A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 2
Capítulo 2: A Comissão de Poções.


Notas iniciais do capítulo

-Espero que gostem!

—Comentem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794912/chapter/2

Harry escolhe o horário de almoço para interrogar Pansy, já que a pedido de Gladstone tudo deveria ser feito o mais discreto possível. Descendo no terceiro andar, Harry caminha e se sente perplexo por realmente não saber que tem uma Comissão de Poções no Ministério, mesmo por estar trabalhando no Ministério há quatro anos, talvez por ser uma sala mais afastado do terceiro andar sua visibilidade era quase nula. 

Harry passa pela Comissão de Feitiços Experimentais e vira a direita em direção ao corredor extenso que ao final há um porta dupla verde musgo escrito logo acima “Comissão de Poções” que visivelmente não parecia ter nenhum impedimento para a entrada, ao colocar a mão na maçaneta redonda ele sente uma leve picada no dedo indicador, antes mesmo de tirar a mão a porta se abre sozinha.

— Auror Potter!- uma voz anuncia alto e claro para qualquer um que estivesse na sala ouvisse.

Harry entra e observa a porta fechar após sua entrada para identificar o dono da voz, porém só encontra o vazio da porta. Ao olhar para sala que  se encontra, consegue distinguir a dimensão da sala que  é composta por várias mesas cheias de caldeirões borbulhantes com pequenos frascos ao redor e ingredientes espalhados, em vez de paredes, a sala é rodeada por diversas altas prateleiras com frascos de variados tamanhos e formas com pequenos corredores em sua frente que ao todo formam quatro andares  que se movem para acompanhar o andar e formam escadas quando preciso. Ao fundo da sala no teto há retângulos de vidros com pequenos quadrados, que parecem emitir luz solar de um dia ensolarado, em alguns estão escurecidos como se não houvesse uma luz solar igual ao um dia nublado e em outros parece até ser noite, abaixo há um tipo de estufa de vidro com várias plantas em vasos circulares grandes para o cultivo de alguns ingredientes para  as poções. No centro da sala que não tem nenhuma mesa, em vez disso, há armários com inúmeras pequenas gavetas formando um “U”.

Harry observa tudo com um grande fascínio absorvendo cada detalhe da sala, que o recordava dos tempos em que estudava poções, porém a sala que está não pode ser comparada com a escura e fria masmorra de Hogwarts. Quando Harry adentra mais na sala saindo de perto da porta, o meio vazio entre os armários que formam o “U” de repente se estreme e o chão liso se parte em dois, enquanto uma parte do chão fica estática a outra se desloca para baixo criando uma escada, com a escada posta um bruxo surgi subindo rapidamente com livros apoiados nos braços.

— Sinto muito por fazê-lo esperar. – O bruxo que está focado em equilibrar os livros não olha para o bruxo que está a sua espera. – Como posso ajudá-lo, Auror Potter?

Harry observa a figura de meia idade a sua frente enquanto coloca os livros na mesa mais próxima, seus cabelos loiros quase platinados e seus óculos redondos o fazia parecer familiar, sua veste que é jaleco cinza com um bordado ao lado do peito de um frasco de poção verde está sujo de gosmas coloridas que poderia ter sido de alguma poção que foi mal sucedida.

— Me desculpe pelas minhas roupas, o caldeirão acabou expelindo coisas em mim. – explica o bruxo depois de perceber o exame visual de Harry. - Então, como posso ajudá-lo?

— Gostaria de falar com a senhorita Parkinson. – Harry decide parar de olhar para a veste do bruxo e direcionar o olhar ao seu rosto.

— Claro, ela está lá embaixo. - o bruxo aponta para o lugar de onde viera. - Mais alguma coisa?

— Você teria alguma sala onde eu possa conversar a sós com ela? - pergunta Harry.

— Meu escritório fica lá embaixo, pode usá-lo. - responde o bruxo. - Agora se me der licença irei almoçar.

— Obrigado. – agradece Harry indo para a escada.  

Harry desce a escada e já se depara com diversos armários de arquivos divididos em duas fileiras laterais por uma única mesa comprida, ele observa a sala a procura de algum bruxo que tivesse voltado mais cedo do almoço, porém a única prova de alguém estar lá é som vindo do fundo da sala. Ele caminha em direção ao som que vem da última fileira de armários esperando que seja Parkinson, ele caminha produzindo barulho suficiente para que ela ouça.

Em sua pesquisa antes de vir interrogar Parkinson, ele descobriu que ela havia voltado para Hogwarts depois da guerra e se aperfeiçoou em poções para se tornar professora em Hogwarts, mas após conseguir um emprego no Ministério desistiu. Harry não se aprofundou muito em que um bruxo da Comissão de poções faz, mas pela pequena pesquisa a Comissão é responsável pelo estudo e testes das poções e também sobre as vendas, qualquer poção deve passar pela Comissão para ser estudada e testada antes de ser vendida. Não era profissão que Harry esperava que Pansy escolheria em sua busca para saber mais sobre ela descobriu que regularmente ela almoça em sua área de trabalho, em vez de ir ao refeitório do Ministério ou a restaurantes, a maioria dos funcionários do Ministério quase nunca vê ou fala com Pansy Parkinson, o que é uma coisa que intriga Harry, ela havia conhecido uma Parkinson que adorava atenção.

Pansy que está concentrada em sua procura por um arquivo não percebe uma presença na sala, após ouvir seu nome sendo chamado firmemente decide parar sua busca e olhar para lado e vê algo que faz seu corpo todo congelar. Ela observa os detalhes da aparência do bruxo, seus cabelos pretos bagunçados e óculos redondos e uma cicatriz na testa para realmente se certificar que o que está vendo é real, e não uma brincadeira de sua mente, mas não há como negar que não é Harry Potter, o garoto que sobreviveu e que ela havia tentado mandar para a morte anos atrás, o pensamento a deixa imobilizada pela tensão que corre pelo seu corpo.

Harry por outro lado não a reconhece imediatamente, a aparência de Pansy não havia mudado muito, mas seu rosto que antes havia sido motivo de piadas parecia ter tomado a forma certa e se tornou um belo rosto, seu cabelo escuro que havia sido mudado só duas vezes durante Hogwarts retomou ao corte curto inicial. Mesmo com essas sutis mudanças ela ainda parece a mesma pessoa, pronta para amaldiçoar alguém ou fazer um comentário maldoso. Harry não quer aparentar estar surpreso, no entanto dentro si o incômodo é gritante com o reencontro, a garota que tentou entregá-lo ao Lorde Voldemort há anos atrás está bem à sua frente.

— Como posso ajudá-lo, Auror?- pergunta Pansy depois de minutos em silêncio entre os dois.

Harry depois de alguns minutos ainda olhando para ela, retoma seu raciocínio.

— Gostaria de ter uma conversa com você, me disseram que poderíamos usar uma sala aqui embaixo. - Harry tenta não dizer tudo rapidamente o que acaba sendo inevitável por causa do nervosismo.

— Tudo bem. - Pansy concorda e arruma os arquivos na gaveta que parecia ter se tornado uma tarefa difícil quando suas mãos insistem em tremer.

Harry observa enquanto ela termina a tarefa, ele está abismado que ela esteja sendo cooperativa, na situação montada em sua cabeça de manhã era esperado que ela fosse contra e fizesse comentários maldosos. Após ela terminar a sua tarefa, ela pede que ele a acompanhe para o escritório que fica depois de todos os armários, ao entrar Harry pede que ela se sente em umas das cadeiras em frente à mesa de madeira, ele fecha a porta e lança o feitiço abaffiato antes de se sentar em frente à ela.

Harry fica um pouco nervoso ao vê-la encarando ele fixamente esperando que ele começasse a falar, se ajeitando desconfortavelmente na cadeira e colocando as mãos em cima da mesa ele começa:

— Você sabe o porquê de eu estar aqui?

— Por causa da fuga dos ex-comensais da morte de Azkaban. - responde friamente. - Quer dizer, da fuga do meu pai de Azkaban especificamente que era um apoiador.

— Então você sabe que seu pai fugiu? – questiona desconfiado

— Bem, se você está aqui me interrogando é bem provável que seja por causa da fuga dele. Você não iria perder seu tempo comigo se ele ainda estivesse preso em Azkaban.

— Sim, estou aqui pela fuga de seu pai. - Harry observa seus olhos desviarem para algo em cima da mesa como ela estivesse decepciona ao ouvir a afirmação dele. – Quando foi a última vez que você teve contato com seu pai?

 - Não vejo meu pai desde que foi preso. - responde.

— Você não o visita? – questiona Harry.

— Azkaban não é um lugar que alguém iria por vontade própria, mesmo sem os dementadores aquele lugar continua horrível. - responde indiferente.

— Se você não tem contato com seu pai desde que ele foi preso, então você não tem nenhuma informação que possa ser relevante sobre a fuga? - pergunta cautelosamente.

— Sim.

— Onde você estava na noite da fuga?

— Em casa dormindo.

— Você tem alguma prova? 

— Não, mas se você quiser posso te dar a memória daquele dia ou você pode me dar a poção veritaserum.

— Não será necessário, o Ministério não está te enquadrando como suspeito de ajudar a fuga. - explica Harry cismado que a pergunta havia deixado ela irritada.

— É bom saber que o interrogatório será a rotina que o Ministério vai submeter todos os seus funcionários. – comenta sarcasticamente. - Mais alguma pergunta?

— Você teve contato com sua mãe? – Harry percebe que a menção de sua mãe a faz perder um pouco a compostura rígida, porém ela disfarça com o cruzar das pernas.

— Meu último contato com minha mãe foi antes de ela se mudar para França. Ela não aceitou muito bem a prisão do meu pai.

Harry se atenta a expressão corporal dela que expressa tensão e em sua pequena experiência como auror isso era um sinal para mentiras, mas como uma vez havia ouvido ela é inocente até que se provasse o contrário. Além disso, ser interrogada pelo garoto que ela havia tentado matar não deveria ser a situação mais confortável para ela, o pensamento de uma possível vingança deve estar passando pela cabeça dela desde de que ela viu Harry. Não tendo mais motivo de continuar com interrogatório já que ela afirmou não saber realmente nada Harry decide terminar.

 - Caso você tiver alguma informação você pode reportar para o Departamento de Aurores.

— Claro.

Sem nenhum sinal que a conversa havia terminado Pansy se levanta e se retira da sala. Harry observa ela sair com seu jaleco cinza e suspira para esvair toda a tensão que ele sente em fazer isso, mesmo que a conversa não havia sido terrível, ele sentiu como ela estivesse analisando ele igualmente o que ele estava fazendo com ela e a sensação não era agradável.

 

 

Mais tarde sentado no sofá da casa de Hermione e Rony, Harry conversa sobre o interrogatório.

— Ela respondeu todas as perguntas de forma direta e rápida. – conta a eles.

— É claro, você acha que ela é idiota o suficiente para não responder. - rebate Rony comendo um pedaço de bolo que Hermione fez para o chá. - Qualquer resposta mal dada ela acaba em Azkaban em segundos.

— Soube que ela e Draco nunca mais se falaram depois dos julgamentos. -comenta Hermione. – Eles eram tão unidos, além disso, compartilham as mesmas experiências de ter tido pais acusados de apoiar o Lorde das trevas e estavam juntos quando seus pais foram julgados e até namoravam. É estranho que depois que compartilharam juntos tenha acabado tão rapidamente. O que será que aconteceu entre os dois?

— Onde você descobriu isso Hermione? – pergunta Harry mesmo sendo um questionamento idiota, já que ela era Hermione que sempre sabe de tudo.

— As pessoas do meu departamento só sabem fofocar.

Nunca mais ouviu-se se falar da família Malfoy depois que Lúcio Malfoy teve absolvição, na época houve artigos que menosprezava a decisão do Ministério, em cima disso, houve outros artigos de Rita Skeeter sobre a história da família e suas tendências a magia negra. No entanto, o tempo passou e os jornais tiveram coisas mais importantes para se preocupar e a família Malfoy foi esquecida.

— Talvez na Sonserina a amizade não tenha o mesmo significado. Aliás, quem gostaria de continuar a ser amigo de Draco Malfoy! – debocha Rony. –Só Crabbe ,Goyle e a Parkinson mesmo.

Todos param para recordar como Crabb, Goyle e Parkinson viviam seguindo Draco Malfoy por onde ele fosse, e amaciando o seu ego. Possivelmente eles eram amigos de Draco só por ele ser de uma família importante que depois acabou caindo em ruínas como todas as outras e acabou perdendo o interesse.

— Todos nós sabemos que os Malfoys só conseguiram escapar de Azkaban pela delação de Lúcio. –relembra Harry. – Será que Lúcio possa ter delatado o pai de Parkinson e por esse motivo não são mais amigos. 

— Possivelmente. – reflete Hermione.

— O que ela esperava de um Malfoy? Que ele protegesse a família dela só porque eles tiveram um namoro em Hogwarts. - diz Rony ainda comendo. – É meio engraçado ela esperar isso dele, já que ela mesmo estava disposta a te entregar ao Lorde das Trevas para se salvar.

Harry concorda com o comentário de Rony, uma pessoa traiçoeira não pode esperar lealdade de ninguém e por esse motivo Harry acaba por um inexplicável motivo se interessar mais por Parkinson.

— E como foi o seu interrogatório, Rony?  - pergunta Harry e ao olhar para os amigos percebe que os dois estão tendo uma conversa silenciosa entre eles. – Qual é o problema?

Harry nota quando a mão de Rony segura a mão de Hermione que acena em concordância a sua sugestão silenciosa.

— Harry, gostaríamos de avisá-lo que você terá uma tarefa muito importante para se preocupar a partir desse mês. - explica Hermione mostrando a mão esquerda contendo o anel que Harry não havia percebido até o momento. – Você terá que se preocupar com o discurso que irá fazer em nosso casamento.

Harry processa a informação por alguns minutos até entender o que aquilo significava.

— Quando? Como? Onde? – pergunta perplexo para o casal de amigos.

— Foi uma surpresa para mim também, pode acreditar. – comenta Hermione com um sorriso radiante em seu rosto.

— Eu perguntei para ela ontem. –conta Rony. - Queria que fosse uma surpresa para todos, por isso não disse nada para ninguém.

— Então vamos comemorar! Vocês tem alguma bebida mais pesada aqui?

 

 

Enquanto uma comemoração estava para começar, em algum lugar uma estava a preste a terminar. Uma mulher bem vestida e com cabelos dourados não sabia o que iria encontrar quando adentrasse o belo escritório, com um sorriso contente em seu rosto a mulher separa seus lábios para proclamar o nome quando avista o corpo debruçado sobre a mesa, os olhos estáticos olhando para o vazio da janela não era tão perturbador quando a ferida em seu braço esquerdo que escorre sangue dando a linda mesa de madeira um cor avermelhada. O som do copo estilhaçando no chão é seguido pelos gritos da mulher por ajuda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- Me perdoem por qualquer erro.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A maldição da Sucessão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.