Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 11
Antes de partir




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A segunda-feira chegou e Tatsuo já havia se preparado tanto fisicamente como psicologicamente para essa missão. Apesar de estar acostumada com missões como essa era sempre uma preparação diferente, principalmente por acompanhar dois telepatas. Ela teria que vigiar até os seus pensamentos para que nada escapasse.

Bruce fez questão de levar Tatsuo para a base das FE pessoalmente. Esperou-a frente a entrada do prédio em que ela morava. Quando Tatsuo entrou no carro disse após acomodar-se no banco de couro da limousine disse:

— Insisti a você para que não fizesse isso. Não quero chamar a atenção...

— Katana – Bruce disse com sua voz rouca – eu faço questão de te acompanhar. Faz um bom tempo que você não faz missões sem mim. Como você faz parte do meu esquadrão preciso conhecer quem vai cuidar de você.

— Pensei que conhecesse Sonya Blade.

— Não pessoalmente. Ela é uma mulher de fibra, uma ótima general. Será uma oportunidade de eu conhece-la e formarmos parcerias. Podemos um ajudar nas missões do outro.

Tatsuo respirou fundo e lembrou-se de Lao. Ela olhou para Bruce em seguida e falou:

— Mas e o Kung Lao? Ele disse a você que quer total discrição, não disse?

— Lao não será envolvido nisso, eu prometo.

Bruce não ficou incomodado pela preocupação de Tatsuo, pois ela sempre preocupada e fiel aos seus amigos e sabe que ela faria o mesmo por ele. A admirava por isso.

Tatsuo por sua vez se recostou no banco e ficou olhando a paisagem que passava pela janela com um rosto sereno. Não sabia se sairia viva dessa missão, então queria aproveitar o máximo aquela visão que estava tendo. Ao mesmo que pensava nisso tentava imaginar como seria sua relação com Kenshi e com seu filho Takeda, pois não fora muito feliz na semana de treinamento, mas esperava que na missão a relação fosse um pouco amigável.

(...)

O portão do quartel general das FE se abriu devagar, o ranger das dobradiças eram um pouco alto fazendo com os que estavam dentro da limousine de Wayne conseguisse ouvir bem mesmo com os vidros fechados. O veículo entrou no quartel e foi estacionado próximo a alguns soldados que estavam fazendo o aquecimento diário. Mesmo sem permissão para parar o que estavam fazendo alguns viraram a cabeça para ver carro de Wayne.

O motorista saiu do carro, abriu a porta para Katana que ficou atônita, pois pensava que Bruce seria o primeiro a sair. Ela olhou para Bruce e ele sorriu colocando a mão na maçaneta da porta para ele mesmo sair por si só. Em seguida Katana deu um sorriso sem graça para o motorista e saiu, colocando a máscara logo em seguida. O motorista entregou-lhe a mala de mão e a soultaker já estava nas mãos da japonesa, ela agradeceu ao motorista e esperou Bruce para ele ir junto para com Sonya. Enquanto caminhavam para o encontro da general e dos guerreiros que iriam na missão, Tatsuo encaixou a soultaker em sua bainha que estava em suas costas. Kenshi e Takeda estavam ao lado de Blade esperando a sua chegada. Não deu para evitar que o coração acelerasse um pouco mais ao ver o espadachim, nisso Tatsuo engoliu seco e usou a técnica de bloqueio ensinada por Lao, mas estava incerta se tinha feito isso tarde demais.

— Bom dia general! – Bruce cumprimentou a general com formalidade – é uma honra conhece-la.

— O prazer é meu, Sr. Wayne. – respondeu a general.

Tatsuo cumprimentou a general com um sorriso embaraçado e Sonya lhe devolveu um sorriso franco dizendo:

— Preciso conversar com você, me aguarde perto da porta que dá para o hangar.

— Sim, senhora – respondeu Tatsuo indo em direção aonde ela pediu.

— Bom dia, Katana – chamou Kenshi.

Tatsuo olhou para ele e prendeu a respiração percebendo que cometeu uma gafe por não cumprir com que queria em manter um relacionamento saudável com o espadachim.

— Perdoe-me, Kenshi eu...

— Está temerosa que algo de ruim possa acontecer, não é?

Agora Katana mordeu os lábios pensando no que poderia dizer para responder essa pergunta. Ela respirou fundo e respondeu:

— Já estou acostumada com essa sensação.

— É como alguém que está acostumado a falar em público e sempre sente aquele friozinho na barriga antes de começar.

— Bem isso – disse Katana se sentindo um pouco aliviada.

Takeda que prestava atenção na conversa entre Bruce e Sonya veio até os dois e cumprimentou Katana perguntando em seguida:

— Está pronta?

Ela passou a mão pelos lisos cabelos e respondeu com um sorriso espontâneo:

— Eu sempre estou pronta!

— É de uma pessoa assim que precisa nos acompanhar. – acrescentou Kenshi.

Tatsuo deu uma olhada para Sonya e Bruce que conversavam animadamente, pediu licença a Kenshi e Takeda e disse:

— Vou ficar próximo do hangar me preparando para a viagem.

— Já estaremos indo para lá. – disse Takeda.

Em seguida Tatsuo foi em direção a porta, mas o coração apertado pelo medo de deixar escapar alguma coisa. Em seguida veio o alívio de poder enxergar uma luz no fim do túnel em ver que poderia ficar bem tanto com o pai como o filho. Pensou em conversar com a soultaker, mas como sempre aquele medo bobo de alguém sondar lhe veio à mente.

Tatsuo sentou-se em um banco de madeira, tirou sua soultaker da bainha e começou a limpá-la. Não percebeu a chegada de Johnny e Cassie que vinham de outra entrada.

— Está se preparando bem para a missão, Yamashiro – disse Johnny para chamar a atenção da japonesa.

Ela olhou para o ator e sua filha e cumprimentou os dois.

— Estavam me observando há muito tempo? – Tatsuo perguntou.

— Acabamos de chegar – disse Cassie.

Johhny olhou para a porta da entrada do hangar e perguntou se ela estava esperando alguém.

— Sua esposa quer falar comigo.

— Eita – disse Johhny coçando a cabeça.

— Não a assuste, papai – falou Cassie dando um tapinha no ombro do pai.

Mal a jovem falou isso Sonya apareceu juntou com Bruce e pediu um tempinho para conversar com a japonesa. Johnny e Cassie cumprimentaram  Wayne e se retiraram. Tatsuo se levantou atônita colocando sua soultaker na bainha e Sonya disse:

— É a sua primeira missão conosco e não queria dizer isso, mas me preocupa o fato de você e Kenshi não estarem se dando muito bem.

A japonesa olhou para Bruce envergonhada e ele falou:

— Não se preocupe, essas coisas podem acontecer, mas não podem se tornar frequentes.

— Eu farei de tudo para ter um relacionamento saudável tanto com o pai como o filho. – falou Tatsuo com a cabeça baixa.

— Sei que vocês terão. Conversei com os dois também. Foi um desentendimento bobo que vocês tiveram, mas creio que não passara disso.

— Tenha certeza disso, general. – a japonesa tinha certeza do que falava.


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