A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 32
Capítulo 32: A hóspede.


Notas iniciais do capítulo

- Venho trazer mais um capítulo para vocês. Com atrasado, mas aí está ele.

— Fiz um teaser para fanfic: https://www.youtube.com/shorts/3DTAoa2m73Y

— Estou pensando em publicar os vídeos que eu crio para me inspirar. Para vocês se inspirarem também.

— Comentem!



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O terror dos comensais da morte continua

Draco Malfoy é preso após confessar ter cometido o homicídio de Blásio Zabini.

Draco Malfoy, o bruxo mais procurado do mês foi encontrado numa pousada trouxa em   Hunstanton, uma cidade litorânea em Norfolk. Juntamente a ele, estava Astória Greengrass, Daphne Greengrass e Pansy Parkinson. Em depoimento, ambos os três bruxos alegaram terem sido atacados por Blásio Zabini, que usava uma máscara de comensal da morte, acarretando a morte de uma trouxa.

 Draco Malfoy foi encaminhado para Azkaban logo após o depoimento. As senhoritas Astória Greengrass e Pansy Parkinson estão presas preventivamente em prisão domiciliar pela acusação de fuga com um fugitivo. A senhorita Daphne Greengrass foi inocentada de qualquer acusação pela sua exclusão do mundo bruxo.

Com as investigações ainda ocorrendo nenhuma informação mais foi concedida para imprensa.

 Harry vira a página.

Com o atual acontecimento, o povo bruxo se questiona. O que ocorreu para Blásio Zabini atacar utilizando uma máscara de comensal da morte? O que teria levado a uma ação tão violenta? Seria Draco Malfoy realmente o assassino de Gladstone? Pansy Parkinson e Astória Greengrass seriam cúmplices de um crime?

 Com a marca negra queimada nos braços dos falecidos aurores, e o senhor Blásio Zabini utilizando uma máscara de comensal da morte muitos se questionam: Seriam esses os sinais do retorno do grupo de comensal da morte? E por essa razão, o Ministério optou em nomear, o herói Harry Potter para o cargo de chefe dos aurores, em vez da vice Deborah Carter? Será que foi uma escolha correta?

 

— Harry. – cutuca Simas fazendo ele erguer os olhos do jornal. – O ministro chegou.

Harry assente fechando o jornal e o entrega para Simas. Quim Shacklebolt caminha até o púlpito em frente a multidão de repórteres.

Os flashs e luzes piscam em direção ao Quim Shacklebolt enquanto ele caminha até o púlpito. Harry se coloca ao lado de Karen Brown a chefe do Departamento de Execução das leis da magia, uns passos atrás de Quim.

—  Agradeço a todos a presença. – inicia Quim. - Iremos começar com a sessão de perguntas para podermos esclarecer tudo. Alguma pergunta?

Várias mãos se erguem.

— Sim. – permiti Quim um bruxo baixo e corpulento falar.

— O acontecido recente está sendo considerado um ato em nome ao antigo grupo terrorista conhecidos como Comensais da morte?

Terrorista? Estranha Harry.

— O fato ainda está sendo visto com um ato isolado que não está atrelado a nenhum grupo ou causa. – explica Quim calmamente. – Próximo.

— Mas e a máscara de Comensal da morte que o senhor Blásio Zabini usava? – pergunta uma bruxa. – Isso não é uma evidência que o ataque está atrelado ao antigo grupo Comensais da morte?

— Para afirmar qualquer coisa é preciso mais do que só uma única evidência. – diz Quim. – Por isso, o caso está ainda em investigação.

— Seria Draco Malfoy o assassino da marca negra? – questiona outro bruxo. – Já que enquadraram ele como suspeito da morte de Gladstone. A marca negra estava presente em Gladstone como nos outros assassinatos de aurores, não estava?

— Vocês acreditam que há mais alguém envolvido além das senhoritas Parkinson e Greengrass?

— O que levou Blásio Zabini atacar eles?

— O que levou Malfoy a matar Gladstone? 

Um trilhão de perguntas surgem atrapalhando o andamento da coletiva de imprensa. Quim ergue as mãos pedindo silêncio.

— O que vocês devem saber é que o caso está sendo devidamente investigado e o Ministério tomará quaisquer ações que serão necessárias, se houver alguma ligação com o antigo grupo de Comensais da morte. Não deixaremos tais ideologias antiquadas adentrarem o Ministério e nem no mundo bruxo novamente. – esclarece Quim formalmente. – Passo a palavra para o chefe dos aurores para atualização da investigação.

— Senhor Potter. – chama Quim indicando para ele ir ao púlpito.

Harry engole a seco a caminha para o púlpito em meio as perguntas dos repórteres.

— Agradeço a presença de todos. – inicia ele após os repórteres se silenciarem quando ele tomou o lugar de Quim. – A equipe de medi- bruxos e curandeiros do Hospital St. Mungus atestaram que o senhor Zabini não estava sob nenhuma maldição imperdoável quando atacou. A testemunha que o aparatou para o local do ataque afirmou não saber de nada e que só estava seguindo as ordens. Até o momento são essas informações que são permitidas ser compartilhadas. Obrigado.

Ele se afasta do púlpito. Quim o olha com surpresa, como estivesse esperando que ele fosse falar mais. Harry acena com a cabeça indicando que só tinha isso a dizer.

— Dispondo da presença dos senhores. – Quim toma o lugar do Harry. - A senhora Brown, chefe do Departamento de Execução das leis da magia, comunicará vocês sobre um projeto de lei que estava sendo trabalhando antes dos recentes acontecimentos.

Quim se afasta permitindo que Karen Brown se coloque atrás do púlpito. Ela olhando fixamente para a multidão de repórteres abre sua pasta com discurso.

 - Passamos por tempos muito sombrios, perdemos entes queridos e amados e chegamos a descrer no poder de justiça dessa instituição governamental que é o nosso Ministério. – discursa ela firme. – Mas nos reerguemos das cinzas de tanta dor e sofrimento e reconstruímos um mundo que procura justiça, igualdade e liberdade. Se conseguimos passar por esses tempos sombrios não se demorará muito para que todos esses recentes acontecimentos sejam resolvidos. Quero deixar claro que nenhuma ideologia que propõem o oposto desses valores deverão sequer ameaçar adentrar as estruturas desse novo Ministério. Por isso, agora digo aos nossos cidadãos que o projeto apresentado no baile anual, “Lua nova”, está aprovado.

Aplausos são dados.

— E como reparação para a derrota que essa instituição governamental sofreu e que gerou consequências irremediáveis aos cidadãos que fielmente depositaram sua confiança nele, hoje, declaro que o projeto de lei “Bens para o bem” está oficialmente aprovado.

Os aplausos são dados com mais intensidade dessa vez.

— A lei que assegura o direito do Ministério tomar posse dos bens de antigos Comensais da morte e apoiadores em caso de nenhum descendente legítimo. Os bens que serão revertidos para projetos como F.A.L.E e “Lua Nova” e outros mais que virão. – Continua Karen após os aplausos cessarem. – Para mostrar a vocês, nossos cidadãos o comprometimento do Ministério com os valores estipulados. Agradeço a presença de todos.

Sob as luzes das câmeras, mãos erguidas, perguntas gritadas na multidão e aplausos Karen Brown deixa o púlpito.

Harry tinha lido e relido diversas vezes o que ele disse na coletiva de imprensa, ele estava preparado e confiante com o que iria dizer, mas não é como ele se sente em relação as outras coisas. Depois dos acontecimentos ele sente que está pisando em território frágil e desconhecido. Ele parece não saber o que está fazendo, igualmente quando estava atrás das horcruxes. 

Ele não está satisfeito com isso.

 

 

 

Largo Grimmauld n°12

— Monstro! – grita Harry arrancando a gravata depois de abrir a porta de entrada do Grimmauld.

É habitual Monstro não surgir imediatamente após ser solicitado, mas dessa vez a demora é maior do que o costume.

— Monstro? – Harry coloca seu casaco no cabide.

Não obtendo resposta ou a presença de Monstro. Harry se direciona para a escada que leva para a cozinha, o segundo lugar mais provável de encontrar Monstro.

 Ele está com fome e cansado, uma comida rápida como um sanduíche é o suficiente para satisfazê-lo, já que logo após comer ele que ir dormir e esquecer o estresse do dia. Harry ficou tentado ir para Toca ou para casa de Rony e Hermione jantar, mas estando ciente do seu feito de ter engravidado Parkinson e sabendo que as censuras irão colidir com seu temperamento e seu estresse. Ele achou melhor evitar seus amigos por uns dias.

Harry estrala o pescoço com os olhos fechados por segundos enquanto caminha para ao abri-los se deparar na sala de jantar a comprida mesa completamente posta. Contendo pratos, talheres polidos e taças reluzentes, um vaso de flores e candelabros de vela iluminando o local.

Harry de imediato estranha, mesmo nas vezes que ele jantou no Largo Grimmauld em vez ir para a Toca ou para casa de Hermione e Rony, Monstro nunca se esforçou tanto para preparar uma mesa bem trabalhada. Ele se aproxima da mesa e a estuda, os vários tipos de talheres que ele nunca usou, os pratos que ele nunca viu, a comida que ele nem sabia que Monstro tem a capacidade de fazer.

 Não passa despercebido o único detalhe importante, que a mesa está posta para uma única pessoa, para a única pessoa que Monstro faria de bom grado todo esse jantar, a única pessoa que Harry achava até então que estava comendo no quarto.

— Monstro? – chama Harry ao ver uma sombra passar pela porta.

 Pansy Parkinson para na porta.

Ela cortou o cabelo. É o que Harry primeiramente nota, ela voltou para seu corte curto na altura das orelhas.

Eles estão se evitando explicitamente e implicitamente na semana que se passou. Ela passando a maior parte do tempo trancada no antigo quarto da senhora Black que Monstro com dedicação arrumou e preparou para ela. Nas raras vezes que ela decidiu sair do quarto, evitou qualquer cômodo que Harry poderia estar.

Da parte dele não houve nenhuma tentativa forçada para evitar ela, já que ele tem trabalhado até tarde e só retorna para o Grimmauld no horário que ela já está dormindo, ou no horário que ela fingi ir dormir e vai trabalhar muito cedo, mas não tão cedo o suficiente que não dê para compartilhar o café da manhã, ao qual ele suspeita que Parkinson esteja tomando somente quando ele saí. É claro que ele também não tentou contatá-la em nenhum outro momento. A última vez que conversaram e estiveram no mesmo ambiente foi no dia seguinte do acontecimento da pousada, onde ela teve que voltar para o Ministério com ele para depor sobre a perseguição e ameaças.

— Monstro não me avisou que você viria jantar hoje. – cruza ela os braços em frente ao corpo.

— Eu saí mais cedo por causa da coletiva de imprensa. – explica Harry se sentido desconfortável sobre a forma como ela está o fitando seriamente e fixamente, mas não deixa transparecer o desconforto. – Você cortou o cabelo.

A fala saí antes que Harry possa impedir.

— Sério?! Eu não tinha percebido. – diz ela irônica passando por ele para se sentar na cadeira no canto da mesa que têm o talheres e o prato postos. - É impressionante você ter conseguido perceber isso.

Harry conseguiu flagrar ela correndo os dedos pelo cabelo rapidamente ao passar por ele.

— Então, você resolveu parar de bancar a prisioneira e resolveu descer para comer aqui. – lança Harry.

— Fiquei com saudade de olhar para a sua cara. – rebate ela arrumando o guardanapo no colo. – Além do mais, essa mesa foi preparada especialmente para mim. Não poderia fazer essa desfeita com Monstro.

Como tivesse sido convocado Monstro adentra a sala de jantar.

— Aqui, está o suco de abóbora. – Monstro anuncia levitando uma jarra prateada e vestindo o famoso casaco. Quando ele vê Harry fica visivelmente perdido. – Mestre não disse que iria jantar aqui, hoje à noite.

— Meus planos mudaram. – Harry puxa uma das cadeiras. – O que temos para o jantar?

Monstro lança um olhar questionador para Parkinson que assente com a cabeça. Harry volta-se para ela indignado, o que ela responde com um sorriso presunçoso. Não é imprevisível Monstro tratar Parkinson melhor do que ele trata Harry, mas o elfo doméstico obedecer as ordens dela acima das dele é além da conta.

Harry solta uma longa respiração e coloca o guardanapo no colo. Monstro estrala os dedos preparando a mesa para Harry e serve a comida para Parkinson.

— Temos cordeiro para jantar e teremos para sobremesa um pudim. – informa Monstro depois que comida foi servida para os dois. – Como a senhorita pediu.

Harry resmunga algo inaudível ironicamente só para si antes de levar o garfo a boca.

Harry e Pansy comem num silêncio completo e constrangedor. Eles conseguem ouvir as garfadas e a mastigação um do outro, uma refeição nunca parece tão interminável. Eles haviam bebido juntos, divido uma cama e estão incomodados com o compartilhar de um simples jantar.

Harry está enchendo seu copo novamente quando a pega encarando ele.

— O que foi? – pergunta ele.

Ela parece estar analisando ele antes de limpar a boca com o guardanapo de pano.

— Sobre o Blásio. – inicia ela. – Eu ouvi a coletiva de imprensa no rádio. Você disse que ele não estava sob nenhum feitiço ou maldição.

Harry coloca o garfo ao lado do prato. Com ela reclusa no quarto, Harry não conseguiu e não queria atualiza-la sobre as investigações.

— Eu teria te dito se tivesse conseguido falar com você nessa última semana. – reclama ele.

Pansy revira os olhos.

— Sim, ele não estava sob feitiço ou maldição. – informa ele.

— Então, ele estava consciente quando atacou? – questiona Pansy rodando o suco na taça.

— Sim. – confirma Harry. – E tudo indica que ele era realmente o gerador das ameaças e o perseguidor que estava ameaçando vocês.

— Não é ele. – nega Pansy desviando a atenção para a taça.

— Tudo aponta que é ele. – afirma Harry. – A caixa que você, Malfoy e Greengrass citaram, que tinha os animais mortos que correspondiam aos seus patronos, ele sendo amigo de vocês saberia melhor do que ninguém o patrono corporal de cada um, não é? Também saberia que Malfoy havia retornada para Mansão na época. Ele estava presente no encontro de vocês na Abadia. – adiciona ele. – Ele ajudou vocês a fugirem e foi ele que atacou vocês.

— Mas por que ele faria isso? – questiona Pansy fitando o líquido rodando. – Por que nos ameaçaria e tentaria nos matar?

— Eu pensei que talvez você pudesse ter uma suposição. – responde Harry também olhando para a taça na mão dela e começando a sentir sede. – Até agora não encontramos nenhuma prova ou motivação. A casa de Zabini e o escritório não tem nada incriminatório, e a mãe dele não sabe de nada.

 - Então o caso de perseguição vai continuar aberto? – Pansy pergunta parando de brincar com a taça.

Harry toma um gole do suco de seu copo.

— Os aurores vão continuar a procurar outros suspeitos com aquilo que vocês entregaram como provas. – comunica ele após engolir. – Mas se não houver outras ameaças direcionadas a vocês, vamos determinar o Blásio Zabini como culpado.

— Então, já marcaram uma data para o julgamento do Draco?

— Ainda não. – responde Harry.

Pansy assente e volta a comer sem mais nenhuma palavra. Harry fica sem reação por não esperar que ela fosse fazer isso.

— Eu vou precisar da curandeira da minha família para atender em domicilio. – avisa ela sem olhar para ele depois de engolir. – Já que não posso sair daqui e nem mandar cartas.

— Por quê? Você está doente? – Harry fica atordoado com a mudança brusca de assunto.

— Não, eu vou precisar por causa... – ela indica com a mão para a barriga. - Da gestação.

É esse tópico que o levou a evitar ela, mesmo que ele negue, isso sem mencionar que ele declarou a prisão dela, Malfoy e Greengrass.

Harry junta as mãos se preparando para a conversa.

— Eu mandarei uma carta para o St.Mungus ou amanhã mesmo vou lá. – diz ele.

Pansy concorda levando uma batata a boca.

— Sobre a gravidez...

— Não. – corta ela erguendo um dedo. – Já é humilhante o suficiente eu estar presa nessa casa me submetendo a suas ordens e grávida de você. Então, o que tenho para falar sobre a gravidez é isso, acabou.

Ele a encara em choque.

— Mas temos que conversar sobre isso. – retruca Harry. – Antes de tudo como aconteceu? Você havia me dito que estava tomando poção.

Ela solta um engasgo retornando o talher para o prato.

— Espere, ninguém te contou?! Eu pensei que você já tivesse sido informado sobre isso, Potter. Depois de um filho é esperado que você soubesse de como os bebês são feitos. - zomba ela sorrindo maliciosamente.

Harry apoia os cotovelos na mesa para passar a mão no rosto cansado.

— Já acabou? – devolve ele.

 - A poção falhou, pelo uso indevido e o álcool. – esclarece ela retirando o sorriso do rosto. - Eu retornei para a poção um dia antes do segundo encontro, a poção não teve o mesmo efeito que teria pelo uso constante, ainda mais adicionando bebidas alcoólicas mágicas no meu corpo. Mas não precisa se preocupar, Potter. – acrescenta cínica. – Você não precisa sair anunciando que é pai dela. Nem colocar seu famoso sobrenome na criança.

— Como assim? Você acha que eu não vou assumir? – questiona Harry incrédulo. – Essa criança é meu filho também. Eu vou assumir, criá-la, educá-la e...

Pansy solta uma risada interrompendo-o.

— O que é engraçado? – pergunta Harry sério.

— Eu só estou surpresa que você já está nesse nível. – ela segura o riso falso. – Sabe, você só tem consciência da existência dela há uma semana. Ainda estou surpresa que você não pediu uma comprovação paterna para mim ou algo do tipo. E pensar que se eu não tivesse sido pega e presa você nunca saberia da existência de filho algum seu.

Harry abre a boca sentindo uma fagulha de indignação surgir. Se nada tivesse acontecido na pousada ele nunca iria saber que haveria uma criança, seu filho ou filha andando por aí.

Não, isso não iria acontecer, nega Harry veemente. Porque ele encontraria Parkinson em qualquer lugar que ela estivesse, ele estava determinado a encontrá-la.

— Então esse era seu plano?! – exclama Harry. – Fugir? Fugir com meu filho?!

— Que drama todo é esse, Potter?! Você não pode sentir falta de uma coisa que você não sabe que têm. – replica Pansy curvando o lábio. – Além disso, você estaria muito bem com seus outros filhinhos ruivinhos que você ainda terá com a Weasley.

— Mas a criança que está na sua barriga continua sendo meu filho, Parkinson! – ruge Harry. – Eu cresci sem pai e não quero isso para nenhum filho meu. E sabe porque não estou pedindo nenhuma comprovação, porque de todas as coisas que você disse essa é a única coisa que eu acredito que seja verdade.

— Jura? – ironiza ela.

— Sim, porque você foi pega. Você não veio até mim contar que está grávida, alguém contou, você não teve tempo para pensar em esquemas ou mentiras. E você em nenhum momento procurou ou admitir ou negar. - Harry não percebe que aumentou o tom de voz. -  Isso me prova que é meu filho.

— Nossa! Você é de se admirar. Como você ainda não capturou o assassino da marca negra?! – satiriza ela. -  Mas saiba que se eu não tivesse pedido uma curandeira para me examinar, você não iria saber tão cedo.

— Isso não é uma competição, Parkinson! – esbraveja Harry. – É de uma criança que estamos falando.

— Sim, estamos. – reafirma Pansy forte. – E lembra-se disso quando o Ministério resolver me tacar em Azkaban.

Harry franze as sobrancelhas.

— Do que você está falando?

— Aprovar a lei que permiti que o Ministério pegue os bens das famílias bruxas supremacistas depois de três famílias bruxas famosas estarem em um escândalo é muito conveniente. - diz ela friamente. - Mas para minha maravilhosa sorte, eu carrego um filho seu, então já garanti um herdeiro para os bens da minha família.

— Eu ainda não estou entendendo nada do que você está falando. – expressa Harry balançando a cabeça atordoado.

— Eu quero que você faça um acordo comigo.

— Um... – Harry está confuso. - Acordo?

— Você é o chefe do aurores. – aponta ela. – Qualquer acordo que você fizer comigo será válido e sua influência com certeza irá fazer o acordo ser aceito pelos bruxos da Suprema corte.

Harry não presumia que o rumo da conversa acabaria nisso. Ela está sugerindo que ele use sua influência para impedir que ela vá para Azkaban? Segundos depois que eles estavam falando da gravidez?

Harry não sabe se há uma forma certa de a reagir a isso.

— Eles não vão te colocar em Azkaban se você provar sua inocência. – afirma ele da única certeza que tem. – E você está...

— Sim, eu sei. – confirma ela. – Estou grávida. Enquanto estiver grávida estou com imunidade. Mas por quanto tempo? Nove meses?

Imunidade? Ela está chamando o filho deles de imunidade? Um mecanismo de defesa jurídica para impedir sua prisão em Azkaban?

Harry encara seu prato sentindo que a comida perdeu todo sabor com a conversa. Ele está tonto de como a conversa saiu sobre as atualizações sobre Zabini, foi para a gravidez e terminou num assunto de acordo.

— Eu não vou deixar te colocarem em Azkaban se você é inocente. – declara ele desgostoso. – Como também eu não vou fazer um acordo com você ou usar a minha influência, ou qualquer tipo de método que você tenha na sua cabeça. A única coisa que vai garantir e garante a sua liberdade com certeza é a verdade. Foi a única coisa que eu queria desde do começo.

— A verdade. – reflete ela voltando-se para unhas. – Você quer a verdade?

Ela bate cada unha da mão na madeira da mesa antes de girar a cabeça em direção a Harry novamente.

— A verdade é que eu não menti em nenhum momento para você, Potter.

— Você mentiu sobre seu pai. – relembra ele. – Tinha uma mensagem dele com um endereço em seu apartamento.

— Eu só não te contei isso. Mas eu falei que não tinha informação dele, e isso é a verdade. – revela ela. – A mensagem foi entregue por uma coruja, o endereço era de um cemitério que tinha o nome do meu pai. Eu não tive contato com ele em nenhuma das circunstâncias e eu nem acredito que tenha sido meu pai que entregou a mensagem. Depois de tudo talvez tenha sido mais uma das ameaças implícitas.

Contudo, ela não contou para ele sobre esse suposto encontro estranho com seu pai, não contou sobre as ameaças, não contou sobre a gravidez. Para Harry, omitir é o mesmo que mentir.

— Você que é o mentiroso, Potter. – acusa ela com desdém fazendo-o abrir a boca pronto para protestar. – Não era eu que dormia com a bruxa que eu investigava para o meu trabalho. Não foi eu que estava de caso enquanto estava reatando um relacionamento. Você me acusou de ser amante do Malfoy, mas quem na verdade me fez de amante foi você. Você me chama de mentirosa, mas quem mente é você.

— Eu não estava com Gina e com você ao mesmo tempo. – defende-se ele rapidamente. – Eu e Gina estávamos conversando sobre voltar, eu não estava com ela. E sim, pode me acusar de ser antiético em dormir com você enquanto eu te vigiava, mas você também estava ciente sobre isso. Nós dois estávamos.   

Na verdade, ele sabe que a ética não foi algo que esteve presente em relação a ela. Tudo em relação a ela não foi estritamente profissional.

— Não sabia que ser antiético é sinônimo de traição. É isso que você vai falar para ruiva?  – debocha ela para imitar Harry. – Eu não estava transando com a Parkinson enquanto estávamos tentando reatar, eu estava sendo antiético.

Harry se encosta na cadeira fechando os olhos por uns segundos respirando pesadamente.

— Por que importa com o que eu vou falar para Gina?! – rosna Harry sentindo a paciência esvair de seu corpo. – O que isso tem a ver com você?  

— Importa porque você me prendeu! – sibila ela apontando o dedo acusatoriamente para ele. – Você disse que não tem rancor, mas olha eu aqui, presa na sua casa sob suas mãos prontas para me lançar em Azkaban.

Harry volta-se para ela. Sob as luzes das velas a cor de seus olhos parecem ser castanhos escuros, predatórios e raivosos.

— Eu precisava ter....

— Pelo menos assuma que você me odeia, Potter. – corta ela. 

Ela roça as palmas da mão ao longo das coxas de sua calça antes de empurrar a cadeira para longe da mesa.

— Se você quer ajuda. – abandona ela o guardanapo de pano na mesa. – Eu tentei te entregar sim para o lorde das trevas e possivelmente faria de novo. Se realmente Zabini tenha nos traído e tenha sido ele que tentou nos matar, a única coisa que consigo pensar é que bom que ele já esteja morto. Sou eu, a vadia traidora da Sonserina que adorava atormentar a vida dos alunos junto com o Malfoy em Hogwarts.

Harry fica sentado na mesa de jantar sem tocar o seu prato depois que ela saí.

Está errado, nenhum dos dois estão corretos. Nada desde do início foi correto. Ele não devia ter aceitado vigiá-la, eles não tinha que ter trabalhado como parceiros, ele não podia ter tido relações com ela, agora ele entende o porquê. Tudo se tornou pessoal e era pessoal. Agora é difícil enxergar a situação que eles se encontram com a racionalidade que é preciso.


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Notas finais do capítulo

- Desculpem por qualquer erro.



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