver seu esposo coberto de sangue. Se ajoelhou diante do marido e disse com um dialeto chinês em lágrimas:

— Por que fez isso? Por quê?

Sheng buscou todo o ar que podia e respondeu com dificuldade:

— Se eu não fizesse o que eles queriam, mataria a nós dois...

— Mas a general Blade confiou em nós. Você nos traiu...

Xiu não conseguia mais falar e apenas chorava. Tatsuo aproximou-se mais de Sheng e perguntou:

— Quem foi que te mandou fazer isso?

— O grão-mestre do dragão vermelho...

Sheng pediu para que Xiu se aproximasse, esta o fez e ele pediu perdão pelo que havia feito. E acrescentou:

— Saiba que o homem que casar com você, será bem sucedido.

— Sheng, o que quer dizer? Sheng?

Ele não podia mais responder, pois seu sopro de vida se apagou como uma chama de uma vela. Ali Xiu chorou abraçada com o corpo do marido e não se importava se estava toda suja de sangue, ela queria seu marido de volta.

Tatsuo lembrou-se da morte de Takeo e sentiu um nó na garganta ao ver aquela cena. Sabia bem o que era aquela dor tamanha.

(...)

Enquanto Kenshi e Takeda cavavam uma cova rasa para colocar o corpo de Sheng, Tatsuo estava dentro da estalagem terminando de informar a Sonya o que acabou acontecendo ali. Quando desligou o telefone foi lá fora onde viu Cassie limpando a sua arma com um pano de prato que havia encontrado na cozinha. Logo após a morte de Sheng ela havia ido para a varanda e ficara ali por um bom tempo.

— Cassie – chamou Tatsuo.

A filha de Cage continuou calada. Comprimia os lábios e não tirava os olhos da arma que limpava. Tatsuo podia ver uma tristeza nos olhos da menina que parecia limpar a arma na tentativa de livrar-se da culpa. Ao entender isso, Tatsuo colocou a mão na arma e disse:

— Cassie, não foi sua culpa!

— Como não, Tatsuo? – perguntou Cage tirando com velocidade a arma das mãos de Katana – eu atirei nele. Eu o matei.

— Não foi por querer, Cassie – falou Tatsuo segurando Cassie pelo punho esquerdo – você defendeu Xiu e se defendeu, não pode pensar assim.

— Xiu perdeu o marido dela por minha causa. – a menina baixou a cabeça fazendo um sinal negativo.

— Sheng procurou isso. Ele sabia do risco que corria.

Em seguida Katana a abraçou. Ali ela podia ver que Cassie tinha sim sua fragilidade e não seria tão durona como Sonya.


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