A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 31
Capítulo 31: Os prisioneiros.


Notas iniciais do capítulo

- Olá, feliz páscoa!

— Mais um capítulo para vocês!

—Obrigado Charlene Bonow por favoritar essa história.

— Comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794912/chapter/31

Uma batida, duas batidas e nada.

— Alohomorra. — tentou Harry.

— Harry! — repreendeu Hermione.

— Não temos tempo. — falou Harry tentando inutilmente a maçaneta.

Harry bateu novamente à porta.

Harry e Hermione já haviam estado na casa do Zabini, onde a mãe dele, Ada Zabini, também mora. Ela informou-lhes que a elfa e nem Blásio haviam voltado para casa e que ambos deveriam estar no escritório. O escritório foi outro lugar que eles não estavam.

A porta abriu para dar a visão de Simas Finnigan desgrenhando coçando os olhos.

— Harry? — bocejou ele. — Hermione? O que estão fazendo aqui?

Harry cruzou os braços em frente ao corpo.

— Você não devia estar no trabalho? — disse Harry analisando ele dos pés à cabeça.

Simas arregalou os olhos.

— Que horas são?

— Hora de sair da ressaca. — disse Harry. — Podemos entrar?

Simas hesitou um pouco antes de abrir a porta num convite para entrarem.

Harry chutou algumas garrafas vazias ao adentrar o apartamento de Simas.

— Estamos procurando o Zabini. — informou Harry parando na sala de estar. — Fomos à casa dele e depois ao escritório. E a secretária nos informou que Zabini havia marcado de beber com um tal de Simas Finnigan depois do trabalho.

Simas congela olhando entre Hermione e Rony.

— Eu e Zabini somos colegas de bebida. — explicou ele molenga arrumando as roupas envergonhado. — Eu fui mais vezes naquele lugar onde foi a despedida de solteiro do Rony, foi quando encontrei Blásio lá, bebendo. Ele pagou uma bebida para mim e então começamos a beber juntos. Mas nos marcamos de beber há dois dias.

— Pelo jeito, você foi a última pessoa a vê-lo. — acrescentou Harry. — Do que você se lembra daquela noite?

— Estávamos bebendo no Navalhas mágicas e... — Simas coça a cabeça. — Eu não me lembro de mais nada. Nós costumávamos ficar muito bêbados.

Harry ergue as sobrancelhas para ele.

— Então você não se lembra de nada?  — perguntou Harry. — De nada que ele possa ter dito?

Simas fechou os olhos tentando se lembrar.

— Não.  — bocejou ele.

— Simas, você viu o meu relógio? — Dino Thomas surgiu no corredor arrumando a manga da camisa. — Ah, oi, Harry... e Hermione. O que fazem aqui?

— Nós viemos perguntar sobre o Zabini. Mas como o Simas não sabe nada sobre ele. — explicou Hermione. — Já estamos indo

— Zabini? — questionou Dino para Simas.

— Simas, se você se lembrar de algo nos avise. — pediu Harry já se retirando. — E vê se não chega atrasado de novo no trabalho.

Eles já estavam ao lado de fora da porta quando Harry comentou:

— Zabini é mais esperto do que eu pensava. Virar amigo de um auror e embebedar ele, é uma ótima forma de ficar informado sobre o que eu sei.

 

— Não, nada disso! — nega Hermione agora após o jantar na casa de Harry, depois do longo dia de trabalho.

Harry joga as mãos para o alto frustrado.

— Temos que tentar de todas as formas, Hermione. – fala ele.

— Como vamos fazer isso? — Hermione lança. — Ela sumiu também!

O fato de Blásio ter contratado a mesma elfa que trabalhava para o Malfoy para prestar serviço, sendo ela a última a vê-los, levou Hermione a um raciocínio que a elfa possa ser a fiel do segredo ou está em contato com ele. Ao contrário de Hermione, Rony demorou aceitar a ideia que o Malfoy possa ter confiado um segredo a um elfo doméstico pelo seu histórico preconceituoso contra elfos. Já Harry, cogitou que o exemplo do resgate de Dobby na mansão Malfoy possa ter mostrado que elfos podem ser muito confiáveis quando gostam das pessoas ou quando são tratados bem e também tem suas vantagens já que podem aparatar em qualquer lugar.

Dinny, a elfa, pode ser a chave para encontrá-los. Porém, toda essa discussão é algo perdido já que igualmente ao Malfoy, Parkinson e Greengrass, o Blásio Zabini desapareceu com a elfa por semanas.

— Harry, ela não vai nos ajudar. — esclarece Hermione. — Ela é leal a ele, ele mesmo disse isso para mim.

— Ele te contou isso antes ou depois de te dar o livro? — pergunta Rony sério.

— Eu já te disse que tentei devolver o livro, mas ele não aceitou. — defende- se Hermione.

Rony volta a beber o vinho ignorando-a.

— Talvez tenha um tipo de rastreador de elfo. — cogita Harry. — O Ministério não obrigou eles a terem um rastreador porque prestam serviços para o Ministério?

— Os tempos mudaram, Harry. — proclama Hermione. — Não seremos os Malfoy ou qualquer outro bruxo que enxerga elfos como inferiores. Os bruxos que trabalham para o Ministério não precisam de um rastreador, nós não precisamos usar. Por que os elfos precisariam?

— Hermione, estamos muito mais perto de pegá-los do que antes. — resmunga Harry. — Essa é a primeira vez que gostaria que os elfos não fossem leais, que fossem criaturas traiçoeiras iguais aos duendes.

— Como Malfoy conseguiu a lealdade de Dinny se ele era horrível com Dobby?! — questiona Rony pousando a taça na mesa. - O Monstro, eu até entendo, ele gosta é de sangue puro.

— Ah, não! — bufa Harry agarrando o distintivo que está brilhando e surgindo as palavras Ministério/ Quartel-general.

— Mas já é tarde! — Rony olha para o relógio.  — A gente pode até ficar por lá para trabalhar amanhã.

Rony se levanta se encaminhando para rede de flu.

— Hermione, por favor. — pede Harry antes de seguir Rony. — Pense em algo. Temos que encontrar a elfa.

— Tudo bem. — assenti ela.

 

 

 

 

Os passos de Harry e Rony são reverberados no salão quase vazio do quartel de aurores. O turno da noite é um horário que Harry dificilmente trabalha, um benefício por ser chefe. São poucos dos aurores que escolhem por livre e espontânea vontade trabalhar nesse horário, embora possa parecer desinteressante e tranquilo a metade da ação realmente acontece durante o período da noite.

— O que temos? — pergunta Harry para uma aurora que vem andando em direção a eles.

— Eles estão nas salas de interrogatório. — responde ela arrumando uns arquivos que estão em suas mãos. — Debbie está interrogando a última.

— Eles? — Harry pergunta impaciente para as respostas que não teve. — Eles quem?

Debbie fazendo o trabalho dele não o irrita o tanto que irritaria dias atrás. Estando ele focado em encontrar Malfoy, Greengrass e Parkinson não é um incômodo Debbie tomar a frente e resolver algumas questões que estão fora dos casos que Harry está concentrado atualmente.

— Parkinson, Malfoy e Greengrass. — A aurora estende as anotações de depoimento. — Houve a utilização da maldição da morte e conseguimos rastreá-los. Mas o que realmente possibilitou a nossa passagem pelo esconderijo foi a elfa, Dinny, que aparatou os aurores para dentro do perímetro depois do ataque.

Harry puxa rapidamente as anotações e lê pasmo com a reviravolta.

— Blásio Zabini está morto? — questiona ele erguendo os olhos para Rony que está visivelmente confuso.

— Malfoy confessou o homicídio, embora a varinha que produziu a maldição imperdoável tenha vindo da varinha da senhorita Greengrass. — relata a aurora. — Eles disseram que foram atacados por Zabini. E no ataque ocorreu a morte de uma trouxa.

— Com licença. — interrompe uma curandeira vestida com seu uniforme usual. — Onde está a bruxa que vim examinar?

— Sala um e dois. — aponta a aurora para o corredor de salas no canto do salão após todas as mesas de trabalho.

A curandeira agradece e caminha na direção indicada.

— Eles estão feridos? — pergunta Harry.

— Não, a curandeira é para a senhorita Greengrass e a senhorita Parkinson que estão grávidas. 

— O quê?! — exclama Harry quase deixando tudo que está em suas mãos cair no chão.

— Eu tenho que pegar outra ficha de depoimento. — avisa a aurora se afastando para o escritório de Debbie.

O mundo parece que parou para Harry.

Grávida?

Ele não pensou nessa possibilidade, isso nem por um momento passou por sua cabeça. Claramente, não corresponde com a lista de possibilidades que ele vem trabalhando para o motivo do sumiço dela.

Eles haviam se prevenido, ela havia dito para ele que estava sob poções. Pensou Harry.

— Harry? — chama Rony preocupado pela falta de reação.

Ela já estava grávida da última vez que a viu? Ela já sabia? Foi por isso que ela desapareceu?

Há milhares de perguntas surgindo em sua mente. Harry vai tentando relembrar cada momento que eles compartilharam, procurando qualquer evidência de uma gravidez que ele pode ter deixado passar. Na primeira relação casual com a Parkinson, um feitiço contraceptivo foi usado já que os dois estavam bem conscientes e tinham a capacidade mental plena para efetuar o feitiço, ele se lembra muito bem disso. No entanto, ele não pode dizer o mesmo dos outros encontros. A bebida deixava seu processo mental mais lento, ele não conseguia se lembrar de pegar a varinha enquanto tinha ela sobre seu colo o beijando, ao mesmo tempo que ele tentava abrir o zíper e os botões.

— Harry! — cutuca Rony com força.

Ele se volta para o presente. 

— Qual é a sala que ela está, mesmo? — Harry pergunta incerto.

— Sala um ou dois.

Harry caminha devagar pelo corredor com medo que suas pernas falhem.

Grávida.

É única palavra que está sendo ecoada em sua mente quando ele para em frente a porta preta da sala um.

— Senhorita Parkinson, por favor se sente. — Harry ouve a voz da Debbie através da segunda porta. — O curandeiro já deve estar vindo examinar você e o seu bebê?

— Eu já disse tudo o que aconteceu, por que eu ainda estou sendo mantida aqui? — Harry reconhece a voz de Pansy, mas o tom parece diferente do habitual debochado, a voz dela parece cansada. — Eu me recuso a responder qualquer outra pergunta sem um bruxo advogado.

Harry vai até à porta dois e respira fundo antes de abri-la. Ele se depara com a Parkinson com os braços cruzados defensivamente em pé em frente à mesa de ferro onde Debbie está sentada. Apesar de ter passado várias semanas desde da última vez que ele a viu, não há nenhum vestígio de uma gravidez, o que ele primeiramente foi procurar. O vestido rosa justo e o casaco aberto parecem estarem no tamanho certo para seu corpo, não aparentam estarem apertados, não há uma elevação em seu estômago, o que está diferente nela é o cabelo comprido com as pontas loiras.

Pansy não reage à aparição dele e se mantém na pose defensiva contra Debbie.

— Eu continuo daqui. — Harry comunica para Debbie.

— Claro, chefe. — consenti Debbie com uma pontada de ironia.

Harry espera Debbie fechar a porta para se aproximar da mesa de ferro. Ele abre e fecha as mãos num gesto pacificador, a notícia da gravidez o desestabilizou completamente.

— O que...?  — Começa ele apoiando as mãos na mesa para ser cortado por Parkinson.

— Eu já respondi todas as perguntas, auror Potter. — responde ela rígida com um olhar fixo.

Harry estranha a voz e aparência abatida dela.  Mesmo com a maquiagem e a roupa ela parece abalada, ela até aparenta estar até mais magra, ou talvez, seja o vestido ou o cabelo que esteja dando essa impressão para ele.

— Você está grávida de quanto tempo? — Harry vai direito ao ponto. Ficar rodeando a questão só atrasará ainda mais a procura dele por respostas.

Se ela ficou surpresa com a pergunta não demonstrou. Ela o perfura com o olhar por segundos se mantendo imóvel e em completo silêncio, que poderia ser ameaçador se ela não estivesse com uma aparência doente. Harry não desvia olhar e começa a pensar que ela não irá responder até que um sorriso malicioso surgi em um canto de seus lábios. 

— Por que quer saber? Ah, verdade! Você quer saber para fazer o cálculo e saber se é seu. — diz ela com sarcasmo arrumando teatralmente o casaco sobre os ombros. — Não se preocupe, Potter. A ruiva nunca saberá sobre nós, só ficará entre mim e você.

Harry está sem paciência para os joguinhos dela.

— Parkinson, eu não estou nem um pouco com paciência para isso agora. — Harry avisa severamente.

— Então, eu te convido para se retirar e deixar os outros fazerem o seu trabalho.

— Olha…- Harry começa com calma para não iniciar uma discussão.

Ela não tornará isso fácil, não depois da discussão que tiveram. Ele precisa agir de outra forma.

— Você tem noção da situação que você está? — pergunta ele.

Ela fica quieta encarando-o fixamente enquanto bate o pé no chão.

Harry abre o arquivo que Debbie deixou na mesa e o lê.

— Você pode ser acusada de forjar o próprio desaparecimento, ser cúmplice de um homicídio de um trouxa e um bruxo, além do uso ilegal da magia na frente de trouxas numa tentativa de expor o mundo mágico. — ele continua. — E não vamos se esquecer da ajuda ao um fugitivo da lei. Isso te levaria para Azkaban em minutos, mesmo com um julgamento.

— Isso seria seu sonho sendo realizado. — retruca Pansy irônica.

 — Mas isso não vai acontecer por você estar grávida. – ignora Harry o comentário. — No entanto, a sua varinha com certeza vai ser retida.

Essa adição causa uma reação nela.

— Eu quero um advogado. — Pansy levanta queixo em exigência e sua voz está fria

— Parkinson...

— Você é surdo? Eu disse que quero um advogado, agora! — ela se aproxima da mesa perigosamente. — Potter, eu juro por Merlin ninguém vai tirar a minha varinha de mim.

— É a lei. — afirma Harry firme.

— A varinha é minha! — Pansy bate a mão na mesa fazendo o copo de água que estava em cima ser lançado contra a parede com força.

Ambos ficam chocados olhando para o copo caído no chão, somente o tapa na mesa não faria o copo se chocar contra parede com tanta brutalidade. Harry volta-se para ela analisando sua aparência pálida e respiração ofegante e o leve tremor em sua mão.

— As coisas não estão boas para você, Parkinson. — informa Harry. — Me conta o que realmente está acontecendo? Por que você fugiu com o Malfoy?

Pansy fecha os olhos respirando pesadamente.

— A fuga do Malfoy só ajudou ele a ser declarado culpado e você como cúmplice. Eu até pensei por um momento que você estivesse morta ou tivesse sido sequestrada pelos bruxos que te atacaram antes. — conta Harry. — Você sumiu deixando sangue no seu apartamento. Mas agora com esses recentes acontecimentos, é difícil acreditar que você não tem nenhum envolvimento com a morte do Gladstone. E agora Zabini está morto depois de tentar atacar vocês. O que está acontecendo?

Ela abre os olhos e aparenta estudar sua situação encarando o pergaminho sobre a mesa.

— Estou sendo ameaçada e perseguida. — confidencia ela dando-se por vencida. — Não somente eu, Draco e Astória também.

— Desde de quando? — Harry franze a testa.

— Acho que várias semanas depois da fuga de Azkaban. — responde ela deixando seu corpo despencar na cadeira. — No começo, nós não pensamos que fosse tão sério, eram só fotos e presentes implícitos até que o corpo de Greg caiu literalmente do céu. 

— Isso é verdade? — pergunta ele se sentando na cadeira também.

Ela solta uma risada zombeteira.

— Não, Potter. Eu estou inventando tudo isso.

— Por que você não me contou? — questiona Harry acenando com a varinha para trazer o copo novamente para a mesa.

— E você acreditaria em mim? — retorna Pansy fitando o copo se enchendo.

Harry não responde.

Não, ele não acreditaria. Harry leu os depoimentos dela. Ela mentiu em seu depoimento a favor do Malfoy, alegou que ela não sabia sobre a missão de assassinar o Dumbledore e afirmou que Malfoy só contou para ela que estava sendo vigiado e ameaçado de morte. A discussão que tiveram antes de seu sumiço confrontou tudo o que ela disse no depoimento. Já no depoimento do pai dela, ele não saberia dizer o que é verdade ou mentira.

— Eu estou ouvindo agora. — Harry empurra o copo de água para ela.

Pansy morde o lábio encarando o copo por uns minutos.

— Fugimos porque sabíamos que o corpo de Greg despencando do céu na nossa frente era um aviso que seríamos os próximos. Já tínhamos recebido um aviso anonimamente em forma de ameaça que ele morreria. — conta Pansy. — Fomos nos esconder na pousada e então Blásio invadiu a casa mascarado e matou a trouxa e depois Draco matou ele em defesa. Só descobrimos minutos antes dos aurores invadirem a casa que era Blásio atrás da máscara de Comensal da morte.

— Você teve contato com o Goyle depois da fuga de Azkaban?

Pansy agarra o copo de água tomando tudo em um só gole.

— Não. — responde ela. — Agora que já te contei, você compreende que não podem tirar a minha varinha.

— Eles vão tirar. — garante Harry. — Até o dia do julgamento, é o protocolo.

Pansy assente olhando para longe de Harry.

— Eu quero um advogado. — repete ela. — Eu não vou ficar sem a minha varinha. Não depois de hoje.

Harry não sabe se acredita nela ou não. É muita coisa para ele digerir, homicídio, gravidez, ameaças...

 — Não há outro jeito. — Harry se encosta na cadeira. — Mas se você cooperar e isso tudo for verdade, eu posso ajudar você.

— Você pode impedir que peguem a minha varinha?

— Não. — responde ele. — Isso não.

— Então sua ajuda é inútil.

— Desculpe. — diz a curandeira após abrir a porta. — Eu vim para examiná-la.

— Vou deixar vocês sozinhas. — avisa Harry.

Harry está se levantando da cadeira quando Pansy agarra seu braço antebraço.

— Um mês. — revela ela baixo somente para ele ouvir.

Harry a encara confuso até ela baixar a cabeça indicando o estômago. O olhar dele decaí para a barriga dela.

Um mês.

Ele se retira da sala.

— Potter. — chama Debbie que está o esperando ao lado de fora.

— Sim? — Harry vira-se para ela, ainda meio perdido.

— Malfoy disse que não matou o Gladstone. — declara Debbie o acompanhando até o escritório dele. — Ele usou a varinha para tentar retirar a memória do Nott sobre o dia do ataque e aqueles comprovantes de pagamentos que você apresentou como base para acusar ele, são de quando ele pagou para Gladstone não prender a família. E ele afirmou não ter herdado a fortuna Black, já que como ele disse enquanto a irmã da mãe dele estiver viva o direito pela herança é dela.

— Você leu todo o dossiê?  — Harry questionou surpreso.

Quando ele levou os arquivos e possíveis provas para Debbie com intuito de conseguir uma permissão da chefe do departamento para expor Malfoy como suspeito do assassinato no mundo bruxo não esperava que Debbie fosse ler todo o documento.

— Li, senhor Potter. — admiti Debbie. — Não podemos prender o Gladstone por corrupção já que ele está morto, mas isso pode ser usado contra o Malfoy no julgamento. De qualquer forma, mesmo ele se declarando inocente se encontrarmos alguma prova, além do testemunho da senhorita Patil, ele pode ser culpado da morte de Gladstone e do Nott. Já no caso do Gregório Goyle será mais complicado, por mais que o corpo tenha sido encontrado no cemitério da família seja suspeito precisaremos de provas para incriminar Malfoy. Contudo, Malfoy com certeza vai ser preso pela morte do Zabini. Engraçado, os três que faleceram eram amigos dele, não eram?

Harry para com a mão na maçaneta pensando.

Há um padrão posto agora. Todos que estão mortos tinham uma relação com Malfoy e depois da revelação de Pansy sobre estar sendo perseguida, pode indicar que alguém pode estar querendo atingir o Malfoy ou incriminá-lo. Primeiro, a morte de Nott acontece após a visita de Malfoy, segundo o corpo de Greg Goyle é encontrado enterrado no cemitério da família Malfoy, a terra remexida foi o que levou os aurores a descobrirem e terceiro Malfoy usava a elfa como intermédio entre ele e Zabini e estranhamente o Zabini tentou atacar os amigos com uma máscara de Comensal, o que ocasionou a sua morte. Harry tem um enigma nas mãos, e isso o cansa só de pensar.

— Como devemos prosseguir? — pergunta ele para Debbie.

— Vamos declarar a prisão dele, já que ele confessou de ter cometido o crime, mas ele vai recorrer ao julgamento para ter a diminuição na pena. - fala Debbie. — Enquanto isso, declare a prisão preventiva para a senhorita Parkinson e Greengrass enquanto ocorre as investigações.

— Isso é legal? — questiona Harry. — Elas estão grávida e nem temos provas para incriminá-las.

— Elas fugiram com a pessoa acusada de assassinar um auror chefe e um contrabandista e depois são pegas na cena de um crime com identidades falsas. — Debbie relata. — Se não declarar a prisão preventiva elas podem fugir novamente, mas considerando a gestação é melhor declarar a prisão domiciliar, principalmente para senhorita Parkinson.

— Por que principalmente para senhorita Parkinson? — questiona Harry.

— Ela teve contato com o pai dela após a fuga de Azkaban. Encontramos uma coisa muito suspeita no apartamento dela. — Debbie da pilha de pergaminhos que tem nas mãos tira um pequeno pedaço escrito “Saudades do papai” que contêm um endereço.  

Ela mentiu para ele.

Harry segura o pergaminho firmemente entre os dedos.

Por que ele não havia sido informado sobre isso antes? Por que somente agora?

— Quem achou isso? — pergunta Harry.

— Isso foi achado há poucos dias por um auror que a meu pedido foi investigar novamente o apartamento. — explica Debbie. — Iria te entregar essa semana.

— Debbie, eu estou confuso. — exprime Harry. — Eu sei que você está me ajudando por eu ser novo na carreira, como você mesma falou, mas ainda continuo achando que você que está sendo chefe pelas minhas costas. Você sabe que venho investigando essa caso há semanas e você nem citou que estava mandando aurores investigarem de novo. Será que você não está tentando me sabotar para conseguir a posição de chefe, aliás, a posição que você tinha conseguido antes de me ofereceram o cargo.

Debbie dá um sorriso tranquilo para Harry.

— Potter, se concentre no que você tem em mãos agora, porque o acontecimento de hoje te dará muito trabalho. — Aconselha ela. — Lembre-se, eu sou sua colega de trabalho e não sua inimiga. Eu quero defender o mundo bruxo tanto quanto você. Estou tomando a frente de algumas coisas porque quero evitar que as coisas piorem.

Debbie está prestes a se afastar quando um auror vem até ela e entrega um saco plástico. Ela analisa o saco antes de virar para Harry e estender o saco e dizer:

— Estamos do mesmo do lado, Potter. — ela aponta para o pergaminho na mão de Harry e para o saco plástico. — As verdadeiras perguntas são: O que está acontecendo? E o que não estamos vendo? E como deixamos isso acontecer?

Debbie caminha para longe dele. Harry abaixa o olhar para o saco plástico, para as três identidades bruxas.

A resposta é: alguém está mentindo. — murmura ele para si.

Harry adentra seu escritório refletindo quais serão suas próximas ações. Há uma pilha de pergaminhos para ele assinar em cima da mesa e ele pode somar mais alguns que virão com a prisão do Malfoy.

A parte burocrática e judicial do trabalho às vezes se torna mais cansativo do que perseguir horcruxes, o trabalho mental o cansa mais do que um duelo. Qualquer decisão que ele tomará agora deve ser calculada.

Harry passa a mão pela boca e percebe que tem que se barbear. Ele tem que fazer muito mais do que se barbear atualmente.

 Helene Pandora Pattinson. Lê ele a identidade falsa de Pansy.

A Parkinson mentiu no depoimento e para ele sobre seu pai. Parkinson fugiu com Malfoy. Parkinson desapareceu grávida de seu filho. Estaria ela inventando histórias agora?

Ele irá descobrir.

 

 

— Pansy Helena Parkinson, você é acusada de estar envolvida em um homicídio de um trouxa e um bruxo e forjar o próprio desaparecimento. Por isso, você ficará em prisão em domicílio até que o seu caso seja verificado. — Continua Harry lendo o documento. — O caso de perseguição e de ameaças contra sua vida será aberto, até lá, você ficará sob minha custódia. Sua varinha será apreendida. Assine aqui.

Pansy lê o documento e cada termo demorando o máximo possível antes de abrir a mão pedindo a pena para poder assinar. Ela sabe que não haverá outra saída no momento. Ela observa sua varinha sendo colocada num saco plástico e levada embora pelo outro auror, a sua única proteção, agora ela está à mercê das circunstâncias.

 — Você ficará na minha casa. — avisa Harry em seu tom formal.

Pansy revira os olhos. Ela está muito cansada para discutir.

— Vamos. — Harry abre a porta esperando-a.

Pansy se levanta colocando as mãos no bolso do casaco para esconder o tremor que o estresse todo causou nela.

Harry fecha a porta após ela passar e a acompanha para área central do quartel-general dos aurores. Enquanto caminha pelo corredor das salas do interrogatório Pansy mantêm o rosto erguido e nariz empinado arrogantemente sem demonstrar fraqueza, o que segundos depois é desfeito quando vê Draco.

Draco que está também sendo acompanhado por um auror vem andando na direção oposta com as mãos presas atrás do corpo. Pansy para de andar e  espera Draco se aproximar até os seus olhares se encontrarem, os olhos cinzentos e frios dele refletem preocupação e medo, algo que ela não gosta de ver, pois, isso mostra que tudo saiu do controle.

— Draco? — chama Astória saindo de uma sala e tentando chegar até ele, porém é impedida por Daphne. — Draco!

Pansy observa como se tudo estivesse em câmera lenta. Astória tentando se desvencilhar dos braços de Daphne. Draco olhando uma última vez para trás antes da porta se fechar e sumir com a imagem de Draco Malfoy preso em algemas.

— Vamos. — a voz de Harry está distante tanto que ela nem sente direito o toque dele em seu braço.

 A sensação de que a qualquer minuto pode desmaiar a impede de se mover. Pansy fica estática encarando a porta onde Draco acabou de passar, suas mãos suam dentro dos bolsos e tremem e tudo parece tão distante.

— Precisamos ir.

Harry segura seu braço colocando pressão para que ela comece a andar. Antes de Pansy sair em direção ao elevador, ela checa mais uma vez Astória que está desolado nos braços rígidos de Daphne. Ela não precisa colocar em palavras para se comunicar com Daphne, um simples arqueamento das sobrancelhas a questiona. Ela foi acusada? Daphne acena positivamente.

Tudo se rodopia em sua visão, o átrio do Ministério é substituído pela entrada do Largo Grimmauld. Harry não tem a possibilidade de soltar o braço dela, já que antes mesmo dele pensar no movimento Pansy arranca um pouco brusco o braço de seu aperto.

“Maravilha, agora ela é prisioneira do Potter.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- Saibam que não sou especialista em leis, mas tentei fazer o possível para não dar uma viajada.

— Perdoem por qualquer erro. Meu word não está fazendo correção.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A maldição da Sucessão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.