Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 12
O início do Caminho




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O zunido das hélices do helicóptero militar que os levaria para a missão estava ficando cada vez mais forte. Tatsuo olhava para aquela máquina e podia ver uma leve semelhança com um dos helicópteros que Bruce tinha e começou a lembrar de tantas missões que havia feito com ele. 

De repente seus pensamentos foram interrompidos com Takeda lhe chamando logo atrás. Ela logo virou e viu o rapaz com uma pequena mala de mão.

— Eu queria te pedir desculpas. – Takeda iniciou o diálogo.

— Pelo que?

— A primeira vez que te vi... acabamos nos desentendendo por coisa boba e a semana foi uma porcaria. E eu não queria que isso prolongasse durante a viagem.

Tatsuo respirou fundo, cruzou os braços e disse:

— Por mim está tudo certo, não tenho nada contra você ou seu pai, mas isso não dependerá apenas de mim.

— Eu entendo você, Katana. A verdade é que ele queria apenas eu e ele nessa missão. É uma missão familiar e...

— Sei de toda a história – interrompeu Tatsuo – o que eu não quero é ser um peso para vocês, ao contrário, quero ajuda-los. Sei como é difícil perder quem você mais ama.

Em seguida Tatsuo baixou a cabeça lembrando-se de seu esposo falecido. Takeda pousou a mão no ombro da espadachim e disse:

— Acho que por essa experiência Johnny indicou você para ir conosco.

— Você acha? – perguntou Tatsuo surpresa.

— Tenho certeza.

— Vamos pessoal – disse Sonya passando por eles com seu olhar para frente.

Takeda sorriu para Tatsuo e foi caminhando para o helicóptero. Ela por sua vez deu mais uma olhada para o lugar onde estava, acenou para Bruce que estava na entrada do hangar, em seguida se virou e foi caminhando em direção ao helicóptero.

(...)

Montanhas chinesas já eram possíveis serem vistas pelas janelas do helicóptero e Katana olhava aquela paisagem lembrando-se de sua terra natal, de seus filhos e marido. Olhou para a soultaker e sentia uma imensa vontade de conversar  com ela, deslizava seus dedos pela arma e só queria por um momento aquietar o seu coração que estava muito agitado. Resolveu fechar os olhos para tentar se acalmar.

Enquanto isso com a ajuda da sento Kenshi  observava Tatsuo, o jeito que segurava a soultaker, a forma como olhava para a janela, tudo o que ela fazia o deixava fascinado. Chamou o filho e disse:

— Tatsuo está inquieta e...

— E?

— Um pouco insegura também.

— Talvez por que tem medo que seus pensamentos sejam invadidos por algum invasor – debochou Takeda cruzando os braços – por mais que ela tenha aprendido essa técnica de bloqueio tem receio que algo escape de seu controle.

— Faz sentido. Ela deve pensar que todo telepata fica invadindo mentes alheias sem permissão.

— Mas fazemos isso, não? – perguntou Takeda querendo rir.

— Apenas em casos extremos, filho. Você sabe disso.

— Claro que sei.

O helicóptero começou a pousar em uma área remota, onde havia poucas árvores e um campo aberto. Os que iam seguir viagem se levantaram e um a um desembarcava começando por Cassie, em seguida Katana e os Takahashi. Sem sair do helicóptero Sonya sorriu e pediu para Kenshi:

— Cuide bem da minha menina.

— Mãe – contrariou Cassie – eu sei me cuidar sozinha.

— Não preciso explicar o motivo de eu ter falado isso.

— Eu sei – disse Cage sorrindo.

Em seguida o helicóptero se ergueu e se foi. Agora estava apenas os quatro esperando as coordenadas de Kenshi, pois ele sabia o caminho. Começaram a caminhada por volta das duas da tarde com pai e filho na frente e as mulheres logo atrás. Cassie queria puxar assunto, pois estava incomodada com o silêncio de Tatsuo.  Tentou brincar um pouco.

— Não fique com medo, eles não vão sondar nossa conversa.

Tatsuo deu um sorriso amarelo e respondeu:

— Tudo bem, é que gosto do silêncio.

— Desculpe-me.

— Mas se quiser conversar fique a vontade. É que sou assim mesmo. Você deve ter percebido isso durante a semana de treinamento.

— Verdade. Percebi que você ficou mal depois do que aconteceu entre você e o Kenshi.

Katana não queria lembrar-se desse acontecido, mas era algo que não poderia ser apagado. Olhou para Cassie e disse:

— Aquilo foi um mal entendido, ainda bem que já nos resolvemos.

— Isso é bom. Preciso ser sincera com você, Tatsuo – a jovem lançou lhe um olhar furtivo – acho que você e o Kenshi combinam.

— Combinam? – perguntou Tatsuo se fazendo de desentendida – O que quer dizer?

— Sei lá – Cassie disse se sentindo um pouco acuada com as indagações - durante o treinamento o tratamento entre vocês...

A japonesa ficou preocupada. Será que deixou escapar algo? Seu nervosismo denunciou algo? O que menos queria era ter um caso com alguém que mal conhecia, mesmo que este alguém a atraísse. Tatsuo respirou fundo e disse:

— Vamos falar de outro assunto?

— Desculpe-me de novo. Estou sendo muito inconveniente.

— Tudo bem, Cassie, não vou ficar brava com você por isso.

Cage deu um sorriso com um pouco de nervosismo, mas agora ficaria atenta a não mais fazer perguntas ou comentários que incomodasse a nova a amiga. Resistiria bravamente caso sua língua coçasse para falar algo. Mas Tatsuo quis dar um troco na moça.

— Mas e você, Cassie? Não namora?

Ela deu uma risada e respondeu:

— Tive uns rolos uns tempos desses, mas nada, além disso. Vou me dedicar mais as FE por enquanto.

— Mas nunca sentiu nada por alguém lá dentro das FE?

— De vez em quando chegam alguns soldados, bem bonitos - ela interrompeu para rir um pouco – mas acho que não estou pronta para nada sério.

— Então nunca se apaixonou de verdade.

Cassie olhou para Tatsuo ressabiada e perguntou:

— O que você quer dizer com isso?

— Oras, só quero saber mais de você sobre seu coração. Falei da minha situação, agora quero que fale da sua.

— Mas você não foi tão clara comigo e acabou pedindo para eu parar de falar sobre o assunto.

Dessa vez Tatsuo não podia tirar a razão de Cassie. Era verdade.


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